Rubinho Jacobina: Segurando a Chama

O mês de junho no Centro da Terra começa com a temporada que o carioca Rubinho Jacobina faz nas segundas-feiras do mês, quando apresenta a temporada Segurando a Chama ao lado de seus compadres Gabriel “Bubu” Mayall (no baixo) e Theo Ceccato (na bateria). Em quatro datas, eles investigam o que será o quarto disco solo de Rubinho, que testará as canções pela primeira vez no palco, além de buscar clássicos da música brasileira que foram cruciais para sua formação. Na primeira segunda, dia 2, ele apresenta-se apenas com seu novo trio para receber, nas semanas seguintes Sílvia Machete (dia 9), Péricles Cavalcanti (dia 16) e Juliana Perdigão (dia 23), sempre experimentando como será seu novo trabalho. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

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O fim da temporada zen-ambient

Barulhista encerrou lindamente sua temporada zen-ambient Com os Pés um Tanto Fora do Chão nesta segunda-feira, com a presença de Juliana Perdigão e Angélica Freitas, que o escoltaram em mais uma viagem rumo ao desconhecido com mediação feita por um timer eletrônico, que dividia as partes da noite arbitrariamente cortando a onda dos improvisos que faziam aos poucos. O dono da noite alternava de instrumentos, seja batucando na MPC ou num caixote de madeira ou puxando melodias ou grooves ao piano, enquanto Perdigão distorcia e soltava loops em seu clarinete e Angélica empolgava-se lendo trechos de seus livros, criando uma tensão que sempre ia crescendo até o último ato, quando viram a luz da noite esmaecer ao som da repetição de uma melodia ao piano enviada por Barulhista por WhatsApp para sua companheira e reproduzida pelo celular a partir da plateia, num pequeno resumo das experimentações destas segundas de maio. Foi demais!

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Barulhista: Com os Pés Um Tanto Fora do Chão

“Música para dançar sentado”, assim o mineiro Barulhista, músico, produtor, arranjador e autor de trilhas sonoras que assume as segundas-feiras de maio no Centro da Terra com sua temporada Com os Pés Um Tanto Fora do Chão, define a tônica de suas apresentações. Na primeira delas, no dia 5, ele vem sozinho, e recebe diferentes convidados a cada nova segunda: no dia 12 convida Pensanuvem e Daisy Serena, no dia 19 chama Luciano Valério e Diogo Cardoso e na última segunda do mes, dia 26, recepciona Juliana Perdigão e Angélica Freitas, sempre celebrando a imprevisibilidade característica de seus trabalhos, quando transforma o som a partir de seu computador, também faz um elogio à palavra escrita e à canção, que se fundem com inesperado. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

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É sobre

Ao propor um jogo musical, literário e cênico cujas regras não estavam definidas, Juliana Perdigão conduziu com seu clarinete e palavras um grupo formado pelos teclados de Chicão, pelo contrabaixo acústico de Ivan “Boi” Gomes e os eletrônicos do produtor Barulhista a um universo em que som e palavra fundiam-se numa mesma coisa. O espetáculo-experimento Fraga?, que aconteceu nesta terça-feiro no Centro da Terra, abriu com Perdigão lendo o início do poema-livro Odisséia Vácuo de Renato Negrão, cheio de pausas e lacunas, como se fosse música, para depois passear por seu próprio texto Dúvidas (base de seu disco de 2020) e depois por versões deste mesmo texto feitas pela autora através do Chatgpt. E enquanto ela lia os textos, os instrumentos musicais trabalhavam como se estivessem construindo uma base que ficava entre o ambient e o jazz de improviso ao mesmo tempo em que soavam como se estivessem falando – fossem sozinhos ou conversando entre si -, criando uma atmosfera de sonho surrealista que seduzia, hipnotizava e ninava o público para algum lugar entre o consciente e o inconsciente, algo que era reforçado pelas projeções sutis e sombrias de Filipe Franco. Foi mágico.

Assista abaixo:  

Juliana Perdigão: Fraga?

Enorme prazer em receber a querida Juliana Perdigão no palco do Centro da Terra. Mineira atualmente radicada na Alemanha, aproveitamos sua passagem pelo país para que ela nos propusesse uma apresentação e ela veio com um jogo – ou melhor, um jogo de perguntas sem respostas. Acompanhada por Ivan “Boi” Gomes no baixo acústico, Barulhista nos eletrônicos, Chicão no teclado e Filipe Franco nas projeções e luz, ela apresenta Fraga? nesta terça-feira e continua um trabalho com voz falada e clarinete que iniciou no disco Dúvidas, lançado no ano da pandemia. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.

