Os 50 melhores discos de 2008: 35) Killers – Day & Age
“Meu respeito à graça e à virtude/ Minhas condolências ao bem/ Mande lembranças à alma e ao romance/ Eles sempre fizeram o melhor que puderam/ E adeus devoção/ Você me ensinou tudo que sei/ Despeça-se/ Deseje-me bem/ Você tem que me deixar”. Tá ali, no meio de “Human”, a declaração de que os Killers são outra banda. Day & Age é praticamente um renascimento do grupo de Las Vegas, que deixa para trás a pompa e a circunstância do rock de arena para abraçar o pop radiofônico e a pista de dança (características já presentes na discografia da banda, mas levadas ao extremo). O olhar, no entanto, ainda é majestático e grandiloqüente, embora, como o próprio Brandon Flowers sublinha, toda fleuma e sensação de auto-importância tenha saído de cena. Agora o Killers é uma banda que contempla a vida mundana, olhando tudo de cima para baixo não mais com empáfia, mas com pena, como o alienígena de “Spaceman”. Alinhando-se a um cânone que é mais chegado à canção pop e ao piano do que ao refrão e o riff, de artistas como David Bowie, Pet Shop Boys, Spandau Ballet, Tears for Fears, Soft Cell, George Michael, Human League e Pulp. Ao trocar a estética do Queen pela do Duran Duran, o Killers fez seu disco mais consistente e divertido, ainda que melancólico e pensativo.
35) Killers – Day & Age
Killers – “Spaceman“