Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
A apresentação de Billie Eilish no Tiny Desk Concert (uma semana depois da participação do Tame Impala) traz só duas músicas – e ao escolher duas novas canções, “My Future” (infelizmente sem a parte mais dançante) e “Everything I Wanted” e concentrar seu show na parceria com o irmão Finneas (cada vez mais em cena), ela deixa aquele gostinho de quero mais…
Que maravilha…
No início do ano, para aproveitar o lançamento da versão em vinil do disco ao vivo Copenhagen do Galaxie 500, a gravadora norte-americana Persona Non Grata estava organizando uma apresentação no Record Store Day para trazer bandas para a loja nova-iorquina da Rough Trade e fazer um show com bandas tocando músicas do saudoso grupo indie. Mas com a pandemia e a quarentena, o projeto teve de ser reestruturado e tornou-se uma série de apresentações ao vivo gravadas remotamente incluindo nomes contemporâneos e influenciados pela clássica banda. Separei aqui as versões que o Mercury Rev, Thurston Moore, Glenn Mercer (dos Feelies), Surfer Blood, Barbara Manning, Hamilton (do grupo inglês British Sea Power), Mark Lanegan, Stephin Merritt, Calvin Johnson, Real Estate, Versus, Winter, entre outros, tocando canções imortais do grupo ou variações de versões clássicas feitas pelo grupo para músicas do Velvet Underground, do New Order e dos Rutles.
Você confere todas as versões lá no site oficial do projeto. Que banda!
Partiu de uma conversa sobre dois dos filmes mais comentados de 2019, Uma História de Casamento e Midsommar, que falam sobre relacionamentos caindo aos pedaços e partir daí, eu e André Graciotti puxamos uma discussão sobre as vezes em que o cinema discutiu relacionamentos e abriu questões sobre a vida em casal em filmes emblemáticos. No decorrer desta edição do Cine Ensaio falamos sobre Ingmar Bergman, Woody Allen, Richard Linklater, Blue Valentine, (500) Dias com Ela, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e vários outros filmes.
Eis o Festa-Solo da semana passada, a versão ao vivo do Vida Fodona que eu gravo toda segunda, às 21h, no twitch.tv/trabalhosujo, – hoje tem!
Portishead – “All Mine”
Luiza Lian – “Santa Bárbara”
DJ Shadow – “What Does Your Soul Look Like, Pt. 4”
Björk – “Hunter”
Letrux + Liniker – “Sente o Drama”
Caribou – “You and I”
Tame Impala – “Is It True (Four Tet Remix)”
MGMT – “Electric Feel (Aeroplane Remix)”
Arcade Fire – “Reflektor”
Sister Sledge – “He’s the Greatest Dancer”
Will Smith – “Gettin’ Jiggy With It”
Whitest Boy Alive – “Burning”
Ed Sheeran – “Shape Of You”
Queen – “Play the Game”
Pulp – “This is Hardcore”
Jane Weaver – “H>A>K”
National – “Brainy”
Jesus & Mary Chain – “Just Like Honey”
Dionne Warwick – “Walk On By”
David Bowie – “Life on Mars”
Sia – “Chandelier”
Bob Marley & The Wailers – “So Much Things to Say”
Police – “Don’t Stand So Close To Me”
Otto – “Soprei”
Chico Buarque – “Meu Caro Amigo”
Karina Buhr – “Guitarristas de Copacabana”
Junio Barreto – “Qualé Mago”
Jupiter Apple – “Collector’s Inside Collection”
Jards Macalé – “Let’s Play That”
Caetano Veloso – “Nine Out of Ten”
Picassos Falsos – “Marlene”
Fellini – “A Melhor Coisa Que Eu Fiz”
Ava Rocha – “Caminando”
Doors – “My Wild Love”
Bonifrate – “100%”
Estou comentando cada episódio da série Lovecraft Country, produzida por JJ Abrams e Jordan Peele e inspirada no universo de H.P. Lovecraft num programa semanal chamado Lovecraft Country Blues. Saca só:
Quando a nostalgia é muita, o santo desconfia… E o anúncio que Dua Lipa lançaria uma versão de seu excelente Future Nostalgia inteirinho remixado com um time de convidados de peso criou uma expectativa de elevar ainda o patamar de um disco perfeito para a pista de dança. O primeiro single, com as participações de Madonna e Missy Elliott, não era nada revolucionário, mas às vezes era só pra botar banca… E quando o time completo de convidados revelou-se conter nomes como Joe Goddard (Hot Chip e LCD Soundsystem), Masters At Work, Dimitri From Paris, Gwen Stefani, Mark Ronson e Jacques Lu Cont, entre outros, parecia que o disco realmente poderia atingir as expectativas, mas foi só Club Future Nostalgia aparecer nesta sexta para perceber que, por mais que diferentes nomes tenham sido chamados, o disco soa como uma coisa só, sem tanta diversidade. E o que poderia ser coesão, no fim é uma camisa de força ao redor de praticamente um único BPM – bem diferente do disco original, diga-se de passagem -, soando como uma versão daqueles remixes de rádio FM nos anos 90 que colocavam qualquer música na mesma batida repetitiva, estéril e constante, sem requebrar nem dar respiro. Talvez tenha a ver com a produção do disco todo vir assinada por Blessed Madonna (o novo nome da antiga Black Madonna), que tirou a alma de um disco perfeito para fazer um comercial genérico de música eletrônica, um desserviço ao próprio conceito de remix. E aí nem Mark Ronson pedindo Neneh Cherry ou Dmitri From Paris citando Jamiroquai salvam a festa…
Uma pena: maculou o nome de um disco nota 10.