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Centro da Terra: Abril de 2024

Março chegando ao fim, é hora de anunciar as atrações de música do Centro da Terra em abril. Como o mês tem cinco segundas-feiras, começamos no dia primeiro com uma segunda sem temporada, deixando a abertura do mês para a primeira apresentação solo do baiano Felipe Vaqueiro, líder da banda Tangolo Mangos. Sozinho com seu violão, ele recebe convidados como Bruno Fechine e Sophia Chablau para dar início aos trabalhos no espetáculo Dando Nome aos Bois. No dia seguinte, dia 2, é a vez do quinteto de jazz e música brasileira Orfeu Menino começar sua mutação no espetáculo Orfeutanásia – Presságios da Metamorfose, quando misturam músicas alheias e autorais com sua verve de improviso, finalmente incorporada à apresentação. A partir do dia 8, segunda segunda-feira do mês, o trio Rodrigo Campos, Rômulo Fróes e Thiago França misturam trabalhos na temporada 3 na Ribanceira, trazendo convidados e obras diferentes a cada segunda, recebendo velhos conhecidos para apontar para novos rumos. Na segunda terça do mês, dia 9, é a vez do grupo Música de Selvagem apresentar-se mais uma vez no Centro da Terra, abrindo o processo ao redor do disco que criaram durante a pandemia pela primeira vez, reunindo-se ao trompetista Rômulo Alexis e à vocalista Inês Terra. No dia 16, quem sobe no palco central do Sumaré é a querida Juliana Perdigão, em que convida Chicão, Boi, Barulhista e Filipe Franco para um jogo de perguntas sem respostas chamado Fraga? Quem vem dia 23 é o gaúcho Pedro Pastoriz, que encerra o ciclo de seu disco mais recente, Pingue-Pongue com o Abismo, no espetáculo Replay, em que recebe vários convidados, que participaram do disco ou não. E fechamos o mês com a cearense Soledad apresentando o espetáculo Desterros, em que disseca as canções do grupo conhecido como Pessoal do Ceará, um dos grandes segredos da nossa música popular. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda neste link.

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Anna Vis Sem vacilação

Confesso que não entendi nada quando vi Anna Vis tocando suas canções ao violão. Ainda estávamos no primeiro semestre da pandemia, quando caiu a ficha que não eram alguns dias ou semanas e que a peste ia durar meses, talvez anos. E esta tragédia, como sabemos, obrigou a todos que viviam de apresentações ao vivo passar por transformações que mexiam em suas atividades originais. E de repente lá estava Anna, que conhecia como técnica de som de shows, empunhando seu violão e dedilhando composições próprias como se sempre tivesse feito aquilo – longe de todos. Passei acompanhar mais de perto essa mudança de papel e aos poucos a vi se envolvendo com Rômulo Froes, chamando Marcelo Cabral e Maurício Takara para acompanhá-la na gravação de seu primeiro disco, que ainda contou com participações de Juçara Marçal, Ná Ozzetti, Mbé, Clima e Juliana Perdigão. E neste processo, não só pude conversar com a nova cantora e compositora sobre sua nova carreira, como a instiguei sobre como traduzir este novo trabalho para o palco. Seu disco de estreia, Como um Bicho Vê, será lançado nas plataformas na próxima quinta-feira, o mesmo dia em que faz o primeiro show deste álbum no Sesc Vila Mariana (os ingressos estavam quase acabando, corre que ainda dá pra comprar). E ela topou mostrar seu disco antes de seu lançamento em primeira mão aqui no Trabalho Sujo, este que é o primeiro grande lançamento brasileiro de 2023.

Ouça aqui.  

Vida Fodona #767: Tudo vermelho

Bora nessa, Lulinha!

Ouça aqui.  

Tudo Tanto #107: Juliana Perdigão

Um papo com a querida Juliana Perdigão, que tem passado boa parte de sua quarentena na Alemanha, onde começou a fazer os primeiros shows ao vivo, uma vez que a maioria da população já está imunizada. O papo inevitavelmente passou pela pandemia, quando ela, como a maioria de nós, fez um exercício em relação à sua vida até então, montou uma banda e pensa em retomar os trabalhos que havia acabado de lançar no Brasil quando começou esta praga contemporânea: a série de versões para músicas de compositoras lésbicas encarnada na personagem Juper (começando com versão para “Essa Tal Criatura” de Leci Brandão) e o projeto de spoken word Dúvidas, gravado ao lado de Thomas Harres, Fabio Sameshima, Dudu Tsuda, Mauricio Tagliari e Thiago França.

Assista aqui.  

A intensa quarentena da música brasileira em 2020

quarentena-2020

O Sesc Pinheiros está começando um projeto chamado Radar Sonoro, que irá registrar a movimentação da música brasileira durante a quarentena de 2020. O projeto trará textos e vídeos que dissecam como anda nossa produção nesta época tão estranha e para inaugurar a série, me chamaram para escrever um panorama de como foram estes primeiros quatro meses de clausura e como artistas de diferentes cidades e gêneros musicais estão conseguindo trabalhar neste período. Escrevi sobre esta intensa quarentena e pincei vinte artistas que lançaram seus trabalhos desde que entramos neste estado de suspensão. Confere lá no site do Sesc. E na sexta, às 11 da manhã, entrevisto o Felipe S., do Mombojó, sobre seu disco Deságua, cujos planos de lançamento tiveram que ser redesenhados por conta da pandemia.