Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Christopher Owens 2014: “There’s a look in your eyes every time I say goodbye…”

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Nosso amigo Christopher Owens, o geninho que tocava o Girls e lançou o delicioso Lysandre no ano passado, já está com seu próximo disco no gatilho, chamado A New Testament, ele será lançado no mês que vem. Dá uma sacada no nível – aquela bom e velho pop sofisticado um pouquinho mais pra cima que as versões anteriores.

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Flying Lotus 2014: Herbie Hancock, Kendrick Lamar, Snoop Dogg, Thundercat…

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Um dos produtores musicais mais desconcertantes na ativa, o angeleno Flying Lotus está às vésperas do lançamento de seu próximo disco, You’re Dead! O disco explora uma necrofilia psicodélica (dá uma sacada no teaser em vídeo a seguir) ao mesmo tempo que reúne o produtor com nomes pesados como Herbie Hancock, Kendrick Lamar, Snoop Dogg e Thundercat.

Em um ponto equidistante entre o jazz cabeçudo, um groove africano encorpado, o beat mais pesado do hip hop e a eletrônica radical, Flying Lotus tocou um pedaço da faixa que gravou com Herbie Hancock ao radialista inglês Giles Petterson e também bateu um papo com ele sobre como foi reunir esse pessoal em disco (em inglês, abaixo – a música pode ser ouvida no site do programa, aos 1:10).

E não custa lembrar que Flying Lotus é uma das estrelas do festival SUB (Shut Up it’s Bass), que acontece em São Paulo nos dias 2 e 3 de outubro. Além dele também tocam Soul One, Dubstrong, CESRV, Kingdom, Party Flavor, Tropikillaz, Trusty, Kode9, Jessy Lanza e Kelela.

E o disco novo dele, que sai pela Warp em outubro, tem a seguinte relação de faixas:

“Theme”
“Tesla” (com Herbie Hancock)
“Cold Dead”
“Fkn Dead”
“Never Catch Me” (com Kendrick Lamar)
“Dead Man’s Tetris” (com Snoop Dogg e Captain Murphy)
“Turkey Dog Coma”
“Stirring”
“Coronus, the Terminator”
“Siren Song” (com Angel Deradoorian)
“Turtles”
“Ready Err Not
“Eyes Above
“Moment of Hesitation” (com Herbie Hancock)
“Descent Into Madness” (com Thundercat)
“The Boys Who Died in Their Sleep” (com Captain Murphy)
“Obligatory Cadence”
“Your Potential / The Beyond” (com Niki Randa)
“The Protest”

Um filme sobre os Ramones dirigido por Martin Scorsese

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2016 marca os quarenta anos do lançamento do primeiro disco dos Ramones e os responsáveis pelo espólio do grupo já estão esquentando os motores para a efeméride. Além da coletânea de músicas selecionadas por Morrissey, outros projetos estão em andamento, entre eles um livro com memorabilia e registros de desde antes da formação do grupo e um documentário dirigido por Martin Scorsese. “Conseguimos garantir toneladas de filmes, grande parte delas nunca foi vista antes”, explica Jeff Jampol, um dos administradores do legado do grupo, à Billboard. “São cenas filmadas em turnê nos anos 70 e nos anos 80, que conseguimos com o próprio sujeito que filmou tudo, chamado George Seminara.” Scorsese aos poucos está se tornando o biógrafo documentarista oficial da história do rock, depois de dirigir filmes sobre Bob Dylan, Rolling Stones e George Harrison. Esse papel não podia estar em melhores mãos.

