A primeira imagem divulgada da segunda temporada de Stranger Things chama os Caça-Fantasmas à ativa – falei mais sobre isso no meu blog no UOL.
Depois de muito mistério finalmente teremos mais pistas sobre a segunda temporada de Stranger Things neste domingo, quando acontece a final do campeonato de futebol americano, o famoso Super Bowl. A transmissão é conhecida pois vários comerciais de TV ganham atenção global pelo simples fato de que este jogo é um dos programas de TV mais assistidos nos EUA.
E a imagem acima, trazida em primeira mão pela Entertainment Weekly, mostra parte do elenco infantil – o Mike de Finn Wolfhard, o Dustin de Gaten Matarazzo e o Lucas de Caleb McLaughlin (Lucas) – vestidos com o uniforme dos Caça-Fantasmas em uma festa de Halloween da escola. A imagem mexe tanto com as referências aos anos 80 que ajudaram a impulsionar a fama do seriado quanto resume a primeira temporada ao transformá-los nos caçadores de fantasmas de uma pequena cidade do interior dos EUA. Mas a fantasia não é gratuita, repare ao fundo: é dia das bruxas.
O pouco que se sabe sobre a nova temporada do seriado produzido e escrito pelos irmãos Duffer é que ele terá uma cara de continuação, como se fosse a sequência de um filme, e se passará em 1984, um ano após os incidentes da primeira temporada. No elenco duas presenças mais conhecidas de outros papéis também estão entre os atores por terem feito sucesso também nos anos 80: Paul Reiser é mais conhecido como o marido da série Mad About You, sucesso nos 90, mas também atuou no filme Aliens, dirigido por James Cameron. Já Sean Astin é mais reconhecido por viver Samwise Gamgee nos filmes O Senhor dos Anéis mas também é o jovem Mikey Walsh, dos Goonies.
Sobre a história da nova safra de episódios, o produtor Shawn Levy já deu declarações falando que a nova temporada ser “maior e mais sombria”. E esta semana ele também anunciou o que pode ser um dos slogans da nova série, algo como “o Demogorgon foi destruído mas o mal não foi”.
Vinte anos após sua morte, o legado de Chico Science está mais vivo do que nunca. Escrevi sobre isso no meu blog no UOL.
“Modernizar o passado é uma evolução musical
Cadê as notas que estavam aqui?
Não preciso delas!
Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos
O medo dá origem ao mal
O homem coletivo sente a necessidade de lutar
O orgulho, a arrogância, a glória
Enchem a imaginação de domínio
São demônios, os que destroem o poder bravio da humanidade
Viva Zapata! Viva Sandino! Viva Zumbi!
Antônio Conselheiro!
Todos os Panteras Negras
Lampião, sua imagem e semelhança
Eu tenho certeza, eles também cantaram um dia”
Não importa o que poderia ter acontecido com Chico Science se ele não tivesse morrido vinte anos atrás no trágico acidente daquele 2 de fevereiro, um dia de domingo, entre Olinda e Recife. Todas as hipóteses cogitadas são meros exercícios de imaginação e o personagem criado por Francisco França para sublinhar sua mensagem poderia seguir destinos bem diferentes, como cada um de nós, independentemente de sua vontade. O que importa é o que Chico Science fez enquanto esteve vivo, sua marca emblemática nos rumos da música – e da cultura – brasileira desde que entrou no imaginário mental do Brasil. Ele hoje é mais importante do que nunca.
Pois vivemos num mundo – e num país – antevisto por Chico em sua versão brasileira do cyberpunk. O movimento de ficção científica criado pelos escritores William Gibson e Bruce Sterling nos anos 80 cogitava um futuro próximo completamente distante do futuro Jetsons imaginado pela geração anterior. A crise ambiental, a superpopulação, as megalópoles e, claro, a presença do computador e da internet como sistema nervoso de um planeta decadente, tornava a aurora do século 21 sombria e aquela distopia unia obras que adubaram o inconsciente coletivo vindo de diferentes artistas em diferentes mídias – do Akira de Katsuhiro Otomo ao Blade Runner de Ridley Scott, passando pelo Tron da Disney, o Incal de Jodorowsky e o Robocop de Paul Verhoeven -, criava uma realidade totalitária e alienante como a que vivemos hoje. Uma mistura do 1984 de George Orwell com o Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley embebedida pela internet e por dispositivos de vigilância portáteis (nossos celulares).
