Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

DIY Kids

O Coube comentou num comment (adoro isso :P) que esse tipo de vídeo caseiro (duas meninas dublando “Tenha Dó” do Los Hermanos, coisa que toda menina com uma infância com poucos traumas faz com as amigas, trancadas no quarto com o som alto) é o futuro do videoclipe. Concordo plenamente. Vem aí uma geração que vai usar vídeo com a mesma facilidade que essa geração atual (mais nova que a minha), usa o MSN, videogame e o Google. Não duvide: pode acontecer uma espécie de renascença infantil, com vários moleques produzindo itens pop (MP3, vídeos, bandas, filmes, desenhos animados, brinquedos) como uma forma de recobrar a ingenuidade e tranqüilidade de uma infância que esta geração (nascida entre 85 e 95) parece não ter. Porque, preste atenção, as principais brincadeiras de criança que esta safra têm vivido é fingir de ser adolescente (skatista, mano, patricinha). Criança não brinca mais do jeito que deveria brincar. Mas talvez venha aí a tecnologia e a eletrônica pra ajudar, mais uma vez, a gente a se expressar do jeito que a gente quer. Olha aqui outro exemplo. Tem muito mais outros – mas tem que procurar. Mesmo porque eles não querem ser achados… Só querem brincar e mostrar pros amigos.

“Toca aquela…”

10 do Ramiro

O dono da picape hoje é o compadre Ramiro Zwetsch, jornalista e selecta, que toca o site Radiola Urbana e realiza a noite Frankáfrika toda quarta-feira no Sarajevo, em São Paulo. No set de hoje, pérolas do groove:

“Shuffering & Shmiling” — Fela Kuti
“Spanish Grease” — Wilie Bobo
“Freedom” — Peter King
“Yegele Tezeta” — Mulatu Astatke
“Balanço” — Tim Maia
“Familly Affair” — Antibalas
“Frankstein”, Byron Lee
“Kissing My Love”, Spanky Wilson
“Se Segura Malandro” — Jorge Ben
“More Mess On My Thing” — Poets of Rhythm

O balanço da cabeça

Dormência vintage

Não ajuda muito, mas o Gui Mendonça poderia ser um integrante do Los Hermanos ou do Hurtmold. Aquele rosto comprido com barba irregular crescida de qualquer jeito, o cabelo cacheado, olhar de desconfiança, camisa listrada, entre o hippiesmo etno e o hypismo hetero – essa fusão de Al-Qaeda com indie rock que hoje é tão pop, um visual que permeia as principais bandas do Recife e de Olinda, o coletivo paulistano Instituto, os roqueiros que caíram de boca no funk carioca e os skatistas que, depois do Fugazi, do Mike Patton e do John Zorn, começaram a ouvir jazz.

O fato de ele tocar em várias bandas (Curumin, Donazica, Lucas Santtana) também não ajuda a identificá-lo na multidão. Prefere ficar na sombra, aquele coadjuvante eficaz que sabe que, quanto menos ele aparecer, mais o protagonista irá brilhar. O lance é que Gui também é protagonista, embora pareça não querer ser.

Seu projeto solo chama-se Guizado e seu terceiro ou quarto show – ninguém sabia responder com certeza – aconteceu nessa quarta passada, no Sarajevo, aquele inferninho no lado centro da Augusta, em São Paulo, em plena balada Frankáfrika (do pessoal do Radiola Urbana e do DJ Tahira – aliás, grande pedida pras quartas-feiras…). A formação da banda chama atenção: na batera, Curumin (como assim, cê não sabe quem é o Curumin?); no baixo, Rian, que toca com o Instituto, o Cidadão Instigado e com o Maquinado (como assim, cê não sabe o que é Maquinado?); e estreando na guitarra, Regis Damasceno, que também toca no Cidadão Instigado e na banda de Lucas Santtana.

À frente, munido de uma mesa de som, um teclado e uma base de samples, Gui dá início ao jam session que poderia cair pro lado do groove laptop de bambas como Maurício Takara, Notwist e Four Tet – mas a banda faz a diferença. O que poderia se tornar um show cabeçudo e denso, ganha peso e groove ao mesmo tempo, com uma levada funky que viaja pelo jazz, música brasileira e rock. O som ganha uma camada de pós-produção, quando o band-leader – chega até ser irônico chamá-lo assim, o Guizado é mais uma banda do que o projeto solo de Gui, como é de fato – gira botões, oscila freqüências, filtra os vocais (grunhidos sem letras, tratados pela distorção) – é quase um DJ que discoteca a eletricidade em vez de discos, e assim determina o verniz final sobre a crosta 70 criada pela dormência vintage do suingue do power trio. A versão instrumental para “Astronomine Domine” do Pink Floyd resumia bem o clima – psicodelia espacial disfarçada de jazz à brasileira, como se o disco que tivesse dado origem ao mangue beat tivesse sido o Heliocentric Worlds of Sun Ra Vol. 1 em vez do Kutche, do Khaled com o Safy Boutela.

Realidades paralelas que se surperpõem sem querer, a música tem o poder de podermos estar num episódio de “Além da Imaginação”, sem que isso precise ser, necessariamente, uma coisa bizarra e inusitada. Quer dizer: tinham meninas dançando na frente do palco, pra você entender o que eu quero dizer…

***

Acabou de passar por São Paulo o quinteto curitibano Bad Folks, country rock fingindo-se de caipira irlandês pra tirar onda de folk. Showzinho classe no Milo, com direito a versões para Clash e Johnny Cash no mesmo fôlego e versão – a pedido – pra um clássico da Steve Miller Band. Pra completar, os irmãos Caio e Cassiano, que puxam o coro na banda, estão com trabalhos solos prontos. Depois eu me aprofundo no assunto, mas já vai baixando as músicas pra ter uma noção.

***

Hoje e amanhã tem DJ Dolores no Sesc Pompéia, hoje tem Gram no Studio SP e amanhã, no mesmo lugar, tem o Curumin (é, ele). E hoje começa o festival Calango, no Mato Grosso. Esse eu não vou, mas depois vou trocar uma idéia com o pessoal de lá pra saber que diabos tem acontecido naquelas bandas…

Dois tipos de groove

E hoje, qual vai ser? Sugiro duas:

FRANKAFRICA.13

18/08/2006 A festa Frankafrica, que acontece todas as quartas-feiras no Sarajevo, agora tem também edição mensal no Bar 13. A discotecagem fica por conta de DJ Tahira, MZK e Ramiro (afrobeat, funk, hip hop, ska, latinidades, brasilidades). Quanto: R$ 5 (até meia-noite) e R$ 10. Onde: Bar 13, Rua Alagoas, 852, Higienópolis, tel. 3666-0723, das 21h às 03h

E tem o Dolores, hoje e amanhã:

DJ DOLORES E A APARELHAGEM
Choperia. Proibida a entrada de menores de 18 anos. R$ 15,00; R$ 11,00 (usuário matriculado). R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes). R$ 7,50 (acima de 60 anos e estudante com carteirinha).
Dia(s) 18/08, 19/08 Sexta e sábado, às 21h.
SESC Pompéia

Cinco Perguntas Simples: Rodrigo Gorky

1) O disco (como suporte físico) acabou?
Em 1996, quando você ia a uma loja e acabava com sua mesada – em 96 eu tinha 15, vai! -, o disco tinha o ‘grande objetivo’ de ser escutado a qualquer hora e também por questões afetivas… Dez anos depois e o disco perdeu completamente esse propósito, hoje em dia é muito mais ‘item de colecionador’ do que uma maneira a mais da banda/artista ser escutado.

2) Como a música será consumida no futuro? Quem paga a conta?
Acho que nesse mesmo caminho que estamos trilhando – MP3s à solta, CDs pirata a preço de banana – especialmente aqui no Brasil – o que percebi lá fora é que existe um mercado pra pagar 99c por um mp3… E acho que a autonomia das pessoas pra ouvir a música do jeito que ela quer vai aumentar – você faz o download das partes da música em trilhas separadas (ou compra essas partes, como no u-myx) e monta do jeito que quiser.
Isso quebra bastante aquela barreira entre os artistas e os consumidores e atrás do mp3, é a melhor coisa que apareceu na indústria da música. E quem paga a conta ? Acho que fica pendurada ali no caixa das gravadoras que não conseguem se adaptar a tudo isso…

3) Qual a principal vantagem desta época em que estamos vivendo?
De novo, a palavra é autonomia – você como artista pode conseguir o reconhecimento de um modo extremamente fácil e você como consumidor perde toda a parte burocrática de 10, 20 anos atrás.