O disco novo do Air é uma trilha sonora para um museu

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Tem mais uma trilha sonora do Air na área. Depois de musicar os filmes As Virgens Suicidas no ano 2000 e, 12 anos depois, compor a trilha para o épico mudo francês Le Voyage Dans La Lune, Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel embarcam não num filme, mas num museu. Music for Museum é um EP lançado apenas em vinil (transparente!) que foi inspirado pelo Palácio das Belas Artes de Lille, o maior museu francês fora de Paris. São nove faixas bem ambient (ouça abaio) inspiradas em artistas contemporâneos expostos no museu, como Linda Bujoli, Mathias Kiss, Xavier Veilhan e Yi Zhou. Feche os olhos e boa viagem:


Air – “Land Me”


Air – “Reverse Bubble”


Air – “The Dream Of Yi”

Kurt Vonnegut: “Faça sua alma crescer”

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Em 2006, um ano antes de morrer, o escritor Kurt Vonnegut recebeu envelopes contendo convites de cinco alunos da Xavier High School de Nova York que eram dever de casa: os estudantes deveriam escrever para seu autor favorito e convencê-lo a fazer uma apresentação na escola apenas com uma carta. Kurt não pode ir devido à idade, mas deixou seu recado na carta que enviou de volta à escola (que vi no Letters of Note e traduzi abaixo):

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“Cara Escola Xavier de Segundo Grau, senhorita Lockwood e senhoras Perin, McFeely, Batten, Maurer e Congiusta:

Obrigado por suas cartas amigáveis. Vocês realmente sabem como animar um velho sujeito (84) em seus anos de crepúsculo. Eu não faço mais aparições públicas porque hoje pareço uma iguana.

O que devo dizer a vocês, aliás, não levaria muito tempo. A saber: pratique qualquer tipo de arte, música, canto, dança, teatro, desenho, escultura, poesia, ficção, ensaios, reportagens, não importa se forem boas ou ruins, não para ganhar dinheiro ou fama, mas pela experiência transformadora, para saber o que há dentro de você e fazer sua alma crescer.

Sério! Estou falando para começarem agora, façam arte e façam pelo resto de suas vidas. Faça um desenho bonito ou engraçado da senhorita Lockwood e entregue a ela. Dance em casa depois da escola e cante no chuveiro e siga por aí. Faça uma cara no purê de batatas. Finja que é o Conde Drácula.

Eis uma tarefa para hoje à noite e espero que a senhorita Lockwood os reprove se não a fizerem: escreva um poema de seis linhas, sobre qualquer coisa, mas rimado. Nenhum tênis é justo sem rede. Torne-o tão bom quanto você possivelmente pode. Mas não conte a ninguém o que está fazendo. Não mostre nem o recite para ninguém, nem para sua namorada, para seus pais, para ninguém, nem para a senhorita Lockwood. Ok?

Rasgue-o em pedacinhos minúsculos e os separe em lixeiras que estejam amplamente separadas umas das outras. Você encontrará que você já foi gloriosamente recompensado por seu poema. Você experimentou a transformação, aprendeu muito sobre o que há dentro de você e fez sua alma crescer.

Deus abençoe a todos!

Kurt Vonnegut”

No Open Culture eu vi um vídeo com a carta narrada, e abaixo segue o texto original em inglês):

 

John Oliver e a neutralidade de rede

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O comentarista inglês John Oliver se firma como um dos melhores nomes no colunismo eletrônico dos EUA. Não tinha visto o comentário dele sobre a questão da neutralidade de rede (abaixo, em inglês), mas é uma das coisas mais lúcidas e hilárias que eu assisti em muito tempo:

4:20

quedadebraco

Grimes 2014: “When I go, can I go with you, you?”

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Lembram daquela “Go”, a música que a Grimes fez com os Blood Diamonds para que Rihanna gravasse? Virou clipe, inspirado no Inferno da Divina Comédia de Dante.

Essa Grimes, viu…

Viu como se fala?

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O blog Design on the Rocks resolveu dar uma mão pra galera que fala nomes de produtos estrangeiros com a pronúncia errada. Saca só:

designontherocks-callofduty

designontherocks-bud

designontherocks-diners

designontherocks-hagen

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designontherocks-nestea

designontherocks-ruffles

designontherocks-schweppes

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designontherocks-ww

Lá no blog tem mais.