Mais uma vez colaboro com mais uma edição impressa da revista Rolling Stone. Depois do especial sobre os 40 anos do rock dos anos 80, desta vez a efeméride é a celebração dos 80 anos da geração nascida em 1942. Na capa da revista, quatro dos principais pilares da música brasileira – Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Milton Nascimento e Caetano Veloso – e suas obras dissecadas a partir de suas discografias – e colaborei ao lado de três compadres, cada um encarregado de reluzir a grandeza de seus perfilados através de seus álbuns. Assim, Pablo Miyazwa envereda pela obra de Milton Nascimento, Pedro Só embarca na carreira de Paulinho da Viola e Marcelo Ferla disseca a discografia de Caetano Veloso. Coube a mim deschavar a gigantesca coleção de discos (são SETENTA E TRÊS DISCOS) do maior artista vivo no Brasil hoje, o mestre Gilberto Gil, e ainda repercuti sua importância com dois devotos conterrâneos, Russo Passapusso e Josyara. Só esses trabalhos já tornam a edição suculenta, mas como se não bastasse ainda há pérolas do arquivo da revista – inclusive do tempo em que não era publicada no Brasil – reverenciando outros artistas nascidos neste ano mágico: duas entrevistas com Paul McCartney feitas nos anos 70 (uma antes de ele sair dos Beatles), um perfil de Aretha Franklin feito em 1974, um tributo a Tim Maia, uma reportagem sobre os planos de Jimi Hendrix antes de morrer e uma entrevista com Brian Wilson feita em 2015. A nova Rolling Stone tem uma tiragem baixa e só está às vendas nas bancas do Rio de Janeiro e de São Paulo – é praticamente uma edição de colecionador. E só corrobora minha tese de que a revista é o vinil do jornalismo (e que as redes sociais são o seu Napster), mas isso é outro papo…
O ano está quase no fim mas ainda dá tempo de anunciar os indicados em quatro categorias relacionadas à música brasileira em 2022 segundo o júri de música popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), do qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e colunista do Terra), José Norberto Flesch (que tem seu canal no YouTube), Marcelo Costa (do site Scream & Yell), Pedro Antunes (do vlog Tem Um Gato na Minha Vitrola) e Roberta Martinelli (dos programas Sol a Pino e Cultura Livre). Milton Nascimento, Juçara Marçal, Anelis Assumpção, Josyara, Don L, Gloria Groove, Rachel Reis, Maglore, Curumin, Zé Nigro e Lucas Martins, Bruno Morais, Urias, Ana Canas, Bala Desejo, Liniker, Pelados, Planet Hemp, Ratos de Porão, Bebé e Letieres Leite dividem as indicações de artista do ano, revelação, produção musical e show do ano. O resultado final da premiação acontece no início de 2023 e abaixo seguem os cinco indicados em cada categoria.
Dessa vez sou eu quem começo despejando a verborragia, fazendo Dodô ouvir minha lenta readmissão à boemia dos botecos que eu havia há quase duas décadas e que esse momento pós-pandemia está me trazendo de volta. Aproveitamos para falar do nosso encontro com Milton Nascimento e o significado deste nome para nossa cultura, além de mergulhar no volátil e genial novo filme de Jordan Peele, Nope.
Sigo a série de discos brasileiros lançados há 50 anos que estou fazendo no site da CNN Brasil. Neste sábado meu convite conduz para clássicos de Milton Nascimento e Lô Borges, Módulo 1000, Nara Leão, Chico Buarque e Maria Bethânia, Novos Baianos, Odair José, Joyce e Nelson Angelo. Só pérola!
O Sesc Pinheiros está começando um projeto chamado Radar Sonoro, que irá registrar a movimentação da música brasileira durante a quarentena de 2020. O projeto trará textos e vídeos que dissecam como anda nossa produção nesta época tão estranha e para inaugurar a série, me chamaram para escrever um panorama de como foram estes primeiros quatro meses de clausura e como artistas de diferentes cidades e gêneros musicais estão conseguindo trabalhar neste período. Escrevi sobre esta intensa quarentena e pincei vinte artistas que lançaram seus trabalhos desde que entramos neste estado de suspensão. Confere lá no site do Sesc. E na sexta, às 11 da manhã, entrevisto o Felipe S., do Mombojó, sobre seu disco Deságua, cujos planos de lançamento tiveram que ser redesenhados por conta da pandemia.
