Vida Fodona #813: Retomada de ritmo

Sem pressa.

Ouça abaixo:  

Todo o show: Neil Young ao vivo na BBC, 1971

Passo fundamental na consolidação da carreira solo de Neil Young, sua apresentação no teatro da BBC no dia 23 de fevereiro de 1971, em Londres (que só foi exibido no dia 26 de abril), tinha enorme parte de seu repertório ainda inédita, incluindo músicas que hoje são clássicos do cantor canadense, a maioria do disco Harvest, que só seria lançado em 1972 (como “Out On The Weekend”, “Old Man”, “Cowgirl In The Sand”, “Heart Of Gold” e “A Man Needs A Maid”). Do repertório exibido no programa original, que pode ser visto abaixo na íntegra, apenas “Don’t Let It Bring You Down” e “Dance Dance Dance” já haviam sido lançadas. “Journey Through The Past”, por exemplo, só viria a público décadas depois, mesmo com uma trilha sonora que levava seu título (mas não a trazia no repertório). O site Sugar Mountain, especializado nos setlists do velho bardo, lista que outras músicas foram tocadas naquela apresentação e, tirando “The Needle And The Damage Done”, que entrou em Harvest, todas as outras quase entraram no disco de 72, mas só surgiram oficialmente em discos ao vivo e coletâneas que o autor lançou ainda nos anos 70 (como “Love In Mind”, “I Am A Child” e “There’s A World”). Além destas, só “Tell Me Why”, que também não foi exibida, já havia sido lançada. Fica então aí uma senhora lacuna na discografia de um autor obcecado pelo próprio completismo. Assista abaixo à apresentação e compare os setlists original com o que foi transmitido:  

Vida Fodona #809: Maio tá chegando com tudo

Aproveitando o flow.

Ouça abaixo:  

O verso perdido de “Cortez the Killer”

“I floated on the water/ I ate that ocean wave/Two weeks after the slaughter/I was living in a cave/They came too late to get me/But there’s no one here to set me free/From this rocky grave/To that snowed-out ocean wave”. Tudo é uma surpresa quando falamos de Neil Young – e não foi diferente nesta quarta-feira, quando voltou a fazer shows iniciando a turnê de lançamento de mais um novo álbum, Fu##kin’Up, quando apresentou a nova formação de seu Crazy Horse – com Micah Nelson no lugar de Nils Lofgren e sempre com Ralph Molina e Billy Talbot – e aproveitou esse primeiro show para revelar um verso perdido do épico “Cortez the Killer”. A música, com quinze minutos ao vivo, trouxe o longo verso de conclusão que não coube na versão original gravada no clássico Zuma, como o próprio Young havia revelado em uma entrevista para os fãs há pouco. O show realizado no Cal Coast Credit Union Open Air Theatre em San Diego, na costa oeste dos Estados Unidos, ainda trouxe versões ao vivo para clássicos como “Cinnamon Girl”, “Don’t Cry No Tears”, “Down By The River”, “Everybody Knows This Is Nowhere”, “Powderfinger”, “Love And Only Love”, “Comes A Time”, “Heart Of Gold” e “Hey Hey, My My (Into The Black)” (assista a algumas músicas filmadas pelo público abaixo), entre outras canções. O velho canadense cruza os EUA com sua Love Earth Tour, que terá 30 datas até setembro. Por favor, venha pro Brasil!  

Vida Fodona #807: Demorei, né?

Muita coisa acontecendo.

Ouça abaixo:  

Neil Young de volta ao Spotify

Todos os discos do Neil Young, incluindo os dois volumes de sua caixa Archives e os vários discos que tem desenterrado nos últimos anos, já estão no Spotify. De nada.

Neil Young volta ao Spotify

É uma boa notícia, embora o tom seja acridoce. Neil Young anunciou nesta quarta-feira que colocará seu catálogo de volta no Spotify. O mestre canadense havia retirado suas músicas do serviço de streaming porque este bancava o podcast do negacionista da Covid Joe Rogan, mas o programa de desinformação deste agora não é mais exclusivo do serviço sueco e está em outras plataformas, o que fez que Neil mudasse de ideia em vez de retirar suas músicas de serviços como Apple e Amazon, que agora também distribuem o infame programa. Young ainda aproveitou para cutucar a baixa definição das músicas no Spotify, em um comunicado que colocou em seu site e que traduzo abaixo:  

O hino como protesto

Apesar de canadense, Neil Young fez sua carreira nos Estados Unidos e sempre trwz discussões políticas pada o palco da música pop. Não foi diferente nesta quinta-feira, quando recorreu a um recurso clássico para sua geração que é o uso do hino norte-americano como uma forma de protestar contra situações que tornam os EUA um estado-vilão que usa suas forças poltica, financeira, cultural e bélica para interferir na política de outros países. A nova interpretação feita pelo avô do grunge ecoa à clássica versão de Jimi Hendrix no festival de Woodstock e surgiu num clipe dirigido por sua esposa, a atriz Daryl Hannah, que o colocou à contraluz em um pequrno palco, decorado pela bandeira dos EUA em farrapos e um globo de discoteca. E o velho Neil ali, estraçalhando sua guitarra.

Assista abaixo:  

Vida Fodona #797: Começou quentaço

Esse mês promete!

Ouça aqui:  

The Last Waltz de volta aos cinemas

E se os Talking Heads ressuscitaram graças a um dos melhores filmes feitos a partir de um show de todos os tempos (ao relançar o Stop Making Sense dirigido por Jonathan Demme nos cinemas), eis a deixa para falarmos de The Band: afinal a clássica banda canadense também é objeto de um dos melhores shows já filmados, quando decidiu encerrar suas atividades no dia de ação de graças de 1976. A derradeira apresentação aconteceu no Winterland Ballroom, em São Francisco, na Califórnia, quando o grupo chamou um elenco de convidados de cair o queixo: desde os seus primeiros “patrões” (Ronnie Hawkins e Bob Dylan, que acompanharam como banda de apoio em diferentes momentos de sua carreira) a estrelas do panteão do rock como Neil Young, Joni Mitchell, Van Morrison, Ringo Starr, Muddy Waters, Ronnie Wood, Emmylou Harris, Dr. John, Paul Butterfield, Eric Clapton e Neil Diamond. Para registrar este momento ninguém menos que Martin Scorsese na direção e o filme desta última apresentação voltará aos cinemas norte-americanos no mês de novembro, quando completa 45 anos (o filme foi lançado dois anos depois do show). A nova versão traz uma introdução narrada pelo saudoso Robbie Robertson, guitarrista do grupo e trilheiro de Scorsese que nos deixou este ano. Tomara que também venha para o Brasil, porque é um filmaço e um showzaço ao mesmo tempo. Veja só um trechinho abaixo: