2 de fevereiro de 2010. É hoje.
O diretor californiano John Cabrera (que nominho, hein) se arriscou no design e conseguiu seu feito mais popular até hoje: o mapa da ilha de Lost acima, redesenhado como se fosse um mapa de metrô. Ficou bonzão.
Agora, só de tarde.
Daqui em diante até amanhã cedo, você está entrando em terreno fértil de spoilers sobre a nova temporada de Lost. Não saia clicando em tudo que vê.
Textinho que escrevi hoje no Link impresso.
O entretenimento do futuro nasce com o fim de ‘Lost’
A primeira década do século 21 assistiu a mudanças drásticas no que diz respeito à cultura – principalmente devido à dominância digital que marcou estes anos. Não houve mídia ou gênero que não fosse abalado por este impacto. E mesmo com dois formatos do século anterior vivendo dias de ouro (quadrinhos e games atingiram um patamar de excelência inédito), nenhuma obra soube lidar melhor com a cultura digital – e de forma mais ampla – do um certo seriado sobre os sobreviventes da queda de um avião em uma ilha maluca.
Num mundo cada vez mais dividido em dualidades – velho/novo, digital/analógico, online/offline -, Lost preferiu apostar nas duas alternativas ao mesmo tempo. É uma série comercial com ares de culto. Aborda mistérios científicos e espirituais, as diferenças entre destino e livre arbítrio, física e filosofia, pais e filhos, passado e futuro.
Tais oposições, na verdade, partem de um conceito descrito pelo criador da série J.J. Abrams, que ele expande para todas suas outras obras: ele quer dar classe A à “cultura B” – de nicho, quase sempre produzida com pouco orçamento e, por isso mesmo, mais ousada que a comercial.
Assim, Lost é, ao mesmo tempo, programa de sucesso e objeto de culto, novelinha emotiva e complexa saga de ficção científica, mainstream e nerd.
Esta ambivalência não fica só na tela – e aí que Lost desequilibra. Mesmo com séries de TV bem melhores que ela produzidas no mesmo período (Sopranos, The Office, Battlestar Galactica), Lost desempata ao trazer sua dualidade para fora da tela – e incluir o fã na história.
Não como nos games, em que você assume a pele do protagonista, nem como na web 2.0, em que você cria uma identidade digital a partir do que posta online. Ela apresenta a opção ao telespectador: você quer apenas assistir um programa de TV ou mergulhar num universo que expande-se online no fim de cada episódio?
Enquanto não surge um aparelho que possa romper as barreiras entre nova e velha mídia (o iPad de Steve Jobs tenta abrir este meio-termo, leia na página L7), Lost é o melhor exemplo de integração de duas culturas que ainda caminham separadas mas que tendem a virar uma só. Se é apenas um rascunho que vamos assistir daqui para frente ou já o primeiro capítulo de uma nova cultura, cabe ao futuro nos dizer.
Mas eu quero saber mesmo é o que aconteceu com os personagens depois do clarão no último episódio…
Em seu blog de coletâneas, Wilsera – losteiro como nós – segue seu instinto e faz uma bela compilação com as músicas que foram utilizadas na série. Baixe aqui.
Conforme prometido, eu e Ronaldo retomamos com o Comentando Lost ANTES da sexta temporada começar. Escolhemos o episódio The Variable não por nenhum motivo específico, mas pelo simples fato de ter sido o episódio que não conseguimos comentar na temporada passada. Em todo caso, se você não tiver o capítulo aí em mãos, não grile: o Comentando desta vez se dedica mais a especular sobre a sexta temporada do que a comentar o episódio propriamente dito – ou seja, dá pra você ouvir sem necessariamente ter que ver o episódio. E como comentamos sem ver o episódio que vazou no finde, muitas das coisas que especulamos já podem ter ido pro saco. E, lembre-se, comentamos coisas que, inclusive, ainda não aconteceram em Lost, só com base nos spoilers que já foram divulgados. Não que isso seja um problema: como eu digo no programa, as maiores revelações de Lost são sempre trancafiadas a sete chaves. Exemplo: sabíamos que havia um ator escalado para fazer o Jacob, mas só soubemos o que ele iria fazer na série quando o último episódio da temporada passada foi ao ar. Então não precisa ficar com muito melindre, vai… E pra quem não sabe o que é o Comentando Lost, é um comentário em áudio que eu faço com o Ronaldo sobre determinado episódio da série. Você baixa o MP3 e ouve ele junto com o episódio em “questã”. Não tem erro – os outros (é….) estão aqui.
Alexandre Matias & Ronaldo Evangelista: Comentando Lost: The Variable (MP3)
E aí, disposto a encarar uma caixa com 36 discos de Blu-ray? A série completa já está em pré-venda na Amazon – e o preço, 195 dólares, não tá caro, não (se compararmos com outros boxes de Blu-ray, claro).
O Rodrigo levantou um bom ponto: tinha essa cena (do avião pousando visto de fora, entre os segundos 13 e 16) no episódio original? Porque esta imagem aparentemente só apareceu no recap da quinta temporada que passou num canal de TV canadense.