Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Morreu Ric Ocazek, fundador do grupo new wave Cars e produtor de discos clássicos do Weezer, Bad Brains, Bad Religion e Suicide.
O cantor e compositor paulistano Thiago Pethit convidou o grupo de tambores femininos Mbeji para lançar seu disco Mal dos Trópicos neste domingo, às 18h, no Centro Cultural São Paulo (mais informações aqui).
Um agradecimento público.
Daniel Johnston – “Sorry Entertainer”
Daniel Johnston – “Follow That Dream”
Daniel Johnston + Yo La Tengo – “Speeding Motorcycle”
Daniel Johnston – “Speeding Motorcycle”
Daniel Johnston – “Casper”
Daniel Johnston – “The Beatles”
Daniel Johnston – “Too Young To Die”
Daniel Johnston – “More Dead Than Alive”
Daniel Johnston – “Grievances”
Daniel Johnston – “Devil Town”
Daniel Johnston – “Life in Vain”
Daniel Johnston – “Circus Man”
Daniel Johnston – “Spirit World Rising”
Daniel Johnston – “Dead Lover’s Twisted Heart”
Daniel Johnston – “Like a Monkey in a Zoo”
Daniel Johnston – “This Song”
Daniel Johnston – “I Can’t Think Anymore”
Daniel Johnston – “True Grief”
Daniel Johnston – “Casper the Friendly Ghost”
Daniel Johnston – “The Dead Dog Laughing In The Cloud”
Daniel Johnston – “Heartbreak Hotel”
Daniel Johnston – “Pot Head”
Daniel Johnston – “Love Defined”
Daniel Johnston – “Evening Stars”
Daniel Johnston – “Blue Cloud”
Daniel Johnston – “Joy Without Pleasure”
Daniel Johnston – “Take a Little Walk”
Daniel Johnston – “True Love Will Find You In The End”
Parte do repertório dos shows de João Gilberto nunca foi gravada – canções que ouvia no rádio quando ainda morava na Bahia, que não chegou a registrar em disco e que eram lapidadas, lentamente, em seus shows pelo mundo. O espetáculo Rei Sem Coroa, idealizado por Paulo Carvalho e Kassin com as presenças das cantoras Nina Becker e Mãeana, estreia neste sábado no Centro Cultural São Paulo, às 19h, e traz justamente este repertório inexplorado do maior nome da nossa música (mais informações aqui).
Quando foi anunciado que Lana Del Rey, Ariana Grande e Miley Cyrus fariam uma colaboração para a trilha sonora do remake de As Panteras, havia uma enorme sensação de balaio de gatos, algo como se a faixa fosse apenas uma desculpa para colocar três cantoras que são propriamente semelhantes num mesmo patamar.
Na prática, é exatamente isso o que acontece, mas tudo tem uma função específica aí. O principal recorte da música – que é boa, mas esquecível – é que Ariana Grande seria a principal cantora pop da atualidade, uma vez que ela é a figura central do clipe, que canta o refrão e que carrega o comunicador com o qual As Panteras ficam sabendo de suas missões. Miley Cyrus entra mais uma vez para mexer em sua marca pública – depois de passar um ano se fazendo de boa moça, ela volta agora fantasiada de boxer, esmurrando agressividade. Mas o que me chamou a atenção foi a inclusão de Lana Del Rey neste time (bem como todo o alarde ao redor de seu novo álbum, como se ele não fosse exatamente o que Lana tem feito nos últimos anos). Em vez de ela surgir diva do pop botando todo mundo pra dançar – o que seria bem estranho da parte dela -, sua parte desacelera o tempo da música para encaixar-se em seu universo hipnótico em câmera lenta. É a única parte da música realmente interessante – pena que é quase no fim e que logo acaba.
Estava no metrô quando Stela Campos me mandou uma mensagem. “Matias, beleza? No calor da emoção ontem, escrevi um texto sobre a nossa experiência como banda do Daniel Johnston”, ela me lembrou do show que perdi de nosso recém-falecido ídolo indie e por seu texto, pude reviver o momento que não vivi. Uma das grandes fãs de Johnston no país (autora de um EP em homenagem a ele), Stela havia tocado teclado na banda que acompanhou o show que ele fez em São Paulo em 2013 (organizado e bem lembrado pelo Lucio, no obituário escrito para a Folha). “Lembrei de você. Queria te mandar pra ver se você não anima de colocar em algum lugar. Sei lá… Só uma ideia”. Nenhuma ideia é “só uma ideia”, Stela – ou melhor “só uma ideia” às vezes é tudo isso. Por isso, segue a inspirada e tocante lembrança de Stela daquele encontro há seis anos, bem como o melhor registro daquela noite (o curta Devil Town: Daniel Johnston in São Paulo). Johnston é desses artistas que sua mera lembrança é suficiente para que sua importância siga resistindo. Obrigado.
Uma noite para lembrar- some things last a long time
Por Stela Campos
Estávamos em uma passagem de som, daquelas infinitas, tensa. Fazia uma hora que tocávamos sem a certeza de que nosso herói iria ou não testar o som com a gente. Faltavam algumas horas para fazer a apresentação para a qual ensaiamos por meses, sempre imaginando como seria quando ele assumisse de verdade a voz naquelas canções.
De repente, lá vem ele. Meio desengonçado, descabelado, do jeito que achamos que seria, mas passa reto e sem olhar pro lado. Nós no palco nos olhamos com um misto de excitação e medo. Afinal, ali estava ele se materializando na nossa frente. Ao mesmo tempo, o frio na barriga crescia, pois ele nos ignorou solenemente.
Resolvemos que o melhor a fazer era continuar a tocar. A música foi se espalhando pela casa de shows vazia. Ele sentado lá longe, autografando cartazes, começa a escutar. As notas vêm e vão. Então, ele se levanta e caminha em nossa direção, como se estivesse sendo atraído pela sonoridade da própria obra.
Ele sobe no palco, assume o microfone, ainda sem olhar. Diz que não queria tocar o teclado que a produção tinha conseguido para ele. A tensão se espalha. Ele olha para a guitarra do meu companheiro de banda, Adriano, e a pede emprestada. Com orgulho do mito tocar com seu instrumento, meu amigo abre um sorriso. Ele também.
Depois de cantar e tocar duas músicas sozinho, chega a nossa vez. A tensão continua. O irmão dele avisa que pode ser que ele não queira passar música nenhuma e que isso é normal. Começamos a tocar. Minutos depois, ele fecha os olhos. Pouco a pouco, vamos relaxando. A música acontece. De olhos fechados, meio hipnotizado, parece que gosta. Resolve então fazer um show só para a gente. Tocamos todas as músicas que tínhamos ensaiado para o show e mais algumas.
Uma viagem sonora como sempre sonhamos. Para nosso deleite, a passagem parecia não ter fim. Ficamos suspensos naquela comunicação musical sem intervalos. Acabamos muito emocionados com toda aquela sinergia. O irmão, feliz, diz que nem sempre é assim. Naquela época, em todos os lugares por onde ele passava, era acompanhado sempre por uma banda formada por músicos fãs locais. Um privilégio estar entre eles.
No fim da passagem de som, pego um CD com o EP onde gravei cinco músicas dele, em casa, em uma longa noite em 2005. Nunca pensei que um dia poderia entregar isso pessoalmente para ele. Mas, aconteceu. Ele pegou, olhou, olhou e demorou para entender que naquela arte linda, lá estava ele com fitas cassete saindo da cabeça e que eu tinha gravado suas músicas.
Quando percebeu tudo, me deu um abraço apertado e sussurrou coisas no meu ouvido que eu não consegui entender direito. Não importa, a missão de quase uma vida estava cumprida. Saí muito feliz dali. Na hora do show, foi lindo. Deu tudo certo, ele cantou tudo, trocou a ordem de uma música ou outra na hora, mas tiramos de letra. Já tínhamos estabelecido uma conexão musical com ele. A plateia sorveu cada palavra, cada acorde, com muito amor.
No camarim, ele ofereceu pizza e refrigerante para todo mundo. Pacientemente, autografou o cartaz do show que hoje fica pendurado em cima do meu piano. Some things last a long time….
