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10 anos do melhor show da minha vida

Mumu lembra que hoje faz uma década que Neil Young deu o único ar de sua graça elétrica em solo brasileiro, num texto altamente pessoal:

Lembro de chegar na Cidade do Rock quando tocavam os Engenheiros. Pensei: “quero ver o Neil Young da grade, vou já pra briga”. Felizmente a Liana tava comigo e disse “nah, vamos depois, vai ser tranquilo”. Quase sempre ela tá certa, então concordei. Ela tava certa. Era o menor público de todo o festival, umas 150 mil pessoas no total. Tocou o Dave Matthews e, quando terminou a Sheryl Crow, era hora da aproximação. A Liana quase sempre tá certa, mas eu não podia esperar que fosse tanto. À medida que todo mundo ia embora depois da Sheryl, comecei a ficar puto e gritar “porra, vocês estão malucos, é o Neil Young que vai tocar agora”.

E ele ainda teve a manha de ressuscitar um texto que o Tomate já havia reativado em 2008, além de achar a resenha para o show que eu mandei no dia seguinte ao show (cá o republico em um minuto), pois meus últimos dias como editor do Caderno C do Correio Popular de Campinas foram dedicados a uma semana dedicadas ao terceiro Rock in Rio, há dez anos. Depois disso, tirei férias e comecei a trabalhar em São Paulo. Nunca nem tinha parado para relacionar uma coisa com a outra, mas…

Aquele Rock in Rio foi loucaço (esse próximo não me convence, mas estou ficando velho), mas os minutos na frente do Crazy Horse se alongam até hoje perenes, sóbrios, sem idade. Ecoa até hoje na cabeça, entre os fisgões que os anzóis de seus solos de guitarra engancham na memória sonora, o mantra do velho Young sobre a vida (“It’s all one song!”) que me persegue diariamente como uma versão sangüínea da noção de Robert Anton Wilson de que não somos substantivos e sim verbos – e nos flexionamos com o tempo. O transe a que Young submeteu seu público fez levitar. Não é à toa que carrego o ingresso desse show (um cartão magnético de cor marrom anos-70) em meu patuá.

E aí vasculho meus arquivos e descubro que a capa da edição reunia os dois últimos dias do festival, o dia do péssimo show do Red Hot (cujo maior destaque, se não me engano, foi o Deftones, pra você ter uma idéia) e o penúltimo, quando Sheryl Crow abriu pro Neil Young. Enquanto a página dois foi inteira dedicada ao mestre (sob o título que eu mesmo dei, quando enviei o texto do Rio – “O tempo não existe”), a capa sugere outra onda, com o título que brinca com o jingle do festival e parece me apontar um rumo: “A vida começa agora”. Como se os anos em Campinas tivessem sido os de ensaio.

Mas acho que é inevitável voltar ao passado e revê-lo como rascunho, não?

Isso me lembra que estou há quase dez anos em São Paulo. Caceta.

Vida Fodona #243: Continuamos aqui com a retrospectiva 2010

Sigo o baile dos discos do ano, desta vez com a Bethany Consentino do Best Coast pra ilustrar 😉

Best Coast – “Boyfriend”
Of Montreal – “Sex Karma”
Mombojó – “Justamente”
Do Amor – “Dar Uma Banda”
JJ – “My Life”
Teenage Fanclub – “Baby Lee”
Karina Buhr – “Eu Menti Pra Você”
Beach House – “Zebra”
Pata de Elefante – “Grandona”
Javiera Mena – “No Te Cuesta Nada”
Edwyn Collins – “What is My Role!”
Roots – “Doin’ It Again”
Neil Young – “Love and War”
Broken Bells – “The High Road”
Dr. Dog – “Someday”

Cola aqui.

Vida Fodona #227: Aumentar o som pra ver se tudo esquenta

Pra que que eu fui cantar vitória antes da hora…

Beatles – “Hey Bulldog”
Scissor Sisters – “Any Which Way”
Chromeo – “Hot Mess”
Robson Jorge & Lincoln Olivetti – “Baila Comigo & Festa Braba”
Ella Fitzgerald – “Get Ready”
Nina Becker – “Superluxo”
Kamau – “Vida”
Jack Johnson – “To the Sea”
Pavement – “Unfair”
Jesus & Mary Chain – “Far Gone and Out”
Screaming Trees – “Dying Days”
Led Zeppelin – “The Crunge”
David Arnold + Aimee Mann – “Nobody Does it Better”
Nina Simone – “Don’t Smoke in Bed”
Pink Floyd – “Childhood’s End”
Serge Gainsbourg – “Cannabis (Instrumental)”
Neil Young – “Pocahontas”
Wilco – “Hummingbird”

Boraê.

Neil Young via Conector

“Heart of Gold”, “Old Man”, “Don’t Let You Bring it Down”, “A Man Needs a Maid”, “Love in Mind” e “Dance, Dance, Dance” – gravadas ao vivo antes do Harvest ser lançado. Não me agradeça – agradeça ao Mini.