Mano Brown estreia no carnaval de Salvador

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Em meio à folia do carnaval de Salvador, eis que surge Mano Brown no alto do trio elétrico do festival Afropunk, que teve também as participações do BaianaSystem e do Afrocidade, e puxa vários hits dos Racionais – e geral cantou junto.

Gigante. A foto do post saiu do Twitter do Brasileiríssimos.

Vida Fodona #619: Só música brasileira

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No clima da primeira edição das Noites Trabalho Sujo no Cine Joia.

Rita Lee – “Agora é Moda”
Secos & Molhados – “Sangue Latino”
Tulipa Ruiz – “Às Vezes”
Mano Brown + Seu Jorge + Don Pixote – “Dance, Dance, Dance”
Flora Matos – “Igual Manteiga”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
Boogarins – “Benzin”
Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Te Atazanar”
Erasmo Carlos – “Jeep”
Maria Bethânia – “Festa”
Eduardo Araújo – “Kizumbau”
Marcelo D2 – “A Maldição do Samba”
Antonio Carlos & Jocafi – “Simbarerê”
Elis Regina – “Bala com Bala”
A Cor do Som – “Razão”
Sabotage – “Rap é Compromisso”
Tim Maia – “Márcio Leonardo & Telmo”
Metá Metá – “Corpo Vão”

Tudo Tanto #42: A maturidade do rap brasileiro

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O evento Sons da Rua, que neste sábado, reúne integrantes de diferentes gerações do rap nacional (de Mano Brown a Djonga, Rincon Sapiência e Alt.Niss, Thaíde e Emicida), é uma das muitas manifestações da consolidação da importância do gênero em nossa cultura – falei sobre isso na minha coluna Tudo Tanto desta semana.

Rap brasileiro contra o ódio e pela democracia

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D2, Criolo, Rappin Hood, Don L, BNegão, Brown, Emicida e outros se posicionam contra o fascismo nas eleições brasileiras ao ler o manifesto Rap pela Democracia em uma só voz.

Eles criaram um site para explicar melhor o que está em risco – confere lá.

Os melhores de 2017 na música segundo a APCA

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Eis o resultado da eleição dos melhores do ano na categoria música popular segundo o júri da Associação Paulista de Críticos de Arte, do qual faço parte:

Grande prêmio da crítica: João Gilberto
Artista do ano: Rincon Sapiência
Melhor álbum: Boca, Curumin
Melhor show: Mano Brown (Boogie Naipe ao vivo)
Revelação: Pabllo Vittar
Projeto especial: Selo Discobertas (Acervo)
Música do ano: “As Caravanas”, Chico Buarque

Além de mim, participam do júri Fabio Siqueira, José Norberto Flesch, Marcelo Costa, Tellé Cardim, Lucas Brêda e Roberta Martinelli, estes dois últimos estreando na votação este ano.

Os indicados de 2017 da APCA

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Mais uma leva de indicados às categorias anuais da categoria de melhores do ano em Música Popular de acordo com o júri da Associação Paulista de Críticos de Arte, do qual faço parte. Depois das duas levas de discos (do primeiro e do segundo semestre), agora é a vez de saber quem são os indicados nas categorias artista do ano, show do ano, artista revelação e música do ano. A Adriana os antecipou em sua coluna no UOL e eu os trago pra cá. São eles:

ARTISTA DO ANO
Anitta
Chico Buarque
Mano Brown
Rincon Sapiência
Tim Bernardes

SHOW DO ANO
Cidadão Instigado – 20 anos
Curumin – (Boca ao vivo)
Far From Alaska – (Unlikely ao vivo)
Luiza Lian – (Oyá Tempo ao vivo)
Mano Brown – (Boogie Naipe ao vivo)

ARTISTA REVELAÇÃO
Baco Exu do Blues
Giovani Cidreira
Linn da Quebrada
My Magical Glowing Lens
Pabllo Vittar

MÚSICA DO ANO
Baco Exu do Blues – “Te Amo Disgraça”
Chico Buarque – “As Caravanas”
MC Fioti – “Joga o Bum Bum Tam Tam”
Pabllo Vittar – “K.O.”
Rincon Sapiência – “Meu Bloco”

Além de mim, votaram também nos indicados Marcelo Costa e José Norberto Flesch. O resultado da votação será divulgada na semana que vem.