Daniel Johnston: voz, guitarra
Adriano Mitocondrias: guitarra
Andre Pagnossim: guitarra
Alan Feres: Baixo
Vini Pardinho: bateria
Stela Campos: teclado
Mais uma vez Céu me chamou para escrever o texto de apresentação de seu disco – e em seu quinto álbum, chamado Apká! e lançado de surpresa nesta sexta-feira, a cantora paulista repete o time de produtores que inclui Pupillo e Hervé Salters, resumindo sua trajetória musical ao mesmo tempo em que aponta para novos caminhos para seu futuro próximo – inclusive, como intérprete, lançando canções que Caetano e Dinho dos Boogarins fizeram para ela.
Timbres sintéticos, beat digital, vazios sônicos, um “olá” dissimulado, uma protagonista artificial – “Off (Sad Siri)”, faixa que abre o quinto disco da cantora paulistana Céu, parece dar uma ideia oposta à vibração que paira sobre esta nova obra. Composto logo após o nascimento de seu segundo filho e gravado no início deste ano, APKÁ! – assim mesmo, com maiúsculas e exclamação – consolida a jornada inicial da carreira da cantora e compositora mais importante de sua geração num disco quente e minimalista, que junta extremos sonoros, temáticos, musicais e conceituais como se repassasse as viagens que ela fez em seus discos anteriores. E faz com que ela deixe esta crisálida transformada em uma nova compositora e intérprete, pronta para começar uma nova fase de sua carreira.
O título veio do caçula Antonino, uma expressão gritada pelo bebê de apenas um ano para designar satisfação plena. Sorrindo feliz, o filho de Céu com o produtor e baterista Pupillo berra a estranha palavra inventada para mostrar que está feliz com tudo que acabou de acontecer, seja uma refeição ou uma brincadeira, num misto de excitação, plenitude e agradecimento. E, de certa forma, APKÁ! é Céu fazendo exatamente isso – em forma de música.
Ainda em “Off (Sad Siri)”, ela já começa a mostrar a colcha musical que compõe o novo trabalho, reunindo teclados chorosos e um violão melancólico aos seus vocais sussurrados e entrelaçados com os do vocalista congolês Leonardo Matumona, um dos poucos convidados do disco. Ao seu redor, ela repete o mesmo time do festejado Tropix, seu disco anterior: o francês Hervé Salters, da banda General Elektriks, repete seu papel como coprodutor e tecladista, bem como o baixista e fiel cúmplice Lucas Martins e Pupillo na bateria, programações e coprodução. O guitarrista Pedro Sá, que já tinha participado do disco de 2016, consolida o quarteto que acompanha Céu por quase todas as faixas. Aliadas à primeira, as duas faixas seguintes, “Coreto” (que foi composta com Gal Costa na cabeça) e “Forçar o Verão” fazem a ponte direta com o universo noturno da pista de dança do disco anterior, mas APKÁ! está longe de um Tropix 2.
Isso começa a se provar a partir da difusa “Corpocontinente”, que abre um atalho inusitado no percurso fluido que o disco parecia optar. Psicodélica em câmera lenta, ela começa a mostrar que Céu passa a experimentar para além do que poderia ser facilmente associado à sua produção: a partir da quarta canção, as composições, os vocais e os arranjos musicais – tudo inspecionado pessoalmente pela própria Céu -, começam a fundir as diferentes influências e referências musicais que exibiu em toda discografia.
Seus discos anteriores poderiam ser resumidos em determinadas paisagens: enquanto o homônimo disco de estreia apresentava-a ao lado de sua paleta inicial de influências (do samba ao reggae, passando por rock, MPB, soul, pop e música africana), os seguintes a fizeram percorrer por diferentes ambientes, quase todos imaginários: Vagarosa descia pela árvore genealógica do reggae, Caravana Sereia Bloom explorava o deserto e a estrada, Tropix era noturno, sintético e dançante. APKÁ! converge estes diferentes universos ao mesmo tempo em que apresenta novas experiências musicais. No novo disco, Céu experimenta novas formas de composição e novas formas de utilização de sua voz, cada vez mais segura de sua personalidade artística e de como consegue trazê-la para a superfície.
Dois dos bons exemplos estão nas duas únicas versões do disco – momentos desafiadores especificamente para Céu. Ela que é uma das principais responsáveis por mostrar para toda uma geração de cantoras que era possível compor em vez de apenas interpretar – papel das principais vozes femininas da história da música brasileira -, em APKÁ! se reinventa como intérprete a partir de composições inéditas que pediu para que dois compositores distintos – Caetano Veloso e Dinho, dos Boogarins.
