Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Pipocas na cabeça de Stephen Malkmus!

O irônico metadocumentário Pavements, que lentamente está transformando o histórico e o legado do Pavement para muito além do que eles poderiam imaginar em seus anos clássicos, acaba de dar mais um passo ousado nesta escalada quando seus produtores fecharam um acordo com a rede de cinemas comerciais AMC para exibir, num mesmo dia, o documentário de Alex Ross Perry em 50 salas de cinemas dos EUA. E aproveitando essa deixa, a parceria também deu origem a esse icônico balde de pipocas que vai fazer o público comer diretamente da cabeça do líder da banda, Stephen Malkmus. Bem que eu queria um desses…

Era só um clipe…?

Os Talking Heads fizeram todo esse alarde só pra anunciar um clipe? Tá estranho isso, tem algo a mais aí…

Assista ao clipe abaixo:  

A vez do Tutu Naná

Um dos bons segredos da cena indie de São Paulo começa a ser revelado este ano, quando o quarteto Tutu Naná começa a dinamizar ainda mais sua produção musical. Surgido das cinzas da já clássica banda indie chapecoense John Filme (formada pelo guitarrista Akira Fukai e pelo baterista Fernando Paludo), o grupo começou suas atividades em 2019, quando contou com a entrada da flautista Carolina Acaiah e o baixista e guitarrista Jivago Del Claro, e mudaram-se para São Paulo. Passaram o período pandêmico enfurnados na mesma casa, em que tocavam e gravavam sem parar, material que finalmente vem à tona com o disco Itaboraí, que lançam nesta sexta e que eles antecipam, como aperitivo, a última faixa, batizada “Iara”, em primeira mão para o Trabalho Sujo. Trabalhando com texturas sonoras que vão da microfonia ao eletrônico, o grupo se entrega em viagens sonoras que o colocam em algum ponto sonoro entre o My Bloody Valentine, o Yo La Tengo e o Sonic Youth, sempre com letras em português – cantadas por todos seus integrantes. “Esse disco é uma consequência direta do modo que estamos vivendo, ou seja, o fato de estarmos todos morando sob o mesmo teto tem nos presenteado com recortes sonoros bastante satisfatórios”, explica Jivago. “Outro fator determinante é que temos em mãos o mínimo necessário para gravar e finalizar as faixas, no nosso estúdio caseiro improvisado, e o que mais representa a fase atual da banda seria o imediatismo entre gravação e lançamento”. O título do novo álbum é o nome da rua em que eles estão morando, o que reforça o caráter imediatista do novo trabalho. E antecipam que esse ano ainda terão pelo menos mais um single e um novo álbum, que “tiveram processos totalmente diferentes, envolvendo outras pessoas e lugares”, conclui o baixista.

Ouça a música abaixo:  

Thundercat no Brasil!

O virtuoso baixista Thundercat anunciou mais uma vinda para o Brasil, quando passa por quatro capitais brasileiras logo após fazer shows no México, Argentina e Chile, no próximo mês de agosto. Seus shows no Brasil começam por São Paulo (quando toca na Áudio no dia 20) e passam pelo Rio de Janeiro (dia 21 no Circo Voador), Porto Alegre (dia 23 no Opinião) e Curitiba (dia 24 na Ópera de Arame). O anúncio da turnê faz referência à capa do disco Tropicália ou Panis et Circensis (compare com a capa do clássico disco de 1968 abaixo), uma forma de ele querer agradar o Brasil depois de ter furado três shows que faria no país (justamente no Rio, Porto Alegre e Curitiba) depois de tocar apenas em São Paulo, em 2023. Os ingressos já estão à venda.  

O próximo Sonho

Lindo demais o concerto Voz e Coração que Tagore concedeu ao público que foi ao Centro da Terra nesta terça-feira, quando mostrou várias canções inéditas que comporão seu próximo trabalho, já batizado de Sonho Verão, apenas ao violão, pinçando algumas músicas de ídolos – como Tom Zé (“Todos os Olhos”) e Ave Sangria (“Dois Navegantes”) -, além de repassar por diferentes fases de seu repertório autoral (tocando as faixas-título de seus discos Maya, Barra de Jangada, Movido a Vapor e Pineal). Mas o ápice da noite aconteceu no final, quando convidou dois velhos compadres – “classe de 2015”, como brincou antes do show começar – para dividir o palco, mas em vez de chamá-los um por vez e dividir algumas músicas com cada um deles, Tagore convidou Julito (da banda Bike) e Dinho (dos Boogarins) para subirem juntos no palco, cada um com sua guitarra, deixando os três instrumentos – dois elétricos e um acústico – criar um fluxo de melódico e harmônico em que seus convidados pudessem deslizar suas músicas – “O Enigma do Dente Falso” da Bike e “Erre” dos Booga, em versão baião acústico – numa tríade musical que não pode ficar só nessa única apresentação.

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Tagore: Voz e Coração

Nesta terça-feira recebemos mais uma vez o grande Tagore no palco do Centro da Terra, que traz sua apresentação Voz e Coração para mostrar as músicas de seu próximo trabalho, ainda em elaboração, somente com seu violão. Mas o pernambucano não estará só esta noite, quando também recebe convidados, como Julito Cavalcante da banda Bike e Dinho Almeida dos Boogarins, que o ladeiam nessa travessia abençoada. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

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A segunda edição do Jardim Sonoro vem aí!


