Escrevi sobre como o novo filme da Marvel é de chorar – sem estragar surpresas – lá no meu blog no UOL.
O ideal é assistir a filmes sem saber nada sobre o que vai ser visto. Em muitos casos, até a mais simples sinopse pode entregar o susto de uma cena, uma reviravolta inesperada, a expectativa por um determinado tom ou conclusão. Ainda mais hoje em dia, quando os trailers, na ânsia de chamar atenção, trazem todas as principais cenas do filme para aquele minúsculo curta que deveria funcionar apenas como um aperitivo para o filme. Por isso, se você quer mesmo ter o prazer completo do segundo volume da série de filmes Guardiões da Galáxia, pare de ler este texto agora e apenas o retome após tê-lo assistido. Mesmo que eu vá comentar o filme sem entregar nada grave sobre o filme, tudo que eu possa descrever a seguir pode interferir na fruição da obra. Mas se você precisa ser convencido a assistir ao novo filme de James Gunn e não liga de ter uma ideia geral antes de assistir a um filme, vamos lá.
Guardiões da Galáxia 2 não chega a superar as expectativas porque sua mira foca em um rumo completamente inusitado. A ação e a comédia continuam lá, intactas e até melhoradas em relação ao primeiro filme, mas este segundo filme não diz respeito apenas ao grupo de mercenários que virou herói sem querer – e sim a cada um de seus indivíduos. A história principal acompanha a fuga do grupo após uma brincadeira de Rocket, o guaxinim modificado geneticamente dublado por Bradley Cooper, mas ela pouco importa e serve apenas como gancho para o principal trunfo do filme: Guardiões da Galáxia 2 é uma aventura sentimental.
E o melhor: sem sentimentalismo barato de cunho romântico. Todos os personagens passam por momentos em que eles entram em contato com suas próprias dores internas, revelando que aquela gangue é, antes de tudo, uma reunião de desamparados. Todos têm seus momentos profundamente terapêuticos em frente às câmeras; uns mais do que os outros. A Gamora de Zoe Saldana não consegue expor seus próprios sentimentos; o Drax de Dave Bautista tem uma profundidade intensa por trás da casca abobada; personagens coadjuvantes como a Nebula de Karen Gillan e o Yondu de Michael Rooker ganham um vínculo emocionante com o grupo principal que não era nem aventado no primeiro filme. A nova personagem Mantis, vivida por Pom Klementieff, tem poderes que basicamente atuam sobre o lado sentimental do grupo. Até o cinismo cruel de Rocket, despido racionalmente em outra sessão de análise grupal, é exposto sem rodeios.
Mas é o drama pessoal do Peter Quill de Chris Pratt a grande mola-mestra do filme. Se havia comparações entre o primeiro filme e o Guerra nas Estrelas original, lançado há 40 anos, não há dúvida que este segundo filme é um Império Contra-Ataca. Mas ao contrário do que poderíamos prever, seu tom não é mais sinistro, violento e sombrio – pelo contrário. É um dos filmes mais coloridos da Marvel, de causar repulsa ao fã da DC que mora naquele universo de Zack Snyder em que o sol só sai durante quatro horas por dia. Guardiões da Galáxia 2 é solar, reluzente, diurno até mesmo em suas cenas sob o infinito do espaço. Mas ele têm seus momentos “Luke, eu sou seu pai” – forçando em cima de várias questões paternais mal-resolvidas de Peter Quill.
São cenas em que a trilha sonora rouba a atenção – tornando a sensação provocada pela cena ainda mais emotiva. Não vou mencionar que músicas ou intérpretes para deixar que a surpresa tome conta do momento. É uma das armas secretas do filme, utilizada de forma ainda mais precisa do que no primeiro filme. Nestas cenas específicas Guardiões da Galáxia 2 deixa de ser um filme de super-herói ou uma comédia de ficção científica e faz o público segurar o fòlego para não desaguar no choro. James Gunn maneja magistralmente as emoções do público – e usa a trilha sonora como o arco de seu violino.
Isso sem contar Baby Groot. O personagem dublado por Vin Diesel rouba a cena toda vez em que ele aparece – e isso não é exagero. Na verdade, é deixado bem explícito logo na primeira cena, uma espetacular cena de luta filmada de um ponto de vista extraordinário, temperada com uma música que é o motivo para a Electric Light Orchestra ter existido. Uma cena que pouco traduz o clima do resto do filme – é uma montanha-russa de pura diversão -, mas que mostra exatamente o drama sentimental daquele pequeno ser vegetal: ele é um filhote indefeso e todos os Guardiões estão tomando conta dele. É uma das grandes cenas do filme, mas não se iluda – é apenas uma grande cena para ter trechos utilizados no trailer.
Durante o filme, vimos a aparição de novos personagens vividos por velhas caras conhecidas – nem leia quais são estes novos atores para não se divertir com as surpresas. E eles aparecem até mesmo nas cenas dos créditos finais.
Guardiões da Galáxia 2 funciona tanto como uma sequência perfeita (em alguns momentos melhor que o filme original) como um filme que pode ser visto por qualquer um, mesmo sem saber nada sobre o universo Marvel. Há pistas que o envolve aos poucos com este universo (tive a impressão de ver algo do terceiro filme do Thor num momento em que a nave “pula” pelo hiperespaço) e este talvez seja seu único problema, que ele não parece se encaixar no resto da história que envolve todos os heróis da Marvel. Era uma das expectativas para este filme, mas até as cenas escondidas (são cinco – e o pato Howard não está em nenhuma delas) parecem apontar mais para o terceiro Guardiões da Galáxia do que o futuro próximo da Marvel. Mas isso não é propriamente um problema. A não ser que os personagens vistos na aparição de Stan Lee tenham a ver com a história principal desta nova fase.
O primeiro filme de 2017 da Marvel deve desfazer facilmente a má impressão causada pelo Punho de Ferro (que foi lançado em parceria o Netflix no mês passado) e deixar o caminho livre para que o estúdio siga bem o resto do ano como seu novo filme do Homem Aranha e o terceiro Thor, ambos com trailers tão divertidos quanto o trailer deste novo Guardiões. Resta saber se eles guardam algumas surpresas, como este Guardiões nos revelou.
Até o final da semana eu comento o filme com as referências, citações e relações do filme com o resto do universo Marvel. Enquanto isso, pode ir pro cinema sem medo que a diversão é garantida.
Remix recria o trailer do clássico suspense de Johnathan Demme, desvirtuando-o de seu contexto original – o vídeo foi publicado no meu blog no UOL.
Um dos filmes mais tensos de todos os tempos, O Silêncio dos Inocentes, de 1991, leva este título não apenas por suas referências a canibalismo, sadismo e nos detalhes pesados sobre assassinatos requintados, mas também pela forte fricção entre as personalidades de seus dois principais personagens, a agente do FBI Clarice Starling (vivida por Jodie Foster) e o psiquiatra Hannibal Lecter (vivido por Anthony Hopkins). Mas e se a tensão entre os dois tivesse um cunho mais romântico do que a relação entre presa e predador? É o que imagina o site Cinefix, ao recriar o trailer do filme de Jonathan Demme como se fosse uma comédia romântica.
Clássico que consolidou os Beastie Boys como ícone cultural completa um quarto de século – escrevi sobre o disco lá no meu blog no UOL.
É difícil pensar num mundo sem os Beastie Boys. O trio de punks nova-iorquinos largou o hardcore no meio dos anos 80 para surfar a onda do hip hop e se transformou no veículo perfeito para popularizar ainda mais a maior revolução cultural dos últimos trinta anos. A atitude foda-se típica da pós-adolescência combinava-se perfeitamente com a ostentação de galhofa que o Mike D, Ad-Rock e MCA assumiam ao se reinventarem rappers e os clipes das músicas de seus hits do disco de estreia (Licensed to Ill, de 1986, um disco que até hoje é o mais vendido da banda) eram versões pós-modernas dos filmes dos Irmãos Marx, com citações e referências (e samples) que os localizavam cronologicamente na história do rock.
Mas sua importância vai muito além do contexto hip hop – que não é pouco. O grupo ajudou a moldar a mente (e os quadris) de pelo menos duas gerações perdidas após a contracultura hippie e a contracultura punk. Usando o rap como idioma, os Beastie Boys ressignificaram toneladas de referências culturais, invertendo pontos de vista, comparando universos distintos, contrapondo gêneros musicais. Forçaram os fãs que os seguiram fiéis após o fracasso comercial do segundo disco (o mágico Paul’s Boutique, de 1989, um dos discos mais importantes da história do som gravado) a expandir horizontes, a sair da bolha, a olhar para os lados e abrir a cabeça. A consolidação desta personalidade musical aconteceu justamente em seu terceiro disco, o cúmplice Check Your Head, lançado exatamente há vinte e cinco anos, no dia 21 de abril de 1992.
Desde seu primeiro instante o disco é uma carta de propósitos. O primeiro som que escutamos no disco é a voz de Robin Zander, vocalista da banda de rock farofa Cheap Trick, extraída do meio do lado B do disco que a banda gravou ao vivo no teatro Budokan, no Japão: “A próxima é a primeira música no nosso disco novo”, brada o vocalista antes de sua “Surrender” entrar no disco original, cortada para a base de “Jimmy James”, esta sim a primeira música do então disco novo dos Beastie Boys. Em seguida, entra a bateria da música “I’m Chief Kamanawanalea (We’re The Royal Macadamia Nuts)”, uma paródia que o grupo americano Turtles fez para as músicas dos povos indígenas de seu país, encaixada no groove da versão de “Happy Birthday” de Jimi Hendrix, cuja guitarra de “Foxy Lady” ainda dá um rasante antes da entrada do vocal. São referências apenas para iniciados, piadas internas seríssimas que passam batido ao ouvinte casual – mas sem excluí-lo. O disco começa justamente com o trio saudando todos os ouvintes: “E aí pessoal, como estão, um novo dia está nascendo”, diz MCA. “Para a mãe terra é uma manhã novinha”, segue Mike D. “Por tanto tempo, houve tanta espera”, continua Ad-Rock, antes dos três dizerem juntos: “Mas agora que o sol está brilhando, vamos recolher o toldo!” É a mensagem explicitada no título do disco, referida mais uma vez no início de “Pass the Mic”, “se você pode sentir o que estou sentindo é uma obra-prima musical / Se você pode ouvir com o que estou lidando é no mínimo legal”.
Check Your Head é um parque de diversões de referências musicais, mas, principalmente, é um parque de diversões. Por ele os Beastie Boys perambulam despreocupados, andando de skate e voltando a tocar instrumentos (Ad-Rock na guitarra, MCA no baixo, Mike D na batera), acompanhados de perto de três seus novos compadres – o produtor brasileiro Mario Caldato, o DJ Hurricane e o tecladista nipo-mexicano Money Mark. Neste novo cenário, a banda começa a mergulhar em referências obscuras trazendo-as à tona em forma de canções que vão de raps diretos a jam sessions despreocupadas, colagens engraçadinhas e mensagens profundas. Tinham a favor o fato de ninguém estar nem aí para seu próximo disco.
O sucesso do álbum de estreia colocou as expectativas em relação ao segundo disco muito altas – o que permitiu que a banda fizesse o que estivesse a fim de fazer. Os três mudaram-se para Los Angeles e começaram a andar com os Dust Brothers, produtores que estavam ganhando fama com as colagens musicais que faziam usando o recém-inventado sampler – gravador que permitia disparar trechos de músicas pré-gravadas como se elas fossem notas em um teclado. O novo instrumento provocou uma pequena revolução fonográfica ao permitir que discos inteiros fossem gravados usando trechos de músicas alheias sem que fosse preciso pagar pelo direito autoral. Isso permitiu que uma geração inteira de artistas ingleses reinventasse a dance music, enquanto nos Estados Unidos esta época foi abraçada pelo hip hop – sendo que Paul’s Boutique, o disco que os Beastie Boys gravaram com os Dust Brothers, é seu principal exemplar.
O disco, no entanto, foi recebido friamente pelo público. Ao misturar o dedo na cara do hip hop com riffs de hard rock e de rock clássico, os Beastie Boys atingiram ouvintes que nunca haviam imaginado – principalmente o tipo de playboy que ridicularizavam em “Fight for Your Right to Party”. Foi este público que transformou o grupo de uma novidade peculiar da cena de rap nova-iorquino em novos popstars (a ponto de tocarem como banda de abertura da Madonna) e que depois o abandonou quando lançaram seu disco mais ousado. O fracasso comercial de Paul’s Boutique, no entanto, foi uma benção para o trio. Longe das pressões da gravadora, fizeram seu próximo disco do jeito que queriam – sem pressão.
Em vez de alugar um estúdio, transformaram um salão de festas num estúdio que, graças às habilidades do novo tecladista como carpinteiro, também tinha uma tabela de basquete que eles todos usavam nos intervalos de gravação. Quando estavam gravando, discos estavam por toda a parte – Isaac Hayes, Bad Brains, James Brown, “Scratch” Lee Perry, A Tribe Called Quest, Alice Coltrane, Jazz Cruzaders, Stevie Wonder, De La Soul. Quando gravavam seus instrumentais queriam soar como a banda de James Brown, os JB’s, ou os Meters e a limitação técnica de serem músicos nascidos pelo faça-você-mesmo do punk rock não os impedia de embalarem grooves irresistíveis.
Era a época em que MCA viaja para o Tibet e volta nitidamente influenciado pela cultura oriental (não por acaso a última faixa do disco chama-se “Namasté”) e aquela nova consciência influenciaria o grupo cada vez mais. Mas naquele terceiro álbum ainda era um elemento incipiente e misturava-se ao hardcore instrumental da banda nova-iorquina Front Line recuperado por MCA enquanto Mike D recitava letras que lia na contracapa de um disco de Sly Stone. “Live at PJ’s” não disfarçava a referência do disco do Kool & the Gang, enquanto “Groove Holmes” era uma tentativa descarada de soar como o tecladista Richard “Groove” Holmes – mas o fato de isso vir assumido no título da música era mais uma prova de que os Beastie Boys haviam crescido.
Foi naquele disco que eles se tornaram os Beastie Boys que amamos até hoje. Licensed to Ill era um disco de festa tão eterno quanto perecível. Paul’s Boutique era uma biblioteca em forma de disco, o Sgt. Pepper’s implodido para dentro de uma geração, que deu origem a gêneros musicais inteiros, como o trip hop e o big beat. Em Check Your Head os três equilibraram estes pontos distintos de duas suas personalidades, assumindo o papel de líderes de um novo tipo de comportamento, que lhes permitiu abrir sua própria gravadora (a Grand Royal, que também era uma revista, e lançou artistas como Luscious Jackson e Sean Lennon), ter uma grife de roupas próprias (a X-Large), dirigir seus próprios clipes, lançar discos instrumentais e EPs de hardcore, fazer um festival a favor do Tibet, gerir a própria carreira e a própria vida sem precisar fazer diferente do que faziam em disco.
Músicas como “So What’cha Want”, “Finger Lickin’ Good”, “Something’s Got to Give” e “Gratitude”são clássicos de uma época em que gêneros musicais eram separados muros altos, demolidos carinhosamente pelo rolo compressor pilotado pelo trio. Os limites entre o rap, o rock, o soul, o funk, o jazz e o punk foram devastados por três moleques que descobriram que podiam crescer sem perder a juventude, que envelhecer não era sinônimo de esmaecer, que dá para amadurecer brincando. Com Check Your Head os Beastie Boys fizeram jus ao que parecia ser uma heresia em seus primeiros dias – estar posicionado alfabeticamente entre os Beach Boys e os Beatles. Mais do que uma grande banda de rap, eles são um dos grupos mais importantes da história da cultura – e não apenas da música – popular recente.
O designer curitibano Butcher Billy mergulhou no coração de hits do passado para voltar com livros de terror inspirados em suas letras – e o resultado é fascinante. Listei todos os livros – e suas versões em VHS – lá no meu blog no UOL.
Canções pop podem esconder significados bem mais complexos do que podem ser percebidos em uma simples audição. A letra de “Every Breath You Take” do Police pode ser sobre uma paixão obsessiva ou simplesmente sobre obsessão – no sentido mais doentio do termo. A balada “Lady in Red”, do lacrimoso Chris de Burgh, pode ser sobre um assassinato? E será que podemos levar músicas como “Maneater” (em que Daryl Hall e John Oates descrevem uma mulher “devoradora” de homens) ou “Everytime You Go Away” (“você leva uma parte de mim?”, continua Paul Young) ao pé da letra?
Tais duplos sentidos podem dar origem a teorias conspiratórias ou paranoias fundamentalistas, mas o designer curitibano Butcher Billy preferiu transformar estas interpretações literais em arte, criando uma série de mashups capas de livros de terror a partir de títulos e trechos de canções pop de todas as épocas – dos Righteous Brothers aos Arctic Monkeys, passando pelos Bee Gees, Gloria Gaynor, Depeche Mode, Joy Division, Smiths, entre outros. Se você entende um pouquinho de inglês já dá pra ter uma ideia…
Aproveitando a onda, ele também fez as versões de fitas VHS para adaptações cinematográficas dos livros que criou, transformando seus artistas em atores e letras inteiras em sinopses de cunho poético sobre filmes B dos anos 80. Mas ele mesmo avisa que os livros são muito melhores.
Ele também transforma as ilustrações em pôsteres e camisetas através de um link em seu portfólio digital na rede social Behance, além de aceitar sugestões. Algumas músicas brasileiras seriam ótimos títulos para estas séries – quase todas do Legião Urbana, por exemplo. Você tem alguma outra sugestão?
Um velho boato começa a ganhar força e agora vem com cifras: a Apple, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, poderia comprar a Disney, uma das maiores empresas de conteúdo do mundo, por US$ 200 bilhões – virando uma empresa de um trilhão de dólares. Mas as cifras são a parte menos preocupante, como explico no meu blog no UOL.
A revista Variety acaba de tornar público para o resto do planeta uma avaliação de um relatório de economia que pode mudar completamente os rumos do entretenimento, da cultura e da tecnologia num futuro bem próximo. De acordo com uma análise feita pela empresa RBC Capital Markets, a Apple, uma das principais empresas do mundo, poderia comprar a Disney por US$ 200 bilhões. E como se esse número não fosse assustador o suficiente, tal compra poderia fazer a empresa fundada por Steve Jobs na primeira corporação a valer um trilhão de dólares. UM TRILHÃO DE DÓLARES! Permitam-me contar os zeros: US$ 1.000.000.000.000!
Mas os números ficam pequenos comparados com o mundo que pode ser redesenhado a partir desta negociação. Uma das principais empresas de conteúdo do mundo – dona, não apenas de todo o universo criado ou cooptado por Walt Disney no decorrer do século vinte, mas também de multiversos bilionários inteiros, como a Pixar, a Marvel e a Lucasfilm – seria administrada por uma das principais empresas de infraestrutura tecnológica doméstica – e a empresa mais orgulhosa de seu universo fechado. A mesma lógica que torna seus iPhones, iMacs, Apple TVs e todos os tipos de aparehos sedutores e funcionais é a que a transforma no universo mais fechado do mundo digital, dando cada vez menos permissões para seus usuários interagirem com seus próprios produtos. Uma empresa que é constantemente acusada de programar a obsolescência de seus próprios aparelhos para que seus clientes tenham de comprar outros novos, como de censurar conteúdo digital em suas próprias dependências e dispositivos.
É um mundo cada vez mais conectado e cada vez mais controlado e se essa negociação se tornar realidade, provavelmente estaremos assistindo ao primeiro grande titã do mercado deste novo século. A transação, que não poderia ser realizada rapidamente por uma série de questões fiscais e legais, daria início a uma nova era de compras e megafusões. Imagine se o Google comprar o Facebook (ou vice-versa?), por exemplo. Estamos caminhando rumo ao 1984 cogitado por George Orwell? Ainda é apenas um rumor, mas já cogitaram. E com números.
São algumas pistas deixadas pelos primeiros pôster e teaser do novo Guerra nas Estrelas, mostrados neste fim de semana, como comentei no meu blog no UOL.
Eis o que todos nós esperávamos da Star Wars Convention que está acontecendo neste fim de semana: o novo teaser e o pôster do próximo episódio de Guerra nas Estrelas – Os Últimos Jedi! E além do pôster que indica uma possível troca de lado entre Luke Skywalker e Kylo Ren (com Rey entre os dois segurando um sabre que é azul e vermelho ao mesmo tempo), o curta ainda nos mostra parte do treino de Rey e Luke falando sobre o fim da ordem Jedi!
Rapaz, que fim de ano vai ser esse! Pelo visto eles vão conseguir fazer um filme ainda mais pesado que O Império Contra-Ataca!
A maioria das pessoas não conhece os códigos de categorias que o Netflix cria para filmes diferentes daqueles que sempre aparecem na tela – publiquei esta lista lá no meu blog no UOL.
Por mais legal que seja a conveniência de serviços de streaming em vídeo, ela esbarra em uma série de problemas que às vezes nos fazem sentir saudade das velhas locadoras. Além do catálogo, aparentemente grande, ser bem limitado (e vários títulos têm data para desparecer das prateleiras virtuais), é frustrante o tempo que se perde tentando escolher o que assistir nestes serviços. A inteligência artificial que motoriza a exposição dos títulos na interface do Netflix, por exemplo, leva em consideração apenas equações que misturam o que acabamos de assistir, com o que acabou de ser lançado pelo serviço e o que as pessoas estão mais assistindo.
Ao trabalhar nosso gosto roboticamente, o serviço simplesmente ignora a possibilidade de sermos surpreendidos, criando bolhas de gêneros cinematográficos que parecem reduzir nosso horizonte a no máximo uma centena de filmes e séries. O resultado é um loop interminável de playlists de vídeos que parecem as mesmas. Sempre tem o House of Cards, uns três documentários sobre o Steve Jobs, mil filmes com o Jason Stantham e algum brasileiro que se acha engraçado a ponto de se chamar de humorista. Fora o Adam Sandler.
Mas há muito além do catálogo do serviço que o algoritmo pode sugerir – e ele mesmo sabe disso. Tanto que criou códigos para categorias inteiras de filmes que nunca aparecem nas playlists da biblioteca dos caras. Filmes africanos e asiáticos, cinema noir, pseudodocumentários, filmes de horror B, títulos de décadas passadas (desde os anos 30!), animações de ficção científica, comédias indie de teor político, musicais da Disney, produções sobre esporte… Uma verdadeira mina de ouro cinematográfica pode ser descoberta dentro do Netflix a partir do conhecimento dos códigos de categorias que o serviço criou – listo-as (em inglês) logo abaixo.
Para acessar a estes conteúdos, no entanto, é preciso primeiro entrar no serviço através da web. Basta entrar no link www.netflix.com/browse/genre/ e incluir o número do gênero que você quer encontrar. Por exemplo, o código para comédias de ação é 43040, assim para ter acesso aos filmes que estão cadastrados desta forma, basta entrarno endereço www.netflix.com/browse/genre/43040. A senha de acesso para o site é a mesma que você utiliza para entrar no serviço através de sua TV. Uma vez ali, basta você adicionar os filmes que quer ver para a fila de filmes que você quer assistir que quando você entrar no serviço normalmente os títulos estarão lá. E é aí que a inteligência artificial do serviço começará a explorar para além da bolha, oferecendo filmes que não estão entre os mais óbvios e que estão na cara de todo mundo.
Algumas categorias, no entanto, podem ter pouquíssimos filmes e, em alguns casos, nenhum. Isso acontece porque essa divisão de categorias é global mas o catálogo do serviço não é, variando de país para país. E o catálogo da versão brasileira do serviço é bem pequeno comparado com o da matriz norte-americana.
Mas vale muito fuçar essa lista. Há pérolas que muitos poderiam jurar que nunca encontrariam no serviço. Se encontrar algum legal ou inusitado, compartilhe nos comentários.
Action & Adventure (1365)
Asian Action Movies (77232)
Classic Action & Adventure (46576)
Action Comedies (43040)
Action Thrillers (43048)
Adventures (7442)
Comic Book and Superhero Movies (10118)
Westerns (7700)
Spy Action & Adventure (10702)
Crime Action & Adventure (9584)
Foreign Action & Adventure (11828)
Martial Arts Movies (8985)
Military Action & Adventure (2125)
Anime (7424)
Adult Animation (11881)
Anime Action (2653)
Anime Comedies (9302)
Anime Dramas (452)
Anime Features (3063)
Anime Sci-Fi (2729)
Anime Horror (10695)
Anime Fantasy (11146)
Anime Series (6721)
Children & Family Movies (783)
Movies for ages 0 to 2 (6796)
Movies for ages 2 to 4 (6218)
Movies for ages 5 to 7 (5455)
Movies for ages 8 to 10 (561)
Movies for ages 11 to 12 (6962)
Education for Kids (10659)
Disney (67673)
Movies based on children’s books (10056)
Family Features (51056)
TV Cartoons (11177)
Kids’ TV (27346)
Kids Music (52843)
Animal Tales (5507)
Classic Movies (31574)
Classic Comedies (31694)
Classic Dramas (29809)
Classic Sci-Fi & Fantasy (47147)
Classic Thrillers (46588)
Film Noir (7687)
Classic War Movies (48744)
Epics (52858)
Classic Foreign Movies (32473)
Silent Movies (53310)
Classic Westerns (47465)
Comedies (6548)
Dark Comedies (869)
Foreign Comedies (4426)
Late Night Comedies (1402)
Mockumentaries (26)
Political Comedies (2700)
Screwball Comedies (9702)
Sports Comedies (5286)
Stand-up Comedy (11559)
Teen Comedies (3519)
Satires (4922)
Romantic Comedies (5475)
Slapstick Comedies (10256)
Cult Movies (7627)
B-Horror Movies (8195)
Campy Movies (1252)
Cult Horror Movies (10944)
Cult Sci-Fi & Fantasy (4734)
Cult Comedies (9434)
Documentaries (6839)
Biographical Documentaries (3652)
Crime Documentaries (9875)
Foreign Documentaries (5161)
Historical Documentaries (5349)
Military Documentaries (4006)
Sports Documentaries (180)
Music & Concert Documentaries (90361)
Travel & Adventure Documentaries (1159)
Political Documentaries (7018)
Religious Documentaries (10005)
Science & Nature Documentaries (2595)
Social & Cultural Documentaries (3675)
Dramas (5763)
Biographical Dramas (3179)
Classic Dramas (29809)
Courtroom Dramas (528582748)
Crime Dramas (6889)
Dramas based on Books (4961)
Dramas based on real life (3653)
Tearjerkers (6384)
Foreign Dramas (2150)
Sports Dramas (7243)
Gay & Lesbian Dramas (500)
Independent Dramas (384)
Teen Dramas (9299)
Military Dramas (11)
Period Pieces (12123)
Political Dramas (6616)
Romantic Dramas (1255)
Showbiz Dramas (5012)
Social Issue Dramas (3947)
Faith & Spirituality (26835)
Faith & Spirituality Movies (52804)
Spiritual Documentaries (2760)
Kids Faith & Spirituality (751423)
Foreign Movies (7462)
Art House Movies (29764)
Foreign Action & Adventure (11828)
Classic Foreign Movies (32473)
