
Nesta terça-feira temos o prazer de receber no palco do Centro da Terra o trio Tranca, formado pela clarinetista Juliana Perdigão e pelos guitarristas Bernardo Pacheco e Juliano Gentile, que, no espetáculo batizado de Trinta Tons de Tranca, convidou o grupo audiovisual MeioLAB e o músico Murilo Kushi, que pilota um instrumento japonês chamado sanshi, para uma noite de improviso livre. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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O Tiny Desk Brasil não tá pra brincadeira mesmo, hein? Mantém o sarrafo lá no alto trazendo o muso pra cantar um repertório de ouro: uma da Rita, “Yolanda”, uma dos Mutantes, aquela do Hyldon e “Sangue Latino”. Quem será o próximo?
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No texto que escrevi pro UOL sobre a morte do Lô Borges, terminava comentando sobre como ele foi importante para toda uma geração de artistas brasileiros que surgiu neste século. É evidente a influência pop de Lô entre os jazzistas do Clube da Esquina, mesmo quando ele grava seu primeiro disco solo, com composições bem mais rebuscadas que as que forjou no disco clássico que compôs com Milton. É esse elemento simples e direto que permitiu que o disco alçasse vôos maiores do que qualquer outro disco do Milton e que fez a influência de Lô ser sentida pelas novas gerações, tão influenciadas pela MPB quanto pelo rock clássico. E isso não é de hoje, como dá pra ver por esse show que os Boogarins e O Terno fizeram juntos há uma década, no dia 27 de junho de 2015, no Auditório Ibirapuera, quando entrelaçaram repertórios próprios para encerrar com uma versão absurda para “Saídas e Bandeiras n° 2”, que veio no bis. A influência mineira seguiu firme nas duas bandas, como quando O Terno fez questão de frisar no disco que lançou no ano seguinte, Melhor do Que Parece, compondo uma canção batizada com o nome do estado do Clube, ou quando os Boogarins resolveram fazer um tributo àquela cena mineira num show inteirinho dedicado ao Clube da Esquina – não apenas ao disco, mas à atmosfera psicodélica daquela época e lugar, esparramada por vários outros discos. Escrevi sobre esse encontro quando fui convidado a participar do livro De Tudo Se Faz Canção – 50 anos do Clube da Esquina, organizado pela Chris Fuscaldo, em sua editora Garota FM. Abaixo, o vídeo que fiz desse momento e um trecho da minha colaboração no livro: Continue

