Este fim de semana marcou um ano (já?) da morte de Adam “MCA” Yauch, o beastie boy da voz rouca cuja morte antecipou o fim de uma de nossas bandas favoritas. E a principal homenagem à importância do rapper aconteceu na sexta-feira passada, quando o departamento de parques e recreações do Brooklyn nova-iorquino decidiu lembrar a memória de Yauch ao rebatizar o Palmetto Playground, perto da região em que MCA cresceu, como Adam Yauch Park. O compadre Adam Horowitz – o Ad-Rock – esteve presente na cerimônia e discursou para agradecer a lembrança o velho amigo de banda:
Abaixo, a transcrição em inglês da fala de Ad-Rock:
Depois da dupla francesa, é a vez dos irmãos escoceses fazerem mistério. O lendário Boards of Canada, um dos pais da chamada IDM e talvez o maior nome da música eletrônica ambiente deste século (James Blake tem que comer muito feijão com arroz ainda), deu sinal de vida. Sem lançar nada desde 2006, os irmãos Michael Sandison e Marcus Eion lançaram, neste Record Store Day, um único 12 polegadas, na nova-iorquina Other Music. No disco, batizado com o enigmático nome de —— / —— / —— / XXXXXX / —— / ——, só se ouve uma coisa:
“9-3-6-5-5-7”.
Foi o suficiente para fazer fãs saírem à caça, principalmente no site especializado 2020k e no fórum Twoism, onde já cogitaram que o número sejam coordenadas geográficas, um código de cores, uma letra em ASCII (“m”, que se for a quarta letra de uma palavra com seis, como o título pode indicar, pode ser, por exemplo, a época em que o disco será lançado – “summer”?). Vale a pena acompanhar a discussão (em inglês) nos comentários de um vídeo em uma conta do YouTube que pode ser um perfil falso da banda – apenas pelo simples fato de ter surgido uma anotação com o nome do disco aos 4:20 do vídeo:
Outro jogo começou. Imagine se houver outros discos em lojas espalhadas pelo mundo que ainda não foram encontrados… Vi na Fact.
Em 2011, pude presenciar três shows da banda de Robert Smith na última vez em que eles tocaram seus três primeiros discos na íntegra. As apresentações aconteceram no suntuoso Beacon Theatre, em Nova York, e como deverão ser as apresentações do grupo na nova turnê sul-americana, os shows tiveram mais de três horas, cada. Na sexta-feira foram 46 músicas, no sábado e no domingo, 48 em cada dia. Os shows saíram da sequência dos três primeiros discos da banda e a formação do grupo ia mudando a cada novo disco: nas músicas de Three Imaginary Boys, de 1979, estavam no palco apenas Bob Smith, Simon Gallup e Jason Cooper; nas de Seventeen Seconds, de 1980, este trio era acompanhado de Roger O’Donnell nos teclados; e quando começaram Faith, de 1981, Lol Tolhurst junta-se ao quarteto tocando teclados e instrumentos de percussão.
A primeira parte dos shows era composta pelos três discos tocados na íntegra. A segunda parte – um extenso bis dividido em três partes – era composto pelos lados B da banda na época destes três discos e, em seguida, literalmente por toda a coletânea Standing on a Beach, de 1986, fora as músicas que extras de cada show (o sábado teve “Do the Hansa” tocada pela primeira vez desde 1979 e o domingo teve “Close to Me”). Mais de dez horas de Cure num único fim de semana memorável, que registrei nos vídeos que posto abaixo e sirvo de aperitivo para o show de amanhã em São Paulo. O primeiro show eu filmei inteiro, o segundo quase todo e, do último, só gravei as três últimas músicas.
Mas o melhor é comparar os setlists daqueles shows e ver o proposto para o Brasil e descobrir que 70% do que vão tocar aqui eu não assisti ao vivo. E preparem-se: mesmo gordo e com o cabelo seco, Robert Smith segue com voz intacta e como um dos maiores guitarristas vivos – e sempre conversando, simpático, com seus fãs.
Clipe novo da Lana Del Rey, desta vez visitando o famoso Chelsea Hotel em Nova York numa canção que Leonard Cohen fez para o caso que teve com Janis Joplin…
Dois humoristas – um inglês e um americano – num vôo de ida e volta entre Londres e Nova York…
Época de coisas simples…
E acabaram de subir outro show na íntegra do Radiohead – e a apresentação do dia 29 de setembro do ano passado, no mítico Roseland Ballroom de Nova York foi filmada por vários fãs e editada naquele esquema Rain Down que já tínhamos visto por aqui quando a banda se apresentou em São Paulo. Quem quiser baixar pra ver direitinho em casa, é só seguir este link. Abaixo, as quase duas horas de show na íntegra e o setlist da noite:
O comediante Louis CK foi o apresentador do Saturday Night Live da semana passada e ele escreveu um texto para o blog do programa falando sobre o fato de sua apresentação acontecer no mesmo fim de semana em que um furacão passou por cima de Nova York. Se alguém quiser traduzir, reproduzo a tradução em seguida:
“Hello. Its louis here. I’m clacking this to you on my phone in my dressing room here at studio 8H, right in 30 rockefeller center, in Manhattan, new york city, new york, america, world, current snapshot of all existence everywhere.
Tonight I’m hosting Saturday Night Live, something I zero ever in my life saw happening to me. And yet here it is completely most probably happening (I mean, ANYTHING could NOT happen. So we’ll see).
I’ve been working here all week with the cast, crew, producers and writers of SNL, and with Lorne Michaels. Such a great and talented group of people.
And here we are in the middle of New York City, which was just slammed by a hurricane, leaving behind so much trouble, so much difficulty and trauma, which everyone here is still dealing with every day.
Last night we shot some pre-tape segments in greenwich Village, which was pitch black dark for blocks and blocks, as it has been for a week now.
Its pretty impossible to describe walking through these city streets in total darkness. It can’t even be called a trip through time, because as long as new york has lived, its been lit. By electricity, gas lamps, candlelight, kerosene. But this was pitch black, street after street, corner round corner. And for me, the village being the very place that made me into a comedian and a man, to walk through the heart of it and feel like, in a way, it was dead. I can’t tell you how that felt. And you also had a palpable sense that inside each dark window was a family or a student or an artist or an old woman living alone, just being in the dark and waiting for the day to come back. Like we were all having one big sleep over, but not so much fun as that.
This is how a lot of the city is still. I know people in queens, brooklyn, Staten Island, new jersey, all over, are not normal yet. And not normal is hard.
And here at 30 rock, these folks are working so hard this week. There are kids in the studio every day, because members of the crew and staff had to bring them to work. Many people are sharing lodging. Everyone is tired. But there’s this feeling here that we’ve got to put on a great show. I’m sure it feels like that here every week. But wow. I feel really lucky to be sharing this time with these particular good folks here at SNL.
In about 5 hours we’ll be going on the air. I’ll do a monologue. And we’ll show you some sketches that we wrote and try to make you laugh. I’m gonna look really dumb in some of this stuff. But I don’t care. Its awfully worth it. And I’m really excited.
Anyway. I just wanted to let you know. If you watch the show tonight, when Don Pardo says my name and you see me walking out, all the shit in this email is what ill be thinking. I’m a pretty lucky guy. I hope you enjoy the show.
Thanks.
Louis C.K.
Live. From new york. Its saturday night.”
A foto que ilustra o post é a capa da revista New York que eu vi no Camilo. E, abaixo, dois trechos da apresentação de Louis no programa, que encontrei no YouTube, o genial monólogo de abertura e a paródia que mistura seu seriado com o novo filme de Spielberg, Lincoln: