Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
That 13 de janeiro feelin’…
D7 G7 C7
I had a hard time waking this morning
G7 D7
I got a lotta things on my mind
C7
Like those friends of yours
F7
They keep bringing me down
Bb7 D7
Just hangin’ round all the time
D7 G7 C7
I’ve had a hard time waking most mornings
G7 D7
And it’s been that way for a month or more
C7
You’ve had things your way
F7
But now I’ve got to say
Bb7 D7
I’m on my way out the door
Chorus:
(NC) D7
Why don’t you get right, try to get right, baby
C7 Bb7 A7
You haven’t been right with me, why don’t you get right?
D7
Try and get right, baby, don’t you remember how it used to be?
Solo
D7 G7 C7
G7 D7
C7
F7
Bb7 D7
D7 G7 C7
You had a hard time waking this morning
G7 D7
And I can see it in your empty eyes
C7
But there’s no need for talking
F7
Or walking round the block
Bb7 D7
Just to figure out the reason why
D7 G7 C7
I have a hard time handing out warnings
G7 D7
I’ll just slide on out the door
C7
Cuz I’m tired of everything
F7
Being beautiful, beautiful
Bb7 D7
And I ain’t coming back no more
Disco 24) Raciocínio Quebrado– Parteum
Parteum tem tudo pra dar certo. Produção impecável, timbre de voz preciso e direto, rimas claras e complexas ao mesmo tempo, sagacidade nos movimentos, parcerias bem escolhidas, a agressividade racional de um Mos Def e a versatilidade inquestionável de um Common. Falta-lhe, no entanto, o que o irmão tem de sobra: senso pop. Ao contrário de Rappin’ Hood, que sequer pestaneja ao entrar em refrões clássicos do cancioneiro nacional (de “Disparada” à “Odara”), Fabio Luiz nos guia propositadamente no escuro, para que não nos contetemos com o que já conhecemos. Nesse sentido, Raciocínio Quebrado é um guia de estilo, um manifesto moderno de ritmo e poesia que foge de convencionalismos por definição. Com isso, pula o riff e o refrão e o disco escapa aos ouvidos…
Música 24) “Hung Up” – Madonna
O sintetizador de “Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight)” do ABBA se esguia pelo subconsciente, alternando graves e médios, serpenteando pela parte traseira do cérebro, como um parasita (como o tecladinho faithnomoriano do hit “Jigga What?/Faint” da joint venture Linkin Park/Jay Z) – e a música explode como uma “Can’t Get You Outta My Head” melancólica, com esse sentimento azulado que a cantora atravessou todos os anos 90 – o violeta de “Deeper and Deeper”, o quase negro de “Justify My Love”, o clarinho de Bedtime Stories, o cobalto de Music, o acinzentado de Ray of Light. Madonna continua triste, mas não se deixa abater com um refrão grudento costurado a uma produção impecável. E no vídeo, o que ela faz melhor, que é detectar tendências (Le Parkour, Pump it Up, jazz de academia de ginástica, sons portáteis com luzinhas piscando). “Time goes by… so slowly… Times go by… So slowly).
Show 24) Kings of Convenience no Tim Festival, no Rio de Janeiro
“Calem a boca e prestem atenção”, disseram, nunca tão diretamente, a dupla de indie bossa nova (cada vez mais um estranho e plausível gênero twee) ao público da noita mais colunável do Timfa desse ano. Com violõezinhos e vocais que quase se quebravam no ar de tão frágeis, os KoC fizeram um show doce e suave, pop como João Gilberto nunca poderia ter sido – ao menos não esta versão que conhecemos, forjada antes do próprio conceito de pop ter se estabelecido como sinônimo de sintonia com o público.
E o que você vai fazer nesta sexta? Cola lá no Afrospot, onde eu e o Ramiro (do Radiola Urbana) vamos estar entrando no segundo ano da década dos 30 simultaneamente. Manda sua listinha de compadres e chicas pra mim até sexta às 16h, que dá pra por entre os chamados VIP. Aparece lá!
