Nesta quarta-feira eu e Pérola demos mais uma aula no curso Bibliografia da Música Brasileira no Sesc Pinheiros e falamos sobre o conceito de modernidade no Brasil e como ele tem a ver com a industrialização e urbanização do país a partir da primeira metade do século 20, descambando em uma década em que a modernidade parecia pautar nossa produção cultural em todas as disciplinas, da poesia à arquitetura, do teatro ao design, do cinema à literatura, culminando com a criação da bossa nova e a consolidação da internacionalização da música brasileira. A partir de livros como Chega de Saudade de Ruy Castro, Bim Bom de Walter Garcia, O Samba Agora Vai… de José Ramos Tinhorão e Da Bossa Nova à Tropicália de Santuza Cambraia Naves, mostramos como a ideia de identidade cultural nacional evoluiu do ponto de partida da Era Vargas para uma ideia que cultivamos até hoje… (📷: @fitak7)
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Na segunda aula do curso Bibliografia da Música Brasileira, eu e Pérola entramos de cabeça no samba, contando não apenas como suas primeiras décadas ajudaram a moldar o mercado da música no Brasil ao mesmo tempo em que serviram de base para a transformação de uma manifestação cultural urbana num gênero musical que tornou-se basal na fundação da identidade cultural moderna brasileira. Citamos várias referências, mas as fontes centrais da aula desta quarta foram os livros O Mistério do Samba, de Hermano Vianna; Samba, o dono do corpo, de Muniz Sodré; e o primeiro volume da trilogia Uma História do Samba, de Lira Neto. Na próxima aula falaremos sobre a ideia de modernidade, a internacionalização da música brasileira e o impacto da bossa nova a partir de outros livros. (📷: @anacarol_pmachado)
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Vamos começar mais uma festa? Nessa sexta-feira retorno a um velho endereço conhecido para inaugurar mais uma festa, a Trabalho Sujo DJs. Depois de fazer uma primeira edição em Brasília, estreio a festa em São Paulo no Katarina Bar, que muitos talvez não conheçam de nome, mas certamente devem conhecer de endereço, pois o estabelecimento fica no mesmo número 272 da Avenida São Luiz que abrigava o saudoso Alberta #3, onde há mais de dez anos inaugurava a minha festa Noites Trabalho Sujo. Pois a nova festa tem o espírito daquela época, pois atravesso a madrugada de sexta pra sábado discotecando a noite toda ao lado de compadres e comadres cujos gostos musicais batem tanto com o meu quanto o meu santo com o deles. E pra essa primeira edição chamei a Pérola Mathias, com quem tenho dado mais uma edição do curso Bibliografia da Música Brasileira, e o ícone Luiz Pattoli, que copilotava comigo as lendárias Noites Trabalho Sujo. No som, você já sabe, hits de todas as épocas, seja de música eletrônica, indie rock, música brasileira, rock clássico, dance music, música pop, hip hop, soul e samba – e por onde mais nossa imaginação e vontade de dançar nos levar. A festa começa às 22h e quem chegar até essa hora não paga pra entrar – e a pista vai abrir às 23h. Vamos?
Começamos eu e Pérola a segunda edição do curso Bibliografia da Música Brasileira nesta quarta-feira no Sesc Pinheiros. Na primeira aula conversamos com os alunos sobre suas expectativas em relação ao curso bem como explicamos como o mercado editorial brasileiro, a partir da virada deste século, passou a dar mais atenção nao só ao tema da música brasileira como a diversos pontos específicos da nossa identidade cultural. Quarta-feira que vem continuamos e o tema dessa vez será o samba. (📷: @theaseverino)
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Vamos lá mais uma vez falar de dois assuntos que amamos: livros e música. No curso Bibliografia da Música Brasileira, que teve suas inscrições abertas nesta quarta-feira e acontece às quartas de fevereiro e março no Sesc Pinheiros os apresentamos livros básicos para o entendimento da nossa história musical. Desde obras publicadas no início do século passado a livros que começaram a ser publicados no final do século 20, a partir do fim da ditadura militar, e que se dedicam a pesquisas mais profundas sobre a música brasileira e seus principais artistas e agentes sociais, vindas de profissionais de diferentes áreas de atuação, como jornalistas, historiadores, sociólogos e pesquisadores. São seis aulas que abordarão diferentes momentos de nossa identidade musical a partir de livros como O Samba Agora Vai… de José Ramos Tinhorão, Nada Será Como Antes de Ana Maria Bahiana, Samba – O Dono do Corpo de Muniz Sodré, Chega de Saudade de Ruy Castro, Eu Não Sou Cachorro Não de Paulo César de Araújo e Da Lama ao Caos de Lorena Calábria, entre dezenas de outros livros. As inscrições podem ser feitas neste link.