“Pardo”, de Caetano, é uma das grandes composições do baiano neste século e ganha um corpo quase mágico na voz de Céu, que convidou Seu Jorge para cantarolar seu refrão sem palavras. “Make Sure Your Head is Above” foi uma encomenda inédita que Céu fez para Dinho – compor em inglês. O resultado é uma das melhores canções da carreira do compositor goiano, jogando uma luz solar pouco vista em seu grupo original. Esta faixa, um dos pontos centrais do disco, conta com um convidado de luxo, o guitarrista norte-americano Marc Ribot, que acompanha a cantora e Pupillo, fazendo discretos beats, numa canção deslumbrante. Nas duas composições, momentos únicos de APKÁ!, Céu domina seu timbre criando universos sonoros únicos a partir da relação de sua voz com os outros instrumentos – mostrando como já está partindo para outra forma de lidar com as canções, mesmo apenas como intérprete.
Como autora, mantém este amálgama musical pelo resto do disco, buscando graves gordos da Jamaica, guitarras desérticas, beats artificiais, em que seu surge cada vez mais confiante de si. “Nada Irreal” sobe ao espaço sideral em belos arpeggios digitais, “Fênix do Amor” resume um renascimento artístico ecoando tecnopop, pós-punk e electro, a deliciosa “Rotação” é tão radiofônica quanto experimental. Quase ao fim do disco, “Ocitocina (Charged)”, entrega sua principal influência. É uma canção sobre o parto de seu filho mais novo, cheia de metáforas e analogias que tornam-se evidentes na hora em que ela a batizou com o nome do hormônio liberado pelas gestantes pouco antes de dar a luz. Ela quis capturar a sensação mágica do parto, que joga a mulher para um lugar “fisicamente inexistente, mas sensorialmente real – pra dentro de si mesma”, um lugar imaginário que ela chama brincando de “partolândia” (que quase foi o título da canção).
O disco não foi apenas batizado por Antonino, mas puxado por sua existência. Gerido musicalmente enquanto o filho era gestado, começou a tomar forma logo que o menino nasceu. “Ocitocina” foi a primeira música a tomar forma quando ela começou a pensar no disco, no segundo semestre de 2018, e logo que ela conseguiu o primeiro rascunho de canções, pegou o filho e foi sozinha para Berlim, cidade em que mora Hervé, amigo e um dos produtores do disco, depois de trabalhar várias músicas com o outro produtor, Pupillo, ainda no Brasil. O pouco tempo que ficaram sozinhos – acompanhados do recém-nascido – serviu para consolidar as canções que foram finalizadas no Brasil no início de 2019. O disco termina tão artificial quanto começou, com a dupla Tropkillaz, transformando Céu numa diva dance androide.
APKÁ! parece inofensivo – como um bebê – mas é cheio de camadas de interpretação – como um bebê. “Alpha by night” é um programa de rádio ou uma senha para uma caçada noturna? Quem são os protagonistas de “Pardo”? As faixas de abertura e encerramento são irmãs? “Forçar o Verão” é uma música sobre o momento político atual do Brasil? “Fênix do Amor” é sobre a própria Céu? Ela dá as respostas, nem se importa com elas, só provoca.
Angel Olsen lança mais uma faixa de seu próximo álbum, All Mirrors, previsto para o mês que vem – e “Lark” é tão deslumbrante e épica quanto a faixa-título que foi lançada como o primeiro single.
Discão à vista, hein?
“Quando a gente quer sair de um disco para o outro, mas sair mesmo – ir de uma visão e abordagem à outra bem diferente –, às vezes leva tempo”, me conta a cantora e compositora pernambucana Lulina sobre seu novo disco, Desfaz de Conta, que chega às plataformas digitais nesta sexta-feira. “Muita coisa que compus nos dois anos seguintes ao lançamento de Pantim, de 2013, tinha mais a ver com o Pantim do que com uma nova direção. Gosto de sair de um campo gravitacional musical e ficar perdida, flutuando, até ser puxada a outra situação que eu nem sabia que existia. E nesse trajeto, produzo e lanço meus discos caseiros, que são experimentos que desenham esse caminho de aprendizado e dão pistas de pra onde estou indo, mesmo que a rota mude repentinamente. Às vezes, esse caminho parece uma areia movediça, onde é preciso ter paciência com as frustrações. E de repente, a coisa vira uma pista de decolagem.”
