Eu já havia assinalado a semelhança entre Toy Story e O Iluminado num post láááá em 2010, mas aí vem o ilustrador inglês Kyle Lambert e aprofunda-se ainda mais no tema ao recriar os personagens do terceiro filme nos corredores do Outlook Hotel…
Você deve lembrar do Rob Ager das análises sobre o Big Lebowski e o 2001 que eu já postei por aqui. Seu objeto mais recente de estudo é o filme O Iluminado, do mestre Kubrick, em que ele, além de cogitar que boa parte das cenas de loucura de Jack são apenas devaneios de um escritor em frente a uma página branca, ainda traça uma complexa e sensata relação entre a lógica de Kubrick, elementos do filme que não estavam no livro original de Stephen King e a criação do atual sistema financeiro global. A primeira parte segue abaixo, as outras três vêm logo depois:
Cenas clássicas de Taxi Driver, O Poderoso Chefão, Casablanca, Tubarão, Laranja Mecânica, Noivo Neurótico Noiva Nervosa, Dr. Fantástico, Taxi Driver, O Iluminado e Guerra nas Estrelas foram improvisadas na hora:
Demais.
Horta agilizou uma degustação da minha bebida favorita e alerta – tem Laphroaig no free shop!
Os single malts são o mais próximo do terroir que nossa língua pode perceber. É uma afirmação controversa, não tem raiz da videira nem clorofilia e madurez da uva no sol, mas se sente a turfa escocesa com intensidade ímpar. Laphroaig, da ilha de Islay, é quase uma hipérbole do solo engarrafado, de tão potente. Já o conhecia de fama, único uísque a trazer a chancela real do príncipe de Gales estampada no rótulo e famoso pelo “estilo gaita de fole”, que se ama ou detesta. Sem opções.
Comprei uma garrafa no Duty Free de Guarulhos e fui abri-la no hotel em Buenos Aires, numa viagem recente. Foi uma epifania aromática. Tirei a tampa e instintivamente olhei para o teto, com medo de disparar o alarme de incêndio. Não estou exagerando. O primeiro gole foi pavoroso, como me advertia o nariz: fumaça, iodo, algo de esparadrapo e medicinal, como lamber um cinzeiro ou beber um charuto guardado num armário de farmácia. É atraente essa descrição? Nem um pouco. Meia hora depois o gosto ainda estava na boca, só que ficara agradável, salino, marinho e defumado, pedindo mais goles.
Atesto e dou fé. Continua lendo lá.
A ilustração do post anterior e estas acima são do ilustrador californiano Carlos Ramos, que trabalhou no Laboratório de Dexter e My Life as a Teenage Robot, e fez uma exposição dedicada ao Kubrick no meio do ano passado. Vi lá na Janara.