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kamasi

O jazzman californiano Kamasi Washington está prestes a lançar seu novo álbum, o duplo Heaven & Earth, que já teve dois singles antecipados: “Fists of Fury” e “The Space Travelers Lullaby”, e agora ele surge com outra música inédita, esta inspirada no videogame Street Fighter. Em uma declaração, ele conta sua relação adolescente com o jogo e como ele o inspirou a composição:

Quando eu era mais jovem, estava no meio do final da geração dos fliperamas e o começo da geração dos consoles. Eu ia neste lugar chamado Rexall jogar Street Fighter. No Rexall tinham pessoas diferentes de diferentes vizinhanças jogando o jogo. Esse lugar era como se fosse um equalizador. Só importava o quão bom você era no Street Fighter, na maior parte do tempo. Em outros lugares você tinha medo daqueles caras; ali você só jogava o jogo e pronto, sabe? Eu era realmente bom no Street Fighter, foi quando surgiu a ideia da música que, brincando, dizia que era minha música-tema e quando eu aparecia para jogar Street Fighter eles tocavam a minha música antes que eu entrasse, como um lutador de boxe. No contexto do disco, era a conexão que tínhamos com aqueles caras da nossa vizinhança. Os chamávamos de OGs, os caras mais velhos que nos inspiravam.

De muitas formas, os videogames eram a forma que eu me conectava com eles porque eu nunca fui de nenhuma gangue, mas eu os conhecia e era legal com eles, principalmente através dos videogames. Quando cresci, pensei como seria incrível se os OGs pudessem apenas jogar games para resolver seus problemas. O sentido dentro do escopo do disco é uma conexão com um passado e todas as formas que podemos nos conectar.

Ele também lançou um teaser do clipe da música, que deve sair em breve.

O disco sai no dia 22 de junho e já está em pré-venda através da gravadora Young Turks.

chromatics2018

Os Chromatics vêm adiando o lançamento de seu aguardado Dear Tommy literalmente há anos – e no ano passado, após terem sido anunciados como parte da trilha sonora da volta de Twin Peaks, foi revelado que o dono da banda, Johnny Jewel, destruiu todas as cópias físicas do disco que pretendia lançar em 2017, aparentemente começando tudo do zero. É o que indica o novo lançamento do grupo, o single “Black Walls”, que não constava na ordem das faixas divulgadas até então.

O processo de refazer e refazer o mesmo disco contínuas vezes não é novo e o disco que colocou os Chromatics no mapa, o soberbo Kill for Love, passou por um processo semelhante de autoanálise como o dono da gravadora Echo Park, Alex Rivera, explicou no ano passado. Resta saber se o novo single é realmente um sinal que o disco pode sair ainda este ano ou se estamos iniciando um novo processo de vigília até vai saber quando.

Mas, tudo bem, sem pressa. Mesmo porque o novo single é exatamente aquilo que esperamos do grupo: aquele climão pesado, entre a tensão e o éter, composto por sintetizadores robóticos, esqueletos de acordes de guitarra, groove sintético e o vocal onírico de Ruth Radelet.

guiamabis2018

Lançado sem aviso há menos de uma semana, Miopia, o quarto disco de Gui Amabis, vem de encontro ao seu trabalho mais recente, Ruivo em Sangue, e traz, ironicamente em pleno 2018, um astral menos pesado e pessimista que seu antecessor. Batizado com o nome de sua primeira composição (“Miopia”, finalmente pública, já é uma das melhores músicas de 2018), o disco sacramenta sua parceria com os compadres Regis Damasceno, Dustan Gallas e Samuel Fraga, fiéis escudeiros ao forjar uma sonoridade particular, que o consolidou como mais que produtor e compositor, mas também como intérprete e músico. Bati um papo com ele sobre o novo álbum e ele aproveitou para dissecar Miopia faixa a faixa.

