Música brasileira para exportação

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Não é novidade que vivemos uma época ímpar na produção musical brasileira: milhares de artistas autorais vivem da própria música, o público já se habituou a frequentar shows e a acompanhar estes nomes e mesmo numa crise política e econômica sem precedentes na história do Brasil, o cenário continua florescendo e abrindo-se para novos nomes. A conexão internacional, no entanto, precisa de um empurrãozinho, mesmo que empresários, agentes e produtores já entendam melhor o contexto em que se situam seus artistas no século 21. Essa é a função do evento Brasil Music Summit, que acontece de 6 a 9 de fevereiro, na Unibes Cultural, em São Paulo, uma realização do escritório Brasil, Música & Artes em parceria com a produtora Urban Jungle e a agência Inputsom Arte Sonora.

O evento reúne profissionais internacionais principalmente da área de shows e sincronização musical em filmes, comerciais e videogames, principais pontes do nosso mercado com o estrangeiro e a realização de shows de artistas de diferentes vertentes para apresentá-los a estes mesmos profissionais. Além das palestras, debates e workshops (confira a programação completa no site do evento), ainda há shows, tanto para credenciados no evento (de artistas como Mestrinho, Tuyo, Maria Beraldo, Josyara e Barbatuques, entre outros), quanto gratuitos para o público, na área externa da Unibes. Os shows gratuitos acontecem no sábado e domingo e reúnem Karol Conká, Xênia França, Rakta, Boogarins, Céu, Drik Barbosa, Autoramas, Luedji Luna, Teto Preto, Black Mantra, Tássia Reis e Felix Robatto.

O critério de escolha dos artistas levou em conta não apenas o lado artístico quanto o profissional: “Fizemos a seleção contemplando duas situações: artistas e bandas com vocação para exportação e com trajetórias mais maduras e por meio de um chamamento via site da BM&A, em que os artistas enviavam suas propostas de showcases”, explica Leandro Ribeiro da Silva, diretor geral do Brasil Music Summit e gerente de projetos da BM&A. “Dez artistas foram então selecionados pelos diretores de programação, André Bourgeois, CEO da Urban Jungle, e Mario Di Poi, diretor-executivo da Inputsom Arte Sonora – Céu, Karol Conká, Boogarins, Quarteto do Choro, Mestrinho e Nicolas Krassik são alguns desses nomes. Das setenta propostas que recebemos por meio de inscrição, convidamos três dos convidados internacionais – Pete Kelly, Head of Music na BT Sport, do Reino Unido, Geoff Siegel, CEO da Fundamental Music, dos EUA, e Jérôme Gaboriau, programador do Les Escales Festival, da França – para avaliar conosco o material de cada inscrito levando em conta a potencialidade e diversidade da música brasileira. Chegamos então aos outros dez artistas que completam a programação final desta segunda edição do Brasil Music Summit.”

Confira a programação dos shows abaixo:

6 de fevereiro
12h30 – Barbatuques *
14h40 – HÖRÖYÁ *
17h10 – Josyara *
19h50 – Beto Villares *

7 de fevereiro
12h – Filó Machado *
14h10 – Mestrinho e Nicolas Krassik *
19h20 – Quarteto Roda de Choro *

8 de fevereiro
12h30 – Gabriel Grossi *
14h40 – Tuyo *
17h30 – Felix Robatto
18h10 – Black Mantra
18h50 – Autoramas
19h30 – Rakta
20h10 – Boogarins
20h50 – Xênia França
21h30 – Céu

9 de fevereiro
12h30 – Maria Beraldo *
15h10 – Ricardo Herz Trio *
18h40 – Drik Barbosa
19h20 – Luedji Luna
20h – Teto Preto
20h40 – Tássia Reis
21h20 – Karol Conká

* Shows para credenciados no evento. Mais informações aqui.

Tudo Tanto #50: Acorda Amor

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Na última coluna Tudo Tanto de 2018, conversei com a Roberta Martinelli, que realizou o espetáculo Acorda Amor junto com o baterista Décio 7 e reuniu Maria Gadú, Liniker, Luedji Luna, Letrux e Xênia França para interpretar canções da história da música brasileira que ecoam esta fase pesada que estamos vivendo nestes anos – e que deve virar disco (além de mais shows) em 2019. Leia a coluna lá no Reverb.

Antes do Climão

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Nesta sexta, Letrux comemora o primeiro aniversário de seu disco de estreia no Cine Joia com a participação de Luedji Luna e eu discoteco antes do show. Vamos lá? Mais informações aqui.

