Marcela Lucatelli: Brazilian Songbook

Quase chegando no final do mês, recebemos mais uma vez, no Centro da Terra, a cantora mineira Marcela Lucatelli para fazer a primeira apresentação de seu Brazilian Songbook em solo brasileiro. Residente há quase duas décadas na Dinamarca, ela estabeleceu-se como uma referência no canto de improviso livre na Europa e neste trabalho, ela viaja por clássicos da música brasileira, desconstruindo-os à medida em que embaralha as fronteiras entre samba, free jazz, musica pop, ópera, heavy metal e música experimental. Para montar este quebra-cabeças psíquico, ela conta com uma banda formada especialmente para esta ocasião, com Rodrigo Campos no cavaquinho, Lello Bezerra na guitarra, Marcelo Cabral no baixo e Alana Ananias na bateria, o que abre outras tantas dimensões nesta improvável equação. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda neste link.

Romulo Fróes: Transa 50

E quase no fim da programação de 2022 no Centro da Terra, convidei o grande Romulo Fróes para mostrar mais uma encarnação que faz do clássico Transa, de Caetano Veloso, que completa 50 anos neste 2022. Sempre bem acompanhado – Rodrigo Campos no cavaquinho, Guilherme Held na guitarra, Marcelo Cabral no baixo e Décio 7 e Richard Ribeiro nas baterias (sim, duas baterias!) -, ele nos conduz mais uma vez neste disco-chave não apenas para a carreira de um dos maiores nomes de nossa cultura, mas também para nossa música, quando, ainda exilado na Inglaterra, o cantor e compositor baiano mergulhou no DNA de nossa música para apontar seu futuro. Meio século depois, o Transa 50 de Romulo Fróes confirma algumas daquelas previsões ao mesmo tempo em que abre novos rumos para ideias seculares sobre a natureza de nosso país. Ainda mais fechando um ano como esse… O espetáculo começa pontualmente às 20h e ainda tem ingressos à venda neste link, embora estejam quase no fim…

Centro da Terra: Dezembro de 2022

Como já é tradição, no último mês do ano o Centro da Terra conta apenas com uma semana de programação antes de encerrar suas atividades. Originalmente teríamos três apresentações nesta última semana de 2022, mas como uma delas coincidia com o fim de um jogo do Brasil na Copa do Mundo, abrimos mão da segunda-feira para focarmos em duas datas: na primeira terça-feira do mês Romulo Fróes traz para o teatro do Sumaré a versão que fez para um dos discos mais clássicos da música brasileira, o Transa de Caetano Veloso que completa meio século de idade neste ano que chega ao fim. Ao seu lado, os suspeitos de sempre, Rodrigo Campos, Guilherme Held, Richard Ribeiro, Décio 7 e Marcelo Cabral ajudam-no a levar o disco para ambientes sonoros improváveis e ao mesmo tempo próximos da atmosfera original do disco. E na quarta-feira, Kiko Dinucci encerra as atividades do ano convidando a cantora Marcela Lucatelli e a baterista Alana Ananias para uma noite de improviso livre – e você sabe como são estas noites no Centro da Terra… Os ingressos já estão à venda neste link e correm o risco de acabar rapidinho, não dê mole!

Amarelo: Síntese e Máquina

Originalmente, a apresentação do duo Amarelo – formado pelo guitarrista Allen Alencar e pelo baixista Meno Del Picchia – no Centro da Terra iria acontecer em junho, mas como ainda estamos numa pandemia, aquela apresentação teve de ser adiada por motivos sanitários e finalmente será realizada nesta terça, 16 de agosto. Síntese e Máquina, experimento que eles propõem ao teatro, passa por canções de seus dois primeiros EPs e músicas de seu próximo trabalho. Na apresentação, eles são acompanhados pelos amigos Verônica Ferriani e Rodrigo Campos, que interferem no formato já estabelecidos destas músicas. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprado antecipadamente neste link.

80 anos de Benito di Paula


Foto: Murilo Alvesso (Divulgação)

Neste domingo Benito di Paula completa 80 anos lançando seu primeiro disco com faixas inéditas em 25 anos, O Infalível Zen. Produzido pelo filho Rodrigo Vellozo ao lado do professor Rômulo Froes (e com o auxílio luxuoso dos bambas Thiago França, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Igor Caracas e Allen Alencar), o disco resgata ideias de canções que vinha trabalhando há décadas e mais outras tantas compostas há pouco, Conversei com os produtores e com o velho compositor em mais uma colaboração para o site da CNN Brasil.

 

Sambas do Absurdo em modo remoto

O segundo volume dos Sambas do Absurdo que reuniu Juçara Marçal, Rodrigo Campos e Gui Amabis num trio tão preciso já estava em processo de composição de forma remota mesmo antes da pandemia começar. “Rodrigo apresentou os sambas no início de 2019. Via whatsapp!”, ri Juçara. “Estávamos os três com agenda muito corrida e, durante o ano, nas brechas de tempo, Gui foi armando com Rodrigo os arranjos, que a gente só conseguiu sentar pra ouvir juntos em fevereiro de 2020.” Mas a partir da quarentena eterna que começou em março do ano passado, o trio seguiu o trabalho de forma ainda mais remota e finalmente começa a mostrar o novo disco, que deve ser lançado ainda neste ano, com o belo single “Ladeira”, que ainda conta com o baixo do Regis Damasceno.

