Os Feelies, clássica banda da cena pós-punk nova-iorquina (embora seja de Nova Jérsei), só queriam oficializar sua versão para “Dancing Barefoot”, da Patti Smith, para as plataformas de streamings, mas uma conversa puxa a outra e o que seria apenas um single tornou-se uma compilaçao, chamada Rewind, que reúne diferentes versões que o grupo fez para as músicas que amam de alguns de seus artistas favoritos. Algumas versões são clássicos inclusive na história da banda, outras, como a versão para o hit de Patti Smith, nunca foram lançadas. O disco será lançado dia 20 de junho (e já está em pré-venda) e ainda conta com versões de músicas dos Beatles (“She Said She Said” e “Everybody’s Got Something to Hide Except Me and My Monkey”), dos Stones (“Paint It Black”), de Dylan (“Seven Days”), dos Doors (“Take It As It Comes”), Modern Lovers (“I Wanna Sleep in Your Arms”) e Neil Young (“Sedan Delivery” e “Barstool Blues”, esta última também recém-lançada. Ouça as duas primeiras músicas que eles soltaram abaixo:
“Talkin to The Trees está sendo anunciado hoje e nosso novo single, ‘Lets Roll Again’, já está aí, espero que vocês gostem”, escreveu Neil Young em seu site, ao anunciar mais um novo disco. “Ouvi dizer que o Elon Musk ficou chateado e me chamou de ‘Neil Velho’, mas, ei, eu tenho a mesma idade do sujeito que está gerindo o país”. E assim o mestre canadense oficializou a música que tocou ao vivo essa semana, uma versão de “This Land Is Your Land” em que ele fala para as empresas montadoras de carro dos EUA darem um jeito de produzir carros melhores senão vão ser engolidas pelas da China – e aproveitou para dar uma cutucada ferina no bilionário que comprou a presidência dos EUA para Trump ao cantar que “se você for um fascista, compre um Tesla”. Talkin To The Trees é o primeiro disco que Young lança com a banda Chrome Hearts, que montou no ano passado para cumprir datas que sua tradicional banda, o Crazy Horse, não pode cumprir, por questões de saúde de alguns de seus integrantes. Formada pelo veterano organista Spooner Oldham (que tocou com deus e o mundo, de Aretha Frankin a Bob Dylan, passando por Wilson Pickett, Sheryl Crow, Jewel e Frank Black), pelo guitarrista Micah Nelson (filho de Willie Nelson) e pela cozinha de outra banda de Young, o Promise of the Real, com o baixista Corey McCormick e o baterista Anthony LoGerfo, a banda lança seu disco de estreia no dia 12 de junho (já em pré-venda) e tanto o single quanto o nome das faixas podem ser vistos abaixo:
“IF YOU’RE A FASCIST, GET A TESLA, IT’S ELECTRIC, IT DOESN’T MATTER”, bradou Neil Young na primeira música de sua apresentação no Light Up the Blues Concert, que aconteceu no sábado passado, no Greek Theater, em Los Angeles, nos EUA. Foi a estreia de “Let’s Roll Again”, uma faixa em que o velho canadense zoa a política externa de seu país vizinho, falando sobre a produção de carros limpos feitos na China e citando as tradicionais fábricas de carros dos EUA como uma forma de mostrar o quanto a lógica capitalista daquele país afundou ainda mais. A apresentação de Young aconteceu num festival que arrecadava fundos para crianças autistas dos EUA e ainda contou com shows de Billy Idol, Cat Power, Rufus Wainwright, entre outros. Young ainda aproveitou para tocar uma música que não tocava ao vivo desde 1989, a gigantesca “Ordinary People”, com quase dezoito minutos, e na última música, “Rockin’ in the Free World”, ainda pode contar com o compadre Stephen Stills, integrante, como Young, do clássico quarteto Crosby Stills Nash & Young, na guitarra.
Fiona Apple tem andado muito agitada (pros seus padrões) nos últimos meses. Há cinco anos sem lançar nada novo (quando pegou todo mundo de surpresa com o arrebatador Fetch the Bolt Cutters em plena primeira temporada da pandemia), ela tem soltado sua voz em diferentes gravações de autores diferentes. Agora é a vez de ouvi-la cantando o mestre Neil Young, pérola registrada a partir da coletânea Heart Of Gold: The Songs Of Neil Young Volume I, da qual já havia comentado ao falar das participações de Courtney Barnett e Eddie Vedder, e que ainda traz as presenças de Sharon Van Etten, Doobie Brothers com Allison Russell, Lumineers, entre outros. O tributo foi lançado nessa sexta, trazendo a versão que Fiona fez para a imortal faixa que batiza a compilação, sem mexer em nada nos arranjos, apenas trazendo cordas, baixo e bateria para acompanhá-la na voz e piano, sempre impecáveis. Fiona vem se mexendo mais do que o comum há um ano, quando gravou uma música com os Iron & Wine e no final do ano passado participou do tributo ao baterista e compositor Don Heffington. Este ano participou de uma música do disco novo dos Waterboys e agora vem com essa linda versão para o bardo canadense. Sei que é cedo pra tentar se empolgar com um possível disco novo, mas os sinais estão aí… Fiona quer falar.
