Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
1) O disco (como suporte físico) acabou?
Ainda não, o CD ainda é o “cartão de visita” do artista, ainda marca épocas da vida do artista. Me empolga o fato de cada música voltar a ser o cartão de visita e não cada álbum. Gosto muito em pensar na época que cada artista se concentrava e se preocupava em lançar cada compacto e a carreira seguir assim. A grande maioria dos álbuns tem muita encheção de linguiça…Gostaria muito de ver um artista evoluir música por música…
2) Como a música será consumida no futuro? Quem paga a conta?
Acho que da maneira que o consumidor de música quiser…Comprar CD (ou mesmo vinil), baixar MP3 ou qualquer outro jeito que venham inventar…Eu mesmo continuo adorando comprar discos. No exterior vejo que a venda de downloads já está bem organizada e dando lucro, mas aqui no Brasil não sei muito bem como isso está nem sequer se isto está sendo encaminhado ou planejado. Eu adoraria que as gravadoras disponibilzassem todos os seus arquivos, de todos os gêneros, de todos os tempos, para compra de downloads. Acho que muita gente iria se interessar. E não custa nada…Só lucro.
3) Qual a principal vantagem desta época em que estamos vivendo?
A liberdade e a possibilidade de poder consumir de tudo, musicalmente falando. Praticamente tudo que você quer ouvir está disponível em algum lugar, é só querer achar. É lógico que é bem mais fácil pra quem tem um computador…
4) Que artista voce só conheceu devido às facilidades da época em que estamos vivendo?
Muita coisa, hoje em dia existem milhões de sites dos mais variados tipos de música e de abordagem…Eu curto muito descobrir bandas novas em sites de selos pequenos que existem no mundo todo.
5) O estado da indústria da música atual já realizou algum sonho seu que seria impossível em outra época?
Sim, ver o público de determinadas cidades cantando todas as músicas em shows do Autoramas, mesmo tendo certeza absoluta que nosso CD não chegou nessas cidades…Hoje em dia já nem me preocupo mais com distribuição.
Gabriel Thomaz é vocalista e guitarrista dos Autoramas.
Am
In their eyes is the place that you finally discovered
F
That you love it here, you’ve got to stay
Dm
On the bottom of the rock, an island
Am
On which you find you love it when you twitch
F
You feel that itch in you pettycoat
Dm
Your pretty pretty pettycoat
Am
Then you smiled, he got wild
F
You didn’t understand that there’s money to be made
Dm
Beauty is a card that must get played
G
By organisation
Am F G Dm
And ooh la, she was such a good girl to me
F Am G Dm
And ooh la, the world just chewed her up, and spat her out
F Am G Dm
And ooh la, she was such a good girl to me
F Am G Dm
And ooh la, the world just chewed her up, and spat her out
Am
The world can be a very big place
F
So be yourself don’t get out of place
Dm
Love your man and love him twice
Am
Go to Hollywood and pay the price
F Dm
Oh go to Hollywood
Am
And don’t be a star, it’s such a drag
F
Take care of yourself, don’t begin to lag
Dm
It’s a hard life to live, so live it well
Am
I’ll be your friend and not in pretend
F
I know you girl
Dm G
In all situations
Am F G Dm
And ooh la, she was such a good girl to me
F Am G Dm
And ooh la, the world just chewed her up, and spat her out
F Am G Dm
And ooh la, she was such a good girl to me
F Am G Dm
And ooh la, the world just chewed her up, and spat her out
Am F G Dm F Am G Dm F Am G Dm
(Am F Dm Am Am F Dm G )
Pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty
Pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty pettycoat
Pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty
Pretty pretty pretty pretty pretty pretty pretty pettycoat
In all situations
Am F G Dm
And ooh la, she was such a good girl to me
F Am G Dm
And ooh la, the world just chewed her up, and spat her out
F Am G Dm
And ooh la, she was such a good girl to me
F Am G Dm
And ooh la, the world just chewed her up, and spat her out
Am F G Dm F Am G Dm F Am G Dm F Am Dm
Cheio de músicas de 2006 – Beck, Charlotte Gainsbourg, Justin, Jaxx, Hot Chip e Caetano -, ainda mais mashups, Cidadão melancólico, Digitaldubstour, o superfoda e uma seqüência djah-meikah pinçada pelo Cardosoman.