Istaile. Os Hermanos podem ter renunciado ao indiesmo em seu último disco, o interminável 4, optando por criar um gênero mutante e duvidoso – uma espécie de MPB rock já arranhado por figurões como Lulu Santos, Paralamas do Sucesso e Skank, nenhum com sucesso. Mas foi uma decisão sonora – apesar dos barcos, dos ventos e das praias bossanovistas de respeito quase barroco (quase mineiro de tão barroco, criando mais uma contradição, a bossa mineira), eles continuam lembrando de onde vieram.
E num heroísmo tão louvável quanto gravar o DVD no Cine Íris, eles se voltam à cena indie Brasil. Primeiro, colocando bandas independentes (quatro por mês em uma rádio online em seu site oficial – tem Marcelo Birck, de cara, o que já marca dez pontos). Depois, convidando três bastiões da cena pra abrir cada um de seus três shows no próximo fim de semana (Nervoso na sexta 13, Hurtmold no sábado 14 e Cidadão Instigado no domingo 15). E, finalmente, deixando gravadoras indies venderem seus discos nos seus shows – e a famosa “banquinha”, que há dez anos vendia fita demo a dez reais, entra de vez no mainstream brasileiro. O fato é tão legal que fez o Lariú se empolgar a fazer uma edição nova do Midsummer Madness – é, o zine que deu origem a tudo, em papel.
Então é isso. 4 é chatão, mas é só a minha opinião. Mas se for pra continuar fazendo discos chatos, do jeito que eles quiserem (esse sim, o grande trunfo do disco), mas se tiverem a manha de continuar com atitudes dessas, maravilha! Porque se você não quiser ouvir, é só não ouvir – eles não precisam ficar empurrando o disco novo na marra pra qualquer um que passa. Massa.
Assim, a Dani do Recife me linkou esses sets. Faço minhas as palavras dela 🙂
Disco 25) Zenmakumba – Os Skywalkers
O garage rock da Zona Leste pega um atalho pro 1968 brasileiro com o manif(prot)esto TropiTralha e dá saltos de felicidade mutante ao conseguir sair do retrô-brechó rock que pouco a pouco transforma São Paulo em Porto Alegre.
Música 25) “Capitão Presença” – Instituto
Teenage angst (essa guitarra não me engana) disfarçada de groovezeira 70. Só falta o seriado.
Show 25) Moby no Espaço das Américas em São Paulo
Quem esperava celebração techno foi surpreendido com precisão robótica fantasiada de classic rock, como se, na fantasia nerd de um ex-roqueiro, o pop Britney Spears inaugurasse uma nova versão da Broadway, num estranho formato “DJ de arena”. O Nine Inch Nails apertou exatamente a mesma tecla (troque Britney por Depeche Mode, se lhe fizer melhor), mas o Moby é muito melhor.
Começou a retrospectiva: 25 pra 2005.
Eu tou só forwardeando…
2005 passou voando, não é?
Mas 2006 vai passar muito mais: Copa do Mundo, eleições… Quando abrirmos os olhos já estaremos em Novembro, fazendo planos para o réveillon de 2007.
Carnaval – 25, 26, 27 e 28 de FEVEREIRO (ôpa, cabe uma viagenzinha aqui!)
Páscoa – 14, 15 e 16 de ABRIL (aqui também!)
Tiradentes (21.04) – cai numa SEXTA (YES!)
1º de Maio – cai numa SEGUNDA (até agora tá maravilhoso!!! E nem chegou a Copa)
Corpus Christi – 15, 16, 17 e 18 de JUNHO (para onde vamos mesmo?!)
7 de setembro – QUINTA (emenda?!)
12 de outubro – QUINTA (emenda?!)
Finados (02.11) – QUINTA (emenda?!)
15 de novembro – QUARTA (descansos)
Consciência Negra (20.11) – SEGUNDA (perfeito, dá pra escutar a música do Fantástico sem dor!)
Natal – de domingo pra segunda – vixe
Ano Novo – de domingo pra segunda – vixeTá bom ou mais ou menos ? Então tem mais!!!
13.06 (terça) – Brasil x Croácia, às 16h00 – ops o chefe vai me dispensar, né? ou vamos assistir o jogo no auditório…
18.06 (dom) – Brasil x Austrália, às 13h00 – ops tb?
