
Maria Luiza Amaral Kfouri, que nos deixou nesta segunda-feira, é destes personagens ímpares que tanto se repetem na cultura brasileira: uma única pessoa apaixonada pelo assunto que resolve transformar em legado sua paixão. Radialista e jornalista de formação, ela é uma das pioneiras na internet brasileira ao abrir sua coleção de discos no site Discos do Brasil, referência inestimável para qualquer pesquisador da área, principalmente por levar em alta conta algo que é menosprezado pelas plataformas digitais – as fichas técnicas dos discos. Só por suprir esta lacuna gigantesca em nossa historiografia musical, Mana, como era mais conhecida, já teria uma contribuição enorme para nossa cultura – tanto em termos de tradição quanto de modernidade. Que seu legado permaneça vivo.

Embora seja mais lembrado por sua participação em filmes recentes (como Argo ou o Pequena Miss Sunshine, que lhe rendeu um Oscar), o ator Alan Arkin, que morreu neste fim de semana aos 89 anos, foi um dos principais atores de comédia do cinema norte-americano entre os anos 60 e 70, quando estrelou clássicos hoje infelizmente esquecidos como Os Russos Estão Chegando e Ardil 22.

Dos maiores nomes do free jazz, um deles era europeu e morreu dormindo nesta sexta-feira: o alemão Peter Brötzmann ajudou a espalhar a palavra dessa incrível música abstrata no velho continente e seu Machine Gun, lançado com o octeto que liderava em 1968, até hoje é um dos grandes clássicos do gênero.

Morreu o antigo tecladista do RPM, que dava àquela banda pós-punk do underground de São Paulo, os ares new wave e hi-tech que a transformaram num dos grandes fenômenos fonográficos do Brasil.

Mais do que ser o criador de personagens clássicos da Marvel como Wolverine, Mary Jane Watson, Luke Cage e o Justiceiro, o grande John Romita Sr., que nos deixou esta semana, é o criador de um estilo de desenho que ecoa até hoje nos quadrinhos e fora do meio é o padrão identificado como arte de HQ. Um mestre.

Sofia Gilberto, neta de uma das maiores vozes do Brasil acaba de confirmar em seu Instagram que sua avó, a imensa Astrud Gilberto, nos deixou nesta segunda-feira. Uma das vozes mais reconhecíveis do planeta, ela também é a voz que apresentou “Garota de Ipanema” para o resto do mundo, mas mais do que ficar presa no cercadinho da bossa nova, ela passeou por várias fronteiras da música pop, desfrutando durante muito tempo seu status de popstar global. Eu adoro esse disco dela September 17, 1969, que tem uma de minhas músicas favoritas em sua voz, “Beginnings”.

Kenneth Anger, que morreu nesta quarta aos 96 anos, misturou ciências ocultas, experimentos de imagem, cultura gay e o baixo calão de Hollywood para revolucionar a contracultura dos anos 60 e o cinema de vanguarda em clássicos cult como Fireworks (1947), Inauguration of the Pleasure Dome (1954), Scorpio Rising (1963) Lucifer Rising (1972) e Invocation of My Demon Brother (1969).

Morreu a maior cantora da história do rock.