Rolou na semana passada, mas só apareceu agora: Bob Dylan segue passeando com a turnê de seu disco mais recente, o soberbo Rough and Rowdy Ways (please com to Brasil!) e no domingo do outro fim de semana foi flagrado reverenciando outro bardo, este canadense, ao passar em sua cidade-natal. No show que fez no Salle Wilfrid-Pelletier, em Montreal, no Canadá, Dylan pinçou “Dance Me to the End of Love”, que Cohen escreveu sobre nazistas tocando música clássica ao mandar judeus para as câmaras de gás nos campos de concentração em seu álbum de 1984, Various Positions. Não é a primeira vez que Dylan faz esse tipo de homenagem nesta turnê. Só no mês de outubro, ele celebrou John Mellencamp (“Longest Days“) ao passar por Indianápolis, tocou uma (“Nadine“) do Chuck Berry quando passou por St. Louis e duas do Muddy Waters (“Every Grain of Sand” e “Forty Days and Forty Nights”) e Howlin’ Wolf (“Killing Floor“) em sua passagem por Chicago, sempre saudando mestres e compadres em suas cidades-natal. Mas essa do Cohen pegpu na veia, ouça abaixo:
O Trabalho Sujo completa 27 no próximo domingo, mas já antecipo aqui algumas atividades que estou fazendo para comemorar mais um aniversário. A primeira delas é a realização de mais uma edição do espetáculo Leonard Cohen: Dito e Lido que concebi e dirigi com a querida amiga Juliana Vettore e que desta vez acontece no Sesc Pinheiros. Mais uma vez reunimos Bárbara Eugênia, Jeanne Callegari, Jose Bárrickelo, Juliana R. e Michaela Schmaedel para celebrar a obra do mestre canadense, entre canções e poemas que passam por diferentes fases de sua carreira. O espetáculo acontece no dia 18 de novembro, na próxima sexta-feira, às 21h, e os ingressos já estão à venda no site do Sesc.
Leonard Cohen: Dito e lido @ Centro da Terra (2.5.2022)
Alma lavada após colocar de pé Leonard Cohen: Dito e lido, tributo ao mestre canadense que eu e Juliana Vettore concebemos para o Centro da Terra terra ao lado de um time de primeiríssima. Jeanne Callegari, Michaela Schmaedel, Bárbara Eugenia, Juliana R. José Barrickello se revezaram entre poemas, instrumentos musicais, efeitos sonoros, versos implacáveis, bilhetes tenros e refrães memoráveis numa homenagem cujo tom elegante e solene não impediu experimentações e cruzar algumas fronteiras pouco óbvias de sua vida e obra.
Aproveitando o lançamento no Brasil do livro póstumo A Chama, a querida Juliana Vettore, da Capivara Cultural, me convidou para dirigir uma apresentação em homenagem ao poeta canadense Leonard Cohen. A premissa era fazer algo que transcendesse o sarau rumo a um espetáculo que nos levasse ao encontro do velho Cohen misturando canção, poesia e ruído ao mesmo tempo em que contemplamos diferentes facetas de sua poética. Para isso, convidamos Bárbara Eugenia, Juliana R., Jeanne Callegari, Michaela Schmaedel e José Barrickelo para reverenciar vida e obra deste mestre, que nos deixou em 2016. Os ingressos para esta apresentação, que acontece no Centro da Terra, já estão esgotados.
Maio começa na semana que vem e a programação de música do Centro da Terra tá daquele jeito que a gente gosta. A primeira segunda-feira traz o espetáculo Leonard Cohen: Dito e Lido, que estou dirigindo ao lado da Juliana Vettore, reunindo Bárbara Eugênia, Juliana R., jeanne Callegari, José Barrickelo e Michaela Schmaedel para celebrar vida e obra de Leonard Cohen num espetáculo que reúne poesia e música. No dia seguinte é a vez dos Garotas Suecas realizarem seu primeiro show depois desse período pandêmico, reunindo clássicos de sua carreira com músicas do disco que terminaram de gravar. Na outra segunda-feira, dia 9, o dono da temporada do mês é o compadre Kiko Dinucci que mergulha no vazio de possibilidades inéditas. A primeira segunda o traz ao lado dos guitarristas Guilherme Held e Lello Bezerra com intervenções visuais de Gina Dinucci. No dia 16, ele se reúne a Gustavo Infante e Maria Cau Levy para desconstruir seu violão. No dia 23, ele solta a voz – sem instrumentos – ao lado de Alfredo Castro, Xeina Barros, Henrique Araújo com intervenções de Bruno Buarque. E, finalmente, na última segunda do mês, dia 30, ele chama Negravat para dividir a noite com a banda Test. Tá achando pouco? Dia 10 é a vez de Marina Melo mostrar o que ela está aprontando, dia 17 reúno Nina Maia e Chica Barreto uma noite linda, um gostinho do próximo trabalho de Anai-Sylla no dia 24 e, finalmente, no último dia do mês, uma outra versão para o disco Homem Mulher Cavalo Cobra do doutor Morris. Um mês e tanto pra quem quer ouvir música boa! Os ingressos já estão à venda aqui, não dê mole.
No soberbo Thanks for the Dance, Adam Cohen, filho do mestre Leonard, revive seu pai, morto em 2016, em forma de puro sentimento, num álbum póstumo vivo, cheio de vida e sobre a maravilha de estar vivo.
Neste vídeo produzido pelo pessoal do Blogothèque para o canal do velho Leonard, Adam conta como foi criar este último disco de seu pai a partir de instruções do próprio, com participações de Feist, Damien Rice, entre outros.
Discaço.
“I got my shit together meeting Christ and reading Marx”, canta o bardo canadense Leonard Cohen na faixa de abertura de seu primeiro disco póstumo, “Happens to the Heart”. Como de praxe no repertório do mestre, a faixa equilibra-se entre a sobriedade e a sombra, dando o tom de Thanks for the Dance, disco conduzido por seu filho, Adam Cohen, a partir de sobras de estúdio do último disco gravado pelo pai, You Want it Darker, lançado meses após sua morte, em 2016.
O disco já havia sido anunciado com a faixa “The Goal” (abaixo) e Adam convidou alguns pupilos do pai para reunir-se em sua homenagem e com isso ele conseguiu Feist, Beck, Damien Rice, Bryce Dessner (do National), entre outros, colaborassem com o disco – que já está em pré-venda e deverá ser lançado no dia 22 do mês que vem.
A capa e o nome das faixas de Thanks for the Dance vêm a seguir:
“Happens to the Heart”
“Moving On”
“The Night of Santiago”
“Thanks for the Dance”
“It’s Torn”
“The Goal”
“Puppets”
“The Hills”
“Listen to the Hummingbird”