Não sou propriamente fã do Eddie Vedder, mas não há como negar que ficou linda a versão que ele fez para “Needle and The Damage Done”, do mestre Neil Young, que estará presente na coletânea Heart Of Gold: The Songs Of Neil Young, que ainda terá a participação de Fiona Apple, Sharon Van Etten, Doobie Brothers com Allison Russell, Steve Earle, Mumford & Sons e Courtney Barnett (que inclusive já mostrou sua versão para “Lotta Love”, no mês passado). Vedder, além de dividir o palco com o velho Neil algumas vezes (inclusive um disco inteiro de sua banda Pearl Jam com o bardo canadense, o fabuloso Mirrorball), já havia mostrado ao vivo a música outras tantas, mas finalmente ela ganha uma versão em estúdio. O disco, que já está em pré-venda, será lançado no mês que vem.
Mais um documentário sobre Neil Young à vista, mais uma vez dirigido por sua esposa, a atriz Darryl Hannah, que começou a dirigir filmes registrando os passos do marido. Coastal é o quarto longa em que Hannah flagra um momento específico da carreira do mestre canadense, desta vez acompanhando-o na volta aos palcos no período pós-pandêmico e além de trechos de shows, em que Neil toca músicas que não visitava há décadas, ainda traz entrevistas com as impressões do bardo sobre a vida no século 21. O filme estreia em cinemas de todo o mundo no dia 17 de abril, mas não há previsão se vai passar por aqui. Quem sabe num certo festival de documentários…
Não passou o carnaval ainda então dá tempo de remoer o ano que terminou tem quase um mês e meio, por isso segue abaixo a minha votação na lista mais tradicional de melhores do ano da internet brasileira, promovida pelo heróico Scream & Yell do compadre Marcelo Costa.
Courtney Barnett abriu os trabalhos do disco em homenagem a Neil Young que será lançado no próximo mês de abril, trazendo uma versão maravilhosa para “Lotta Love”. O disco, chamado de Heart Of Gold: The Songs Of Neil Young Volume I (e um volume II já foi anunciado) será lançado no dia 25 de abril e ainda trará versões para músicas do gênio canadense cantadas por Fiona Apple (“Heart of Gold”), Sharon Van Etten (“Here We Are In The Years”), Doobie Brothers com Allison Russell (“Comes A Time”), Steve Earle (“Long May You Run”), Mumford & Sons (“Harvest”), Eddie Vedder (“Needle and The Damage Done”), entre outros. “‘Lotta Love’ é uma das minhas músicas favoritas de Neil Young e sua letra me parece especialmente relevante neste momento da história”, disse Courtneyzinha ao mostrar sua versão. Os fundos arrecadados com as vendas do disco (que já está em pré-venda) irão para a escola norte-americana The Bridge School (organização não-governamental fundada em 1987 pela ex-esposa de Neil, Pegi Young, que morreu em 2019). Além da versão de Barnett, outra versão, de “Southern Man” que tornou-se um soul rasgado na voz de Chris Pierce, também foi revelada esta semana. Ouça as duas abaixo, além de ver a lista com todos os artistas convidados para o disco e suas respectivas versões.
Depois de compartilhar uma versão acústica para “Silver & Gold” no natal e cogitar, no final do vídeo, retomar suas sessões ao pé da lareira (que publicava durante a pandemia), Neil Young acaba de oficializar a intenção ao mostrar, em seu site, uma música que só havia tocado duas vezes ao vivo, “Pardon My Heart”, que registrou há 50 anos no clássico Zuma, que gravou com sua Crazy Horse. Feliz ano novo pra você também, velho Neil!
O feliz natal de Neil Young veio na forma de uma rara performance que o mestre fez de “Silver and Gold”, música que compôs do início dos anos 80 que só conseguiu lançar no ano 2000, no álbum batizado com o nome da canção. Raramente tocada ao vivo, ela chega nessa nova versão às vésperas do velho canadense começar mais uma turnê e anunciar um novo disco. Ao final do vídeo, ele pergunta se aquela é a primeira sessão gravada aos pés de uma lareira, o que parece anunciar que outras virão em breve. Ave Neil!