Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Depois de três anos fora de combate por motivos pandêmicos, o clássico festival de rap com base no Sesc Santo André volta à ativa no fim deste ano trazendo ninguém menos que o mestre Freddie Gibbs para duas apresentações. O evento, que começou como DuLoco e depois foi Indie Hip Hop por anos, volta a acontecer no meio de dezembro ao trazer o bamba pela primeira vez ao Brasil. Em cada noite, um time diferente de rappers abre o inesperado show: no sábado, dia 16 de dezembro, o evento começa com Febre 90’s seguido de Rodrigo Ogi e no dia seguinte, 17, a noite conta com MC Luanna e o show que o Síntese está fazendo com o Marechal. Nos dois dias, quem começa os trabalhos é o DJ Nato Pk, acompanhado da Stephanie no sábado e do Max B.O. no domingo. Os ingressos começam a vender online neste link a partir do dia 5 de dezembro. Vai ser foda!
Apesar de canadense, Neil Young fez sua carreira nos Estados Unidos e sempre trwz discussões políticas pada o palco da música pop. Não foi diferente nesta quinta-feira, quando recorreu a um recurso clássico para sua geração que é o uso do hino norte-americano como uma forma de protestar contra situações que tornam os EUA um estado-vilão que usa suas forças poltica, financeira, cultural e bélica para interferir na política de outros países. A nova interpretação feita pelo avô do grunge ecoa à clássica versão de Jimi Hendrix no festival de Woodstock e surgiu num clipe dirigido por sua esposa, a atriz Daryl Hannah, que o colocou à contraluz em um pequrno palco, decorado pela bandeira dos EUA em farrapos e um globo de discoteca. E o velho Neil ali, estraçalhando sua guitarra.
Lá vou eu de novo cobrir mais uma Festa Literária Internacional de Paraty. É a oitava edição da Flip em que tomo conta de suas mídias sociais, motivo do ritmo nas minhas mídias sociais diminuírem o ritmo. A edição deste ano homenageia a jornalista, dramaturga, poeta, tradutora, cartunista e crítica cultural Patricia Rehder Galvão, que todos conhecemos como Pagu, e as duas curadoras da vez, Fernanda Bastos e Milena Britto, que estiveram na curadoria da edição do ano passado, bateram o pé das mulheres na programação e dos 44 nomes convidados, três quartos são autoras. A edição também se aproxima da música, recuperando o show de abertura (desta vez com Adriana Calcanhotto) e com performances de artistas maravilhosas como Juliana Perdigão, Natasha Felix e Iara Rennó, entre outras. Siga o Instagram da Flip que a partir desta quarta mostro tudo por lá.
Maior satisfação anunciar a primeira apresentação do supergrupo Ondas de Calor nesta quarta-feira no Centro da Terra. Formado por músicos cearenses que, além de tocar com vários nomes da cena independente brasileira, se reuniram como a banda de apoio da cantora Soledad, os cearenses Davi Serrano (voz, guitarra, baixo e teclas), Xavier (voz, bateria, baixo e guitarra) e Igor Caracas (voz, bateria e guitarra) e o sergipano Allen Alencar (voz, guitarra, baixo e teclas) transformaram-se em uma banda para mostrar suas composições solo como um grupo e nesta apresentação de estreia, que batizaram de Calor e Desordem, contam com as participações das cantoras Anais Sylla e Julia Valiengo e a iluminação de Camille Laurent. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.
E o Cure participou do mesmo festival que viu o show do Blur na Cidade do México, pisando pela primeira vez num palco latino-americano em 2023 no sábado, enquanto prepare-se para passear pelo continente – e ao menos passa por aqui, como uma das principais atrações do Primavera Sound São Paulo. Sem dar spoiler pra quem quiser ter a surpresa do show por aqui, só adianto que foram as duas horas e meia que o Robert Smith prometeu – e abaixo, segue a íntegra de toda a apresentação que uma boa alma subiu no YouTube, com o setlist logo abaixo:
O paraibano Vieira encarou sozinho o público do Centro da Terra nesta terça-feira, ao enveredar por sua Crise dos 20 ao mesmo tempo em que mostrou músicas inéditas. Revezando-se entre a guitarra e o violão, ele soltou sua voz cantando impasses dolorosos e vôos cegos que combinavam tanto com o fato de ele não estar conseguindo enxergar a audiência (é míope e havia quebrado seus óculos) quanto com a versão que fez para um clássico de sua conterrânea Cátia de França, no “Coito das Araras”.
Temos o prazer de apresentar nesta terça-feira, no Centro da Terra, o trabalho do paraibano Vieira, que já colaborou com os Boogarins, Giovani Cidreira e Bixarte e mostra as belas canções de sua Crise dos 20 no palco do teatro do Sumaré. O espetáculo começa pontualmente às oito da noite e ainda há ingressos à venda neste link.
Triste a notícia da partida do Jardel Sebba nesta segunda-feira. Não era propriamente amigo nem nunca trabalhamos diretamente, mas sempre estivemos na mesma trincheira de resistência do jornalismo cultural e os encontros, por mais breves que fossem, sempre rendiam bons papos temperados num ótimo astral. Uma perda considerável, que encerra prematuramente uma biografia que ainda podia render muito.
Pode ir me dando os parabéns que nessa segunda-feira o Trabalho Sujo completa 28 anos. Em pleno retorno de Saturno, minha principal obra também começou numa segunda, dia 20 de novembro de 1995, quando inaugurei uma coluna impressa num caderno de cultura num jornal do interior de São Paulo trabalhando como frila e cá me pego pensando na importância que este dia de abertura da semana tem na minha jornada. Mas mais do que dar mais outra volta na alameda das lembranças ou cogitar as futuras possibilidades profissionais (e pessoais, claro) que este nome-fantasia segue me abrindo como sempre fez nestes quase trinta anos, firmo apenas o passo em mais um degrau desta escalada pasmo com a longevidade desta marca (contemporânea – e em muitos caso, bem mais velha – de um naco considerável da minha vida social) ao mesmo tempo em que, convicto, sei da importância de fazer e seguir em frente, sem ficar olhando pra trás. Por isso acenda aí uma vela em comemoração a esta festa interminável que eu estou acendendo outra daqui – afinal de contas, nada disso faz sentido se não se eu não me conecto com o outro lado: você. Saúde!