Alaíde Costa, Hermeto Pascoal, Amaro Freitas, Maria Esmeralda, Boogarins, Racionais MCs e Black Pantera foram os vencedores de 2024 de acordo com a comissão de música popular do júri da Associação Paulista dos Críticos de Arte após assembleia geral realizada no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo nesta segunda-feira. Eis o resultado de cada categoria:
Nesta segunda-feira, a Associação Paulista de Críticos de Arte reúne-se mais uma vez para escolher os grandes nomes do ano que passou e esta relação abaixo lista os 50 discos mais importantes de 2024 de acordo com o júri de música popular da Associação, da qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (Mistura Cultural), Bruno Capelas (Programa de Indie), Camilo Rocha (Bate Estaca), Cleber Facchi (Música Instantânea), Felipe Machado (Times Brasil), Guilherme Werneck (Canal Meio), José Norberto Flesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (Scream & Yell), Pedro Antunes (Tem um Gato na Minha Vitrola) e Pérola Mathias (Poro Aberto).
Adorável Clichê – Sonhos Que Nunca Morrem
Alaíde Costa – E o Tempo Agora Quer Voar
Amaro Freitas – Y’Y
Bebé – Salve-se!
Black Pantera – Perpétuo
Bonifrate – Dragão Volante
Boogarins – Bacuri
Cátia de França – No Rastro de Catarina
Caxtrinho – Queda Livre
Céu – Novela
Chico Bernardes – Outros Fios
Chico César e Zeca Baleiro – Ao Arrepio da Lei
Crizin da Z.O. – Acelero
Curumin – Pedra de Selva
Duda Beat – Tara e Tal
Exclusive Os Cabides – Coisas Estranhas
Febem – Abaixo do Radar
Fresno – Eu Nunca Fui Embora
Giovani Cidreira – Carnaval Eu Chego Lá
Gueersh – Interferências na Fazendinha
Hermeto Pascoal – Pra você, Ilza
Ilessi – Atlântico Negro
Josyara – Mandinga Multiplicação – Josyara Canta Timbalada
Junio Barreto – O Sol e o Sal do Suor
Kamau – Documentário
Lauiz – Perigo Imediato
Luiza Brina – Prece
Maria Beraldo – Colinho
Milton Nascimento & Esperanza Spalding – Milton + Esperanza
Ná Ozzetti e Luiz Tatit – De Lua
Nando Reis – Uma Estrela Misteriosa
Negro Leo – RELA
Nina Maia – Inteira
Nomade Orquestra – Terceiro Mundo
Oruã – Passe
Papangu – Lampião Rei
Paula Cavalciuk – Pangeia
Pluma – Não Leve a Mal
Pullovers – Vida Vale a Pena?
