Pleno processo psicodélico

, por Alexandre Matias

Casa cheia para assistir à mutação que o Glue Trip está se impondo a partir deste seu décimo aniversário. O grupo liderado pelo paraibano Lucas Moura contou com a direção musical de Zé Nigro (produtor do disco mais recente do quarteto, Nada Tropical) para amarrar canções de seus quatro discos (três álbuns e um EP) de forma linear e coesa no espetáculo 10 Anos de Psicodelia, que o grupo apresentou nesta terça-feira, no Centro da Terra. A apresentação faz o Glue Trip pensar em sua própria sonoridade a partir desta primeira década. O resultado foi um mergulho lisérgico em canções que bebem tanto da música eletrônica quanto da MPB dos anos 70 ao mesmo tempo em que o tempo todo convulsionam uma transformação musical que parte do envolvimento dos quatro músicos com seus instrumentos, fazendo as canções funcionarem como territórios musicais passíveis de exploração improvisada em conjunto. É o pleno processo psicodélico, quando os horizontes se expandem e deixam os instrumentistas libertos nestes novas camadas atmosféricas em formação. É aquele momento em que a música brasileira funde-se com o jazz, que o rock psicodélico aos poucos se metamorfoseia no rock progressivo e que os limites e gêneros musicais parecem desaparecer. Lucas (guitarra), Pedro Lacerda (bateria), João Boaventura (teclados) e e Thiago Leal (baixo) estão debulhando seus instrumentos e o entrosamento conjunto contagia o público. Resta saber o que a banda pode fazer a partir daí…

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