Não foi apenas uma maravilha o encontro do Bufo Borealis com o guitarrista Lucio Maia no palco do Centro da Terra nesta terça-feira. A apresentação, batizada pela banda instrumental de Um Passo à Frente, realmente avançava adiante a cada minuto em que a noite mergulhava em sua escuridão, cada vez mais mexendo nas cabeças e corações do público que encheu o teatro para entrar naquela viagem. O amálgama jazz funk idealizado por Rodrigo Saldanha, Juninho Sangiorgio, Anderson Quevedo, Paulo Kishimoto, Tadeu Dias e Vicente Tassara começou a noite mostrando músicas de seu terceiro álbum, que ainda não tem data de lançamento definida mas deve sair entre este ano e o próximo, para só então receber o guitarrista pernambucano. Acompanhado do Bufo Borealis Lucio primeiro mostrou músicas de seu único álbum solo, o disco batizado com seu nome que lançou em 2019, para depois seguir o sexteto em composições de seus discos anteriores. E a cada nova jam, que atravessava minutos como se fossem horas e segundos ao mesmo tempo, o encontro das duas partes ia mostrando-se mais intenso e próximo, mas ninguém estava preparado para o que aconteceu quando os músicos caminharam rumo ao delírio cósmico que nos proporcionaram ao entrarmos num dos maiores momentos de melancolia psicodélica já ouvidos, quando erigiram um monumento não-palpável à tour de force que George Clinton provocou seu guitarrista Edie Hazel (à época da gravação, em 1971, com parcos 17 anos) a celebrar a dor da perda e a alegria da luz em homenagem à passagem de Jimi Hendrix. Ouvir “Maggot Brain”, do Funkadelic, esticada por dezesseis minutos no palco do Centro da Terra foi certamente um dos grandes momentos de 2024 – e não apenas para quem esteve presente nessa sessão especial. Afinal, essas frequências sonoras ainda estão por aí…
Nesta terça-feira temos o prazer de receber mais uma vez a groovezeira pesada da banda Bufo Borealis no palco do Centro da Terra, que convida outro mestre da guitarra para participar de sua apresentação. E se no ano passado o grupo de jazz funk havia recebido Edgard Scandurra, desta vez é Lucio Maia quem comparece à apresentação do caldeirão de groove formado por Juninho Sangiorgio (baixo), Rodrigo Saldanha (bateria), Anderson Quevedo (sax), Paulo Kishimoto (percussão e teclado), Tadeu Dias (guitarra) e Vicente Tassara (piano). Juntos, os sete músicos visitam os dois primeiros discos da banda e os da carreira solo do guitarrista, além de passar por composições novíssimas que temperam esse encontro inédito. O espetáculo Um Passo à Frente começa pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.
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O encontro de Kiko Dinucci e Lucio Maia no Centro da Terra nesta terça-feira mostrou como duas escolas musicais completamente diferentes podem se encontrar, se estranhar e se complementar numa noite de improviso que contrastou os efeitos psicodélicos e paisagens ambient desenhadas pelo guitarrista pernambucano com o violão punk e percussivo do músico de Guarulhos. Enquanto Lucio pilotava sua pedaleira que incluiu até uma inusitada talkbox, Kiko espetava seu violão rústico com pregadores de roupa, pedaços de papel e gravetos, além de cantar – seja em português ou iorubá – canções sobre bases apenas ruidosas. E ao mesmo tempo que pareciam terem vindo de planetas diferentes, se encontravam em complexas camadas de harmonia atonal e melodias esparsas. Bem foda.
Nesta terça-feira, o palco do Centro da Terra recebe o primeiro encontro de duas lendas-vivas da guitarra elétrica brasileira, quando Lucio Maia e Kiko Dinucci se encontram no espetáculo Arquitetura do Caos. Só os dois e seus instrumentos abrem caminhos para explorar possibilidades musicais inéditas cruzando a linhagem do samba punk noise do jovem mestre de Guarulhos às acrobacias psicodélicas do mestre pernambucanno. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente aqui.
Prontos pra mais um mês de fortes emoções no Centro da Terra? Pois lá vamos nós com as datas de agosto e quem toma conta das segundas-feiras é Sandra Coutinho: a líder das Mercenárias apresenta a temporada Linha Contínua do Tempo, em que ela recebe convidados e amigos de diferentes épocas de sua carreira para encarnar projetos que ela desbravou nestas décadas de contracultura paulistana, reunindo nomes como Edgard Scandurra, Paula Rebelatto, Mari Crestani, Bibiana Graeff, Rodrigo Saldanha, Silvia Tape, Pitchu Ferraz, Amanda Rocha, Tadeu Dias, Bernardo Pacheco e outros nomes que surgirão sempre ás segundas, nos dias múltiplos de sete. O mês de agosto começa numa terça-feira, dia 1°, quando Laura Lavieri apresenta seu espetáculo Mântrica, em que trabalha com ondas vibracionais com foco nos atos de energizar, pacificar, desenvolver, vibrar, adormecer, despertar, transcender, com a participação de convidados surpresa. Na segunda terça, dia 8, dois dos maiores guitarristas do Brasil se encontram pela primeira vez no palco, quando Lucio Maia recebe Kiko Dinucci para apresentar a Arquitetura do Caos. Na terça seguinte, dia 15, é a vez da cantora e compositora Anná mostrar diferentes estágios de suas novas canções no espetáculo Deusa Diaba na Terra do Sol. Na penúltima terça do mês, dia 22, reunimos pela primeira vez desde a pandemia a banda carioca Do Amor, que mostra músicas de diferentes fases de sua carreira – incluindo várias que nunca tocaram ao vivo na apresentação Problemão Do Amor. E na terça seguinte, dia 29, dois integrantes do Do Amor (Marcelo Callado e Gustavo Benjão) ficam por São Paulo para acompanhar Rubinho Jacobina no espetáculo Desembaraço, em que ele recebe Iara Rennó como convidada. Vai ser bonito! Os espetáculos começam sempre às 20h, pontualmente, e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.
Quem toma conta das próximas terças-feiras no Centro da Terra é o trio instrumental Atønito, formado pelo saxofonista e pelo baixista Ro Fonseca e que agora conta com a baterista Priscila Brigante como convidada. Os três brincam, em duas terças-feiras, com os limites da música sem voz e sua capacidade de comunicação na minitemporada Notas e Sílabas, em que a cada apresentação convidam um artista diferente para desbravar este questionamento: na primeira terça-feira, dia 6, o convidado é o guitarrista Lúcio Maia e na semana que vem, no dia 13, quem sobe ao palco com o trio é a cantora Luiza Lian. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.
Estamos entrando na terceira parte do mês de maio, então é hora de anunciar as atrações do mês de junho no Centro da Terra. A temporada das segundas-feiras fica na mão de duas produtoras, compositoras e multiinstrumentistas que cogitei reunir pensando nos pontos em comuns de seus trabalhos e Sue e Desirée Marantes me apresentaram uma proposta incrível chamada Mil Fitas, em que reúnem-se com diferentes artistas para criar paisagens sonoras em camadas. Na primeira segunda, dia 5, elas recebem as artistas Dharma Jhaz e Carol Costa. No dia 12, é a vez de tocarem ao lado do duo Carabobina (composto por Alejandra Luciani e Rafael Vaz) e de Fer Koppe. Na outra segunda, elas reúnem uma cabeçada: Kiko Dinucci, Ricardo Pereira, Romulo Alexis, Guilherme Peluci, Paola Ribeiro, Sarine, Gylez, Bernardo Pacheco, Natasha Xavier e outros nomes a confirmar, encerrando a temporada dia 26, quando reúnem a banda Ema Stoned, a produtora Saskia e o boogarinho Dinho Almeida. As terças de junho começam com uma minitemporada, Notas e Sílabas, em que o trio instrumental Atønito se aventura pelo mundo das palavras, com um novo convidado a cada apresentação – no dia 6 eles recebem o guitarrista Lucio Maia e no dia 13 a cantora e compositora Luiza Lian. As outras terças trazem dois shows solos de dois artistas distintos iniciando novas fases em suas carreiras: no dia dia 20 a cantora e instrumentista paulista Tika apresenta Marca de Nascença, quando toca ao lado de uma banda composta só por mulheres e antecipa seu próximo trabalho, enquanto no dia 27 o paulistano Bruno Bruni começa a encerrar sua trilogia de jazz funk Broovin’ apresentando as faixas do próximo disco em primeira mão no palco do Centro da Terra. Como junho é o mês do festival In Edit, nossa parceria traz o documentário Manguebit, dirigido por Jura Capela no ano passado, ma primeira quarta-feira do mês, dia 7, antes da programação oficial do evento, que terá atividades no Centro da Terra, anunciadas em breve. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.
No dia 2 de fevereiro de 1997, Chico Science deixava este plano para abraçar a imortalidade. E para lembrar do mestre nestes 25 anos sem ele, conversei com Jorge Du Peixe, Lúcio Maia, Paulo André e H.D. Mabuse, todos amigos de longa data e chapas na construção da utopia que foi o mangue beat, sobre a importância do mangueboy original para nossa música, em mais uma colaboração para o site da CNN Brasil.
O grupo Nação Zumbi reencontra-se com seu primeiro disco sem Chico Science, Rádio S.Amb.A., lançado no ano 2000 pois o disco está sendo lançado pela primeira vez em vinil ao mesmo tempo em que é assunto de um documentário que estreia nesta quinta, com show em que a banda toca todo o disco na íntegra, no Cine Joia, dentro da programação do festival In-Edit (mais informações aqui). Conversei com os produtores do documentário e com o guitarrista Lucio Maia em matéria que escrevi para a Trip – saca só.
O grupo de rap de São José dos Campos Síntese convida o guitarrista da Nação Zumbi Lucio Maia para um encontro inédito nesta quinta, no Centro Cultural São Paulo, a partir das 21h (mais informações aqui).