Samuel Rosa – Rosa
Selton – Gringo Vol. 1
Sergio Krakowski Trio e Jards Macalé – Mascarada: Zé Kéti
Silvia Machete – Invisible Woman
Sofia Freire – Ponta da Língua
Tássia Reis – Topo da Minha Cabeça
Taxidermia – Vera Cruz Island
Teto Preto – Fala
Thalin, Cravinhos, Pirlo, iloveyoulangelo & VCR Slim – Maria Esmeralda
Thiago França – Canhoto de Pé
Zé Manoel – Coral
E o primeiro Inferninho Trabalho Sujo de 2025 acontece num lugar em que nunca discotequei antes: no Porão da Casa de Francisca! E com duas atrações novíssimas, uma delas apresentando-se pela primeira vez. A noite começa com a dupla inédita Sophia Chablau e Olívia Munhoz que reúnem-se no palco pela primeira vez com o nome de Lembrancinha, misturando canções com improvisos noise numa mistura que só elas (e talvez nem elas) saibam o que pode acontecer. O segundo show é do Ottopapi, um dos capos da gravadora indie Selóki Records que está prestes a fazer sua estreia em disco. Ele vem acompanhado de uma banda formada por Thales Castanheira e Vitor Wutzki (guitarras), Bianca Godói (baixo), Gael Sonkin (bateria) e Danileira (Sintetizador) e mostra músicas que estão aos poucos entrando no subconsciente da noite indie paulistana, entre elas o hit “Bala de Banana”. E como vou aproveitar para comemorar meu aniversário no evento, convidei outras duas capri – as queridas Pérola Mathias e Bamboloki – para celebrar a noite discotecando comigo. A Casa de Francisca fica na Rua Quintino Bocaiúva, 22, do lado da Sé, a festa começa a partir das 20h e os ingressos já estão à venda neste link, vamos?
Minha conterrânea de cerrado e quase-parente Pérola Mathias foi uma das que esbaldou-se na festa em que comeemorei os 29 anos do Trabalho Sujo na Casinha e ela aproveitou a deixa para me entrevistar sobre as quase três décadas desta minha obra contínua. E foi assim que ela me apresentou na introdução do papo:
No último sábado, o jornalista Alexandre Matias comemorou os 29 anos do Trabalho Sujo — “jornalismo arte desde 1995”. O site e o trabalho do Matias na cobertura musical, curadoria, discotecagem e produção é referência para todo mundo que gosta de música, de música brasileira, de música brasileira independente. O Matias é muito mais do que o cara que você vê nos shows (para quem está em São Paulo) filmando o palco e que te apresenta bandas novas. Ele é pioneiro num modelo de fazer jornalismo cultural. Não é que ele estava aqui quando a internet ainda era mato, o Trabalho Sujo já existia antes mesmo dela adentrar nas casas brasileiras.
Por ocasião do aniversário do projeto e da grande comemoração que aconteceu no último Sábado (01) com uma festa que reuniu vários DJs amigos, aproveitei para entrevistar o jornalista no estilo: tudo que você sempre quis saber sobre o Trabalho Sujo e nunca teve coragem de perguntar. Já ouvi muitas pessoas perguntarem “como você dá conta de fazer tudo?”, “por que você foi escolher escrever logo sobre música?”, “vai ter um festival pra comemorar os 30 anos?”, “de onde você tirou esse nome?”.
Agradeço imensamente a deferência, os adjetivos e, mais do que tudo, a companhia nesses anos todos – e em breve eu e ela lançamos mais uma. Leia a íntegra da entrevista lá no site dela, o Poro Aberto.
Bem boa a primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo na Porta, que aconteceu neste sábado com discotecagem minha, da Pérola, da Fran e da Lina e, claro, com o show da banda Celacanto, que está cada vez mais afiada. Com um pé no indie rock e outro no rock progressivo, a banda desbrava um território musical complexo e difícil, trabalhando com o entrelaçamento de texturas, andamentos e timbres ao mesmo tempo em que cantam sobre questões existenciais e sentimentais de nossas vidas. O vocalista Miguel Leite puxa o grupo com sua voz e guitarra, acompanhado de perto sempre do segundo guitarrista Eduardo Barquinho, do baixista Matheus Arruda e o baterista Giovanni Lenti, que singram por melodias tortuosas e arranjos intricados enquanto tem a atenção completa do público que compareceu à Porta. Foi demais!