Rodrigo Campos da Bahia para o Oriente

rodrigocampos

Quando entrevistei o Cidadão Instigado pra Folha de S. Paulo pude olhar através do vidro de gravação daquele que promete ser um dos discos brasileiros de 2015, o de Rodrigo Campos, que redireciona seu canto da deslumbrante Bahia Fantástica de seu álbum mais recente pra uma aventura do outro lado do planeta, como ele antecipou pelo Facebook:

Disco novo chegando! Novos e antigos parceiros se juntando, os arranjos ganhando corpo, a coisa toda ganhando forma e esse personagem obscuro, que permeia o disco, se revelando; Toshiro! Uma espécie de astronauta arquetípico do inconsciente, navegando completamente à deriva, se agarrando a qualquer espaço/tempo possível, a qualquer memória difusa, a qualquer falta de compreensão de si.

E antecipa uma primeira letra:

Toshiro Reverso
Uma nebulosa
Engoliu Toshiro ontem
Expeliu de volta
Um planeta esquisito
De fato, bonito
Pura coincidência
Numa esquina de São Paulo
Foi alçado com violência
À origem do universo
Toshiro reverso
Não dói, não
Toshiro reverso
Não dói, não
Toshiro uma estrela

Na gravação estavam velhos cúmplices como Rômulo Fróes, Curumin, Marcelo Cabral, Juçara Marçal, Thiago França e Ná Ozetti. O disco promete.

rodrigocampos2015

A primeira SUSSA de 2014

sussa12janeiro2014

A primeira SUSSA de 2014 começa afinada com o verão: QUENTE. Pra receber o novo ano, convocamos o trio de free jazz MarginalS, em que sax enfurecido de Thiago França, o contrabaixo acústico pesado de Marcelo Cabral e a bateria livre de Tony Gordin passeiam pelos limites da música como a conhecemos. Tudo para deixar a tarde de domingo ainda mais tranquila, cortesia da discotecagem de Alexandre Matias, Danilo Cabral e Klaus Kohut e dos Kod Burgers, do Bruno Alves. Você já conhece o esquema: acorde tarde, venha pra festa de alma lavada encontrar gente legal sem a pressa da balada noturna, querendo curtir um papo vespertino em câmera lenta, esperando o sol cair…

Vamos lá?

SUSSA – Tardes Trabalho Sujo
Domingo, 12 de janeiro de 2014
Show: MarginalS
DJs: Danilo Cabral, Alexandre Matias e Klaus Kohut
Neu Club
Rua Dona Germaine Burchard, 421. Água Branca. (mapa)
Telefone: 3862-0481
Aceita os cartões MasterCard, Visa, Diners
Ingresso: R$ 15 (com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com) e R$ 20 (sem nome na lista)
Horário: a partir das 16h20

O primeiro Passo Elétrico

passo-eletrico

Eis o primeiro registro do novo disco do Passo Torto, chamado Passo Elétrico – e a tensa Passarinho Esquisito mistura Robert Fripp com Caetano no final dos anos 70. O que será que vem por aí?

As 75 melhores músicas de 2012: 48) Sambanzo – “Capadócia”

Não há como não admirar a redescoberta da música africana que vem acontecendo no centro da música paulistana atual, reunindo talentos e novas celebridades ao redor da pluralidade polirrítmica e da harmonia tranversal da musicalidade do continente negro. É graças a esse não tão súbito interesse por diferentes aspectos de uma arte continental que personalidades como Kiko Dinucci (um dos maiores guitarristas do Brasil atualmente), Thiago França, Marcelo Cabral, Samba Sam e Wellington Moreira podem se encontrar em um projeto como o Sambanzo, nome que batiza o grupo (e que grupo!) liderado pelo sax endiabrado de Thiago. Mas “Capadócia” tem algo que transcende a Etiópia que dá nome ao álbum, o continente e vai encontrar parentesco na new wave dos Talking Heads, justamente em seu período caribenho, entre Fear of Music e o clássico show em Roma, em 1980. Culpa de Kiko, indie em pele de tribalista, que sabe muito bem o ponto em que o pós-punk converge com todo tipo de ritmo. E a cozinha, cubista e espacial, acompanha tudo de perto, escolhendo pontualmente os silêncios da faixa. Um clássico instantâneo.

Passo Torto: Romulo Fróes + Rodrigo Campos + Kiko Dinucci + Marcelo Cabral

Conhecem?

“A característica mais óbvia do disco é essa coisa colaborativa. O Cabral toca no trabalho individual dos três, eu toco guitarra na banda do Rodrigo, que toca cavaquinho com o Romulo. O que acontece com a gente é diferente de trampo de músico, em que o cara toca e vai embora. Tem o lance da vivência. Isso transparece na música de um jeito espontâneo”

…disse o Kiko ao Lucas. Reparem: o disco não tem percussão.

É impressão minha ou tem cada vez mais música sendo feita – e colocada pra download quase que instintivamente – hoje em dia? Será que os artistas brasileiros estão entendendo a internet antes de todos os outros players do mercado?

Criolo, Ganjaman e Marcelo Cabral falam sobre o disco que fizeram juntos

Em um programa da Trama.