Como surgiu Miopia?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/gui-amabis-2018-como-surgiu-miopia

Miopia é uma espécie de antídoto de seu disco anterior, Ruivo em Sangue?
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Você escolheu o repertório a partir de algum conceito?
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Como você definiu os convidados para o disco?
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Por que o disco chama-se Miopia?
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Quem produziu o disco?
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É um disco muito lírico pra época que estamos vivendo?
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Qual o papel da arte no Brasil de 2018?
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Gui Amabis – Miopia (2018), faixa a faixa

Foto: Flora Pimentel

Foto: Flora Pimentel

Um das bandas mais interessantes da safra pós-mangue beat do Recife, o quarteto instrumental A Banda de Joseph Tourton está de volta e lança o novo álbum, batizado apenas com seu nome, nesta quinta-feira, nas plataformas digitais – e antecipa o single “Afroganja” em primeira mão para o Trabalho Sujo.

A grande novidade desta nova encarnação do grupo – um dos integrantes da safra 2012 do Prata da Casa do Sesc Pompeia, quando fui curador – é a inclusão do naipe de metais ao grupo formato por Diogo Guedes (guitarra, teclado e efeitos), Gabriel Izidoro (guitarra, teclado, flauta e escaleta), Pedro Bandeira (bateria e efeitos) e Rafael Gadelha (baixo). Bati um papo com Gabriel sobre esta nova fase da banda. No final, a capa do disco e o nome das músicas:

Por que a banda ficou tanto tempo parada? O que vocês fizeram nesse hiato?
Durante esse período nos dedicamos a outros projetos. Eu me mudei para São Paulo para trabalhar com outros artistas na parte técnica dos shows além de lançar um disco com uma outra banda que faço parte chamada The Raulis, Pedro também veio pra São Paulo e trabalha com audiovisual, Diogo se mudou para o Rio de Janeiro para também trabalhar em shows de vários artistas cuidando da sonorização além produzir gravar, mixar e produzir vários artistas, Laga continuou em Recife para concluir suas atividades acadêmicas e continuou tocando com outras bandas por lá , como a excelente banda instrumental Cosmo Grão. Por conta disso demos uma diminuída no ritmo da banda, fizemos alguns shows esporádicos nesse meio tempo mas nunca paramos de trabalhar. Ao longo dos anos fomos testando gravações, texturas, timbres e gravando as participações. Até acho que essa demora foi positiva para o resultado final do disco.

Como a banda voltou à ativa?
Estamos com esse trabalho pronto a cerca de um ano e meio mas só nesse momento conseguimos juntar as energias pessoais de cada um para lançar pro mundo. Como a Joseph Tourton é algo muito especial para todos nós a gente preferiu esperar o momento em que vamos ter disponibilidade pra dar ​a atenção que a banda merece.

A principal mudança foi a entrada dos metais? Como isto aconteceu?
Fizemos esse disco de uma maneira totalmente independente e tivemos bastante liberdade pra criar sem nenhum prazo ou cobrança. Quando começamos a compor essas músicas novas a gente sempre quis adicionar a linguagem dos metais, seja como tema principal ou como camadas e pra isso convidamos um parceiro de Recife, Parrô Melo, para criar os arranjos. O resultado ficou muito bom e os metais marcaram presença em cinco músicas do disco.

A nova sonoridade tem alguma influência específica?
É difícil dizer ao certo isso. Como foi um trabalho que foi feito por várias pessoas durante um longo período eu acredito que foram muitas influências. O que eu escuto hoje em dia é um pouco diferente do que escutava na época que gravei as minhas partes. Mas acho que podemos citar as mesmas bandas que escutávamos no começo da banda. Tortoise, Jaga Jazzist, Hurtmold, Cidadão Instigado, Rage Agains The Machine e coisas mais atuais como o Kendrick Lamar, Anderson Paak…

A cena instrumental do Brasil mudou muito desde que a JTB apareceu pela primeira vez. Como vocês veem esta mudança e quem são os artistas que vocês mais gostam na atual safra?
Eu gosto muito do som que o Bixiga 70 faz. O show dos caras é foda e eles conseguem rodar o mundo com uma banda gigante, algo muito difícil nos dias de hoje.​

Os shows contam sempre com a presença de metais ou há uma formação mais enxuta?
A formação vai ser a de sempre, nós quatro no palco utilizando os recursos que temos pra reproduzir o disco e também adaptando algumas canções pro show. A gente nunca conseguiu fazer um show com um trio de metais, seria algo bem louco se rolasse. =)​

Quando serão os primeiros shows deste novo álbum?
Ainda não temos nada confirmado. Vamos lançar essa criança pro mundo e tentar encaixar algumas datas das nossas agendas pra fazer esse show novo. Inclusive, gostaria de aproveitar esse espaço pra dizer que quem quiser levar o Joseph Tourton pra tocar é facinho, só mandar um email pra tourton@gmail.com e a gente organiza isso. ​

banda-joseph-tourton-2018

“TCB”
“Agrobloc”
“Afroganja”
“Parque da Jaqueira”
“Jollo”
“Songda”
“Sete”
“Antimofo”
“Joseph Jazz”

theinternet2018

“Roll (Burbank Funk)” saiu já tem quase um mês, mas só consegui chegar nela neste fim de semana – e ela confirma o grupo The Internet como o artista mais promissor a sair do coletivo Odd Future ao lado de Frank Ocean. Ela conecta-se com o funk da Califórnia dos anos 70 e seu filhote hip hop angeleno dos anos 90, o groove house discreto da Paris da virada do século e o minimalismo de parte do rap atual, repetindo um groove irresistível, candidata a uma das melhores músicas do ano.

E é claro que já tem remix – e de ninguém menos que Kaytranada.

franjorge2018

O bardo gaúcho Frank Jorge faz as pazes com o passado e revê a própria carreira em seu novo álbum, Histórias Excêntricas ou Algum Tipo de Urgência, que chega às plataformas digitais no início de junho mas já pode ser baixado no site do Selo Fonográfico 180, que está lançando o trabalho do músico. Gestado a partir do show de abertura que Frank fez quando Paul McCartney passou por Porto Alegre no ano passado, o novo álbum revisita sonoridades que ele havia deixado em segundo plano – como a Jovem Guarda e a música romântica brasileira -, bem como ecos de outros gêneros que não faziam parte de sua sonoridade, como o lado roqueiro setentista da faixa de abertura “Tirando pra Rei”, que dá pra ouvir abaixo, e vocais de Cazuza, como ele mesmo confessa (em “O Baile Segue Adiante”). Conversei com o Frank sobre o novo álbum e sobre seu envolvimento comum com o saudoso Miranda, grande influência em sua carreira. Ele ainda dissecou o disco faixa a faixa, mais lá embaixo.

Como você começou este novo disco?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/frank-jorge-2018-como-voce-comecou-este-novo-disco

Histórias Excêntricas é um apanhado de toda sua carreira?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/frank-jorge-2018-historias-excentricas-e-um-apanhado-de-toda-sua-carreira

Você vê a necessidade de lançar álbuns em 2018?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/frank-jorge-2018-voce-ve-a-necessidade-de-lancar-albuns-em-2018

Qual foi a influência da morte do Miranda neste disco?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/frank-jorge-2018-qual-foi-a-influencia-da-morte-do-miranda-neste-disco

Fale sobre sua experiência com o Miranda.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/frank-jorge-2018-fale-sobre-sua-experiencia-com-o-miranda

Quando foi a última vez que você falou com ele?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/frank-jorge-2018-quando-foi-a-ultima-vez-que-voce-falou-com-ele

Qual é o grande legado do Miranda?
O gaúcho Frank Jorge fala sobre seu novo disco, Histórias Excêntricas ou Algum Tipo de Urgência.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/frank-jorge-2018-qual-e-o-grande-legado-do-miranda

