Adeus ao Rio de Janeiro

, por Alexandre Matias

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O compadre João Paulo Cuenca – o escritor carioca JP, que tocou na última Noite Trabalho Sujo com o Wilson e o Pattoli – mudou-se para São Paulo desistindo de vez do Rio de Janeiro e deixou seu adeus à antiga Cidade Maravilhosa em sua coluna pro caderno de turismo da Folha. Um trecho:

A política da prefeitura carioca de transformar todos os habitantes da cidade em turistas, priorizando a grana e o lobby de projetos marqueteiros e excludentes, tem transformado o balneário numa cidade ainda mais cara. E, se temos o pior sistema de transporte público do Brasil (é a cidade onde mais se demora a chegar ao trabalho no país), o que dizer da qualidade dos serviços e da nossa mui cara esculhambação? Esse é o principal problema em nascer num cartão-postal careado: acaba-se pagando muito caro, e todos os dias, por algo que não corresponde à fotografia.

É destino melancólico para um lugar que poderia ser a capital cultural do Brasil e do hemisfério sul do planeta. Os maiores artistas brasileiros do século 20 se não nasceram no Rio, moraram ou aconteceram por lá. Hoje, os escassos talentos da província estão à venda e o preço é baixo. Seus pensamentos cheios de fórmulas e receitas velhas, curvados aos fortes, às ideias vencedoras e antigas. As exceções são raras. Como raras as publicações que não contribuem para mascarar a realidade através de manipulações grosseiras. E raros os jornalistas e intelectuais que não se curvam a uma estrutura notoriamente corrupta. Parecem ter medo de perder a boquinha e a pulseira da área VIP.

Leia-a na íntegra aqui. A foto que ilustra o post saiu do Insta dele.

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