E o Picles no Rio de Janeiro?

Nós vamos invadir sua praia! O Picles acaba de anunciar sua primeira incursão para fora de São Paulo e o foco inicial é o Rio de Janeiro, quando promovem, entre os dias 5 e 9 de dezembro um festival itinerante passando pro quatro diferentes casas de show do balneário fluminense. Dia 5 eles levam O Grilo e Chorões da Pisadinha para o Agyto, no dia seguinte Anelis Assumpção, BNegão e Tulipa Ruiz tocam no Sacadura 154, no sábado tem Esteban Tavares, Jonas Sá e Julia Mestre no Galpão Ladeira das Artes e encerram a invasão dia 8 com shows de Rafael Castro e Silvia Machete, além de DJ set de Alice Caymmi no MotoCerva. Os ingressos já estão à venda e tem mais informações no Instagram que eles criaram pra divulgar a nova fase. Mas será que eles teriam coragem de abrir um Picles no Rio?

PC Siqueira está morto no Rio de Janeiro

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Depois do sucesso da noite de autógrafos em São Paulo, é a vez de eu e PC Siqueira chegarmos no Rio de Janeiro para mais uma maratona de encontro ao público do youtubber. Nosso livro vai ser autografado nesta quinta-feira, dia 14, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, a partir das 19h (mais informações aqui). Pra quem não tá sabendo nada sobre o livro, eu explico melhor aqui. Bora lá?

Noites Trabalho Sujo no Rio de Janeiro

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A primeira edição das Noites Trabalho Sujo após a saída do Alberta #3 não acontece em São Paulo e sim no Rio de Janeiro, quando eu, Danilo e Pattoli tocamos em uma festa fechada em Ipanema. Se você estiver no Rio neste sábado 15 de agosto, diga nos comentários abaixo qual música que não pode faltar na edição carioca das Noites Trabalho Sujo que até o fim da tarde de sexta eu aviso quem ganhou – e não esqueça de colocar seu email pra que eu possa entrar em contato.

Emicida sangue nos olhos: “…Espera até ver o nosso ódio”

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Emicida pegou o microfone sozinho na quarta passada no palco do Circo Voador no Rio e mandou essa com dedo em riste:

Vai vendo…

Jungle no Brasil!

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Uma das bandas-revelação do ano passado, o Jungle já está com duas datas marcadas pra tocar no Brasil esse ano: dia 13 de maio tocam no Audio, aqui em São Paulo, e no dia seguinte em um show do Queremos, num lugar chamado Sacadura 154, no Rio de Janeiro. Vai ser showzão!

Uma palhinha do Chico Buarque

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Imagina que você está ali, no boteco com os amigos, numa boa, até que alguém pede pra dar uma palhinha… e esse alguém é o Chico Buarque! Foi o que rolou nessa terça na Lapa, no Rio de Janeiro:

Vi n’O Globo.

Adeus ao Rio de Janeiro

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O compadre João Paulo Cuenca – o escritor carioca JP, que tocou na última Noite Trabalho Sujo com o Wilson e o Pattoli – mudou-se para São Paulo desistindo de vez do Rio de Janeiro e deixou seu adeus à antiga Cidade Maravilhosa em sua coluna pro caderno de turismo da Folha. Um trecho:

A política da prefeitura carioca de transformar todos os habitantes da cidade em turistas, priorizando a grana e o lobby de projetos marqueteiros e excludentes, tem transformado o balneário numa cidade ainda mais cara. E, se temos o pior sistema de transporte público do Brasil (é a cidade onde mais se demora a chegar ao trabalho no país), o que dizer da qualidade dos serviços e da nossa mui cara esculhambação? Esse é o principal problema em nascer num cartão-postal careado: acaba-se pagando muito caro, e todos os dias, por algo que não corresponde à fotografia.

É destino melancólico para um lugar que poderia ser a capital cultural do Brasil e do hemisfério sul do planeta. Os maiores artistas brasileiros do século 20 se não nasceram no Rio, moraram ou aconteceram por lá. Hoje, os escassos talentos da província estão à venda e o preço é baixo. Seus pensamentos cheios de fórmulas e receitas velhas, curvados aos fortes, às ideias vencedoras e antigas. As exceções são raras. Como raras as publicações que não contribuem para mascarar a realidade através de manipulações grosseiras. E raros os jornalistas e intelectuais que não se curvam a uma estrutura notoriamente corrupta. Parecem ter medo de perder a boquinha e a pulseira da área VIP.

