Estes são os Mockers

E por falar no Régis, nas horas vagas do Cidadão Instigado, os três elementos acima (Régis, Clayton e Ryan, que são 3/5 da banda de Fernando Catatau), atendem como The Mockers, uma banda especializada em tocar Beatles pós-66. Eles tocam quinta que vem, dia 21, no Teatro do Sesc Pompéia, no mesmo projeto em que o Instituto tocou Pink Floyd, o Toca Aí. Nesta quinta agora, dia 14, é a vez dos Forgotten Boys tocando Rolling Stones, mas acho que eu nem vou nesse…

Ruído/mm hoje

A banda curitibana toca hoje, de graça, no Sesc Pompéia. Boraê?

Instituto tocando Pink Floyd

Bem foda o primeiro show da série Toca Aí, que o Sesc está fazendo durante janeiro, que rolou ontem na choperia do Sesc Pompéia. Ganjaman, o maestro do Instituto e, para quem não sabe, completamente fissurado em Pink Floyd, rearrumou a banda para um show para iniciados na banda, e a formação, mais do que eficaz, era reverente: além de Ganja assumir vocais, teclados e piano de cauda, o Instituto Floyd ainda tinha Régis e Catatau do Cidadão Instigado nas guitarras, Marcos Gerez do Hurtmold no baixo e Samuel Fraga na bateria. Juntos, encarnaram o grupo inventado por Syd Barrett por pouco mais de meia hora num show inacreditável.

Em vez de “Time”, “Comfortably Numb” ou “Another Brick in the Wall”, fomos presenteados com versões fiéis para músicas pouco conhecidas para quem só conhece Pink Floyd de orelhada. É o território de discos como Atom Heart Mother e Meddle, de uma banda inglesa tentando levar a influência do blues para outras dimensões. Para se ter uma idéia do tipo de leitura feita, basta dizer que a banda se aventurou por “Echoes” e “Atom Heart Mother”, músicas que, nas versões originais, são épicos que ocupam um lado inteiro do disco em vinil.

No palco, os dois guitarristas do Cidadão Instigado pagavam tributo a um de seus principais ídolos, David Gilmour. Catatau, de timbre mais personalista, até arriscava o tipo de solo e timbres usados no Cidadão Instigado, enquanto Regis Damasceno se revelava discípulo e devoto de forma quase literal do velho guitarrista do Pink Floyd. Gerez também encarnava um bom Roger Waters – um baixista que, sem suíngue, descobriu um groove quadrado que tinha tanto a ver com a psicodelia inicial do grupo com o som cabeçudo que assumiram logo a seguir. E não duvide se Samuel Fraga tenha decidido virar baterista por influência de Nick Mason. Mas o principal nome da noite era Ganjaman, cada vez mais à vontade nos vocais, e debulhando solos em teclados elétricos ou no piano acústico. Regeu um grupo coeso e afiado, que parecia tocar aquelas músicas há alguns bons anos juntos, e ainda chamou um naipe de metais – com o trompetista Guizado entre os músicos – para duas faixas: “Atom Heart Mother” e uma versão emocionante de “Summer ’68”.

A política de não tocar hits do grupo foi vencida ao final, quando, após sair do palco, a banda foi obrigada a voltar ao palco – o show não durou mais do que uma hora. E entre repetir mais uma música e ceder aos hits, foram de “Wish You Were Here”, desta vez liderada por Régis. Repetiram mais uma vez “Have a Cigar” e encerraram um show que, de repente, acontece em outras oportunidades. Encontrei Ganja na saída e ele comentou justamente isso, que ao final do show, os músicos perguntavam-se quando era a próxima. Levando em conta que estamos em janeiro e a São Paulo sempre esvazia nesta época – e que o show de quinta estava lotado -, não é difícil pensar que, a banda repete o show. Tomara.

