Paul Auster (1947-2024)
O New York Times chamou o escritor Paul Auster, que morreu nesta terça-feira com apenas 77 anos, de “Santo Padroeiro do Brooklyn Literário” e esse é um de seus trunfos, mas ele é mais que isso. Um cronista ensaísta, um literato em busca do corriqueiro, o escritor norte-americano trouxe de volta a literatura que sua geração levou para o jornalismo, contando histórias inacreditáveis que começavam em lances triviais, buscando filosofia e revelações em momentos sem nexo, padrões inverossímeis e rotinas sem graça. Como escreveu em seu romance autobiográfico Diário de Inverno, publicado há meros doze anos: “Você acha que nunca acontecerá contigo, que não poderá acontecer contigo, que você é a única pessoa no mundo para quem essas coisas não irão acontecer e então, uma a uma, cada uma dessas coisas começarão a acontecer contigo, da mesma forma como acontecem com todo mundo”. Além de um dos grandes nomes da literatura do século passado, ele sempre foi um mestre pessoal. Agradeço cada página e o altar de papel na minha estante é uma parte importante da minha formação. Vale ler a entrevista que a Paris Review fez com ele em 2002 e que, após sua morte, está liberado para não-assinantes.
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