Foto: Daniela Paoliello (divulgação)

O museu Inhotim, que fica no interior de Minas Gerais, abre mais uma vez suas portas para a música ao anunciar a segunda edição de seu festival Jardim Sonoro, que esse ano acontece nos dias 11, 12 e 13 de julho. No ano passado, o evento, que acontece em meio às obras de arte do parque-museu já havia marcado o calendário do ano ao reunir artistas como Paulinho da Viola, o coletivo Aguidavi do Jêje, o grupo Sambas do Absurdo e atrações internacionais como Kalaf Epalanga, Joshua Abrams & Natural Information Society, Kham Meslien e Zoh Amba – estive lá o ano passado e foi uma experiência incrível. A edição deste ano conta com a cantora e ativista indígena amazonense Djuena Tikuna, que apresenta o espetáculo Torü Wiyaegü, recriando um ritual de seu povo Tikuna, a mineira Luiza Brina, a paulistana Mônica Salmaso, a cantora franco-estadunidense Cécile McLorin Salvant, a baiana Josyara, a sulmatogrossense Tetê Espíndola, o grupo baiano Ilê Aiyê e a multiartista mineira Brisa Flow. “O festival segue dando ênfase a uma experiência que conecta arte, natureza e música e após o primeiro ano, percebemos que esses três elementos poderiam ser rearranjados conceitualmente a cada nova edição”, explica a nova curadora, Marilia Loureiro. “Na segunda edição, pensamos quais obras e quais paisagens do museu poderiam reverberar o partido curatorial que queremos explorar em 2025 – a voz -, por isso, os palcos serão montados em novos locais, tendo em conta as obras e a natureza dos arredores, bem como os percursos feitos pelas pessoas visitantes até as atrações musicais.” O Palco Desert Park fica localizado próximo à obra Desert Park, de Dominique Gonzalez-Foerster, em meio à vegetação do parque e próximo à Galeria Adriana Varejão, Galeria Galpão e ao Vandário. O outro palco, Piscina, ficará perto da obra de mesmo nome, feita de Jorge Macchi. “Redesenhar uma experiência imersiva nova a cada edição que conecte arte, natureza e música é, provavelmente, nosso maior desafio curatorial, mas também o que mais nos estimula a seguir com o Jardim Sonoro”, conclui. O festival é gratuito para quem visitar o parque nos dias do evento.

Preparando o mês

Muito bom o início de temporada de Rubinho Jacobina no Centro da Terra, quando começou a mostrar em público músicas que deverão ser a base de seu próximo álbum, entre elas parcerias com Otto, Nina Becker, Domenico Lancelotti e outros camaradas. Além de seu sagaz violão jorgebeniano – sua mão direita amacia bem o groove acústico como poucos de seus contemporâneos conseguem -, Rubinho esteve acompanhado de uma cozinha montada para essa temporada, quando reuniu o baixo de Gabriel “Bubu” Mayall à bateria de Theo Ceccato, os três desvendando juntos os mistérios das músicas inéditas de Jacobina. Além delas, também pinçou músicas menos conhecidas de nosso cancioneiro, como faixas de Jackson do Pandeiro e um literal lado B de Adoniran Barbosa, “Mimoso Colibri”, que quando lançada estava no outro lado do compacto “Saudosa Maloca”, e encerrou a apresentação depois que o público pediu bis e ele sacou um de seus hits, a ótima “Artista é o Caralho”. Bom demais.

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Rubinho Jacobina: Segurando a Chama

O mês de junho no Centro da Terra começa com a temporada que o carioca Rubinho Jacobina faz nas segundas-feiras do mês, quando apresenta a temporada Segurando a Chama ao lado de seus compadres Gabriel “Bubu” Mayall (no baixo) e Theo Ceccato (na bateria). Em quatro datas, eles investigam o que será o quarto disco solo de Rubinho, que testará as canções pela primeira vez no palco, além de buscar clássicos da música brasileira que foram cruciais para sua formação. Na primeira segunda, dia 2, ele apresenta-se apenas com seu novo trio para receber, nas semanas seguintes Sílvia Machete (dia 9), Péricles Cavalcanti (dia 16) e Juliana Perdigão (dia 23), sempre experimentando como será seu novo trabalho. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

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Os Talking Heads vão voltar!?!?!?

Os Talking Heads vão voltar!?!?!? Eu não estou preparado pra isso. O grupo acaba de postar em suas redes sociais a data 5 de junho de 2025 ao som da famigerada linha de baixo de “Psycho Killer” e com a mesma fonte de seu primeiro disco, Talking Heads ‘77. Importante notar que a data coincide com o aniversário de 50 anos do primeiro show que a banda deu com esse nome, ainda como um trio, dividindo a noite com os também então desconhecidos Ramones. E como vocês se lembram, os quatro voltaram a se conversar devido ao relançamento do filme Stop Making Sense, inclusive admitindo terem resolvidos questões pessoais que levaram ao fim da banda, nos anos 80. Ai meu coração…

Veja abaixo: