Vida Fodona #190: Toda a primeira década do século vinte e um através das canções

Segue a série!

White Stripes – “Dead Leaves and the Dirty Ground”
Little Joy – “Brand New Start”
Generationals – “When They Fight, They Fight”
Radiohead – “Jigsaw Falling Into Place”
Bloody Red Shoes – “It’s Getting Boring by the Sea (Blamma! Blamma! Red Shoes Mix)”
Rebel DJs – “Hung Up Night”
Arctic Monkeys – “Dancing Shoes ”
Modest Mouse – “Float On (demo)”
Roots – “Seed 2.0”
Sounds – “Tony the Beat (Rex the Dog Mix)”
Kaiser Chiefs – “Never Miss a Beat (Cut Cop Remix)”
Martin Solveig + Dragonette- “Boys & Girls (Radio Edit)”
LFO – “Freak”
LCD Soundsystem – “Time to Get Away”
MIA – “Paper Planes (DFA Remix)”
Cicada – “Falling Rockets (Just A Band Remix)”
Ladyhawke – “Paris is Burning (Alex Metric Remix)”

Junte-se a mim.

Os 100 melhores discos dos anos 00: Mombojó / Little Joy

89) Mombojó – Nadadenovo (2004)

90) Little Joy (2008)

The Velvet Underground & Beck

Não acredito que os álbuns irão morrer como a ditadura do single da era MP3 parece antever. Óbvio que não sobreviverão como um pedaço de plástico que toca música envelopado numa cartolina ou numa caixa de plástico ilustrado com uma capa legal. Nos tempos digitais que tornaram obsoletos tudo aquilo que só faz uma coisa que vivemos, é natural que o próprio formato álbum seja cobrado de algo entre a imersão e a interatividade. Algo que antes nos satisfazia – tirar uma tarde para ouvir um disco, ver a capa e folhear o encarte – agora parece muito trivial e limitado para os parâmetros atuais. Hoje o site de um artista faz muito mais as vezes de uma capa de disco, embora o próprio conceito de site torne-se obsoleto em breve. O fato é que a música vai encontrar uma forma de se apresentar envelopada em um conceito – seja visual, temático ou momentâneo.

Beck já vem há algum tempo tentando entender como a música será experimentada no futuro, dando um MP3 aqui, fazendo show com o Flaming Lips como banda de apoio ali, deixando o fã escolher a disposição das imagens na capa do disco (no disco The Information, que repetia a brincadeira da capa recorta-e-cola da Arca de Noé, de Toquinho e Vinícius) mais adiante. Mas com seu Record Club, Beck dá alguns passos para frente.

A brincadeira é simples: ele se tranca no estúdio com uns amigos para recriar, em um dia, um disco clássico escolhido aleatoriamente para ir soltando aos poucos as versões online. É um dia de trabalho que rende semanas e semanas de visitação e linkagem sobre o projeto que, à medida que vai tomando forma, funciona também como uma celebração do formato ameaçado pelo mundo digital. “Record Club” é um trocadilho entre o Clube do Registro – sobre o encontro de um dia de Beck com seus camaradas – com Clube do Disco. E, mais do que uma estratégia online, ele pode crescer e virar um disco de fato, um show, uma turnê. Na pior das hipóteses é uma respeitosa e ousada discografia paralela lançada oficialmente – mais ou menos como os trocentos CDs ao vivo que o Pearl Jam lançou no início da década.

Pra começar, ele preferiu chamar o time de casa. Juntou sua banda de apoio (Joey Waronker, Brian Lebarton, Bram Inscore, Chris Holmes) ao produtor Nigel Godrich (o de OK Computer, você sabe), o ator Giovanni Ribisi e a cantora islandesa Thorunn Magnusdottir para recriar o primeiro disco do Velvet Underground, o clássico banana. O disco finalmente foi consolidado e, como se esperar de uma gravação feita em apenas um dia, tem seus altos e baixos. Magnusdottir até funciona como uma Nico decente, dando a austeridade necessária à “Femme Fatale” e “All Tomorrow’s Parties” e a banda improvisada se comporta bem em versões bucólicas para “Sunday Morning” e “Run Run”. Mas quando tentam soar noise, são terríveis: “Waiting for the Man” e “There She Goes Again” têm guitarras retorcidas por pura idiossincrasia e as jam sessions de “Heroin” e “Venus in Furs” só funcionam como curiosidade mórbida. Os melhores momentos do disco, no entanto, acontecem quando Beck ressalta sua veia country, transformando “Black Angel’s Death Song” numa levada folk interminável, “I’ll Be Your Mirror” e “Europpean Son” em duetos de casal. Vale como experiência, não como produto – e é aí que Beck acerta com seu Record Club. É só uma brincadeira, uma tarde livre, mas ao mesmo tempo é um formato novo, um registro