O mangue beat, criado no Recife por Chico Science, sua Nação Zumbi, e pelo Mundo Livre S/A de Fred Zero Quatro, trazia este futuro para o sol de rachar da linha do Equador. O cyberpunk era urbano, sombrio, meio gótico, meio romântico (impossível não notar a semelhança entre o movimento musical liderado pelo Duran Duran – o New Romantic – com o marco-zero do cyberpunk – Neuromancer). O mangue beat era diurno, à praia, pés na areia – e na lama -, o horizonte é o mar. Ao criar um personagem que funcionava como um narrador daquele novo universo, Chico Science conectava a distopia cyberpunk ao terceiro-mundismo sonoro que une o reggae ao bhangra, o raï ao hip hop. Plugava o Brasil à aldeia global de Marshall McLuhan antes mesmo da ascensão da web – e pela cultura da favela global, de países subdesenvolvidos.
Conheci Chico um pouco antes de ele tornar-se um nome nacional, quando a importância do movimento que puxava a partir do Recife ganhava reconhecimento em todo o país, mas ainda nas entranhas, no meio independente que outrora conhecíamos como underground. Estava começando minha carreira no jornalismo quando pude entrevistá-lo pouco antes do lançamento de seu primeiro CD, lançado pela Sony. A gravadora havia o contratado ao lado de sua Nação Zumbi sem nem entender direito o que estava acontecendo e a prova disso é que a primeira vez que os encontrei foi no camarim da boate Pachá, em Campinas, quando o grupo pernambucano foi escalado para abrir o show da banda de eurodance Culture Beat, cujo hit robótico e sem alma “Mr. Vain” era o extremo oposto do groove vivo, intenso e de protesto puxado por Chico. A banda divertia-se com o choque dos extremos, enquanto Chico ficava tentando entender quem era o público que estava assistindo àqueles dois shows tão diferentes.
Era uma característica que pude perceber nele das outras vezes que nos encontramos – ele sempre estava tentando entender algo que não entendia. Buscava o contexto, tornava-se aluno. Gostava de conversar e de contar histórias, mas, diferente da maioria dos artistas, também gostava de ouvi-las. Arregalava os olhos e arqueava as sobrancelhas, concordando com a conversa enquanto ouvia.
Depois botava aquilo tudo pra fora. Ao colocar os óculos escuros, tirar a camisa, botar o chapéu e abrir o sorriso de lado, Chico virava o arquetípico mangue boy, criava o b-boy nordestino cujo semblante hoje é tão forte quanto os de Bob Marley, Che Guevara e Raul Seixas – um personagem que certamente foi influenciado pelos de Angeli, repare. A partir deste púlpito, narrava sagas de vida e morte pelo sertão, crônicas violentas nas favelas, dias de preguiça na praia. E aos poucos redesenhava um país de contrastes, que já havia sido desenhado pelos modernistas nos anos 20 e pelos tropicalistas dos anos 60. Repensava a Casa Grande e a Senzala com um satélite na cabeça, contextualizava globalmente os tristes trópicos.
Chico viu, há mais de vinte anos, o país que vivemos hoje. As caricaturas dos contrastes, a truculência no traquejo social, a violência sob a superfície fanfarrona, o sorriso aberto que fecha-se num segundo em uma carranca. Suas letras são alegorias que usam arquétipos e ícones estabelecidos para falar sério em frases de efeito cujo significado vai além do mero slogan. É só prestar atenção. “Há fronteiras nos jardins da razão”, “em cada morro uma história diferente que a polícia mata gente inocente”, “cerebral, é assim que tem que ser”, “o de cima sobe e o debaixo desce”, “no caminho é que se vê a praia melhor pra ficar”, “é o povo na arte, é arte no povo e não o povo na arte de quem faz arte com o povo”.
Líder de uma banda de protesto para dançar, Chico Science foi ele mesmo a antena cravada no mangue, no caso, o Brasil. O impacto de sua breve passagem por nossas vidas não deve ser lembrado apenas com tristeza ou saudade, mas pela importância e força representadas nos poucos anos que viveu conosco durante os anos 90. Sua influência é presente, contínua. Chico está vivo.