Mudamos mais uma vez o tema do programa em cima da hora porque neste sábado o Spike Lee vai realizar sua block party em homenagem ao Michael Jackson pela primeira vez online. Foi a deixa para que eu e Dodô discutíssemos sobre a importância deste que, mesmo após sua vertiginosa queda de popularidade, escândalos e morte, segue como nosso principal paradigma de rei do pop – e não só da música!
Que notícia triste a morte do jovem Chadwick Boseman. Mais conhecido por viver o icônico protagonista do filme Pantera Negra, da Marvel, ele exaltou sua negritude ao encarnar personagens emblemáticos do século passado no cinema, como James Brown, o juiz Thurgood Marshall (o primeiro juiz negro a chegar à suprema corte dos EUA) e o jogador de beisebol Jackie Robinson (o primeiro negro a jogar na primeira divisão do esporte), além de ter participado do filme mais recente de Spike Lee, Destacamento Blood. Ele deixou pronto o filme Ma Rainey’s Black Bottom, baseado numa peça de August Wilson, com produção de Denzel Washington e Viola Davis no elenco. Morreu vítima de um câncer que lhe perseguia há quatro anos e deixa um curto legado de exaltação à cultura negra com filmes já clássicos.
Um dos discos mais bonitos da virada do milênio ganha merecido tratamento de luxe em seu aniversário de vinte anos, quando o grupo norte-americano Grandaddy não apenas traz o perfeito The Sophtware Slump em uma versão em quatro LPs, incluindo o disco original remasterizado, EPs que nunca saíram em vinil, demos e sobras de estúdio. Mas o grande atrativo da caixa é uma releitura que o líder da banda, Jason Lytle, gravou em casa agora em 2020 somente ao piano, batizando-o de The Sophtware Slump… On a Wooden Piano e reforçando o clima de solidão e desilusão que o disco carregava. O grupo antecipou uma das versões ao anunciar o box de aniversário, mostrando a bela “Jed’s Other Poem (Beautiful Ground)”.
Gravado pela banda indie de Modesto, na Califórnia, no final dos anos 90, The Sophtware Slump cogitava um futuro em que toda eletrônica torna-se obsoleta após alguma espécie de apocalipse, transformando o fim do mundo em algo pastoril e lento (embora não menos desesperador), como uma espécie de anti-OK-Computer. Escrevi sobre o disco quando ele foi lançado, há vinte anos.
A caixa já está em pré-venda, chega às lojas em novembro e traz tudo isso:
LP1: The Sophtware Slump
“He’s Simple, He’s Dumb, He’s the Pilot”
“Hewlett’s Daughter”
“Jed the Humanoid”
“The Crystal Lake”
“Chartsengrafs”
“Underneath the Weeping Willow”
“Broken Household Appliance National Forest”
“Jed’s Other Poem (Beautiful Ground)”
“E. Knievel Interlude (The Perils of Keeping It Real)”
“Miner at the Dial-a-View”
“So You’ll Aim Toward the Sky”
LP2: The Sophtware Slump ….. on a wooden piano
“He’s Simple, He’s Dumb, He’s the Pilot (Piano Version)”
“Hewlett’s Daughter (Piano Version)”
“Jed the Humanoid (Piano Version)”
“The Crystal Lake (Piano Version)”
“Chartsengrafs (Piano Version)”
“Underneath the Weeping Willow (Piano Version)”
“Broken Household Appliance National Forest (Piano Version)”
“Jed’s Other Poem (Beautiful Ground) (Piano Version)”
“E. Knievel Interlude (The Perils of Keeping It Real) (Piano Version)”
“Miner at the Dial-a-View (Piano Version)”
“So You’ll Aim Toward the Sky (Piano Version)”
LP3: Rarities 2000-2001
“He’s Simple, He’s Dumb, He’s the Pilot (Original Introduction)”
“L.F.O”
“Wonder Why in L.A.”
“I Don’t Want to Record Anymore
“Chartsengrafs (Demo Version)”
“Xd-Data-II”
“Air Conditioners in the Woods”
“Our Dying Brains”
“Moe Bandy Mountaineers”
“Rode My Bike to My Stepsister’s Wedding”
“Beautiful Ground (Original Cassette Tape Demo)”
“Street Bunny”
“N. Blender”
LP4 Rarities 2000-2001:
“First Movement / Message Fade”
“Hewlett’s Daughter (Original Cassette Tape Demo)”
“What Can’t Be Erased (Drinking Beer In The Bank Of America With Two Chicks From Tempe Arizona)”
“Aisle Seat 37-D”
“She Deleter”
“Hand Crank Transmitter”
“Jeddy 3’s Poem”
“MGM Grand”
“Protected from the Rain”
“Wives of Farmers”
“Fare Thee Not Well Mutineer (2000)”
Um pouco mais introspectivo…
Stephen Malkmus – “Love the Door”
Def – “Paraquedas (Boddah)”
Clash – “One More Time”
Tatá Aeroplano – “Deixa Voar”
Kamasi Washington – “Truth”
Bruno Schiavo – “Lambada”
Tommy James & The Shondells – “Crimson & Clover”
Fernê – “Consolação”
Deerhunter – “Heatherwood”
Nomade Orquestra + Juçara Marçal – “Poeta Penso”
Clairo + Danielle Haim – “Bags”
Boogarins – “João 3 Filhos”
Unknown Mortal Orchestra – “Secret Xtians”
Laura Lavieri – “Desastre Solar”/”Radical”
Ariana Grande – “Thank U, Next”