4) Que artista voce só conheceu devido às facilidades da época em que estamos vivendo?
Acho que tudo que tenho escutado nos últimos anos tem sido por essas facilidades! A preguiça aliada à facilidade de abrir o soulseek e baixar o disco daquela banda que você viu nos arquivos do seu amigo que só escuta coisa legal é a grande culpada.

5) O estado da indústria da música atual já realizou algum sonho seu que seria impossível em outra época?
Com certeza! Quando que ia imaginar, por exemplo, ter as acapellas da maioria das coisas que gosto? E conseguir ouvir um preview do disco vindo diretamente daquela banda que você gosta? Ouvir o show do Daft Punk no dia seguinte, sem ter estado lá?

O Gorky é DJ do Bonde do Rolê

Vida Fodona #047: É pra ser assim

Dois covers finíssimos, mangue beat sussa, clássico obscuro dos 90, suingue synthgay, “qual teu vício?”, Prince com Gnarls Barkley, groovezeira comendo solta, concretismo pop, pista conceitual, o novo Michael Jackson, muzakismos, indiesmo lindo e o começo do tributo ao Arthur Lee.

– “Rebel Rebel” – Rickie Lee Jones
– “The Ballad of El Goodoo” – Evan Dando
– “Deeper into Movies” – Yo La Tengo
– “Addiction” – Kanye West
– “Small Town Boy” – Bronski Beat
– “Lo-Fi Dream” – Nação Zumbi
– “Estética Terceiro Mundo” – Gabriel Muzak
– “Gimme Your Love” – Sisters Love
– “Reborn” – Marilyn Barbarin & The Soul Finders
– “The Groove I’m In” – Florence Miller
– “Disco Six Six Six” – Girls Against Boys
– “Nothing” – Walter Franco
– “That Old Spell” – Cassiano Fagundes
– “Discosis” – Bran Van 3000
– “Crazy Times” – Team9
– “Run It” – Chris Brown (ft. Juelz Santana)
– “Andmoreagain” – Love

Ah, vem, vai…

Verde-cinza

Boulevard of Broken Songs

Tá na mão

O disco de estréia de Dean Grey é, como ele mesmo coloca no título de uma de suas faixas, uma praça de canções quebradas. A brincadeira de dois mashupeiros (de quem irei falar em quintas vindouras, aguarde) era criar um personagem que fundisse pedaços de músicas alheias à íntegra do álbum American Idiot, do Green Day (o nome de nosso herói é um anagrama do nome da banda california). Deu em American Edit, com a mãozinha no mouse estilizada naquele esquema arte de guerrilha, lembrando uma granada.

E, como nesse mundo pós-pós-moderno que vivemos tudo é referência, Mr. Gray já veio com discurso pronto e – sabendo que estava infringindo direitos autorais – pedia que as pessoas mandassem grana pras instituições de caridades apoiadas pelo Green Day. Pôs seu disquinho no ar em seu próprio http://www.americanedit.net/ , e esperou a reação dos fãs e das gravadoras. No disco, Billy Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool são lindamente atropelado por pedaços de Kanye West, Queen, Eagles, Dire Straits, Beatles, Sex Pistols, Who, Johnny Cash, Gary Glitter, Oasis, Aerosmith e U2, o que nos ajuda a reposicionar o próprio Green Day na história do rock. Enquanto ainda teimamos em admitir que a banda não passe de um punkzinho pop ou um popzinho punk que deu certo até demais, o certo é que lá se vão dez anos do Dookie – uma pequena jóia, concorde (ouça, antes de fazer cara feia, porra) – e os caras continuam aí com música na cabeça das pessoas e bem na fita. Isso não implica em qualidade – e sim, tamanho – aponta Dean Gray, ao juntá-los no mesmo barco das bandas citadas assim.

O disco foi (hmmm, como se fala best-seller nessa época de download?) um sucesso online a ponto de, como sabiam os criadores desde o início, incomodar a gravadora do Green Day, a Warner, que mandou a cartinha pedindo pra eles desistirem daquilo. A música que batiza esse post – colidindo “Boulevard of Broken Dreams” com “Dream On” do Aerosmith (aquela que o Eminem sampleou) e “Wonderwall” do Oasis – chegou até a tocar na Jovem Pan brasileira, vejam vocês… E não foi ninguém que me contou.