Foreign Comedies (4426)
Foreign Documentaries (5161)
Foreign Dramas (2150)
Foreign Gay & Lesbian Movies (8243)
Foreign Horror Movies (8654)
Foreign Sci-Fi & Fantasy (6485)
Foreign Thrillers (10306)
Romantic Foreign Movies (7153)
African Movies (3761)
Australian Movies (5230)
Belgian Movies (262)
Korean Movies (5685)
Latin American Movies (1613)
Middle Eastern Movies (5875)
New Zealand Movies (63782)
Russian (11567)
Scandinavian Movies (9292)
Southeast Asian Movies (9196)
Spanish Movies (58741)
Greek Movies (61115)
German Movies (58886)
French Movies (58807)
Eastern European Movies (5254)
Dutch Movies (10606)
Irish Movies (58750)
Japanese Movies (10398)
Italian Movies (8221)
Indian Movies (10463)
Chinese Movies (3960)
British Movies (10757)
Gay & Lesbian Movies (5977)
Gay & Lesbian Comedies (7120)
Gay & Lesbian Dramas (500)
Romantic Gay & Lesbian Movies (3329)
Foreign Gay & Lesbian Movies (8243)
Gay & Lesbian Documentaries (4720)
Gay & Lesbian TV Shows (65263)
Horror Movies (8711)
B-Horror Movies (8195)
Creature Features (6895)
Cult Horror Movies (10944)
Deep Sea Horror Movies (45028)
Foreign Horror Movies (8654)
Horror Comedy (89585)
Monster Movies (947)
Slasher and Serial Killer Movies (8646)
Supernatural Horror Movies (42023)
Teen Screams (52147)
Vampire Horror Movies (75804)
Werewolf Horror Movies (75930)
Zombie Horror Movies (75405)
Satanic Stories (6998)
Independent Movies (7077)
Experimental Movies (11079)
Independent Action & Adventure (11804)
Independent Thrillers (3269)
Romantic Independent Movies (9916)
Independent Comedies (4195)
Independent Dramas (384)
Music (1701)
Kids Music (52843)
Country & Western/Folk (1105)
Jazz & Easy Listening (10271)
Latin Music (10741)
Urban & Dance Concerts (9472)
World Music Concerts (2856)
Rock & Pop Concerts (3278)
Musicals (13335)
Classic Musicals (32392)
Disney Musicals (59433)
Showbiz Musicals (13573)
Stage Musicals (55774)
Romantic Movies (8883)
Romantic Favorites (502675)
Quirky Romance (36103)
Romantic Independent Movies (9916)
Romantic Foreign Movies (7153)
Romantic Dramas (1255)
Steamy Romantic Movies (35800)
Classic Romantic Movies (31273)
Romantic Comedies (5475)
Sci-Fi & Fantasy (1492)
Action Sci-Fi & Fantasy (1568)
Alien Sci-Fi (3327)
Classic Sci-Fi & Fantasy (47147)
Cult Sci-Fi & Fantasy (4734)
Fantasy Movies (9744)
Sci-Fi Adventure (6926)
Sci-Fi Dramas (3916)
Sci-Fi Horror Movies (1694)
Sci-Fi Thrillers (11014)
Foreign Sci-Fi & Fantasy (6485)
Sports Movies (4370)
Sports Comedies (5286)
Sports Documentaries (180)
Sports Dramas (7243)
Baseball Movies (12339)
Football Movies (12803)
Boxing M10499ovies (12443)
Soccer Movies (12549)
Martial Arts, Boxing & Wrestling (6695)
Basketball Movies (12762)
Sports & Fitness (9327)
Thrillers (8933)
Action Thrillers (43048)
Classic Thrillers (46588)
Crime Thrillers (10499)
Foreign Thrillers (10306)
Independent Thrillers (3269)
Gangster Movies (31851)
Psychological Thrillers (5505)
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TV Sci-Fi & Fantasy (1372)
Reality TV (9833)
Teen TV Shows (60951)
Há uma versão ainda mais detalhada da lista neste link.
…e ao reger o tema do Parque dos Dinossauros, o maestro da orquestra do Colorado veio à caráter. Assista ao vídeo lá no meu blog no UOL.
A cultura pop não têm limites quando o assunto é quebrar barreiras entre ícones estabelecidos. Sabemos isso quando um maestro se fantasia de dinossauro para reger uma orquestra em uma convenção de quadrinhos. Foi o que aconteceu no final do mês passado, na Colorado Comic Con, em Denver, nos Estados Unidos, entre os dias 24 e 25 de março, quando a Colorador Symphony, realizou o espetáculo Jurassic Park: Tetralogy, tocando as músicas que John Williams compôs para os quatro filmes da série idealizada por Steven Spielberg e seu maestro regeu a apresentação com um cosplay de dinossauro. Inacreditável!
My entire life has led to this moment… T-Rex conducting the Jurassic Park theme song. 😭❤😂😂😂 pic.twitter.com/j9BtCwmPKY
— Ailyn Marie (@TheLeanMarie) January 3, 2018
O melhor é que o nome do maestro é Christopher Dragon.
