Kiko Dinucci 2017: “São Paulo, terra de um beijo só”

, por Alexandre Matias
Cabral, Sergio e Kiko (foto: Taylor Ponto)

Cabral, Sergio e Kiko (foto: Taylor Ponto)

“São Paulo tá morrendo e todo paulistano tá assistindo à cidade morrer”: Kiko Dinucci grunhe sobre a cidade em que cresceu com o mesmo ranger de dentes que parece sair de sua guitarra, um rosnado elétrico sujo punk tosco que soa como uma afronta, mas que cria uma textura sonora única e característica que atravessa seus diferentes projetos musicais. Seu primeiro disco solo, Cortes Curtos, que será lançado no mês que vem, traz esse mesmo ruído acompanhado pelos sempre fiéis compadres Marcelo Cabral (baixo e sintetizadores) e Sergio Machado (bateria), cadenciando o samba punk com cara das paredes eternamente pixadas em São Paulo. “Cortes Curtos foi pensado como o roteiro de um filme, no qual as canções que compõem o registro se intercalam para formar uma única narrativa de aproximadamente 40 minutos”, conta o guitarrista. Além do trio base, o disco ainda tem participações de Juçara Marçal, Tulipa Ruiz, Ná Ozzetti, Suzana Salles, Guilherme Held, Thiago França, Rodrigo Campos, entre outros. Abaixo, um curta feito pelo pessoal do Doble Chapa, antecipado em primeira mão para o Trabalho Sujo, dá o tom do disco gravado em cinco dias, além dos títulos de suas músicas. O disco é uma declaração de amor pessimista para São Paulo, com canções que são polaroides de cenas urbanas (minha favorita é a balbúrdia sonora de “Uma Hora da Manhã” e o instrumental etéreo do final de “Crack para Ninar”.

“No Escuro”
“Desmonto Sua Cabeça”
“Fear of Pop”
“Chorei”
“Terra de Um Beijo Só”
“Uma Hora da Manhã”
“Seus Olhos”
“O Inferno Tem Sede”
“A Morena do Facebook”
“Quem Te Come”
“Inferno Particular”
“Chorinho”
“Vazio da Morte”
“Crack Para Ninar”
“A Gente Se Fode Bem Pra Caramba”

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