Desfaz de Conta – que ela antecipa capa, feita pelo coletivo Bloco Gráfico, e nome das músicas em primeira mão para o Trabalho Sujo, abaixo – é, portanto, o primeiro disco de Lulina em seis anos, justo ela que é conhecida pela proficiência musical e que, anos antes de gravar seu primeiro álbum (Cristalina, que completa dez anos em 2019), lançava CD-Rs com versões caseiras de músicas que compunha de forma exponencial. O disco é um salto em relação aos trabalhos anteriores, principalmente pela agilidade que ela conseguiu no estúdio – onde mostrou as músicas pela primeira vez aos músicos que a acompanharam, também pela primeira vez.
O processo que culminou no novo disco – que já tem dois singles lançados, “Quem é Quem” e “O Que é o Que” – começou em 2014 mas passou a ganhar forma há dois anos, quando ela passou a dividir as composições com o amigo Ronaldo Evangelista e levou cerca de 40 canções para o produtor Maurício Tagliari começar o trabalho do zero. “Foi quando o Maurício sugeriu os músicos que deveriam dar forma a essas novas canções e colocou um desafio: não usar bateria em hipótese alguma, só percussão”, ela continua. Tivemos “um primeiro encontro com Thomas Harres e Gabriel Bubu pra ouvir juntos as gravações caseiras e dividir as primeiras impressões de arranjos possíveis. E o segundo encontro já foi em estúdio pra gravar, um mês depois, criando no improviso, sem nunca termos tocado juntos. Não fizemos mais do que dois ou três takes de cada canção, mas a maioria foi de primeira mesmo, um processo leve e divertido. Em quatro noites e um horário de almoço tínhamos o disco pronto”, ela lembra, falando das gravações que começaram no fim do ano passado. Além de Thomas e Bubu, o disco ainda conta com percussões de Igor Caracas, guitarras do próprio Maurício, synths e pianos de Dudu Tsuda, além de parceiros como Maurício Pereira, Guizado, Paulo Freire e Missionário José.
“Já admirava todos eles eu e há tempos queria inventar algo junto, mas foi o Maurício que coordenou essas combinações”, ela continua. “Para descobrir como seria essa formação ao vivo, fiz uma série de experimentos em shows chamados Onde é Onde, um na Casa Plana, outro no Centro da Terra e um último no CCSP. Em cada um, testei formatos inusitados, misturei músicos diferentes, improvisei arranjos novos. Comecei com três músicos me acompanhando, depois quatro, depois cinco. Espero fazer um show de lançamento com todos eles juntos, mas enquanto isso, experimento essas mutações, que são divertidas.”
Quando pergunto sobre o tema central do novo disco ela sai pela tangente. “Tem um tema central que costura diversos outros temas, mas explicar isso tira um pouco da graça, não? Acho que o nome do disco já dá uma pista. Além do mais, como diz a letra de uma das canções: ‘tudo o que se conta tem que dar um desconto, pois quem conta faz parte do conto'”, desconversa. “Tem só uma curiosidade que eu queria mencionar: boa parte das canções foram compostas durante ou após um banho quente – e isso é outra pista”, diverte-se.
E mesmo sem ter lançado o disco direito, ela já está com fome criativa: “Já tô com vontade de gravar um novo disco caseiro!”
“O Que é O Que”
“N”
“Cantor Pop dos Sonhos”
“Sina ou Sinal”
“Cansada de Alegria”
“Banheiros Produtivos”
“Tudo Se Desfaz de Conta”
“Vuco-Vuco”
“Carne Burro”
“Tem Coisa Aqui”
“Toda Solidão”
“Quem é Quem”
“Spoiler da Vida (Mayday)”
“Sorriso”
A banda cearense Selvagens à Procura de Lei comemora dez anos de atividade e inicia as atividades do novo disco Intuição nesta quinta-feira, às 21h, no palco do Centro Cultural São Paulo (mais informações aqui).