– “Nausea” – Beck
– “Rigby Reggae” – Loo & Placido
– “Pretty Rudy” – Go Home Productions
– “Just My Vain Imagination” – FuTuro
– “Chora, Malé” – Cidadão Instigado
– “Vários Rolê” – Digitaldubs + MC Funk
– “Damn, Girl” – Justin Timberlake
– “Take Me Back to Your House” – Basement Jaxx
– “Over and Over (Party Ben’s Smell of Repetition Remix)” – Hot Chip
– “Wonderwall Tribulations” – Aggro1
– “The Operation” – Charlotte Gainsbourg
– “Beatnuts02” – DJ Nuts
– “Rocks” – Caetano Veloso
– “Bam Bam” – Sister Nancy
– “Limb by Limb” – Cutty Ranks
– “Freaks” – Lil Vicious & Doug E Fresh
– “Superfucker” – Los Amigos Invisibles
Dois clipes de rap de cair o queixo, cortesia do DJ Format.
E então o nada virou-se do avesso
Ouviram o Caetano novo? Chatopracaralho, com todas as letras juntas, pra enfatizar a chatice (tem umas três músicas boas [mais pra mazomenos, é verdade] – “Musa Híbrida”, “Deusa Urbana” e “Homem”), mas consegue barrar o do Chico – e não só em monotonia. Uma pena, porque depois de uma década e meia como artista cover (inclusive de si mesmo), era pra lançar um disco ao menos OK. Mas Cê não sai do meio do caminho, parece sempre uma tentativa de ser experimental e pop ao mesmo tempo, mas sempre com cara de tentativa, de disco de rascunhos – e a fissura por sexo e rock (que talvez seja o tema do disco) enche mais o saco do que a superposição de vocais, os riffs secos ou os crescendos à Lou Reed.
“Odeio” são umas duas músicas do Wire juntas com um vocal que parece ter saído de outra música (mashup?); “Rocks” é tipo “Não Enche” pra ver se ele descola moral com alguma fã de Strokes (“Você foi mó rata comigo” pode se tornar uma frase de verão, mas é meio vergonha alheia – um sentimento que eu nem curto que exista); “Outro” até poderia ser uma música boa, se não tentasse ser um krautrock (parece Tony da Gatorra! – o que diz muito sobre o disco); “Porquê?” parece uma piada, sério, tipo o Costinha imitando um João Gilberto de Portugal; “Não Me Arrependo” soa como se o Barão Vermelho tentasse soar como o Yo La Tengo ou como se o Rádio Táxi gravasse uma música do Loaded, do Velvet. E por aí vai…
É o “disco indie” de Caê? Em sonoridade, sim. Em espírito, nunca. O disco pouco evoca o sentimento de vitória do derrotado que alinha Velvet, Johnattan Richman, Jesus & Mary Chain, Nirvana, o britpop e Strokes neste mesmo cânone, batizado com a corruptela em inglês para “independente” (a falada “O Herói” chega perto, mas não engata – quer dizer, engata uma gemedeira que convida o ouvinte a desistir do disco). Caetano desfoca o sentimento de seu instrumental para transformá-lo em objeto de estudo, e assim Cê se tornar um monumento parado a uma vanguarda de jardim de infância, mais interessada em chocar pela complexidade do que fazer algum sentido. Sim, é um disco parente de Velô, talvez o fundo do poço da mediocridade intelectual (pra usar um termo da moda) caetânica – um disco com as hediondas “Shy Moon”, “Pulsar” e “Podres Poderes” (procurem pra ver como é deprê) e de onde só se salva “Nine Out of Ten” (como me lembrou o Werneck).