Leia-a na íntegra aqui. A foto que ilustra o post saiu do Insta dele.

Foo Fighters ♥ Rush

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Parei de me interessar pelos Foo Fighters entre o segundo e o terceiro disco deles. Não é que sejam uma banda ruim, só acho que se tornaram uma versão açucarada (demais) do power pop promissor de seus dois primeiros discos, caindo em uma lacuna entre o rock de arena e o emo que inevitavelmente carregariam milhões de pessoas dispostas a berrar seus refrões. Mas não tenho como não achar inspiradora a figura de David Grohl, didaticamente ensinando aos seus fãs o prazer de se ouvir rock. O triste dessa história é o cara ter que explicar isso, mas dá pra entender perfeitamente sua cruzada pessoal nesses tempos coxinha que vivemos. E ela inclui o bom e velho minisset de covers no meio do show – e no show do Rio na semana passada eles tocaram sua versão xerox (solos idênticos e tudo) para “Tom Sawyer”, do Rush, aquela banda que eternamente será o antônimo de cool:

É muita moral tocar Rush em qualquer época, dizaê.

A volta de Simplicio Neto

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Foi pilha dos amigos, mas deu certo: Simplicio Neto, ex-banda Filme, é um dos últimos representantes da cena indie carioca da década passada a se arriscar num projeto solo. A pilha foi dos amigos Pedro Bonifrate (dos Supercordas) e Sidney Honigzstejn (dos Vibrossensores, que estão voltando, mas isso é outro papo), que se juntaram ao velho Simpla pra formar a banda Simplicio Neto & Os Nefelibatas, que ainda conta com Felipe Rodrigues na bateria e Gabriel Ares nos teclados. A banda dividiu-se em duas encarnações para que Sidney e Pedro pudessem cuidar, cada um, da produção de um EP: Sidney produziu o EP Terror e Vaudeville e Pedro o EP Fuscas & Dirigíveis, que teve uma de suas faixas, “Segunda-feira em Oz”, descolada exclusivamente para o Trabalho Sujo, abaixo (junto com a faixa-título do outro EP, que já circulava online). A nova banda começa os trabalhos no dia 9 de outubro e bati um papo rápido com Simplicio por email sobre essa nova encarnação e como anda a cena indie no lado de lá da Dutra.

Como começou esta nova fase? E a ideia de lançar dois discos ao mesmo tempo?
Do grupo de amigos músicos, poetas e compositores aglutinados desde os tempos de Vibrosensores e Midsummer Madness, eu tinha sido o único a ainda não ter me aventurado ainda em um trabalho solo. Pedro do Supercordas lançou nesses últimos anos o Bonifrate. Augusto Malbouisson, os Acessórios Essenciais. Sandro, o Digital Ameríndio, Lois Lancaster e Sidney Honigztejn o Padaria Sinistra, e por aí vai, configurando uma cena musical modular, de personalidades bem diferentes, porém empenhadas num esforço coletivo comum, um mesmo projeto estético sonoro, tendo sempre como back up band praticamente os mesmos nomes, ex-companheiros das bandas citadas, como o tecladista e arranjador Gabriel Ares que toca em todas elas.
Nas conversas com Pedro essa cobrança pessoal e coletiva e afetiva de termos uma banda minha, só com minhas composições, meio que tidas por todos declaradamente como inspiradoras – talvez por eu ser mais velho, pois
sou tão inspirado nas canções deles quanto eles nas minhas – se consolidou. Assim partimos para aventura dos Nefelibatas. Eu tinha alcançado um destaque na área de cinema com meu filme sobre Bezerra da Silva, o “Onde a Coruja Dorme”, que afinal é um musical que trata do processo de composição e das agruras de compositores independentes. Então tudo se aglutina num desejo maior de expressão, e repercussão, de um novo grupo coeso de compositores de canções brasileiras contemporâneas, embalados pelo folk, a psicodelia, a eletrônica e o noise e etc. Guardadas as devidíssimas proporções, ao sair da Filme eu estava meio como o George Harrison quando ele saiu dos Beatles, com várias composições represadas. Seu número e sua estética encantaram tanto o Pedro quanto o Sidney, e fazendo justiça salomônica e abrindo uma frente ampla atacando por dois flancos, resolvemos encarar esse lançamento duplo, de álbuns com estéticas sonoras um tanto diferentes, mas complementares, conduzidas por dois produtores.
O que dá mais ainda a dimensão de diversidade na unidade, ou unidade na diversidade, própria de nosso grupo. Essas ideias todas tinham sido também amadurecidas quando escrevi esse espécie de manifesto nosso, para o lançamento do EP Toca do Cosmos do Pedro. Que fala meio disso tudo.

