Lost por Luciano Kalatalo

, por Alexandre Matias

Lost foi a primeira série que acompanhei via torrent, em que tive meu grito de liberdade. A partir daquele momento eu poderia fazer a programação que quisesse. Eram momentos de angústia aguardando a finalização do download durante a madrugada. Ao mesmo tempo é decepcionante perceber que o nosso serviço de banda larga pouco mudou nestes seis anos, continuamos com conexões ruins e com preços extorsivos.

Esta falta de consideração com o telespectador/consumidor é crônica, vejam o caso do canal AXN, demoraram cinco anos para tomarem uma iniciativa e exibirem os episódios com menos “delay” em relação a ABC, e mesmo sendo uma empresa multinacional, não tiveram competência para exibir simultaneamente os episódios, tendo como justificativa a questão da produção das legendas. Acabaram atropelados por uma equipe de fãs brasileiros, que conseguem publicar as legendas em menos de 24 horas após a exibição nos EUA.

Foi legal acompanhar cada suposição/teoria em relação a série, valia tudo: espiritismo, ufologia, física, histórias da bíblia, viagem no tempo. Mas o que mais gostei, acho que por ser estatístico, foi a maneira que Lost inseriu o tema das ciências exatas dentro da cultura pop. Conceitos de física, matemática e estatística já haviam sido discutidos em vários outros filmes e séries, mas desta vez não foram assuntos de menor ou maior relevância, tinham o mesmo peso que uma música obscura do Kinks, a citação de um livro ou o misticismo da trama.

* Luciano Kalatalo é estatístico e metade da Gente Bonita.

Tags: ,