Felizmente vi vários shows do Lô Borges nessa vida, além de poder entrevistá-lo e conversar com ele algumas vezes. Desses shows que vi, consegui filmar cinco deles, a maioria de quando ele pode mostrar seu primeiro disco solo – o disco do tênis – pela primeira vez ao vivo. Vi quatro shows dessa leva, dois em 2017 e dois em 2019, sendo que um deles pude assistir em Belo Horizonte. O último deles eu vi no ano passado, quando ele se reuniu a Beto Guedes e Flávio Venturini em um show triplo no Espaço Unimed – com cada um dos mineiros fazendo seu show solo de mais de uma hora e só se encontrando no final do show de Lô, para um único momento dos três no palco ao mesmo tempo. Em todos esses que vi, Lô estava feliz, lúcido, animado e jogando sempre para o público, satisfeito de poder fazer o que mais gostava e viver disso – música. Uma perda lastimável, ainda mais sabendo que ele estava longe de pensar em aposentadoria. Obrigado, Lô.
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Que tal uma boa notícia? O que suspeitávamos foi confirmado neste domingo, quando o grupo Massive Attack apresentou-se no festival Music Wins! em Buenos Aires: a banda incluiu tanto a diva Elizabeth Fraser quanto o mago Horace Andy entre os integrantes de sua banda. Ela é mais conhecida como a voz angelical que deixava todos os fãs de Cocteau Twins flutuando acima do show com seu timbre mágico e ele é uma das vozes mais clássicas da era de ouro da música jamaicana, sendo lançado pelo capo do mítico Studio One, Coxsone Dodd. Ambos entrelaçaram suas biografias musicais ao Massive Attack em sua obra-prima de 1998, Andy cantando pedradas como “Angel”, “Man Next Door” e a versão com letra de “(Exchange)”, Liz encantando em joias como “Black Milk”, “Group 4” e, claro, “Teardrop”, três delas cantadas em Buenos Aires. Andy canta apenas “Angel” daquele disco, mas também compareceu cantando “Girl I Love You”, mas a senhorita Fraser foi bem aproveitada e, além das músicas do disco de 1998, também cantou “Song to the Siren”, versão para uma música de Tim Buckley que tem uma carga emocional dupla para a vocalista. O grupo gravou uma versão desta música para o disco do This Mortal Coil, projeto musical de Ivo Watts-Russell, dono da 4AD, gravadora dos Cocteau Twins e “Song to the Siren” tornou-se uma das músicas mais tocadas do grupo. A música ainda carrega o fardo emocional de ter sido composta pelo pai de Jeff Buckley, com quem Fraser teve um relacionamento nos anos 90, e sobre quem ela escreveu a letra de “Teardrop”, quando soube que ele havia sumido depois de ter ido nadar em um rio. Ela gravou a música pouco depois de ter escrito a letra, tomada pelo sentimento de insegurança pelo desaparecimento do amigo, que mais tarde foi encontrado morto às margens do rio. E não custa lembrar que o show do Massive Attack na Argentina foi dentro de um festival e que aqui no Brasil vai ser um show solo, com abertura dos irmãos Cavalera tocando o clássico Chaos A.D., do Sepultura. Ou seja, pode ter muito mais coisas por aqui.
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Maravilhosa a noite de abertura da temporada Paisagens e Conexões que Ari Colares começou a fazer às segundas-feiras de novembro no Centro da Terra, quando reuniu Ricardo Zoyo (baixo), Viviane Pinheiro (piano), Benjamim Taubkin (piano) e Oran Etkin (sax, clarone e clarinete) ao redor de sua vasta percuteria. Trabalhando esta noite a partir do improviso livre ou, como preferiu frisar, de criação coletiva, salientando que, no encontro com aqueles músicos, tão importante quanto tocar é ouvir, papel que Taubkin fez questão de sublinhar ao apontar para a plateia como parte deste momento de audição atenta. Minutos adentro de diferentes curtas instrumentais que pareciam saber como começar e terminar e logo depois Ari comentar sobre a música como uma conversa sem palavras entre os instrumentistas, o próprio Taubkin fez questão de mostrar isso na prática, desfolhando, aos poucos, dentro do que parecia ser só uma criação espontânea, a eterna “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo” no mesmo dia em que ficamos sabendo da partida de Lô Borges, sendo seguido harmoniosamente por seus companheiros de palco, compartilhando – junto com quem estava na platéia – o sentimento de gratidão em relação à grandeza do melodista mineiro, que nos deixou tão cedo. Foi emocionante.
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Imensa satisfação em receber o mestre percussionista Ari Colares que traz sua Canoa para as segundas-feiras no Centro da Terra, quando celebra encontros musicais em quatro apresentações distintas em sua temporada Paisagens e Conexões. Na primeira segunda do mês, ele trabalha com a alta escuta musical e a criação espontânea ao lado do baixista Ricardo Zoyo, dos pianistas Viviane Pinheiro e Benjamim Taubkin e dos sopros de Oran Etkin. Na segunda apresentação do mês, dia 10, Ari, Zoyo e Vivianne recebem as flautas de Ariane Rodrigues, o violino e a rabeca de Vanille Goovaerts e os sopros de Alexandre Ribeiro, além da participação de Ricardo Herz, também no violino e rabeca. No dia 17, ele reúne-se com Lenna Bahule e Lari Finocchiaro para mostrar composições próprias e músicas tradicionais das culturas africana e brasileira. A última noite, dia 24, o reúne à pianista Heloísa Fernandes e ao mago flautista Toninho Carrasqueira. Os espetáculos começam pontualmente sempre às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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Que tristeza começar a semana assim. Escrevi sobre a passagem do mestre lá pro Toca UOL. Continue

O AC/DC acaba de anunciar que fará mais uma turnê e passa pela primeira vez no Brasil em 16 anos! Batizada de Power Up, a excursão da banda australiana vem para o continente americano no ano que vem, quando passam primeiro pela América do Sul (tocando dia 24 de fevereiro em São Paulo, 11 de março em Santiago, 23 em Buenos Aires) e toca depois para a América do Norte (passando na Cidade do México dia 7 de abril e subindo para os Estados Unidos e Canadá a partir de julho. Os ingressos para o show no Brasil começam a ser vendidos na próxima sexta, neste link. Eu é que não sei se tenho mais disposição pra encarar um show dos caras…

Quem brilhou neste domingo, mesmo com o som baixo do Índigo Festival, foi o Weezer do menino Rivers Cuomo, que lavou a alma dos fãs ao transpor o repertório para além do disco azul, que teoricamente era o centro do show. Tocando 20 músicas em pouco mais de uma hora, o grupo também passa por uma transformação geracional, quando as bandas de indie rock dos anos 90 começam a surgir como artistas de um novo rock clássico. Falei sobre isso no texto que escrevi sobre o show pro Toca UOL. Continue