Histórias Excêntricas ou Algum Tipo de Urgência, faixa a faixa

tranquiltybass

Os fãs chiaram com o novo disco dos Arctic Monkeys, Tranquility Base Hotel & Casino (que pode ser ouvido abaixo), mas vão agradecer a virada que Alex Turner deu em sua banda quando ficarem mais velhos. A leitura rasa é que ele ofuscou o talento dos outros integrantes do grupo, transformando-o a banda em apoio para seu disco solo, levando os Monkeys para o território de seu projeto paralelo The Last Shadow Puppets, mas Tranquility Base é muito mais do que uma versão grupal da fantasia Las Vegas de Turner e Miles Kane. É a evolução natural destes macacos, se eles pretendem seguir como um grupo nos próximos anos.

E não tem nada a ver com amadurecimento, com vida adulta, com deixar a adolescência pra trás… Todo esse movimento já havia sido feito nos discos anteriores da banda, à medida em que Alex Turner se estabelecia como principal vetor criativo do grupo. Também não há uma possível crise de identidade que transformaria o ex-indie inglês em um dândi crooner se autoimolando em público. O que acontece a partir de “Star Treatment”, a faixa de abertura do disco, é um esforço consciente em tornar a própria obra imortal.

Turner faz o disco apoiar-se em duas noções urbanas que ultrapassaram os ares de suas cidades originais: a ficção dramática de Los Angeles e a decadência opulenta de Las Vegas. Mas em vez de afundarem-se nas poltronas do showbusiness, os Arctic Monkeys miram num ideal de futuro do passado. “Aperte um botão e faremos o resto”, cantarola Alex numa faixa batizada de “A primeira cambalhota de frente feita por um caminhão-monstro do mundo”, num disco com músicas com titulos como “Science Fiction”, “The Ultracheese”, “Batphone” e que ecoa o meio dos anos 70 de David Bowie, as incursões blasés de Serge Gainsbourg, a postura esnobe de Jarvis Cocker e um senso irônico de autoimportância dos discos de Leonard Cohen nos anos 80.

Tranquility Base pegou a todos de surpresa ao determinar um ritmo mais lento e introspectivo para hits que, arranjados de outra forma, poderia pedir riffs e refrões berrados – seja à moda frenética dos primeiros discos da banda ou pela influência metal de Josh Homme nos discos mais recentes. Mas vai na contracorrente do século e exige atenção imediata do ouvinte, que pode simplesmente ouvir os primeiros segundos de cada canção, fazer caretas e nunca mais ouvir o disco, ou reclinar-se nesse chaise longue musical que é ao mesmo retrô e futurista, apocalíptico e romântico, glam rock e lounge, existencial e superficial como uma conversa com algum estranho em um decadente bar da moda. Entre falsetes de araque, guitarras decorativas e teclados à espreita, os Arctic Monkeys fizeram um disco tão memorável quanto Favourite Worst Nightmare, Humbug ou AM mas fugindo completamente de possíveis clichês e estereótipos, para mergulhar em outros, alheios, que podem funcionar como uma longa sobrevida para um grupo fadado à repetição ou lápide improvável para uma das bandas mais bem sucedidas deste século.

Aposto na primeira opção – e pode ser que só daqui a alguns anos poderemos reconhecer que Alex Turner salvou sua banda de ter se tornado uma caricatura de uma banda de rock ao, ironicamente, assumir que podem ser a caricatura do que eles quiserem. É o passo mais ousado de todas as bandas de sua geração.

Soledad

A cantora cearense lança o primeiro single de seu novo trabalho, “De Manhã, Logo Cedo”, composta por Juliano Gauche e produzida por Daniel Ganjaman, lançada em primeira mão no Trabalho Sujo.

O single é um lançamento do selo paulistano EAEO.

monty-python

Arnaldo Branco, Clarice Falcão, Fabiane Langona, Laerte e Gregorio Duvivier falam sobre a importância do grupo inglês Monty Python, que aos poucos começa a disponibilizar sua obra no Netflix, em matéria que escrevi pro site da Trip. Um trecho:

“Lembro quando soube da existência deles, lendo O diário de um cucaracha, do Henfil, uma coletânea das cartas que ele escreveu quando morava nos Estados Unidos nos anos setenta — o Henfil descrevia a ideia geral do programa, chocado que uma parada que pegava tão pesado com a ideia de Deus passava na TV americana”, lembra Arnaldo, sobre a demora do grupo em chegar ao Brasil.