Instituto toca Pink Floyd

É isso aí: os caras são os primeiros a abrir o projeto Toca Aí, do Sesc Pompéia, nesta quinta-feira. Além deles, o mês ainda inclui os Forgotten Boys tocando Stones (quinta que vem), a banda paralela do Cidadão Instigado (Clayton, Régis e Ryan atendem como The Mockers) tocando Beatles pós-66 e o Vanguart tocando Dylan. Mas confesso que, de todos, é o Instituto tocando Pink Floyd que mais me chamou atenção. Corre logo pra comprar o ingresso, que já tá acabando. Conversei com o Ganja sobre o que dá pra esperar desse show.

De onde veio a idéia desse show, hein: ela é parente do Dub Side of the Moon ou tem alguem na banda que é megafã do The Wall ou do Syd Barrett?
Na verdade, esse show faz parte de um projeto do Sesc chamado Toca Aí!. Serão quatro bandas tocando o repertório de outras bandas. Nos chamaram pra fazer o Pink Floyd e como o Instituto abre espaço pra eu montar a banda que eu quiser, chamei músicos amigos de outras bandas que são mega fãs do Pink Floyd como eu.

Quem tá na banda?
A formação será Fernando Catatau na guitarra e Regis Damasceno na guitarra e vocal – ambos do Cidadão Instigado -, Marcos Gerez -do Hurtmold – no baixo, Samuel Fraga – de uma das formações do Instituto – na bateria e eu nos teclados, piano e vocal. Montei um repertório bem lado B, focando na fase mais progressiva e de canções da banda. A idéia é seguir fiel aos arranjos do próprio Pink Floyd, mas é claro, tocando do nosso jeito.

O Instituto está há um tempo fazendo versões de outros artistas. Vem mais um projeto aí?
Olha, temos feito alguns laboratórios no Studio SP com shows temáticos e chamando vários convidados. É um formato que me agrada muito fazer, um exercício no que diz respeito a arranjos e direção musical. Dentre esses laboratórios, fizemos uma noite dedicada a música africana que foi incrível! Acredito que levaremos esse projeto adiante.

E o tão aguardado segundo disco, sai em 2010? Ou vocês já desistiram do formato disco?
Fazem 6 anos que dizemos em entrevistas “esse ano sai!”. Fico até com vergonha, mas a idéia é realmente sair esse ano. Eu sou fã do formato disco e acho um absurdo as pessoas quererem acabar com esse formato por conta de total incompetência da indústria fonográfica de grande porte. Acho que todos os formatos devem continuar existindo e o principal deles ainda é o disco – seja CD, vinil ou digital.

Para encerrar a década

Vem chegando o verão e o fim do ano e você sabe que essa é a época em que a Gente Bonita mais ferve, não? E vamos encerrando este 2009 com uma tripla comemoração: além de pegarmos a rebarba do terceiro aniversário da festa, ainda inauguramos as quintas-feiras do badalado Alley, o clubinho que, discretamente, vem mudando a faixa etária da noite paulistana para que ela não fique apenas entre os pós-adolescentes e os pré-universitários. Aproveitamos também a deixa para recapitular não apenas o ano como a década – e repassamos os grandes hits dos anos 00 num set com mais de cinco horas, como há muito não fazíamos – e é claro que vamos tocar músicas que ainda estão esquentando a temporada primavera 2009/verão 2010 de hits (a nova do Hot Chip? A nova do LCD Soundsystem? A nova da Britney? Claro que vamos tocar). A noite é aquela vaibe de destruição saudável e acabação feliz que você já conhece – e pode ficar tranquilo que, de “Last Nite” a “Hey Ya”, passando por “D.A.N.C.E.”, “Take Me Out”, “House of Jealous Lovers”, “Multiply”, “Crazy”, “Toxic” e “Time to Pretend”, a gente não toca lado B de artista belga nem chama DJ gringo desconhecido pra ficar tirando onda de expert de música. Expert, pra gente, é quem dança sem preconceito e topa todo tipo de som, até os que tocam no rádio. Vamo lá?

