Lóki?, por Tom Zé
E por falar em disco cinquentenário, compartilho aqui as impressões atuais do mestre Tom Zé sobre o primeiro disco solo de Arnaldo Baptista, o imortal Lóki?, que também completa meio século de idade neste 2024, e que nunca tinha sido ouvido pelo lóki baiano. O texto foi publicada pelo próprio Arnaldo em sua conta no Instagram. Leia abaixo:
“Pra que eu fui ler o diabo da orientação que manda ouvir o disco a todo volume? O lingerie me afoga. Um disco desses! Quem disse que sou capaz de beber? Ouvir a todo volume? Até baixinho já me afoga, ai meu Deus!
É rock em roll? Eu preciso de um médico. Quem disse que um tabaréu com coração pode ouvir rock em roll? Principalmente Arnaldo roll, que fode com a pessoa. Mata e seca o couro com sal no sol.
Perdi o controle. Eu preciso de um mé-di-co. Esse Arnaldo rói, esse Arnaldo enrola, esse Ar… nal… Eu preciso de ar. De ar, de ar, de ar. A primeira música entupiu o quarto. A segunda me arrancou do chão. Quero jogar fora meu diploma. Dói não ter Ar, não ser Arnal do dó dói.
O que quer dizer ‘vou voltar pra Cantareira’? E o piano que ele toca? Como pode? Socorro!
Estou ouvindo agora de novo. Pensei que só se morria uma vez.
SOCORRO, TINHORÃO!
De 74? Como é que eu não tinha ouvido isso? Que seria de minha vida, se.
É só piano, bateria e voz? Parecia uma dúzia de assassinos. Música! Nunca mais. Nunca mais faço uma. Ainda bem que esse disco me pariu de novo”.
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