Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

28 anos do Trabalho Sujo

Pode ir me dando os parabéns que nessa segunda-feira o Trabalho Sujo completa 28 anos. Em pleno retorno de Saturno, minha principal obra também começou numa segunda, dia 20 de novembro de 1995, quando inaugurei uma coluna impressa num caderno de cultura num jornal do interior de São Paulo trabalhando como frila e cá me pego pensando na importância que este dia de abertura da semana tem na minha jornada. Mas mais do que dar mais outra volta na alameda das lembranças ou cogitar as futuras possibilidades profissionais (e pessoais, claro) que este nome-fantasia segue me abrindo como sempre fez nestes quase trinta anos, firmo apenas o passo em mais um degrau desta escalada pasmo com a longevidade desta marca (contemporânea – e em muitos caso, bem mais velha – de um naco considerável da minha vida social) ao mesmo tempo em que, convicto, sei da importância de fazer e seguir em frente, sem ficar olhando pra trás. Por isso acenda aí uma vela em comemoração a esta festa interminável que eu estou acendendo outra daqui – afinal de contas, nada disso faz sentido se não se eu não me conecto com o outro lado: você. Saúde!

“No color, no contrast”

O segundo show de Luiza Villa celebrando os 80 anos de Joni Mitchell foi mais à vontade que a primeira apresentação e mesmo o peso de tocar no Blue Note não intimidou a cantora e seu grupo, todos mais livres e confortáveis após a inevitável tensão da primeira noite. Todos os músicos tiveram seus momentos de destaque, mas Luiza especificamente deixou o público à sua disposição, passando por cima de eventuais percalços com muita graça e desenvoltura, como quando não lembrou do início de “Hissing of Summer Lawns”, música em que não toca nem violão ou guitarra e deixa completamente solto seu principal instrumento: sua voz. Foi demais.

Assista aqui:  

Todo o show : Blur ao vivo na Cidade do México (18.11.2023)

Alguma boa alma subiu a íntegra do show que Blur fez neste sábado na Cidade do México, na mesma turnê que, nos próximos dias, passa nessa terça-feira por Bogotá, sexta que vem por Santiago e no outro domingo por Buenos Aires SEM PASSAR PELO BRASIL. Para quem não se aventurou a encontrar o grupo em alguma dessas capitais do nosso continente, resta assistir aos vídeos que estão fazendo online e ver como a banda está excelente, mesmo com mais de três décadas de carreira.

Assista abaixo:  

Both Sides Now – Joni Mitchell por Luíza Villa @ Blue Note São Paulo neste domingo

E lá vamos nós para mais uma sessão de celebração da vida e obra de uma das maiores compositoras do século 20. Joni Mitchell completa 80 anos neste mês de novembro e Luiza Villa mais uma vez faz sua homenagem à mestra, acompanhada de sua fiel banda: Pedro Abujamra nas teclas, João Pedro Ferrari no baixo, Tomé Antunes na guitarra e violão e Tommy Coelho na bateria. O espetáculo Both Sides Now desta vez acontece no Blue Note São Paulo (Av. Paulista, 2073, com entrada pelo Conjunto Nacional) neste domingo, às 19h, e ainda há ingressos disponíveis.

E esse Tiny Desk com a PJ Harvey?

O programa Tiny Desk Concert, da emissora pública norte-americana NPR, sempre traz bons shows nesse formato reduzido – e de vez em quando comete pequenas obras-primas, como esta maravilhosa participação de nossa musa Polly Jean Harvey, tocando apenas músicas de seu disco mais recente, o belo I Inside the Old Year Dying, acompanhada de seus compadres John Parish e James Johnston. A única exceção foi quando ela tocou a faixa-título de seu disco de 2007, “White Chalk”, quando tocou gaita.

