Trabalho Sujo - Home

Jornalismo

neonindian2018

Alan Palomo encerra o ciclo de seu VEGA INTL. Night School, lançado em 2015 por seu projeto solo Neon Indian, com a música “Heaven’s Basement (Theme from 86’d)”, música tema de seu curta 86’d, primeiro filme dirigido por ele, inspirado no cinema nova-iorquino dos anos 80.

O curta vem abaixo:

bk

A quarta edição do festival pernambucano Guaiamum Treloso Rural, que acontece no dia 9 de fevereiro do ano que vem, em Camaragibe (na região metropolitana do Recife) fechou sua escalação ao anunciar as presenças do rapper carioca BK (foto), da psicodelia capixaba do My Magical Glowing Lens, da novidade potiguar Luisa e Os Alquimistas e o músico pernambucano Escurinho, que se juntam aos artistas Cordel do Fogo Encantado, Jaloo, Carne Doce, MC Carol, Ana Frango Elétrico e Marrakesh – um bom apanhado na cena de midstream brasileira, já começando o ano temperando bem para todos os lados. O festival acontece na Fazenda Bem-Te-Vi e os ingressos já estão à venda (mais informações no site do festival).

atr-2018

“Começamos a experimentar a música eletrônica desde o começo da banda, com elementos ainda tímidos”, me explica Eduardo Porto, baterista da banda instrumental Aeromoças e Tenistas Russas, que agora atende apenas pela sigla ATR. Concluindo o EP Mood, que foi lançado parceladamente, na semana passada, ao mostrar a última faixa “Midnight Sunset”, o trio também conclui sua transformação instrumental rumo à eletrônica. “No último lançamento, porém, o compacto “Midi” (de 2017) mergulhamos mais em timbres e descobertas dentro desse universo, com sintetizadores e também bateria eletrônica, somados à guitarra e bateria acústica. No Mood sinto que achamos o que a gente procurava, as composições saíram mais naturalmente, em três dias de imersão num sítio em Piratininga, no interior de São Paulo. Hoje o show é inteiro com a bateria acústica triggada, que soma em todas as músicas os timbres eletrônicos. O Gustavo (Koshikumo) reveza entre guitarra e sintetizador e o Juliano (Parreira) entre baixo e synthbass, assim como acontece nas 4 faixas do EP”.

A mudança alterou completamente o horizonte do grupo e o coloca em um cenário que flutua entre a house francesa e a cena eletrônica da Califórnia, fazendo-o soar mais tranquilo e suave, mesmos nos momentos mais intensos. E mostra os caminhos para o próximo disco: “O EP já dá indícios do que gostamos dentro do universo da música eletrônica, mas pretendemos explorar ainda mais e faremos isso junto a várias pessoas”, continua Eduardo, que explica que o álbum do ano que vem deve assumir esta tendência e aproximará o grupo de vocalistas convidados – e ele já antecipa alguns nomes: “Liniker, Tássia Reis, Zé Vito, Linn da Quebrada, Sara Donato…” Promete.

movement-box

A gravadora norte-americana Rhino anunciou o relançamento do primeiro disco do New Order, Movement, em uma caixa de discos em versão deluxe – Movement (Definitive Edition) reúne quatro registros que mostram a transformação da banda a partir da morte do vocalista do Joy Division, Ian Curtis – o disco original, dois discos com demos e versões alternativas e um DVD com gravações ao vivo da banda, tanto íntegras de shows quanto programas de TV -, além do vinil com o Movement original, revisitando a arte imaginada pelo designer Peter Saville e um livro de capa dura. O lançamento da caixa acontece no dia 5 de abril e será antecedido por quatro compactos que recriam os quatro singles que a banda lançou à época: “Ceremony (version 1)” com “In a Lonely Place” no lado B (lançado em março de 1981), “Ceremony (version 2)” também pareada com “In a Lonely Place” (relançado no final daquele ano), “Everything’s Gone Green” com “Cries And Whispers” e “Mesh” no lado B (lançado em setembro de 1981) e “Temptation” com “Hurt” no lado B (lançado em maio de 1982).

LP /CD (o disco original)
“Dreams Never End”
“Truth”
“Senses”
“Chosen Time”
“ICB”
“The Him”
“Doubts Even Here”
“Denial”

CD2 (faixas inéditas)
“Dreams Never End (Western Works Demo)”
“Homage (Western Works Demo)”
“Ceremony (Western Works Demo)”
“Truth (Western Works Demo)”
“Are You Ready For This? (Western Works Demo)”
“The Him (Cargo Demo)”
“Senses (Cargo Demo)”
“Truth (Cargo Demo)”
“Dreams Never End (Cargo Demo)”
“Mesh (Cargo Demo)”
“ICB (Cargo Demo)”
“Procession (Cargo Demo)”
“Cries And Whispers (Cargo Demo)”
“Doubts Even Here (Instrumental) (Cargo Demo)”
“Ceremony (1st Mix – Ceremony Sessions)”
“Temptation (Alternative 7″)”
“Procession (Rehearsal Recording)”
“Chosen Time (Rehearsal Recording)”

DVD
Shows
Hurrah’s, NY, 1980
“In A Lonely Place”
“Procession”
“Dreams Never End”
“Mesh”
“Truth”
“Cries & Whispers”
“Denial”
“Ceremony”

Gravado no dia 27 de setembro de 1980.

Peppermint Lounge, NY, 1981
“In A Lonely Place”
“Dreams Never End”
“Chosen Time”
“ICB”
“Senses”
“Denial”
“Everything’s Gone Green”
“Hurt (instrumental)”
“Temptation”

Programas de TV
Granada Studios, 1981
“Doubts Even Here”
“The Him”
“Procession”
“Senses”
“Denial”

BBC Riverside, 1982
“Temptation”
“Chosen Time”
“Procession”
“Hurt (instrumental)”
“Senses”
“Denial”
“In A Lonely Place”

Extras
“Ceremony”, CoManCHE Student Union, 1981
“In A Lonely Place”, Toronto, 1981
“Temptation”, Soul Kitchen, Newcastle, 1982
“Hurt Le Palace”, Paris, 1982
“Procession” Le Palace, Paris, 1982
“Chosen Time”, Pennies, 1982
“Truth”, The Haçienda, 1983
“ICB”, Minneapolis, 1983

amadomaita

A nova edição para o único e raro disco de Amado Maita, relançado pela Patuá Discos em vinil com uma tiragem superior à que ele teve na época, é um dos exemplos desta nova tendência que mostra lojas de discos brasileiras em busca de clássico ou raridades de nosso passado musical para eternizá-los em vinil – escrevi sobre isso em minha coluna Tudo Tanto desta semana, leia aqui.

lambchop-2019

O Lambchop de Kurt Wagner segue explorando as fronteiras digitais em seu próximo disco, que será lançado em março do ano que vem. Como os dois discos mais recentes do grupo – o Mr. M de 2012 e o Flotus de 2016, ambos trabalhados no vocoder e inspirados pelo hip hop e o R&B desta década -, seu próximo álbum This (Is What I Wanted to Tell You), agendado para ser lançado em março de 2019, foi composto ao lado do irmão de Matthew McCaughan, dono da gravadora Merge, que já produziu discos do Bon Iver e dos Proclivities. Os dois trocavam arquivos à distância: Matt mandava bases sintetizadas para as canções escritas por Wagner e aos poucos o disco ia sendo composto. “The December-ish You”, o primeiro single do novo álbum, recém-lançado, dá uma prévia do que vem por aí.

Acima você vê a capa do disco (que já está em pré-venda) e abaixo, a ordem das faixas.

“The New Isn’t So You Anymore”
“Crosswords, Or What This Says About You”
“Everything For You”
“The Lasting Last Of You”
“The Air Is Heavy And I Should Be Listening To You”
“The December-ish You”
“This Is What I Wanted To Tell You”
“Flower”

DanielMedina

Daniel Medina é mais um dos nomes que vem surgindo na nova cena musical cearense, uma nova renascença em Fortaleza que começou no início da década e agora começa a mostrar frutos maduros, em nomes como Oto Gris, Daniel Groove, Maquinas, Astronauta Marinho, Ilya, Casa de Velho, entre outros. Ele lançou seu primeiro disco Evoé, produzido por Saulo Duarte e Igor Caracas, no ano passado, e agora mostra em primeira mão para o Trabalho Sujo o clipe daquela que julga ser a canção mais simples do álbum, “Cancioneta”. O clipe foi filmado na cidade de Cascavel e conta com integrantes desta nova cena de Fortaleza, que vai para além da música, como a atriz Elisa Porto, o músico Vitor Colares, a fotógrafa Caroline Sousa, o cineasta Tuan Fernandes, a cantora Ilya e a educadora Zu Moreira. “Fortaleza passa por um momento muito forte e bonito artisticamente e toda a equipe envolvida no clipe possui relação afetiva. Esse clipe capta também isso, artistas de estéticas bastante distintas unidos em cena por uma simples canção”, explica.

Ele começa a pensar no segundo álbum, programado para o fim do ano que vem, quando ainda planeja uma pequena turnê pela Europa. Antes disso, também segue o trabalho com o grupo Folia Circular, influenciado pela psicodelia e pela música nordestina.

Meno Del Picchia e Allen Alencar

Meno Del Picchia e Allen Alencar

Velhos conhecidos da cena independente, os músicos Allen Alencar e Meno Del Picchia resolveram partir para construir uma carreira própria ao criar o duo Amarelo, que mostra seu primeiro disco homônimo aqui no Trabalho Sujo. “Nos conhecemos em 2013, quando a Andreia Dias me convidou pra fazer parte de uma big rock band maluca chamada Canibaile”, lembra Allen. “Além da Andreia a banda contava com o Meno, Tatá Aeroplano, Juliano Gauche, Gustavo Galo, Bárbara Eugênia, Peri Pane e Zé Pi. A partir do Canibaile no mesmo ano eu acho, Meno me convidou pra tocar nos shows do seu então recém-lançado disco Macaco Sem Pelo, naquele mesmo ano. A amizade foi se estreitando a partir daí, continuou no Barriga de 7 Janta, de 2016, e segue até hoje.”

“O Amarelo surgiu dessa afinidade que fomos construindo ao longo do tempo, tocamos juntos em diversos trabalhos com outros artistas e a amizade foi crescendo”, continua Allen. “A partir de um momento comecei a enviar umas músicas pro Meno, pra que ele me ajudasse a termina-lás e a parceria de composição foi surgindo. Todas elas tinham algo em comum, uma coisa cancioneira, uma atmosfera de simplicidade e contemplação parecidas, e tinham como tema basicamente tanto as questões afetivas que circundam uma relação amorosa, como as afetividades de si consigo mesmo, do seu próprio lugar diante das coisas.”

Os dois já têm seus trabalhos solo (além dos dois citados de Meno, Allen lançou dois EPs instrumentais), mas são mais reconhecidos como músicos e já tocaram com grandes nomes do atual cenário brasileiro: o paulista Meno já tocou com Otto, Tulipa Ruiz, Alessandra Leão, Metá Metá e Cacá Machado, entre outros, enquanto o sergipano Allen acompanhou Criolo, Curumin, Russo Passapusso, Junio Barreto e mais outros tantos. Tocaram juntos com Andreia Dias, Karina Buhr e Guizado, banda que participam até hoje.

O primeiro EP, com quatro canções, não tem previsão de lançamento ao vivo, foco que ficou para o ano que vem, com os dois sozinhos no palco, “formato fácil e acessível, modelo que ajuda a circular”. Para 2019 eles prometem mais um novo EP.

pau-do-guedes

Em “Pau do Guedes”, o mítico MC carioca De Leve volta a cutucar feridas como fazia em sua primeira vinda (“Pode Queimar“, um clássico) e acerta o novo regime usando a mesma lógica retrógrada que o colocou no poder – quem sabe assim ofendendo-os de verdade.

Manda mais, De Leve.

loshermanos-2019

É sempre assim: o grupo indie carioca anuncia mais uma leva de shows e um monte de gente resolve resmungar. Por quê? Falei sobre isso na minha coluna sobre música brasileira Tudo Tanto, que agora está no Reverb – confere lá.