Como foi o primeiro Spotify Talks de 2017

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Foi ótimo o papo sobre as diferenças e semelhanças entre a rua e a internet e como ambas influenciam de forma complementar padrões de comportamento neste novo século. A conversa teve a mediação da querida Renata Simões e reuniu um trio sensacional: Mano Brown, Tássia Reis e Kondzilla.

E o próximo Spotify Talks, nem te digo…

Spotify Talks 2017: Mano Brown, Tássia Reis e Kondzilla

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Reiniciamos os trabalhos da série Spotify Talks, ciclos de debates sobre música que concebi com o maior player de streaming do mundo, e começamos 2017 quente – o papo “Rua e Rede” mistura internet e vida offline traçando paralelos entre a ascensão da música digital e das redes sociais no Brasil com a expansão da chamada música de rua. Para isso convidamos um time de peso: o próprio Mano Brown, a sagaz Tássia Reis e o senhor Kondzilla participam da conversa que terá mediação da querida Renata Simões. O papo começa a partir das 20h desta terça-feira e será transmitido através da página do Facebook do Update or Die (confira mais informações aqui).

O Baile do Brown

Fotos: Willian Alves (Divulgação)

Fotos: Willian Alves (Divulgação)

Mano Brown lança seu primeiro disco solo transformando uma casa de shows num epicentro da música negra brasileira – escrevi sobre o show no meu blog no UOL.

Carlos Dafé, Seu Jorge, Ed Motta, Max de Castro, Hyldon – um verdadeiro panteão da música negra brasileira desfilou no palco de Mano Brown em sua primeira apresentação solo, na sexta passada, no Citibank Hall. E eles não eram os únicos a circular pelo palco – o maior nome do rap nacional veio cercado de uma banda com mais de dez músicos, sem contar dançarinos. E, no centro de tudo, ele sorria.

Brown não conseguia disfarçar – nem tinha por quê. Ele estava ali vivendo seu sonho de infância, uma versão pós-moderna para os espetáculos do Earth Wind & Fire, uma versão maiúsculas dos antigos bailes black nas periferias e no centro de São Paulo. Uma banda da pesada, com naipe de metais, backing vocals, dois guitarristas, tecladista, baterista, baixista DJ e percussionista, puxando um funk clássico, que ia groove orgânico dos anos 70 ao suíngue sintético dos anos 80, aquele clima entre o início da disco music e sua implosão que Brown sublinha ao chamar seu disco solo de Boogie Naipe. É uma noite dedicada à dança, ao flerte, à alegria e ao prazer, bem longe da cara amarrada e do clima denso que Brown criou dentro dos Racionais MCs.

Os shows de abertura – de Rincon Sapiência e Rael – não trouxeram todo o público para o local, deixando transitável a pista da casa de shows. Mas bastou começar a espera pelo show principal que logo o lugar começou a ficar lotado – nunca vi tanta gente na enorme casa de shows da zona sul de São Paulo. As cortinas se abriram pouco mais de uma hora após o horário anunciado (meia-noite), o que foi praticamente pontual levando em conta os atrasos intermináveis característicos dos shows dos Racionais.

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Cortinas abertas, luzes passeando entre os músicos e o público e uma lotação de pessoas no palco também semelhante à multidão no palco dos shows dos Racionais. Mas ali não era a entourage dos rappers e sim uma big band que descia a lenha para o público se esbaldar. À frente da banda, o rapper e cantor Lino Crizz, principal parceiro de Brown nesta nova fase, funcionava como o maestro da banda: vestido na estica, cabelo e vocais impecáveis, Crizz funcionava como a liga entre a banda e o dono da festa, sob o néon colorido que reproduzia de forma gigantesca a capa gráfica do álbum.