(O diretor Rian Johnson mostra o início do próximo filme em sua conta no Instagram)
Junte os dois títulos dos episódios mais recentes de Guerra nas Estrelas e temos uma frase – falei sobre o significado disso no meu blog no UOL.
As especulações correm soltas desde que a Lucasfilm anunciou o título do Episódio VIII de Guerra nas Estrelas, que estreia no final deste ano. O nome The Last Jedi, em inglês, não entrega nem gênero nem quantidade de Jedi – palavra que, na mitologia da série, não tem a letra “s” em seu plural – que podem estar sendo mencionados no título? Das quatro variações possíveis – O Último Jedi, A Última Jedi, Os Últimos Jedi e As Últimas Jedi – só a a última não parece fazer sentido. As três primeiras são possíveis e apontam primeiro para Luke Skywalker, depois para Rey (que ainda não sabemos o sobrenome) e finalmente para os dois juntos.
Se o último Jedi for mesmo Luke, isso significa que nenhum novo personagem poderia ser o protagonista que batiza o novo filme. Muitos apostam nessa hipótese e usam como referência o letreiro do O Despertar da Força, que menciona literalmente Luke como sendo “o último Jedi”. É um bom argumento.
Mas a referência a Luke como tal acontece antes dos fatos de O Despertar da Força – portanto, antes de um possível renascimento Jedi que é um dos grandes mistérios do Episódio VII. Quem despertou? Rey quando encostou no sabre de luz que foi de Darth Vader? Ou Finn, o primeiro stormtrooper rebelde? Ou talvez até mesmo Kylo Ren, possa estar voltando para o lado certo da Força? Quem sabe o despertar aconteceu com os três?
Mas alguns fãs perceberam a possibilidade dos dois títulos dos novos episódios indicarem algo em conjunto – e aí novamente esbarramos com uma questão de tradução. O Despertar da Força é uma adaptação – e não uma tradução literal – do título original do sétimo episódio, The Force Awakens. A tradução correta deveria ser A Força Desperta – ou A Força Acorda. Desta forma, quando colocamos os nomes dos episódios VII e VIII lado a lado, vemos mais do que dois títulos e sim uma frase completa:
“A Força desperta o último Jedi”
Ou “A Força acorda a última Jedi” ou “…os últimos Jedi”, você entendeu. Ao transformar os dois títulos em uma frase, o argumento que firma Luke como sendo o último Jedi perde um pouco a força (hehe) e pode incluir a própria Rey – ou outro novo personagem além do irmão da general Leia – como o possível personagem que batiza o novo filme. E abre a especulação inclusive para que o terceiro filme possa ter um título que complemente ainda mais a frase, fazendo os três filmes da terceira trilogia serem reunidos por uma única mensagem. Sei lá, A Força Desperta o Último Jedi Para Sempre ou A Força Desperta o Último Jedi Antes do Fim – use sua imaginação (Star Wars: Forever ou Star Wars: Before the End são títulos brega, mas teriam um grande impacto, diz aí). Ou seu humor, como alguns têm feito online:
https://twitter.com/outstarwalker/status/824238111722967045?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E824238111722967045&ref_url=https%3A%2F%2Fmatias.blogosfera.uol.com.br%2F2017%2F01%2F28%2Fthe-force-awakens-the-last-jedi-e-uma-frase%2F
“A Força desperta o último Jedi de seu cochilo”
A cor vermelha do logo da série no novo filme também é um mistério: é a primeira vez que o nome Star Wars não aparece pintado de amarelo.
Outra especulação que corre a internet diz respeito especificamente ao letreiro de abertura do novo filme, pois o ele começaria exatamente no ponto em que o filme anterior terminou – com Rey finalmente encontrando Luke Skywalker. Se isso for verdade, o que restaria para ser contado no clássico letreiro de abertura, uma vez que ele sempre narra fatos que aconteceram meses entre os diferentes filmes da série?
Em todo caso, é demais poder estar vivenciando o desenrolar desta história novamente com empolgação. Parece até que os episódios I, II e III nunca existiram!
O ator David Harbour faz um apaixonado discurso anti-Trump ao receber o prêmio em nome do elenco de Stranger Things na premiação SAG deste ano. Veja o discurso lá no meu blog no UOL.
A série de ultrajes políticos que o presidente norte-americano Donald Trump tem cometido diariamente desde que assumiu o cargo no meio de janeiro tem servido de combustível para toda uma sorte de discursos e ações contra as intenções mesquinhas deste vilão de desenho animado da vida real. Não foi diferente no palco da 23ª premiação do Screen Actors Guild, mais conhecido como SAG, que aconteceu no domingo passado no Shrine Auditorium em Los Angeles, nos Estados Unidos. E entre discursos pesarosos e tiradas fortes, os apresentadores e vencedores da premiação mostraram o quanto são contra o perigoso rumo político para onde os EUA caminham.
O destaque ficou para o discurso do ator David Harbour, que falou em nome do elenco da excelente série Stranger Things. Visivelmente emocionado, o ator, que na série faz o policial Jim Hopper, parecia não acreditar ter desbancado os elencos de pesos pesados como The Crown, Game of Thrones, Westworld e Downton Abbey. Mas ele deixou a emoção de lado e leu um discurso forte e emotivo, que mesmo sem mencionar nominalmente o novo presidente norte-americano, funcionou como uma convocação para aqueles que trabalham com comunicação e cultura. Vale a transcrição na íntegra:
“À luz de tudo o que está acontecendo no mundo hoje, é difícil celebrar a já celebrada Stranger Things. Mas este prêmio vem de vocês, que levam seu ofício a sério e sinceramente acreditam, como eu, que uma grande atuação pode mudar o mundo, é uma convocação de nossos colegas artistas homens e mulheres para ir mais fundo e, através da nossa arte, lutar contra o medo, o egocentrismo e a exclusividade de nossa cultura predominantemente narcisista. E através do nossa arte, cultivar uma sociedade mais compreensiva e com mais empatia, que revela verdades íntimas que funcionam como um forte lembrança para as pessoas de que, quando elas se sentem mal ou com medo ou cansadas, elas não estão sozinhas. ”
“Estamos unidos, no sentido em que somos todos seres humanos e estamos todos juntos neste passeio horrível, doloroso, alegre, emocionante e misterioso que é estar vivo. Agora, enquanto agimos na narrativa contínua de Stranger Things, nós, os moradores do meio-oeste de 1983 brigaremos contra os valentões, abrigaremos os esquisitos e estranhos – aqueles que não têm nenhuma esperança. Vamos ultrapassar as mentiras. Vamos caçar monstros! E quando estivermos perdidos em meio à hipocrisia e à violência casual de certos indivíduos e instituições, vamos, como o chefe Jim Hopper, dar um soco na cara de algumas pessoas quando elas tentam destruir os fracos e os desamparados e os marginalizados. E faremos tudo com alma, com coração e com alegria. Agradecemos por essa responsabilidade.”
A reação da Wynona Rider ao discurso é uma atração à parte. E ele tem razão: é disso que precisamos.
Postei um vídeo no meu blog no UOL que recria o clássico e hilário clipe de “Dancing in the Streets” com David Bowie e Mick Jagger em Lego.
A música “Dancing in the Streets“, escrita por Marvin Gaye e imortalizada por Martha and the Vandellas nos anos 60, também é histórica por registrar em uma canção a relação entre dois dos maiores nomes da música pop, David Bowie e Mick Jagger. A relação dos dois é bem anterior ao 1985 em que gravaram esta versão e tem como momento central uma das grandes passagens da história do rock, quando, durante os anos 70, Angela Bowie pegou seu marido e o vocalista dos Rolling Stones juntos na cama.
A colaboração musical entre os dois foi lançada pouco antes do megaevento de caridade Live Aid e a intenção era fazer que Jagger e Bowie cantassem o dueto ao vivo, cada um em um dos palcos do evento gigante, um deles em Wembley, no Reino Unido, e o outro no John F. Kennedy Stadium, nos EUA, mas problemas técnicos impediram que o dueto acontecesse pois o menor segundo de atraso entre as duas apresentações poderia colocar tudo a perder. “Dancing in the Streets” não foi tocada ao vivo como planejado, mas gerou um clipe que se tornou um ícone dos anos 80, principalmente devido à coreografia da dupla. Que agora foi homenageado em forma de Lego pelo animador amador William Osbourne. O resultado é hilário:
Não é a primeira vez que o clipe é alvo de paródia. Uma versão que já é um clássico online é o clipe revisto apenas com os sons ambientes, sem a música nem os vocais:
E, claro, a impagável versão brasileira que mistura o clipe com a sensacional “Babydoll de Nylon”, de Robertinho do Recife:
Clássico é clássico.
Publiquei no meu blog no UOL um vídeo em que o ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters, aponta sua munição para o recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump.
Desde os tempos do Pink Floyd, o músico e compositor Roger Waters usa sua música para fazer comentários sobre política – tanto sobre a natureza política do ser humano (em discos como Dark Side of the Moon e Animals), quanto sobre a classe política em si (especificamente em The Wall, quando comparou o conceito do astro de rock a um ícone fascista). Mas desde que saiu em carreira solo, ele é mais proeminente sobre questões específicas, desde a recontextualização de seu The Wall no local da queda do Muro de Berlim quanto à discussão em relação à questão palestina. E, na sexta passada, dia da posse de Donald Trump como novo presidente norte-americano, o baixista postou em sua página do Facebook um vídeo para lembrar que “a resistência começa hoje.
O vídeo traz a apresentação do músico na Cidade do México, no ano passado, quando, em frente a 300 mil pessoas, comparou o personagem descrito em sua “Pigs (Three Different Ones)”, do disco Animals, a Donald Trump. A faixa faz parte do antepenúltimo disco da formação clássica Pink Floyd, lançado há quarenta anos, inspirado no livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, e descreve um personagem “palhaço” e “que é quase uma piada”. Donald Trump apareceu projetado nos telões do show, sempre ridicularizado e comparado a Adolf Hitler.
A briga promete, pois Roger Waters dá início à nova Us and Them, que atravessa a América do Norte entre maio e setembro. E, como avisou, não deve diminuir o tom.
Escrevi no meu blog no UOL sobre a série que James Cameron irá produzir sobre a evolução da ficção científica.
A importância de James Cameron para a ficção científica ainda não pode ser medida exata pois ele está em pleno processo de criação. Ao entrar no cânone com uma obra-prima realizada como um filme B (o primeiro Exterminador do Futuro), o diretor canadense deu alguns dos principais passos de sua carreira dedicando-se a contar histórias fantásticas que se passam no futuro ou no espaço com embasamento científico. Aliens – O Resgate, o segundo Exterminador do Futuro, o subestimado O Segredo do Abismo e, claro, o universo em expansão de Avatar são exemplos perfeitos de como o gênero pode cativar multidões e render rios de dinheiro sem necessariamente simplificar histórias ou fazer pouco da inteligência do espectador. Claro que Cameron é reconhecido por outras obsessões (como o navio Titanic, filmes de James Bond e explorações submarinas), mas sua paixão pela ficção científica e sua maestria em transformá-la em ouro pop o tornam um dos principais autores vivos do gênero.
Por isso, ele é uma escolha mais do que apropriada para contar a escalada ascendente deste tipo de narrativa, que começou no ocaso da era vitoriana, embrenhou-se em livros baratos no início do século passado e descobriu no cinema o melhor parceiro para atingir o grande público. É isso que ele vai fazer em uma série de seis episódios de uma hora encomendada pelo canal AMC ao diretor, segundo o site Hollywood Reporter. O nome de trabalho do seriado é James Cameron’s Story of Science Fiction (A história da ficção científica de James Cameron), deve estrear só no ano que vem e será centrado nas grandes questões levantadas pelo gênero.
