Combustão espontânea musical

Duas realidades sonoras se chocaram nesta terça-feira no Centro da Terra sob o signo do ruído. O duo paulistano Test (transformado em trio com a presença de Bernardo Pacheco, assumindo o baixo como convidado desta noite) convidou o quinteto paraibano Papangu para um encontro no palco que, a princípio, imaginei vir na linha dos outros encontros que já haviam realizado anteriormente, tocando coletivamente com o trio Rakta e o quarteto Deaf Kids, ambos daqui de São Paulo. Mas ao contrapor um universo musicalmente tão distinto quanto o do Papangu, o time paulistano preferiu alternar composições com o grupo da Paraíba. E enquanto o Test passeava pelo grindcore e speed metal com sua desenvoltura já tradicional – criando um volume grave de barulho que às vezes arrastava-se e outras disparava, o Papangu expandiu os tentáculos de seu metal pela música nordestina, sacando flauta, gaita e triângulo como contrapontos acústicos da massa sonora do grupo, e pelo rock progressivo, chegando ao extremo de reduzir o show a um piano acústico acompanhado do sax do convidado da banda, o francês Benoit Crauste. Com duas bandas no palco simultaneamente, era inevitável que o encontro vez por outra descambasse para o improviso, fazendo os sete músicos entrarem em combustão espontânea musical. Um soco sonoro, daqueles de tirar o fôlego.

Assista aqui.  

Test vs Papangu: Esquema Tático de Destruição em Massa em Nome do Holoceno

Duas forças do som pesado brasileiro contemporâneo encontram-se nesta terça, no Centro da Terra, quando o duo paulistano Test (acompanhado de Bernardo Pacheco no baixo) e o quarteto paraibano Papangu apresentam-se juntos – e ao mesmo tempo – pela primeira vez, tocando músicas de seus álbuns mais recentes no encontro inédito Esquema Tático de Destruição em Massa em Nome do Holoceno. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente aqui.

Centro da Terra: Fevereiro de 2023

Vamos começar o ano no Centro da Terra? A curadoria de música do nosso querido teatro do Sumaré retoma os trabalhos já no primeiro dia de fevereiro e durante este mês teremos espetáculos de segunda a quarta. A primeira apresentação marca o retorno de Carla Boregas e M. Takara aos palcos do teatro, quando recebem a flautista Marina Cyrino para o espetáculo Grande Massa D’Água já na primeira quarta-feira do mês. Dia 6 é dia de receber o cantor e compositor Lucas Gonçalves, que se reúne a Lucca Simões, apresentando o espetáculo Se Chover. Na primeira terça-feira do mês, dia 7, quem retorna aos palcos do teatro é Izzy Gordon, revisitando o repertório de sua tia, Dolores Duran, numa apresentação que deve transformar-se em disco, ao lado de uma banda formada só por mulheres, incluindo a participação de sua mãe, irmã de Dolores, Denise Duran. Na quarta-feira, dia 8, Anna Vis convida Kauê e Caxtrinho para uma apresentação única, costurando seus repertórios num encontro inédito Mais Que Uma Canção, Menos Que Um Amor. Na segunda-feira dia 13 é a vez de Chico Bernardes repassar canções de seu primeiro disco solo e antecipar algumas de seu próximo álbum, além de fazer algumas versões, no espetáculo Rádio Chico. Na terça, dia 14, a curitibana Bruna Lucchesi traz seu espetáculo Quem Faz Amor Faz Barulho, dedicado à obra, especificamente às canções, do poeta conterrâneo Paulo Leminski. Dia 15 quem apresenta-se no teatro é Sophia Chablau, que vem em versão solo, mostrando canções conhecidas e inéditas no espetáculo Só. E depois do carnaval, no dia 27, primeiro recebemos Marcela Lucatelli, que traz seu Brazilian Songbook pela primeira vez ao Brasil, e, no dia seguinte, dia 28, é a vez do encontro inédito de duas das principais bandas pesadas do Brasil, os paulistanos Test e os paraibanos Papangu. E aproveite para conhecer o novo restaurante Shakshuka, no terréo do teatro, que agora abre desde a hora do almoço – e traz refeições e drinks. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.

Os 50 melhores discos de 2021, segundo a APCA

É sempre assim: dezembro chega e com ele as listas de melhores do ano, mas a lista com os melhores de 2021, feita pelo júri de música popular da Associação Paulista de Críticas de Arte (APCA, da qual faço parte ao lado da Adriana de Barros, José Norberto Flesch Marcelo Costa, Pedro Antunes e Roberta Martinelli) só será revelada no início de 2022. Por enquanto, antecipamos os 50 indicados à categoria Melhor Disco, mostrando como, mesmo com todas adversidades do caminho, foi intensa a produção de música neste ano que chega ao fim. Confira os indicados a seguir.