Assista à íntegra da apresentação abaixo:  

E eis os horários para o Primavera Sound São Paulo 2023

O Primavera Sound São Paulo também divulgou os horários de suas apresentações, além de ter mexido no elenco por conta de problemas pessoais ou de saúde envolvendo algumas atrações confirmadas. saem Grimes, Puerto Candelaria e Twilight Sad para a entrada de Kelela, os queridos Filipe Catto e Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo. Juntando isso aos escalados da tenda eletrônica (DJ Gabriel do Borel e Rebecca, Toccororo, Etcetera, DJ Playero, Vhoor, Carola, Hudson Mohawke, MC Carol, Mu540 e Urias, L_cio, Cherolainne, Hi Tech e DJ Mau Mau), a edição deste ano do Primavera a edição deste ano do Primavera subiu um degrauzinho…

Os horários seguem abaixo:  

Os horários do Balaclava Fest 2023

E neste fim de semana teremos mais uma edição do festival indie promovido pela Balaclava Records. O selo paulistano reuniu mais artistas gringos que brasileiros desta vez, com elenco que conta com Whitney, American Football e Unknown Mortal Orchestra, entre outros. O evento acontece neste domingo a partir das 15h, no Tokio Marine Hall (ainda há ingressos à venda), e esses são os horários de suas apresentações. abaixo:  

Abrindo a Boca

Um imprevisto me fez perder o primeiro show do Inferninho Trabalho Sujo desta quinta-feira (désolé Laure), mas cheguei a tempo de ver a forte presença da novíssima banda Boca de Leoa, que conheci no meio do ano. O entrosamento entre as três instrumentistas – Nina na guitarra, Duda no baixo e Bee na bateria – faz a base perfeita para que a outra Duda, a vocalista, dominass o público com seu carisma , que lotou o Picles, para cantar juntos músicas que ainda nem foram gravadas. Uma apresentação forte de uma banda promissora, que deixa de engatinhar para dar seus primeiros passos – e já avisaram que o primeiro disco está vindo. Depois, eu e a Fran seguramos a pista até o final da noite, quente como nunca!

Assista aqui:  

Inferninho Trabalho Sujo apresenta Laure Briard e Boca de Leoa

Tá achando que tá quente? Nesta quinta-feira as coisas ficam ainda mais calorosas com a segunda edição do Inferninho Trabalho Sujo no mês de aniversário do Trabalho Sujo, quando recebemos duas atrações de peso no Picles: a noite começa com a francesa Laure Briard, que está em turnê pelo Brasil e desembarca nesta quinta em São Paulo, e segue com a banda de MPB-indie (ou seria indie-MPB) das minas do Boca de Leoa. A noite começa ás oito e até às nove ninguém paga pra entrar – e depois dos shows, eu e a Fran atiçamos o público enfileirando hits de diferentes épocas e gêneros com a única premissa: botar todo mundo pra dançar. O Picles fica no coração daquele canteiro de obras chamado Pinheiros, no número 1838 da Rua Cardeal Arcoverde. Vamos?

Dinosaur Jr. e Kevin Shields do My Bloody Valentine tocando “Just Like Heaven” do Cure

Não é a primeira vez que o Kevin Shields encontra-se com J Mascis no palco – suas respectivas bandas excursionaram juntas no auge de suas carreiras e o Shields já apresentou-se algumas vezes com a banda de Mascis –, mas a aparição do líder do My Bloody Valentine no terceiro dia da residência que o Dinosaur Jr. está fazendo na casa noturna Garage em Londres tem um quê de histórico. Mesmo porque ao subir no palco com seus velhos amigos, Shields não apenas tocou uma música de sua banda (“Thorn”) e outra da banda norte-americana (“Tarpit”), como se uniram para tocar uma versão de uma banda que talvez seja o vórtice original que enviesou as duas bandas do barulho rumo à doçura, o Cure. E escolheram justo aquela “Just Like Heaven” imortalizada pelo Dino Jr. nos anos 80, uma canção tão barulhenta quanto pop, marcando a primeira vez que os dois guitar heroes tocam juntos essa música, sente só aí embaixo: