Trabalho Sujo - Home

Jornalismo

beck-hillenburg

beck-hillenburg-

O criador do desenho animado Bob Esponja, Stephen Hillenberg, morreu esta semana, e sua passagem foi lamentada por todos os órfãos do universo da Fenda do Biquíni e por amantes da boa arte – um deles, o cantor e compositor Beck, cujo primeiro lançamento teve a capa e a contracapa (acima) feita pelo próprio Hillenberg. Disse Beck:

“Bem triste ao saber da notícia sobre a passagem de Stephen Hillenberg, que por muitos anos era meu vizinho e gentilmente fez a arte da primeira música que eu lancei. A foto do disco foi tirada atrás de seu apartamento. Mais conhecido como criador de Bob Esponja, eu sempre me lembrarei dele como um cara genuinamente doce. Tive muita sorte de encontrá-lo sem querer num aeroporto há alguns meses. Mando minhas lembranças à sua família e a todos os amigos que sentem sua falta e estão pensando no passado.”

Eis a música lançada por Beck, “MTV Makes Me Want to Smoke Crack”, de 1993.

Bob Mould otimista

bobmould

Bob Mould prepara caminho para mais um novo disco. Gravado novamente com o baterista do Superchunk Jon Wurster e com o ex-baixista do Verboten Jason Narducy, o disco chama-se Sunshine Rock e traz o ex-líder do Hüsker Dü estranhamente otimista, na contramão da onda de bad vibe que assola o planeta. “‘Sunshine Rock’ era uma música tão brilhante e otimista que quando a compusemos, sabia que ela seria a faixa-título e daria a direção para o álbum. É engraçado, porque compor com esta abertura na cabeça era bem diferente de ‘Black Sheets of Rain'”, explicou em uma declaração sobre o disco, fazendo referência a seu segundo disco solo, de 1990. Mould liberou a faixa-título e “What Do You Want Me To Do”, em que permitiu, pela primeira vez em sua carreira, câmeras no estúdio:

Abaixo, a capa e o nome das músicas do álbum, produzido por Beau Sorenson.

sunshinerock

“Sunshine Rock”
“What Do You Want Me to Do”
“Sunny Love Song”
“Thirty Dozen Roses”
“The Final Years”
“Irrational Poison”
“I Fought”
“Sin King”
“Lost Faith”
“Camp Sunshine”
“Send Me a Postcard”
“Western Sunset”

O disco sai em fevereiro e já está em pré-venda.

coisas-2018-centrodaterra

É com imensa satisfação que anuncio que o último show do Centro da Terra em 2018 é a primeira apresentação paulistana de um ousado projeto que finalmente é lançado. Depois de anos recriando em estúdio Coisas, disco clássico que o músico e arranjador pernambucano Moacir Santos lançou em 1965, o produtor conterrâneo Rodrigo Coelho, que apresenta-se sob a alcunha de Grassmass, por fim lança seu Coisas2018, em que revisita uma das mais importantes obras do jazz brasileiro à luz da música contemporânea, injetando elementos de música eletrônica e de pós-produção. Nesta primeira apresentação, que acontece nesta terça-feira, dia 4 (mais informações aqui), ele contará com as presenças de Bruno Bruni e Thomas Harres para transpor este monumento a um dos maiores – e infelizmente ainda pouco conhecido do grande público – nomes da música brasileira para o palco. Conversei com Coelho sobre este projeto e a primeira incursão ao vivo no ano de seu lançamento – e ele antecipa uma das faixas em primeira mão para o Trabalho Sujo.

https://soundcloud.com/uivorecords/grassmass-coisa-n-5/

Como você conheceu o Coisas?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/rodrigo-coelho-como-voce-conheceu-o-coisas

Como surgiu a ideia de fazer um tributo a este disco?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/rodrigo-coelho-como-surgiu-a-ideia-de-fazer-um-tributo-a-este-disco

Como foi o desafio de recriar o Coisas neste outro contexto?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/rodrigo-coelho-como-foi-o-desafio-de-recriar-o-coisas-neste-outro-contexto

Como é o Coisas2018 ao vivo?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/rodrigo-coelho-como-e-o-coisas2018-ao-vivo

redemunho-centro-da-terra

Semana que vem encerramos os trabalhos de música em 2018 no Centro da Terra e a primeira atração desta semana de conclusão de ano é a estreia do projeto Redemunho, da baterista do Quartabê Mariá Portugal. Concebido originalmente para ser realizado na rua, o projeto abre conversas musicais de improviso livre com artistas convidados e para esta primeira edição, Redemunho Zero, ela convidou os músicos Maurício Takara, Marcelo Cabral, Joana Queiroz, Bella e Thomas Rohrer para um salto no abismo dos sons (mais informações aqui). Bati um papo com ela sobre o projeto, sua relação com os outros músicos e sobre o conceito de improviso livre no contexto de sua sessão.

O que é o Redemunho Zero?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/maria-portugal-o-que-e-o-redemunho-zero

Fale sobre os músicos que participarão desta primeira edição.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/maria-portugal-fale-sobre-os-musicos-que-participarao-desta-primeira-edicao

Improviso livre é vale tudo?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/maria-portugal-improviso-livre-e-vale-tudo

Há algo pré-definido antes de vocês entrarem no palco?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/maria-portugal-ha-algo-pre-definido-antes-de-voces-entrarem-no-palco

coquetelmolotov2018

Depois de uma bem sucedida edição em 2018, o Coquetel Molotov finalmente chega a São Paulo. Depois de se espalhar por algumas cidades do país (como Salvador e BH) e namorar a vinda pra São Paulo há um tempão, o festival pernambucano realiza sua primeira edição paulistana com gosto e reúne Boogarins, Tuyo, Baco Exu do Blues, Maria Beraldo, Edgar, Coletividade Namíbia e um encontro incrível entre Alessandra Leão, Karina Buhr e Isaar nesta sexta-feira, dia 30, no espaço The Week, pertinho do Sesc Pompeia (mais informações aqui). Bati um papo com a criadora do festival, Ana Garcia, que também antecipou os horários dos shows em primeira mão para o Trabalho Sujo (veja abaixo), além de liberar um par de ingressos para sortear entre os leitores do site. Para concorrer, basta comentar abaixo qual a atração que você mais gostaria de assistir e por quê (e não se esqueça de incluir seu email para que eu possa entrar em contato).

O que é a edição paulistana do Coquetel Molotov?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/ana-garcia-o-que-e-a-edicao-paulistana-do-coquetel-molotov

Desde quando você quer trazer o festival para São Paulo e quais foram as principais dificuldades?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/ana-garcia-desde-quando-voce-quer-trazer-o-festival-para-sp-e-quais-as-principais-dificuldades

O que caracterizaria o Coquetel Molotov para o público paulistano?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/ana-garcia-o-que-caracterizaria-o-coquetel-molotov-para-o-publico-paulistano

Fale um pouco de cada uma das atrações e o que esperar de cada show.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/ana-garcia-fale-um-pouco-de-cada-uma-das-atracoes-e-o-que-esperar-de-cada-show

Em que outras cidades você está fazendo mais edições do festival este ano?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/ana-garcia-em-que-outras-cidades-voce-esta-fazendo-mais-edicoes-do-festival-este-ano

A intenção é manter a edição paulistana anual?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/ana-garcia-a-intencao-e-manter-a-edicao-paulistana-anual

Horários do Coquetel Molotov em São Paulo

19h: Boogarins (Palco Coquetel Molotov)
20h: Tuyo (Palco Monkeybuzz)
21h: Karina Buhr + Alessandra Leão + Isaar (Palco Coquetel Molotov)
22h: Maria Beraldo (Palco Monkeybuzz)
23h: Edgar (Palco Sonic)
0h: Baco Exu do Blues (Palco Monkeybuzz)
1h: Coletividade Namíbia (Palco Sonic)

DoggystyleTheSamples

O disco Doggystyle, o clássico que colocou o Snoop Dogg em nosso imaginário e sintonizou o rap de vez no funk dos anos 70, completou 25 anos nesta sexta-feira e o Pedro Pinhel lembrou de um mix que o próprio Snoop fez há cinco anos enfileirando as músicas que usou como base para o disco, comentando por cima das músicas cada uma das referências. É uma aula de g-funk – e nunca é demais Isaac Hayes, George Clinton, Curtis Mayfield…

https://soundcloud.com/snoopdogg/sets/doggystyle-the-samples-20th/

Curtis Mayfield – “Give Me Your Love”
Funkadelic – “Not Just Knee Deep”
George McCrae – “I Get Lifted”
Slave – “Watching You”
George Clinton & Parliament, Funkadelic – “Flashlight”
Santana – “Fried Neckbones & Some Fries”
Slick Rick & Dougie Fresh – “La Di Da Di”
Bernard Wright – “Haboglabotribin”
Kool & The Gang – “Summer Madness”
Curtis Mayfield – “Eddie You Should Know Better”
George Clinton – “Atomic Dog”
Tom Browne – “Jamaica Funk”
Parliament – “Give Up The Funk”
Lyn Collins – “Think About It”
Isaac Hayes – “A Few More Kisses To Go”
Ohio Players – “Funky Worm
Isaac Hayes – “The Look Of Love”

bacoexudoblues-bluesman

Escrevi na minha coluna Tudo Tanto, que agora está no site Reverb, sobre o segundo disco do jovem MC baiano, o impressionante Bluesman, que consolida o rap como gênero musical mais importante do Brasil hoje; desvia o eixo do rap brasileiro de São Paulo para o nordeste; lança o disco mais importante do gênero desde Nó na Orelha do veterano Criolo; e pauta a questão racial como um dos principais problemas do país – leia lá.

Ilustração: Babee Scarambone

Ilustração: Babee Scarambone

Colaboro mais uma vez com a ótima Revista Helena, desta vez escrevendo o ensaio “Interferir, mexer, remixar“, que versa sobre como a tecnologia moderna está destruindo o conceito de indústria cultural para reinventar um novo parâmetro de cultura, com a ascensão do prosumer – produtor e consumidor – antevisto por Marshall McLuhan (sempre ele). O texto vem ilustrado pelas belas colagens da querida Babee Scarambone e esta edição da revista ainda conta com um papo de Kamille Viola com Rogerio Skylab, uma entrevista com José Ramos Tinhorão, Roberto Mugiatii lembrando do inverno de 1962 em Londres, uma linda HQ do Guazzelli, um conto de Carol Bensimon, a celebração no aniversário do romance Avalovara, de Osman lins, entre outras ótimas pautas – confere lá.

the-beatles-white-album

Escrevi sobre o aniversário de meio século do disco mais conturbado dos Beatles lá no site Reverb.

Bonifrate-2018

O supercorda Pedro Bonifrate manda notícias ao anunciar um single inesperado no fim de ano: “Alfa Crucis” é o início de uma nova fase de composições e gravações que ele começou a desenvolver no meio do ano, depois do que ele chama de “inferno astral elétrico”. “Apliquei um método mega lo-fi nisso, parece mais primitivo que as últimas coisas”, ele me explica sobre a nova música, que define como um “single de consolação, pra ajudar a renovar as energias de forma sonhadora”. Ele aproveita para estrear o clipe em primeira mão no Trabalho Sujo – e explica o novo single logo abaixo:

“Em julho de 2018 aconteceram coisas que eu defini em parte como um inferno astral elétrico: minhas caixas queimaram, minha guitarra caiu e quebrou o nut, a captação do meu violão queimou, um amplificador também, e finalmente meu computador pifou. Eu faria um show solo na Biblioteca Maria Angélica Ribeiro, aqui em Paraty durante a Flip, e felizmente consegui dar um jeito no violão, porque descobri um muito improvável vizinho que trabalhou anos com luthieria e eletrônica. Então eu consegui ensaiar pro show, com o mínimo que eu tinha funcionando, e nesse esquema de trabalhar com loops que ando fazendo ao vivo.”

“Brincando com o velho tecladinho Casio e um delay analógico eu criei esse loop básico de ‘Alfa Crucis’, e a canção foi feita em poucos dias a partir daí, até cheguei a incluí-la nessas últimas apresentações que fiz aqui. Como eu tenho um gravador Fostex de 4 pistas em cassete e ele pareceu imune ao caos eletrônico, eu resolvi gravar tudo nele. Depois, com um computador novo, exportei os canais, fiz umas poucas edições e mixei digitalmente, mas sem interferir muito no som de fita original, então ficou muito low-fi, como há tempos eu não soava.”

“A vontade de lançar logo essa canção, como um single isolado, veio do fato de ela estar pronta e de eu acreditar que ela pode consolar e energizar alguns corações apreensivos e partidos pela nossa conjuntura política. É uma canção que procura contemplar um futuro em que possamos todos observar as estrelas do nosso céu do sul, apesar de toda a loucura das nossas vidas materiais, e nos entregar ao mistério que é estarmos vivos. Há uma relação temática com um álbum que estou começando a gravar, e provavelmente uma nova versão dela estará nessa coleção, mas não há previsão de que fique pronto tão cedo.”

alfacrucis

Já não tem mais quem possa encontrar a medida das coisas
Só os lábios fônicos e vibrações das baleias dentadas

Já não tem mais quem vá suspeitar da folia
Só você e eu a lamentar a ausência de um disco hipotético

Preguiçosos vimos Alfa Cruz brilhar sobre a casa, nossa casa
Você regalou e pegou no sono a declamar asterismos

Polaris
Urodelos
Eridamus
Afa Al Farkadain
Monoceros
Almagesto

Já não tem mais quem possa encontrar a medida do planeta
Já não tem mais
Já não tem mais
Já não tem mais