“Quando eu era garoto, eu basicamente lia qualquer livro com uma nave na capa e vi 2001 – Uma Odisseia no Espaço muitas, muitas vezes. O filme me inspirou a ser cineasta. Eu gostei dos efeitos especiais mas o que eu amei foram as ideias e as questões por trás deles: como o mundo vai acabar? A tecnologia irá nos destruir? O que significa ser humano?”, disse o diretor em entrevista ao site. “A ficção científica nunca temeu lidar com estes temas. Com esta série, nós vamos voltar às origens da ficção científica, seguindo o DNA destas ideias até a fone. Sem Júlio Verne e H.G. Wells não teríamos Ray Bradbury ou Robert A. Heinlein e, sem eles, não haveria (George) Lucas, (Steven) Spielberg, Ridley Scott nem eu. Como um cineasta que se especializou em ficção científica, eu estou interessado em contar as lutas e os triunfos que tornaram possíveis estas histórias incríveis e ver como a arte imita a vida, bem como a ficção científica imita e algumas vezes informa a ciência.”
No dia da posse de Donald Trump, Netflix anuncia a data da volta de Frank Underwood. Postei lá no meu blog no UOL junto com um teaser da nova temporada.
O serviço de vídeos em streaming Netflix esperou passar a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para anunciar a data de estreia de sua quinta temporada, que acontece no dia 30 de maio deste ano. O teaser que anuncia a nova safra de episódios ergue a bandeira norte-americana de cabeça pra baixo sob um céu completamente cinzento.
Não custa lembrar que em sua quarta temporada, a série fechou o tempo de uma forma surpreendente, reunindo tensões que envolviam imprensa, corrupção, política internacional e terrorismo, atingindo um patamar de tensão que nunca havia chegado perto nas temporadas anteriores. Resta saber se Frank Underwood, o presidente norte-americano fictício vivido por Kevin Spacey, é páreo para o personagem que agora senta no Salão Oval na Casa Branca da vida real.
A ideia de que todos os filmes da Pixar se passam no mesmo universo ganha um reforço do próprio estúdio de animação – veja o curta que postei lá no meu blog no UOL.
Muitos já conhecem a Teoria Pixar, criada pelo jornalista norte-americano Jon Negroni, que cogita a possibilidade de que todos os filmes da Pixar sejam interconectados e se passam em momentos diferentes da mesma linha do tempo. A teoria cogita um universo em que animais, seres humanos e máquinas vivem uma constante disputa territorial e que os filmes do estúdio de animação mostrariam diferentes momentos desta história ao contar a evolução de uma humanidade bem diferente da nossa. Esta teoria, por maiores que sejam as evidências encontradas para comprová-la, ainda não foi admitida oficialmente pela Pixar.
Mas este curta recém-lançado pelo estúdio reforça a teoria ao localizar uma série de cenas escondidas em diferentes filmes do estúdio que contém personagens e referências a outros filmes, como o urso Lotso do terceiro Toy Story em uma cena de Up ou o dinossauro de O Bom Dinossauro em uma cena de Monstros S/A. Olha que legal:
Isso não quer dizer que a Pixar tenha confirmado que a tal Teoria Pixar seja verdade, embora deixe esta dúvida no ar. Aos que não conhecem esta teoria, há um site dedicado a explicá-la, como vários vídeos (como este abaixo, em inglês). O jornalista Ramon Vitral traduziu para o português a teoria logo que ela foi divulgada, em 2013:
O primeiro disco solo do vocalista do Mombojó, Felipe S., chega às plataformas digitais na semana que vem e ele antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo sua faixa de abertura, a tensa canção de protesto “Anedota Yanomâmi”. “Comecei a fazer a Anedota em 2013, durante as manifestações”, explica o vocalista, que produziu todo o disco. “Nasceu de más lembranças, de ver um amigo sendo agredido por um branco careca enrolado numa bandeira do Brasil. Em 2015 o disco Mulher do Fim do Mundo, da Elza Soares, me marcou bastante e me fazia refletir sobre essa composição ainda não finalizada. E também me lembro de finalizar a letra logo depois do acidente de Mariana no fim de 2015. Tudo isso envolvido por uma sensação de que nós seres humanos não sabemos viver juntos e que a ganância está em alta, vindo numa nuvem reacionária que toma o mundo. É como se eu estivesse num sonho e um índio estivesse tentando me explicar a desilusão de quem mata ou rouba nesse nosso mundo opressor, mas numa lingua que eu não compreendesse. O filme O Abraço da Serpente” foi também uma grande inspiração pra essa música. E tô com os índios na filosofia de que a natureza é a nossa dona e não nós os donos dela.”