Como vai ser o lançamento desses discos? Eles vão ser lançados em formato físico? E como são os shows?
Vamos primeiro lançar um ou dois singles no Soundcloud, algo para os blogs e críticos que nos interessam e também nos guiam como o Trabalho Sujo, e um clip no YouTube, uma fanpage da banda, essas coisas. Chamando o publico em geral e os que já seguem os outros trabalhos dos músicos envolvidos para o show de lançamento no Audio Rebel, no Rio agora 9 de Outubro. Já Dia 7 de Dezembro, teremos um show com Bonifrate e o Juvenil Silva – articulando com a cena de Recife – na Sala Baden Powell no Rio. Em que lançaremos os dois EPs, a princípio na página do Bandcamp, e a posteriori, lutando pela consolidação no vinil, o estado-da-arte pra nós. Sou um coleciador e DJ de vinil
também. Talvez role até K7. E nossa estreia em São Paulo será na Casa do Mancha, sendo nosso grupo também um tanto paulista por conta da super proximidade com o Supercordas e turma da Casa. Alderbaran, musica minha que Pedro sempre toca nos shows do Bonifrate, fala muito de São Paulo e cita suas ruas, um encanto que nasceu desde os shows dos Vibrosensores na cidade, no contato com o rock da cidade.

Como anda a cena carioca hoje? Quem legal você tem acompanhado?
Vimos os lugares em que tocamos nos últimos anos, como o seminal Plano B, a Comuna, o Multifioco, a Sinuca Tico-Taco e enfim o Audio Rebel, ajudarem a renovar e formar uma nova cena underground forte no Rio. Vimos surgirem eventos que firmaram selos como o QuintAvant, que lança artistas como Negro Leo, que estudou, na mesma faculdade que eu e Pedro, o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e discute com a gente as mesmas coisas sobre o Brasil de hoje e o seu som. Como nosso trabalho e o dele, muita coisa na fronteira do noise, do experimental, com a canção, expandindo os limites dela, está sendo tentada por aqui, com um resultado de público que não víamos há muito tempo. Que só cresceu com as tais Jornadas de Junho. Basta frequentar esses lugares, nas ruas de Lapa e Botafogo, pra checar.

A Dolores Duran de Nina Becker

Nina Dolores por Caroline Bittencourt

Em seu novo disco, Minha Dolores, Nina Becker saúda sua grande musa com arranjos de seu tempo, mas apesar do álbum ser um convite musical ao miolo do século 20 no Brasil, ele fala bastante sobre estes tumultuados dias no início do século 21. “Comecei a selecionar as músicas do disco em plena ressaca de todas aquelas manifestações que começaram em junho do ano passado”, explica a cantora. “Naturalmente fui selecionando canções que falavam do Rio. Porque para mim esse disco é uma espécie de resposta para tudo o que está acontecendo”. Essa proximidade entre passado e presente sempre esteve próxima à sua carreira, que já visitou Lamartine Babo, além de resgatar pérolas para os bailes da Orquestra Imperial.

“Desde muito antes de começar a cantar, fazia listas de ‘músicas antigas que eu achava que poderiam ter sido feitas hoje’, que é um critério bem subjetivo, mas virou um norte para o meu trabalho, uma espécie de ‘método’ de pesquisa eu uso para a vida. Levei para a Orquestra Imperial, que é um espaço maravilhoso para isso. Aliás, eu me convidei pra entrar para a Orquestra por causa dessas listas e as utilizei muito lá.” Nina descolou a música de abertura do novo disco para o site e é categórica ao recusar a nostalgia no novo trabalho. “Está tudo no disco, a canção que fala sobre a criminalidade e a violência nos morros, a relação entre a alta sociedade e a classe baixa, as modas da elite da época ironizados de forma que podemos reconhecer aspectos idênticos na nossa sociedade de hoje. Esse disco é tanto sobre a Dolores como sobre o Rio.”

Leia abaixo a entrevista que fiz com a cantora: