Ivan “Mamão” Conti (1946-2023)

Morreu um dos maiores bateristas do Brasil (o que não é pouca coisa, para pra pensar) e uma das almas mais doces da música brasileira. Mamão não era só um dos fundadores do Azymuth, o que por si só já lhe valeria o espaço épico que ele ocupava em nossa genealogia musical, mas um dos maiores corações deste meio, que já tocou com todo mundo. Ave Mamão!

Ahmad Jamal (1930-2023)

Seja à frente de seu longevo trio, de orquestras ou de salas de aula, o pianista de Chicago que morreu neste domingo foi um dos primeiros músicos afrodescendentes dos EUA a assumir a fé muçulmana como forma de mostrar a importância de suas opiniões e um dos grandes nomes a forjar uma tradição clássica no jazz.

Cynara Faria (1945-2023)

Morreu a segunda integrante do sensacional Quarteto em Cy, um grupo vocal cuja influência e importância ainda não foram medidas na história da música brasileira. A baiana Cynara Faria era a mais entusiasmada das quatro irmãs sobre a existência do quarteto em nossa cultura.

Al Jaffee (1921-2023)

Aposentado há três anos, o centenário fundador da revista Mad Al Jaffe, que nos deixou nesta segunda-feira, também foi o criador das clássicas páginas de dobrar que consagraram a reputação da anárquica publicação norte-americana.

Seymour Stein (1942-2023)

À frente da Sire Records, Seymour Stein ajudou a consolidar a geração punk do CBGB’s ao assinar com os Ramones e com os Talking Heads, além de descobrir uma certa novata chamada Madonna e a revelar artistas em ascensão durante os anos 80, como os Smiths, os Pretenders, Depeche Mode, os Replacements e o Echo & The Bunnymen, entre outros. Morreu neste domingo.

Ryuichi Sakamoto (1952-2023)

Triste a notícia da passagem de Ryuichi Sakamoto, um dos pioneiros da música eletrônica que, a partir do trio japonês Yellow Magic Orchestra, começou uma lenta doutrinação dos novos sonos sintéticos e sua aproximação tanto com os sons da natureza, quanto da música erudita, seja clássica ou contemporânea. Um gênio que nos deixa cedo, aos 71 anos, por causa de um câncer. E é o segundo integrante da YMO a morrer este ano, o baterista Yukihiro Takahashi nos deixou em janeiro.

Juca Chaves (1938-2023)

Muitos achavam que Juca Chaves, que morreu nesta segunda-feira, era um humorista que fazia música, quando na verdade era justo o contrário: o Menestrel Maldito tinha formação erudita e começou a brincar em seus shows aos poucos consolidando sua fama mais conhecida.

Negreiros (1954-2023)

Conhecido apenas pelo sobrenome, Roberto Negreiros era um dos meus traços brasileiros favoritos e cansei de trombar com ele por diferentes publicações nos meus anos de formação. A notícia de sua morte me revela que ele ainda era muito novo – e que quando comecei a conhecer seu trabalho ele era praticamente um jovem adulto. Fará falta – e alguém precisa catalogar sua extensa produção.

DJ Jamaika (1967-2023)

Triste de saber a péssima notícia sobre a passagem do DJ Jamaika, um dos nomes mais importantes do rap no Brasil e pilar da fundação da cultura hip hop no Distrito Federal, a partir de sua participação no grupo Câmbio Negro desde o clássico Sub-Raça até o pioneirismo com o grupo que tinha com o irmão, Kabala, o Álibi.

Lance Reddick (1962-2023)

Que notícia triste a da passagem de Lance Reddick, que morreu de causas naturais com apenas 60 anos de idade! Seu olhar implacável, postura rígida e voz assertiva garantiram papéis icônicos em produções tão diferentes quanto as séries The Wire, Lost, Oz e Fringe e a série de filmes de ação John Wick. Essas mesmas qualidades o deram ares sobrenaturais que foram usados em diferentes produções, como o futuro filme inspirado na série de livros Percy Jackson (em que ele interpreta Zeus), no seriado American Horror Story (quando faz o papel de Papa Legba) e o violão Ra’s Al Ghul (no desenho seriado Beware the Batman). Ainda tinha muito o que fazer por aqui…