Brown sorria, rimava e cantava. É nítida sua vontade de deixar a persona criada com o grupo de rap num segundo plano, mostrando que mais do que um rapper implacável, ele também pode cantar – e bem. Seguindo à risca a mesma ordem de músicas do disco, ele chamava aos palcos praticamente todos os convidados que tocaram nas faixas de Boogie Naipe.

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E, ao vivo, Boogie Naipe é um claro bailão, com direito a locutor anunciando atrações (interpretado por Wilson Simoninha), solos de instrumentos, números de dança e climas diferentes de música – da introspecção à festa, do romantismo à exaltação, nunca optando pelo confronto. É um momento de celebração que Brown sublinha para o mesmo público dos Racionais que a vida não é só desgraça, só tragédia, só problemas. É preciso saber se divertir.

E assim ele vai chamando os convidados um a um, seguindo a ordem do disco, até que em dado momento, ele os reúne todos ao redor de uma mesa de boteco, tomando uísque e falando sobre a vida. O alívio de Brown ao ver que, depois de muito tempo de expectativa, deu tudo certo é transparente. Depois que Lino Crizz e Ed Motta dividiram o vocal no improviso de “This Masquerade” de Leon Russell, depois que Seu Jorge reapareceu tocando uma flauta transversal e Max de Castro e Duani desfilavam suas guitarras lado a lado, ele sentou-se num banquinho e desabafou: “Uma hora dessas o script já foi pro saco”, riu. Não tinha problema. Não tinha marra. Essa era a grande marca da noite – era o show de Brown, não do Brown dos Racionais.

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E embora o público pedisse músicas do grupo de rap, Brown não fugiu do script. Terminou o show tirando o gorro que usou toda a noite numa pequena barbearia cenográfica instalada à esquerda do palco e se era para cantar músicas que não fossem de seu disco solo, preferiu “I Want You”, de Marvin Gaye. A extensão do show poderia ser reduzida pois em dados momento o excesso de virtuosismo dos músicos, o excesso de improviso dos convidados e as coreografias no palco se tornavam repetitivas – mas isso também é característica tanto dos bailes black quanto dos shows de funk dos anos 70 e das apresentações da discoteca no fim daquela década.

O principal era o claro momento de celebração da cultura negra brasileira, que sublinhava uma verdade importante: Mano Brown é o polo magnético e unânime de diferentes gêneros e gerações desta cultura. Talvez apenas Jorge Ben e alguns nomes da velha guarda do samba provoquem tanta comoção e reverência. E como foi bom ver que Brown soube conduzir esta energia sem fechar a cara, sorrindo.

Vida Fodona #555: Máquina do tempo

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Pensativo.

Jorge Ben – “O Filósofo”
Calvin Harris – “Merrymaking at My Place”
!!! – “Heart of Hearts”
Blood Red Shoes – “It’s Getting Boring By The Sea (Blamma! Blamma! Red Shoes Mix)”
We Are Scientists – “Chick Lit (Danger TV Remix Edit)”
Edu K + Marina Vello – “Me Bota Pra Dançar”
Simian Mobile Disco – “Hustler”
Whitest Boy Alive – “The Golden Cage (Fred Falke Remix)”
Mano Brown + Seu Jorge + Dom Pixote – “Dance, Dance, Dance”
Quinto Andar – “Som Pra Pista”
Knife – “We Share Our Mother’s Health”
George Michael – “Freedom ’90”
Happy Mondays – “24 Hour Party People (Jon Carter Mix)”
B-52’s – “Rock Lobster”
Gang 90 + Absurdetes – “Românticos a Go-Go”
Talking Heads – “I Zimbra”
Fall – “Rollin’ Danny”
Erasmo Carlos – “Mané João”
João Donato – “Cala Boca Menino”
Odair José – “Com o Passar do Tempo”
Pink Floyd – “Free Four”
Pavement – “Father To a Sister of Thought”
Bruce Springsteen – “Glory Days”
Isaac Hayes – “By the Time I Get to Phoenix”