Nem o Tiny Desk salvou o disco novo da Dua Lipa

, por Alexandre Matias

Quando Dua Lipa lançou seu clássico instantâneo das pistas, em 2020, foi atropelada, como todos nós, pela pandemia e o que poderia ser um colosso dançante para entrar no imaginário coletivo tornou-se um disco escapista para aquele ano pesadelo em que mergulhamos a partir daquele fatídico março. Sem a possibilidade de fazer shows, ela em vez de optar por lives, propôs uma versão remota do programa Tiny Desk, da emissora pública norte-americana NPR, como um clipe em movimento do que poderiam ser suas apresentações ao vivo, transformando sua edição do programa em um acontecimento online que fez parte do planeta se acabar de dançar mesmo recluso socialmente. A expectativa para o sucessor de Future Nostalgia aumentou quando o homem Tame Impala logo Kevin Parker apareceu na ficha técnica, mas infelizmente Radical Optimism, lançado no início do ano, soa como assistir pela rede de segurança uma trapezista que achávamos que estava voando, com boas músicas mas nada nem remotamente parecido com o assombro dance que foi o disco de quatro anos atrás, quase como uma versão de si mesma gerada por inteligência artificial – funciona, mas parece que não tem alma. E isso foi endossado quando ela voltou ao programa que bateu recorde de audiência em sua aparição em 2020: a nova edição do programa traz versões que parecem soar chochas comparadas às músicas originais, que no entanto só revelam sua fragilidade musical, tornando o programa tão esquecível quanto o anterior fora memorável. Uma pena.

Assista abaixo:

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