Virada Cultural 2018 no CCSP

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A Virada Cultural paulistana acontece no próximo fim de semana, dias 19 e 20 de maio, e pela segunda vez faço a sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo virar a noite de sábado e adentrar o domingo com o filé da atual música brasileira, com o primeiro show da volta da Orchestra Santa Massa do DJ Dolores (com formação completa) descambando num show do Negro Leo, passando por uma noite voltada ao novo rap brasileiro (Flip, Bivolt, Nill, Diomedes Chinaski) com a presença de novos veteranos da cena (como Ordem Natural, Erick Jay, De Leve, DJ PG e Síntese), voltando num domingo que abre com o encontro dos Metá Metá com Tantão e os Fita, segue com Giovani Cidreira, passa pelo BNegão e seus Seletores de Frequência tocando seu clássico disco de estreia, Enxugando Gelo recém-relançado em vinil, e encerra-se com um show completo de Luedji Luna. É tudo de graça, só precisa passar antes na bilheteria para garantir o ingresso (mais informações aqui). Vamos lá?

18h – Orchestra Santa Massa
19h – Negro Léo
23h – Flip
0h – Erick Jay
1h – Bivolt
2h – DJ PG
3h – Diomedes Chanaski
4h – Síntese
5h – De Leve, Ordem Natural e Nill
12h – Metá Metá + Tantão e os Fita
14h – Giovani Cidreira
16h – Bnegão & Os Seletores de Frequência tocam Enxugando Gelo
18h – Luedji Luna

Luedji Luna: Bom Mesmo é Estar Debaixo D’Água

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A cantora e compositora baiana Luedji Luna é a dona das terças-feiras de abril no Centro da Terra, sessão ainda sem nome que abre a possibilidade para artistas expandirem obras em temporadas curtas. Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água é o nome de sua temporada, em que experimenta, ao lado de um baixista, músicas de seu novo repertório, para além do disco Um Corpo no Mundo, lançado no ano passado. A temporada é batizada com o título de uma dessas novas canções (que ainda incluem faixas chamadas de “Chororô”, “Khadja”, “Bença”, “Tudo que brilha”, “Eu sou um Árvore Bonita” e “Seta”, entre outras), todas mostradas pela primeira vez no pequeno grande palco do bairro do Sumaré, em São Paulo. São canções compostas ao lado do músico François Muleka, que participará de uma das apresentações, e o repertório deve variar de um show para o outro. As apresentações acontecem em todas as terças de abril, à exceção do dia 10 (mais informações aqui). Mas ela nem sabe se as novas músicas darão origem a um novo disco: “Nesse momento eu quero somente compor mais canções…”, como ela me conta na entrevista a seguir.

Como é começar a pensar em músicas novas no momento em que seu álbum está decolando?
Eu não pensei, essas canções simplesmente vieram! Tenho refletido muito sobre afetividade de mulheres negras, tenho pensado muito sobre meus próprios afetos e experiências amorosas, que acabaram virando letras, boa parte delas musicadas por François Muleka, que será convidado a cantar comigo em uma das terças. Nesse momento eu quero somente compor mais canções…

As canções têm algum ponto em comum? Elas estão em qual estágio?
Sim, eu sou letrista na maioria das canções e o François musicou boa parte delas, todas trazem como elemento comum a temática do amor ou a ausência dele. O formato será voz e baixo. Elas podem estar no estágio inicial ou final, não quero gerar expectativas.

Você mostrará músicas do seu disco atual?
Não, eu quero me experimentar cantando essas novas canções e ver a reação do público. Apesar de entender que quero trazer essa mesma temática no novo disco, não necessariamente essas serão as canções que estarão no próximo trabalho. Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água é uma experiência!

O primeiro semestre de 2018 no Centro da Terra

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É com imensa satisfação que anuncio os donos das temporadas no Centro da Terra neste primeiro semestre de 2018: em março temos a querida Bárbara Eugenia às segundas e o grande MdM Duo dos irmãos Fernando e Mario Cappi, guitarristas do Hurtmold; em abril às segundas temos o sagaz Rico Dalasam e às terças e a forte Luedji Luna; em maio as segundas são do mestre Edgar Scandurra e as terças do voraz Guizado; em junho as segundas são da deusa Cida Moreira e as terças dos ótimos Garotas Suecas e julho tem o sensacional Vitor Araújo nas segundas e o CORTE de Alzira Espindola nas terças. O Pedro Antunes conta mais em seu blog no Estadão.