Gente Bonita @ Alley Club
Retrospectiva com o melhor dos anos 00
DJs residentes: Luciano Kalatalo & Alexandre Matias (Gente Bonita
Clima de Paquera).
23h
Quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Local: Alley Club – Rua Barra Funda, 1066. Barra Funda. São Paulo.
(11) 3666-0611
Preço: R$ 20 ou R$ 10 (o desconto desta vez é pelo site do Alley)

Whitest Boy Alive no Studio SP

E vocês viram que o lugar do show paulistano do Whitest Boy Alive já foi definido, né? O show rola no domingo dia 13, no Studio SP – e o problema é o preço: cem pilas.

Lei de Murphy

Depois do show do Clã e de discotecar na Livraria Cultura, sábado ainda dei um pulo no Smirnoff Experience, mas só consegui assistir ao set do James Murphy. O lugar não era dos melhores, o público era essencialmente o mesmo da Pachá, mais interessado em ser visto do que no evento em si, e, pra piorar as coisas, choveu. Vazei depois do Mr. Murphy e perdi o show do Yatch e o set do Joe Goddard, do Hot Chip. Paciência.

A queda de Caetano

Morrissey não foi o único com problemas no palco no fim de semana, não… Caetano também caiu – de novo. Dani que “fragou”.

Falei que ia ser FERA…





E foi mesmo. Sexta o Vegas ficou pequeno pra receber a primeira FERA, festa que une oficialmente a Gente Bonita e a Popscene, que trouxe o DJ set da Mickey Gang e o André Paste (na foto acima ao lado do DJ Goos, outro talento revelado pela GB) que, em especial, foi INACREDITÁVEL. Depois eu posto um videozinho aqui. As fotos são do site da Erika Palomino.

Primeira sexta FERA

E aí, com saudades? Fazia tempo que não baixávamos em São Paulo do jeito certo e távamos guardando as fichas pro nosso terceiro aniversário. Nem parece que foi há três anos que começamos a mudar a cara da noite paulistana liberando o carão e o indiesmo e transformamos as festas que só tocam um tipo de música num gueto cada vez mais esquecível. Tudo graças ao mashup, esse estilo de vida redentor. E que hora melhor do que o aniversário de três anos para consolidar nossa parceria com o casal Popscene, no mashup definitivo das duas festas? “FERA”, pensamos. Afinal, se foi nossa ascendência brasiliense a grande filosofia por trás de uma festa cujo mote era misturar as melhores músicas do mundo com músicas boas para dançar, decidimos ressuscitar a velha gíria candanga para continuar nossa pregação vinda do Planalto Central para a noite paulistana. E que lugar melhor que o coração da nova noite de São Paulo para mais esse salto quântico? É no andar de cima do Vegas que a FERA continuará derretendo cérebros, rebolando quadris e chacoalhando as pernas sem parar, naquele clima de acabação saudável que, você já sabe, álcool é só a desculpa – o que importa é dançar como se não tivesse amanhã. E não tem, afinal, como toda GB que se preze, a primeira FERA acontece numa sexta-feira, dia propício para a autodestruiçao feliz. E para essa primeira empreitada, apontamos nossos radares para o Espírito Santo e trouxemos uma improvável nova geração: o adolescente André Paste é discípulo de João Brasil e sabe, como nós, que só o mashup salva, e ele vem acompanhado da Mickey Gang, sensação indie do hino teen “I Was Born in the 90s”, que discoteca nessa naite. Pra entrar no clima, dá pra baixar um set nosso aqui e outro do Paste aqui. Na boa? Ficar em casa hoje vai ser vacilo, hein…

Gente Bonita @ FERA
Três anos de Gente Bonita!
DJs residentes: Flávia Durante & Hector Lima (Popscene) e Luciano Kalatalo & Alexandre Matias (Gente Bonita Clima de Paquera).
DJs convidados: André Paste e Mickey Gang
23h45
Sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Local: Vegas Club. Rua Augusta, 756. São Paulo. (11) 3231-3705
Preço: R$ 30 e R$ 15 (com nome na lista – email para listafera@gmail.com ou no site www.fera.gentebonita.org/lista até às 20h)