Nada contra o Caetano, nada mesmo. Acho um saco essa ladainha de que ele é o vilão da MPB, que ele é o responsável por boa parte da merda que toca no rádio, que ele puxa as cordinhas do sistema. Isso é chororô de ex-metaleiro, fã de Ramones que não ouve música brasileira por complexo psicológico (os pais ouviam) disfarçado de preconceito. Acho o sujeito fodão quando exercita seu verdadeiro métier – fazer música – e um Jabor quando é chamado para palpitar sobre tudo. Mas é bom crítico de música – suas one-liners sobre as atrações do Tim Festival – que correm nos corredores quase como uma lenda característica do evento – talvez sejam a melhor cobertura dos shows. Mas ele era bem melhor quando era hippie despolitizado e menos fernandohenriquecardoso – não é qualquer um que tem pelo menos umas 20 músicas no imaginário brasileiro, e músicas muito boas.
Vai ver é essa estridência polemicista, que parece ter se arrefecido à saída de Paula Lavigne de cena (dava pra imaginar ela lendo o jornal e comentando em voz alta com ele “Cê não vai deixar esse cara falar isso de você, né?”). Cê não é um disco ruim e ponto. Ele tenta ser bom, tateia num universo que não lhe pertence e se esforça para ser novo. Mas é confuso e está perdido num emaranhado de referências dispostas quase ao acaso. Possível sintoma de seu exílio autoral, em que preferiu passar a última década e meia entre autores americanos, latinos, italianos e Jorge Mautner. Resta saber se ele quer voltar atrás ou seguir em frente. Se escolher a segunda opção, pode ser melhor. Mas se ficar na primeira… Güenta caixa, ao vivo, acústico e outras tranqueiras de artista em fim de carreira.
Espero que não.
Ontem na Funhouse, hoje no Milo. Começo as 23h, vou até o show dos Space Invaders (o último?), depois o Dago assume por uma horinha e meia e depois nós entramos naquele famoso duelo em que “quem ganha é a pista”, como diz o Gui.
Segue o servicinho:
Peligro no Milo
Show : Space Invaders R$10,00
[Pouso Alegre; experimental / math-rock]
DJs: Alexandre Matias + Centro Cultural Batidão
Rua Minas Gerais 203a Higienópolis
Se tiver de bobeira hoje, tem um programinha classe A. Vou discotecar antes do Vanguart nessa quarta, ali na Funhouse (faz tanto tempo que eu não vou por lá, desde que as festas da Trombador acabaram…). A banda, de Cuiabá, faz merecer os elogios que tão rasgando aí – os vi em Belém e recomendo (embora a descrição “Radiohead alt.folk com um jovem Dylan nos vocais” só faça sentido quando você vê os caras ao vivo). Baixa “Semáforo” e vê se você não está cantando a música hoje à noite…
Rock Together
Vanguart
Rua Bela Cintra, 567
R$ 10,00
23h – A banda toca à 1h
Consolação, São Paulo-SP, 01415-000
Telefones: (11) 3259-3793 / 7109-7144
Cola lá.
E depois neguinho diz que Orkut não serve pra nada…
(Aliás, só esse tópico…)
Ontem eram só os Simpsons. Hoje já tem Futurama, Family Guy, American Dad e South Park. Quem são os próximos? Lost? 24?
Integrante do coletivo Reco:Head, Gustavo Abreu participa da banda Labo, mas é mais conhecido como Guab (a contração das duas primeiras letras de seus nomes) e é um dos DJs mais pop de São Paulo -que diga sua festa Mixtape, que acontece todo sábado no Milo Garage, cuja fila se estende longamente até as três da madruga. Guab dá a letra de seu atual set.
“Atoms for Peace on a Doom’s Night” – Thom Yorke + Azzido da Bass
“Depois + Over and Over” – Druques + Hot Chip
“Banquet for Jo” – The Streets + Bloc Party
“Chuva Negra + Cara Valente” – Hurtmold + Maria Rita
“Rock And Roll Rat” – Beatles + The Walkmen
“Yeah, Vai Passar” – Chico Buarque + LCD Sound System
“We Travel The Space Ways Rmx” – Guab + Guilherme Granado
“Keep On Rocking In The Free World, Sugar Kane” – Neil Young + Sonic Youth
“Deceptacon Reptilia” – Le Tigre + Strokes
“Charles Jr. + Vivão Vivendo + Abrindo O Coração Para Uma Cadela Chapada” – Racionais Mcs + Jorge Ben + Mundo Livre S/A