Como previsto, todo mundo quis saber que disco era aquele que incomodava uma major – e, dos P2Ps, vários servidores começaram a distribuir o conjunto de MP3, num ato de subversão feliz que se torna, felizmente, cada dia mais comum. E, como antes aconteceu com o Danger Mouse (Grey Album, Jay Z + Beatles… Tu não sabe dessa história? Deve saber, pelo menos de orelhada, mas outra quinta eu conto direito…), rolou até uma famigerada Dean Grey Tuesday, em referência à terça cinza do Danger Mouse – depois eu conto, já falei!), em que no dia 13 de dezembro do ano passado, vários servidores de internet disponibilizaram o álbum de graça, em protesto à Warner, que havia tirado o disco do ar com base na lei – sendo que até o Billy Joe havia curtido American Edit.

Daí que o site hoje é uma compilação das notícias que foram geradas a partir do advento que transformou-se o disco. E, embora os MP3s não estejam hospedados no site do “sujeito”, o encarte e rótulo para o disco podem ser encontrados por ali (numa clara e irônica referência ao fato de o disco ainda existir), mas basta dar uma fuçada sem o mínimo de esforço na internet que você encontra o disco inteiro pra baixar.

E não acredita em mim: baixa e vê se é isso memo. Aqui, ó.

Speak serious…

Inda bem que o Inter levou do São Paulo ontem, hein… E o melhor: cagada do Ceni (aliás, será que já tá no YouTube?)!

Loucuras da Metade da Estação

Era pra ter saído no site da revista com a fotinho, tipo parodiando as fichinhas do rock que vinham antes. Mas aí o publicador deu pau e não tá aceitando foto. Quando arrumar no site, eu tiro essa desculpa daqui. Mas, como as coisas do blog da Bizz, é uma parada que tem dia fixo. Ou seja, toda quarta, vamo ter uma dessas.

Figurinha 1: Rodrigo Lariú

Larry You

Nome: Rodrigo de Sousa Lariú
Ocupação: Produtor? Produtor serve pra tudo né… Quando eu quero tirar onda eu coloco diretor de TV.
Data de nascimento: 29/05/1973
Você lembra da primeira vez em que ouviu falar sobre música independente?
Lembro da primeira vez que ouvi música independente sem saber o que era música independente. Foi nos programas de surf, Vibração e Realce, com The Smiths. Antes disso eu ouvia FM e os discos dos meus pais. Eu não fazia idéia do que era o mercado por trás disso. Só fui me dar conta do que era música independente quando fiz minha primeira entrevista para o então fanzine Midsummer Madness, com a banda Squonks, de Niterói – banda da Simone, ex Dash, ex Autoramas; do Leandro atual Stellar e outros dois figuras da cidade. Como fui eu quem entrevistou a banda e escreveu a matéria, percebi a graça de fazer aquilo e não apenas ler o que saia nos jornais e revistas da época. Música ganhou outro sentido, parecia que, mesmo não sabendo uma nota musical, eu fazia parte daquilo.

Quando foi que você percebeu que tinha algo diferente que parecia promissor neste mercado?
Nunca pensei em promissor no sentido financeiro se é isso q você está perguntando. Jamais achei que fosse um mercado promissor ou um bom negócio. O fanzine e depois a gravadora surgiram da frustração de não ter coisas boas para ler e para ouvir. Talvez, a única a vez que pensamos – aí já incluindo meus atuais sócios – em futuro atrelado a mercado independente foi no lançamento dos dois primeiros discos do MM, PELVs e Cigarettes em 1997. De acordo com nossas contas, podíamos ter um lucro de mais de 50% em cada cópia vendida. Podíamos… não tivemos.
Mas se você fala de promissor no sentido artístico, aí foi logo depois desta primeira entrevista com o Squonks. Eu começei a receber várias fitas demos, algumas de amigos zineiros, outras direto das bandas. E quando você começa a receber demos como a primeira do Killing Chainsaw, o vinil do Pin Ups para Stiletto, as duas primeiras demos do Second Come, Virna Lisi, Pato Fu na sua caixa do correio é extremamente excitante.

