Chegou a doer, essa.
Não me peçam pra seguir a tal reforma ortográfica, não consigo cogitar sequer o fim do trema – tão querido -, que dizer escrever “Coréia” sem acento. Mas como nunca me incomodei com quem escreve “êle” com circunflexo, creio que a poucos irei incomodar. Mesmo porque essa tal reforma me lembra aquela história dos kits de primeiros socorros que eram obrigatórios em todo carro – e que depois descobriram que não serviam pra nada. Imagino a quantidade de livros que estão sendo escritos (ou reescritos) para encaixar-se nessa nova regra… E ao mesmo tempo, me pergunto, na ingenuidade: se existem 210 milhões de pessoas que falam português no mundo e a idéia é padronizar o idioma, por que não adotamos as regras de onde está a imensa maioria?
E essa que o Woo levantou: saca o vídeo de “I am a Gummy Bear” (uma música do fim de 2007, criada pelo mesmo na esteira do insuportável Crazy Frog) e vê se não parece DEMAIS com “Love Lockdown” do Kanye West. Bernardo que mandou essa.
Cada louco com a sua mania…
Ah, não vai me dizer que você não viu nem o primeiro [REC]?
Saldo da Apple na primeira Macworld sem Steve Jobs:
– Um monte de plugins pros programas da empresa;
– Mais um Macbook – legal e tal, mas é só mais um Macbook;
– Músicas vendidas sem DRM (depois que RIAA desistiu de processar neguinho e de todas as gravadoras terem abandonado o sistema de proteção anticópias) – mas com preço mais caro justamente por causa disso (cuma?).
Dureza, hein. Nem iPhone novo, Mini Mac, nada. E a dúvida segue pairando sobre a Apple…
(E, pô, Pattoli, é claro que eu sei que essa notícia é fake, né… Olha a marca d’água do Onion no canto e… UMA RODA DE iPOD NO LUGAR DE UM TECLADO? Ri aê…)
Essa é a premissa de Dead Snow, olha que foda:
Robert Anton Wilson sorri em algum lugar. Só a parte em que os humanos mostram as armas pra encarar os mortos-vivos já garante a minha audiência. Dica do Black Zombie.
Mais um comercial com imagens dos primeiros episódios, que vão ao ar em menos de um mês hein…
…e pelo que já se sabe desse começo de quinta temporada, o negócio é sério.
Não caia nesse papo de “Cidade de Deus italiano”, não, viu… Gomorra é tão chato, mas TÃO CHATO, que nem sequer chega a ser digno de nota. Sério, não acontece NADA no filme. NADA. Duas horas e 15 minutos que parecem DOIS DIAS na fila do banco lendo a página de polícia de um jornal de uma cidade minúscula. Tem todo a onda Syriana de querer mostrar como o crime tá infiltrado em diferentes camadas da sociedade e tudo é contado de forma picada, com ações acontecendo simultaneamente, mas, sério, NADA acontece. Se o filme serve pra mostrar como é o crime organizado italiano, ele simplesmente tirou qualquer possibilidade de glamour – seja da violência, da miséria, da bandidagem, do que for – e mostrou que o crime organizado é um trabalho chato e sem graça como outro qualquer, só que inclui matar umas pessoas e infringir um monte de lei. Espere passar na TV a cabo que você vai ver…
E pra esse bando de crítico de cinema que deu mais do que uma estrela pra esse filme, um conselho: vai ver Sopranos!
Vocês viram o 24: Redemption, esse filme que a Fox fez pra compensar a ausência da sétima fase da série em 2007? A edição do ano retrasado do seriado de Jack Bauer bailou devido à greve dos roteiristas em Hollywood e os produtores inventaram um longa pra explicar o que aconteceu com o personagem de Kiefer Sutherland após o fim da ridícula sexta temporada. Redemption foi ao ar nos EUA no fim do ano passado e vai sair em DVD no Brasil agora em janeiro, pra coincidir com a nova sétima temporada que estréia – lá fora – esse mês.
E é uma merda.
O trailer dava uma certa impressão que veríamos a transformação definitiva de Jack Bauer num Rambo neocon, o torturador clean cut em plena guerra civil africana, linkando a série com recentes produções hollywoodianas que estão fazendo um revival meio reality show do culto à degração da África – filmes como Hotel Ruanda, Falcão Negro em Perigo, O Jardineiro Fiel, O Último Rei da Escócia, O Senhor das Armas e Diamantes de Sangue, entre outros, relêem o continente africano com uma piedade agressiva e em vez de coletâneas e festivais que foram montados como nos anos 80, assistimos a retratos hiperrealistas que ampliam os conceitos de miséria, degradação humana e violência para limites deprimentes.
As cenas exibidas antes do filme ir ao ar, davam a entender que Jack Bauer seria um elemento novo – e completamente fictício – nesse cenário, o que podia até dar uma certa liga, mas que também exigiria a forçação de algumas barras. Mas o filme passa longe dessa nova visão sobre a África e, em vez disso, lê um continente inteiro como se fosse um país imaginário. Mais ou menos como Sarah Palin imaginava…
Porque o país fictício inventado pelos criadores da série é uma colcha de retalhos de referências de terceiro mundo que, sem querer, joga o Brasil na mistura. Não bastasse o espírito ONG que domina o filme – além de um personagem propriamente ONG, vivido pelo Robert Carlyle (o Begbie do Trainspotting) -, o filme ainda conta com uma cena em que, numa aldeia com chão de terra batida, moleques jogam futebol cercados por animais de fazenda, incluindo algumas galinhas… Câmera na mão e tal – só falta o molequinho brincando com a câmera no canto.
Mas se o problema do filme de 24 Horas fosse só chupinhar estética alheia, tudo bem. O problema é que, ao repetir a fórmula de um episódio da série em um filme de duas horas, ele limita a correria de Jack Bauer por apenas um cenário, na África, enquanto acompanha duas histórias nos EUA que, provavelmente, irão descambar em algo que detonará o início da próxima temporada: a posse da primeira presidente mulher do país e os problemas de um moleque que tem vínculo com pessoas poderosas no governo. O único porém: as histórias não se encontram! Em momento algum! Há até uma certa tentativa em vincular a história de Jack com a que se passa nos EUA, mas ela é superficial e não altera um fio de cabelo das três histórias principais do filme. A principal preocupação do filme parece ser saber se Jack Bauer irá voltar para os EUA, uma vez que ele está foragido. Às vésperas de uma nova temporada, será que ele não conseguirá sair da África? O problema não é a velha reclamação que filme baseado em série quase sempre são episódios longos e sim o fato de Redemption ser um episódio longo E ruim.
E Jack pagando de humanista querendo salvar crianças de um possível genocídio não dá pra engolir. Ele faz aquela cara de pânico com ódio que até convence quando um vilão está apontando uma arma pra cabeça de sua filha, mas não dá pra achar que, de uma hora pra outra, ele começou a se preocupar com as criancinhas. Peraê, né…
Se a próxima temporada continuar nesse mesmo tom, já era. E justo depois de ter atingido sua melhor forma em 2005.