E ele já está no segundo volume do projeto. Juntou-se ao MGMT, ao Devendra Banhart e à Binki do Little Joy para recriar o primeiro disco de Leonard Cohen (não duvide se o Amarante der as caras por lá). Outro projeto, já gravado, homenageia o único disco (o clássico Oar) de Alexander “Skip” Spence, ex-integrante do Jefferson Airplane e do Moby Grape, gravado ao lado de ninguém menos que o Wilco. E entre os discos já citados como próximos projetos estão um do Ace of Base (?!) e outro do Digital Underground.


Beck – “Black Angel’s Death Song

“E eu, ah, eu nunca vou entender…”

As voltas que o mundo dá: Los Hermanos, em 2002, cantando “Last Nite”, dos Strokes, com o Amarante cantando. Pouco mais de cinco anos depois, dois integrantes das duas bandas fundariam o Little Joy


Los Hermanos – “Last Nite” (ao vivo)

Novas do Little Joy e a calcinha da Binki

Falando em Los Hermanos, Amarante também apresentou-se no fim de semana passado com seu Little Joy no Brasil pela segunda vez no ano, subindo um degrau considerável – do Clash pra Via Funchal, preço de ingresso quase triplicado em relação ao começo do ano. E aproveitou pra mostrar músicas novas. O Terron compilou três dessas (abaixo vão duas, bem boas), além do vídeo deles tocando “Procissão“, do Gil.

Terron também twittou uma fotinha que saiu no blog do Maurício Valladares em que a Binki, esvoaçante, pagou uma calcinha completa ao pular mais que deveria, se liga:

E falando em Little Joy…

…uma idéia que andava fora de moda: um comercial simples com uma música boa. Sem promoções transmídia, techno com nü-metal, diretor e modelo carésimos ou estratégias de massificação na marra. Não duvide: é possível ser viral sendo só bom.

Confirmado: Little Joy no Brasil em agosto

Com shows no Rio e em São Paulo, no meio do mês que vem. Tá certo, eles têm mais é que aproveitar a onda – mas toca “Eat at Home” dessa vez, pô. A Kátia dá mais detalhes. Acima, trecho de uma música nova dos caras.

Little Joy no Brasil em setembro?

E falando no Ronaldo, ele me lembrou dessa história que eu já tinha ouvido falar semana passada, mas pelo jeito, tá deixando de ser boato:

Devido às varias perguntas que recebemos em relação à vinda da Joy ao Brasil, resolvemos fazer um post especialmente para esclarecer a situação.

Um primeiro indício está NESTA ENTREVISTA que o Rodrigo concedeu ao Multishow, onde ele disse “A gente está tentando armar uns shows ainda esse ano, talvez em agosto, mas eu só toco por aqui se o Fabrizio puder vir também.”

Menos de um mês depois, um amigo meu, Iuri, que foi em dois shows na California, conversou um bocado com eles e no dia seguinte ele me contou que eles estavam preparando uma turnê maior lá pra setembro, e que muito provavelmente viriam ao Brasil.

Hoje, uma amiga minha mexicana, Claudia (fala aí, quem tem amigos nessa vida, tem tudo hahaha), me mandou um áudio de uma entrevista que eles fizeram à radio 101.9RXP em que Fabrizio diz com todas as letras que eles virão ao Brasil, citando até Rio e São Paulo. Ele fala também sobre a situação com os Strokes, que eles têm várias músicas e que só estão escolhendo um produtor.

Então vamos esperar mais informações, confirmações de datas e fazer aquela festa que foi quando eles vieram no começo do ano.

Quer ouvir a entrevista? Dá um pulo neste blog dedicado ao grupo.

Seguindo no sossego

Little Joy acústico na KCRW, de Los Angeles. O Mini compilou mais vídeos desse show no Conector, cola lá – e se você quiser ler o que eu, o Bruno e o Mini achamos dos shows da banda no Brasil, é só seguir os links aí.

Cinco vídeos para o meio da semana – 84


Killers – “The World We Live In”


The National – “Sem título”


Little Joy – “Next Time Around”

Major Lazer "Zumbie" ft. Andy Milonakis

Major Lazer e Andy Milonakis – “Zumbie”


Grizzly Bear – “Two Weeks”