Abertura do seriado inspirado no primeiro romance de Neil Gaiman mistura religião, mitologia e tecnologia – publiquei-a lá no meu blog no UOL, além de mais informações sobre a série que estreia no final do mês.
Uma das séries mais esperadas de 2017 estreia no final deste mês. Inspirado no romance de estreia de Neil Gaiman, o seriado American Gods vem ganhando aplausos festejados onde seu primeiro episódio foi exibido – não apenas pela fidelidade ao tom da obra original mas também por aspectos específicos da produção, que parece ter reforçado a tensão entre o velho e o novo que atravessa todo o livro. Este clima é reforçado nos créditos de abertura, que misturam elementos de diferentes culturas, religiões, drogas e tecnologia para criar um totem pós-moderno em que pirâmides, deuses orientais, estátuas de Buda, néons de Las Vegas e um astronauta crucificado. Assista:
“É esquisito querer usar bonequinhos na sequência dos créditos de abertura?, brincaram os principais produtores do seriado Bryan Fuller e Michael Green sobre o resultado final. American Gods conta a história de um conflito entre os deuses do passado, que estão morrendo à medida em que menos pessoas acreditam neles, e os do futuro, pessoas que epitomizam novas crenças que ultrapassam a religião tradicional, como o dinheiro, a mídia e a tecnologia. Já existem dois trailers em que a história começa a ser revelada e eles instigam até aqueles que não conhecem o livro de Gaiman (que, a propósito, está envolvido com a produção do seriado):
A série estreia no dia 30 de abril no canal norte-americano Starz e no dia seguinte através do serviço de vídeos online Amazon Prime e a produção também liberou pôsteres com alguns dos deuses que desfilarão por seus episódios:
A celebração do aniversário de meio século do disco mais ousado dos Beatles vem acompanhado de uma edição deluxe – falei sobre ela no meu blog no UOL.
Só melhora! O disco que consagrou 1967 como um ano mítico para a música pop está prestes a ganhar várias reedições que ajudam a compreender seu impacto cultural na época e sua importância para a carreira de seus autores, os Beatles. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band completa 50 anos no início de junho e, alguns dias antes do aniversário, chegam às lojas de disco e serviços digitais diferentes versões do clássico que inaugurou a era psicodélica e consagrou os quatro garotos de Liverpool como a banda definitiva dos anos 60.
São quatro diferentes versões do disco que serão lançadas no dia 26 de maio. A mais simples conta com apenas um CD com uma nova mixagem do álbum, a versão em vinil duplo com um segundo disco com versões alternativas para cada uma das músicas originais, uma versão em CD duplo com o segundo disco com outras tantas versões em estágio inicial de todas as músicas (incluindo as do compacto que antecipou o lançamento, com “Strawberry Fields Forever” de um lado e “Penny Lane” do outro) e uma versão deluxe com seis CDs.
Esta versão completa é inevitavelmente a mais apetitosa, pois além da nova versão remasterizada do disco e dos discos com versões alternativas presentes nas outras edições, ainda trará uma versão mono de como o álbum foi lançado originalmente e ainda mais raridades, incluindo uma versão recém-descoberta para “Lucy in the Sky with Diamonds”, além de DVDs com versões 5.1 do disco, uma versão remasterizada do documentário The Makking of Sgt. Pepper’s, feito em 1994, os filmes promocionais que saíram do disco (os protoclipes de “Strawberry Fields Forever”, “Penny Lane” e “A Day in the Life”), um livro de capa dura com 144 páginas dissecando Pepper faixa a faixa e dois pôsteres (incluindo o poster de circo que inspirou a letra de “Being for the Benefit of Mr. Kite!”). O trailer lançado esta semana dá uma ideia da dimensão do projeto:
É difícil medir a importância de Sgt. Pepper’s cinquenta anos depois porque o mundo como o conhecemos hoje nasceu naquele momento. Foi quando o pop colidiu com a arte em grande escala, um gesto ousado de autoconsciência vindo de uma banda no auge de sua popularidade que preferiu abrir mão de fórmulas fáceis de sucesso para explorar limites artísticos, carregando uma geração inteira de músicos, artistas e ouvintes consigo. Depois de abandonar os palcos em 1966, muitos apostavam que o fim dos Beatles era iminente e que um artista não conseguiria sobreviver sem apresentar-se ao vivo. O grupo provou justo o contrário e na fase final de sua carreira, entre 1967 e 1970 só voltou a fazer shows uma única vez, construindo uma obra inteira com uma discografia que não é clássica por acaso. Sgt. Pepper’s é a coroa desta obra justamente por ser o momento em que os Beatles percebem a própria importância.
