“Acho que o Monty Python ensinou a desenvolver um olhar meio cômico sobre tudo de ridículo e inerente à sociedade. Aquele esquete da entrevista de emprego idiota é um exemplo. Textos imensos. Timing de piada”, continua a quadrinista Fabiane Langona, que ainda reforça a importância do integrante norte-americano do grupo, o animador Terry Gilliam. “A estética dessas animações parece sempre ter feito parte da minha memória por osmose, muito antes de eu ter qualquer ideia do que era Monty Python”, lembra.

Clarice reforça a seriedade do grupo também do ponto de vista musical. “A primeira sequência que vi deles foi o começo d’O sentido da vida, com a canção do esperma, que me marcou profundamente. Era um número musical levado muito a sério e hilário. Acho que pra uma música ficar engraçada ela tem que ser levada a sério. O Eric Idle especialmente fazia isso muito bem”, explica. “Conheci mais profundamente o Monty Python, também por conta da amizade do grupo com o George Harrison — que armou uma produtora e hipotecou a casa pra bancar A vida de Brian”, continua Fabiane. “Adoro essa amizade. E acho que humor X música tem tudo a ver, ainda mais se tratando desse pessoal.”

“Humor é sempre ligado à circunstância — é difícil rir do mesmo modo com que se ria ao ler Jonathan Swift, ou Voltaire”, continua Laerte. “Mas as chaves que o Monty Python nos deixou abrem ainda muitas e muitas portas, isso é verdade.” “Eles continuam muito atuais. Eles estão no nível dos grandes humoristas que são eternos, como Chaplin e Buster Keaton”, emenda Duvivier. “Eles riem do humano, não do que acabou de acontecer essa semana. Não é humor de revista, trocadilho com o nome do presidente ou piada com uma coisa que acabou de sair do jornal. O humor deles é muito ancorado na realidade, no humano. Por isso que eles são tão duradouros, porque eles riem da condição humana — e também daqueles que estão no poder.”

A íntegra pode ser lida aqui.

Foto:  André Peniche

Foto: André Peniche

A cantora francesa Laure Briard encontrou porto seguro no Brasil e acaba de gravar o EP Coração Louco no estúdio Mestre Felino, em Mogi das Cruzes, ao lado dos locais Hierofante Púrpura, com produção do guitarrista dos Boogarins Benke Ferraz. Este foi instrumental ao reunir seus companheiros de banda – o guitarrista Dinho e o baterista Ynaiã Benthroldo – para participar da gravação, que, entre outras, gerou a bossa novinha lo-fi “Cravado”, lançada em primeira mão no Trabalho Sujo.

“Essa talvez seja a música mais pop do EP”, conta Benke. “É um sambinha bem simples, mas bem carismático, por isso, já que não somos sambistas, optamos por um arranjo mais lo-fi captando Dinho e Ynaiã tocando ao vivo juntos na sala, violão e bateria respectivamente. A roupagem mais crua da canção junto do sotaque de Laure cantando as letras em português soaram especiais de cara”. A cantora lembra da primeira vez que ouviu a música e como se apaixonou à primeira audição. “Escutei Dinho tocar a música na guitarra e na mesma hora me apaixonei. E ele simplesmente disse que poderia me dar para gravar. A letra fala muito o que estava sentindo no momento”, lembra, se referindo à música composta pela irmã de Dinho, Flávia Carolina. Além de Ynaiã, Dinho e Laure, a faixa também conta com Benke tocando baixo. É o segundo single que ela mostra deste próximo disco, o primeiro foi “Janela”, composição dela mesma:

Coração Louco será lançado em junho pela gravadora francesa Midnight Special Records.