Segunda-feira é dia de Vida Fodona ao vivo no twitch.tv/trabalhosujo, às 21h – este foi o programa da semana passada.
Feelies – “Everybody’s Got Something To Hide (Except Me And My Monkey)”
Thurston Moore – “Hashish”
Can – “Vitamin C”
Ultramagnetic MCs – “Give The Drummer Some”
Zapp & Roger – “More Bounce to the Ounce”
Dr. Dre + Snoop Dogg – “The Next Episode”
Usher + Ludacris + Lil’ Jon – “Yeah”
Christina Aguillera – “Genie in a Bottle”
Flight Facilities + Giselle- “Crave You”
Dexy’s Midnight Runners – “Come On Eileen”
Malu Maria – “Diamantes na Pista”
Bárbara Eugenia – “Perdi”
Chromeo – “6 Feet Away”
Angel Olsen – “New Love Cassette (Mark Ronson Remix)”
Beastie Boys – “Gratitude”
Cream – “Swlabr”
Mutantes – “Mágica”
Paul McCartney – “Check My Machine”
Erasmo Carlos – “Mané João”
Tim Maia – “O Caminho do Bem”
Bob Dylan – “False Prophet”
Neil Young – “Homegrown”
Norah Jones – “To Live”
The Band – “Orange Juice Blues (Blues For Breakfast)”
Supercordas – “6000 Folhas”
Boogarins + O Terno – “Saídas e Bandeiras No. 1”
Maria Bethania – “Estácio, Holy Estácio”
Paulinho da Viola – “Falso Moralista”
Gilberto Gil – “Back in Bahia”
Itamar Assumpção – “Prezadissimos Ouvintes”
Lô Borges – “Canção Postal”
Chico Buarque – “Caravanas”
Criolo + Milton Nascimento – “Cais”
Josyara – “Mansa Fúria”
Metá Metá – “Trovoa”
Mais uma joia deste encontro entre dois seres humanos sublimes – depois de cantarem juntos “Não Existe Amor em SP” como primeiro gostinho do EP Existe Amor, que será lançado nesta sexta, a dupla Milton Nascimento e Criolo faz o jogo de volta e dessa vez cantam uma canção do primeiro, a eterna “Cais”. Como na primeira música, esta também tem arranjo do gigante Amaro Freitas e produção de Daniel Ganjaman – que, por sua vez, antecipou a capa do disco e as outras duas músicas que completam o repertório, as inéditas “Dez Anjos” – parceria de Criolo com Milton – e “O Tambor” – que junta Criolo e o maestro Arthur Verocai.
Precisamos de beleza nestes tempos tão duros
Gravado ao vivo – e com direito a pedidos!
Nick Cave – “Cosmic Dancer”
Raul Seixas – “A Maçã”
Yo La Tengo – “Tom Courtenay”
Fiona Apple – “Shameika”
Curumin – “Solidão Gasolina”
Thundercat – “Friend Zone”
Dr. Dre – “Let Me Ride”
D’Angelo – “Brown Sugar”
Milton Nascimento + Lô Borges – “Trem Azul”
Police – “Spirits in a Material World”
Kinks – “People Take Pictures of Each Other”
Pato Fu – “Meu Coração é Uma Privada”
Siouxsie and the Banshees – “Happy House”
Joelho de Porco – “Boeing 723897”
Juper – “Essa Tal Criatura”
Pulp – “Disco 2000”
Beastie Boys – “Finger Lickin’ Good”
O caso Milton Nascimento e Criolo está ficando sério: depois de duetos ao vivo, os dois ícones da música brasileira anunciam o lançamento de um disco em conjunto, o EP Existe Amor, que será lançado no mês que vem e antecipam o que vem por aí ao mostrar regravação da faixa “Não Existe Amor em SP”, com produção de Daniel Ganjaman e arranjos do pianista Amaro Freitas, que acompanha os dois na gravação. E como se não bastasse, o EP também conta com arranjos de outro mestre, Arthur Verocai.
Isso promete…