Qual o melhor show de banda indie brasileira que você já assistiu?
Eu sou muito suspeito para falar isso sem citar qualquer banda do mm. Mas tirando shows incríveis de Valv, ESS, Pelvs, Luisa mandou um beijo, Nervoso, Jess Saes etc, talvez o show do Killing Chainsaw no Retrô na mesma noite que o Cocteau Twins tocou em SP… Foi incrível ! Eles quebraram tudo, Gozo na guitarra era alucinante, as músicas perfeitas, redondas, um barulho dos infernos! E era especial ver uma banda tocando com perfeição as músicas que estavam numa fita cassete que com certeza não estava ao alcance de todos – mas deveria estar! E era por causa de arrebatamentos como aquele show do Retrô que a gente fazia fanzine. Como era possível o RESTO do mundo não conhecer aquela banda? Curiosamente, o Killing foi a única banda que não foi capa nem teve matéria especial no midsummer madness…

Qual o melhor festival independente que você já foi?
Escolher um é difícil. O Screamadelica em São Paulo não foi dos mais organizados mas tinha a melhor escalação pro meu gosto musical – Brincando de Deus, Comespace, Grape Storms e Cigarettes. Os Juntatribos foram um purgatório para quem estava lá mas, vendo agora, em perspectiva, o primeiro Juntatribo foi fundamental. Os de Goiânia na virada do século eram imperdíveis, assim como o primeiro CPF, com as Breeders.

Qual o melhor disco/fita/CD independente brasileiro de todos os tempos?
Porra, só pergunta difícil. Em agosto de 2006 eu acho Thrumming Soothingly – Stellar, a melhor fita, considerando as do MM, e a primeira demo do Killing Chainsaw, a melhor fita, desconsiderando as do MM. E o Better When You Love (Me), do Brincando de Deus, o melhor disco. Mas mês que vem já podem ser outros.

O que você fez neste mercado que lhe deixou particularmente satisfeito e orgulhoso?
Ser sempre do contra, mesmo quando me provam o contrário mais tarde – e atualmente eu admito o erro, antes nem isso. É aquela birra de sempre achar que o mundo conspira contra você – já me fez perceber grandes injustiças como já me fez pagar altos micos. Mas assim que é bom. Os discos que a gente lançou, o festival Algumas Pessoas Tentam te Fuder, o prêmio Indie Destaque – tudo é bola dentro.

Conselho pra quem tá começando
Desconfie do conselho dos outros. Mas escute mesmo assim.

Site e como as pessoas podem te encontrar.
Pô, o site do Midsummer Madness tá uma novela. Tá certo que fomos um dos primeiros selos independentes a ter um website, lá em 1997. Se a gente não o tirasse do ar no começo deste ano ele ia completar 10 anos com o mesmo visual… Daí é foda né. Desde janeiro que estamos quebrando a cabeça com a programação do novo site do Midsummer Madness mas é tudo por uma boa causa: teremos todo nosso catálogo online – quase 500 músicas, parte da história do rock indie nacional –, vídeos, páginas das bandas, voltaremos a lançar bandas – coisa que paramos de fazer com o naufrágio dos CDs e CD-Rs em 2004. Eu acho cada vez mais importante ilhas de música boa no meio da inundação de bandas online que é hoje em dia. Acho que a inflação de bandas em sites como MySpace e Tramavirtual mais frustram e afastam o público “médio” – não o fã inverterado ou aqueles que já são do meio – do que antes, com as fitas e CDRs. Procurar música na internet pode ser neurotizante. É bom quando alguém que você confia dá uma dica certeira e eu espero que o www.mmrecords.com.br vire referência de bom gosto quando entrar no ar, o que deve ser em setembro próximo.
Por enquanto, o site acima tem link prum blog provisório e as pessoas me acham no info@mmrecords.com.br
Com www.mmrecords.com.br no ar, boa parte da história recente do rock brasileiro, do underground também vai entrar no ar junto com o catálogo do mm. Lembra da idéia jurássica da coleção Clássicos MM? Pois é, vai rolar online, com capinha e tudo. Aguarde.

The Bug

Grampeado

Mas se você não vai sair de casa (tem o Guizado e o Da Lua, já falei), a dica é, dez da noite, Telecine Cult – nada menos que “A Conversação”, o filme que o Coppola fez entre os dois primeiros Poderoso Chefão e o Apocalypse Now (quer mais? Não dá, né…). Filmão sobre espionagem e grampos analógicos, a melhor atuação do Gene Hackman (melhor que o Operação França 2, inclusive) e que faz muito sentido pra essa época de nóia que estamos atravessando.

Mas se você for sair, grava. Não te arrependerás.