Ouça aqui.  

Tudo Tanto #086: Rodrigo Campos

Entre lives no cavaco e compactos soltos aos poucos, o sambista Rodrigo Campos vem transformando o período da quarentena em um tempo criativo, aprendendo a produzir músicas próprias usando só o celular e repassando discografias de ídolos de outras épocas, como Djavan e Tom Jobim. É a deixa para conversarmos sobre a história do samba e como ela o influenciou, desde a criação da primeira escola de samba há quase um século à revolução do Cacique de Ramos nos anos 70 até sua conexão com a turma que conhecemos hoje como Clube da Encruza. E é cada história…

Assista aqui.  

As 75 melhores músicas de 2020: 37) Rodrigo Campos – “Meu Samba Quer Se Dissolver”

“Quero fazer samba como se fosse voar…”

Os sambas compactos de Rodrigo Campos

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“Tenho desenvolvido um novo olhar sobre o mundo, entendendo que criamos ciclos e expectativas às vezes maléficas para saúde mental e física”, filosofa Rodrigo Campos, quando o pergunto sobre como anda sua quarentena. “Percebi também que nunca havia tirado férias nos 20 anos em que vivo exclusivamente de música. Essa parada tem despertado sensações que, acredito, influenciem meu trabalho de agora em diante.” O primeiro estágio desta nova fase vem na forma de canções, às duplas, que ele começa a lançar a partir dessa sexta nas plataformas digitais – mas que dá pra ouvir em primeira mão no Trabalho Sujo.

“A pandemia que me instigou a começar gravar em casa”, prossegue o sambista paulistano. “À princípio não determinei que seriam compactos, mas como só tinha duas músicas – tinha acabado de fazer oito para o novo Sambas do Absurdo – e as achava boas. Comecei a considerar lançá-las nesse formato, me libertando um pouco do formato álbum. Foi quando passei a enxergar as canções de modo diferente, me abriu um novo olhar; ver as canções sempre dentro de um conjunto maior faz você se ater mais ao todo, e dessa maneira tinha que considera só canção, que tinha que se manter de pé por força própria, sem apoio de outras ou de um conceito muito fechado. Aí me convenci a aprofundar essa sensação de que cada canção devia se bastar, e lançá-las em compactos.”

Os dois primeiros, os sambas “Meu Samba Quer Se Dissolver” e “Corpo Azul”, conversam diretamente com essa experiência, principalmente a partir da familiaridade cada vez mais íntima de Rodrigo com a guitarra e a microfonia, que funcionam como paisagens sonoras que ajudam seus sambas a ganhar corpo e densidade musicalmente. “Acho que essa coisa de gravar em casa que abriu possibilidades bem maiores de experimentação timbrística, então penso continuar nessa direção”, explica quando pergunto se essa fase ele trabalha sozinho ou se vão ter parcerias ou colaborações. Ele não definiu nada nesse sentido. Só sabe que lançará cinco “compactos”. “Imagino soltar a cada dois meses. Já tenho outro pronto”, antecipa.

Vida Fodona #668: Festa-Solo (17.8.2020)

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Mais uma segunda-feira, mais um Festa Solo – a versão ao vivo do Vida Fodona no twitch.tv/trabalhosujo, às 21h – este foi o da semana passada…

Thiago França – “São Paulo de Noite”
John Coltrane – “Giant Steps”
Douglas Germano – “ISO 9000”
Rodrigo Campos + Kiko Dinucci – “Clareza”
Siba – “Marcha Macia”
Elis Regina – “Bala com Bala”
Trupe Chá de Boldo – “À Lina”
Vovô Bebê – “Êxodo”
Lulina – “N”
Destroyer – “Kaputt”
Glue Trip – “La Edad Del Futuro”
Stephen Malkmus – “Brainwashed”
Angel Olsen – “Whole New Mess”
Joana Queiroz – “Tempo Sem Tempo”
Josyara – “Solidão Civilizada”
John Cale – “I Keep a Close Watch”
Weyes Blood – “Andromeda”
Serge Gainsbourg – “La Ballade De Melody Nelson”
Gilberto Gil + Jorge Ben + Sergio Mendes- “Emoriô”
Elizeth Cardoso – “Eu Bebo Sim”
Erasmo Carlos – “Mané João”
Curumin – “Tudo Bem Malandro”
Felipe Dylon – “Musa do Verão”
Zombies – “Time of the Season”
XTC – “Mayor of Simpleton”
Paul Simon – “You Can Call Me Al”
Yo La Tengo – “Moby Octopad”
PELVs – “Even When the Sun Goes Down (I’ll Surf)”
Alanis Morrissette – “You Oughta Know”
Alanis Morrissette – “Ironic”
Alanis Morrissette – “Hand in My Pocket”
Green Day – “Welcome to Paradise”
Green Day – “Longview”
Pixies – “Winterlong”
Sonic Youth – “Incinerate”
Courtney Barnett + Kurt Vile – “Over Everything”
Crosby, Stills & Nash – “Suite Judy Blue Eyes”
Fleetwood Mac – “Dreams”
Edwyn Collins – “A Girl Like You”