22.06 (quinta) – Japão x Brasil, às 16h00 – ops tb tb
Agora é torcer:
Oitavas de final – 27.06 (terça), às 12h00 – ih!
Quartas de final – 01.07 (sáb), às 16h00 – eba!
SEMIFINAL – 05.07 (qua), às 16h00 – eba 2 vezes!
FINAL – 09.07 (dom), às 15h00 – ah, tudo bem…Depois dessa….até 2007!!!!!!!!!
Feliz Ano Novo a todos!
Ascende Capricórnio! Ave Lúcifer, senhor Syd, guardião da lisergia, onde quer que estejas perdido na imaginação já não mais fértil deste ou de outros cérebros fritos pelo ácido. Dia de reis passado fizeste 61 anos e abençoará a última megalomania da História do Rock, a esperada turnê mundial de volta do Pink Floyd. E lembrem-se das palavras sábias que o Mercury Rev projetou no telão: “Isso não é a sua mente”, ao mostrar a imagem de um cérebro, e “sua mente não pertence a você”.
It’s we on the tape. Pouco antes do carnaval eu e o Pachá do Leme daremos o ar de nossa graça no velho Recife, chequiráu e, se puder, cola lá.
Resenhinha pro livro The Future of Music que saiu na Bizz 195, a com os Strokes na capa e, pra deixar registrado, uma senhora matéria do Lucio.
“A água tem um papel essencial em nossas vidas – nada acontece sem água. Centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo trabalham no mercado de prover água para outras pessoas, bilhões são gastos para garantir o suprimento regular de água e exércitos de pesquisadores e trabalhadores lidam com projetos relacionados à água. Ao lado do ar, a água é absolutamente essencial à vida. Não pagamos pelo ar – ainda – mas pagamos por água e, por conseqüência, algumas das companhias de lidam com água estão entre as empresas mais ricas do planeta”.
E o que o futuro da música tem a ver com a água? Na verdade, a água é apenas uma metáfora que David Kusek e Gerd Leonhard usam para explicar como a música será consumida no futuro. “The Future of Music” é, sim, um exercício de futurologia, mas baseado em números e situações atuais de empresas e pessoas que já encontraram soluções para a chama “crise na indústria na música”. Que, salientam os autores, não existe. A crise é da indústria do disco: “Muitos de nós estamos acostumados a pensar que toda a indústria é fundada em uma fórmula simples: volume de venda de discos = valor da indústria”, escrevem, “isso é um mito porque, na verdade, a indústria do disco é só uma fatia da indústria de música como um todo – e muitas das outras fatias são sequer conhecidas pelo consumidor médio de música”.
Os autores traçam um panorama sobre a indústria da gravação de discos e sobre a digitalização da música que, a partir dos anos 80, liberou-a do formato disco para qualquer outro suporte de natureza digital. Ao cogitar que os consumidores pagassem mais caro por um produto mais barato (o CD) e forçando o público a comprar novamente os mesmos discos, a indústria fonográfica criou um formato fácil de gravar, copiar, distribuir, dar. Achou que estava vacinando-se, quando provava um veneno cujo gosto está sendo sentido hoje em dia.
Mas “música de graça” não é equivalente à artistas sem dinheiro, como as grandes gravadoras fazem supor. Mesmo porque “música de graça” nunca é de propriamente gratuita – ninguém baixa MP3s e queima CD-Rs sem ter uma boa conexão online ou um computador decente, que foram pagos por alguém.
Voltamos então ao paralelo com a água, que está sempre ao nosso redor e, aparentemente, é de graça. Mas quando lavamos a mão no restaurante, abrimos a torneira num parque público ou tomamos banho num hotel estamos, mesmo que indiretamente, pagando a conta. E a troca de parâmetro básico – música como um serviço, não como um produto – faz com que o pagamento pela música aconteça mais pela comodidade do acesso do que pelo valor agregado ao disco propriamente dito. Ou alguém consegue explicar outro motivo para o fato de um trecho tocado em MIDI de uma determinada música (o famigerado ringtone) custar mais caro que a música inteira, na versão original, nas lojas de MP3s online?