Jornalismo

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Abertura do seriado inspirado no primeiro romance de Neil Gaiman mistura religião, mitologia e tecnologia – publiquei-a lá no meu blog no UOL, além de mais informações sobre a série que estreia no final do mês.

Uma das séries mais esperadas de 2017 estreia no final deste mês. Inspirado no romance de estreia de Neil Gaiman, o seriado American Gods vem ganhando aplausos festejados onde seu primeiro episódio foi exibido – não apenas pela fidelidade ao tom da obra original mas também por aspectos específicos da produção, que parece ter reforçado a tensão entre o velho e o novo que atravessa todo o livro. Este clima é reforçado nos créditos de abertura, que misturam elementos de diferentes culturas, religiões, drogas e tecnologia para criar um totem pós-moderno em que pirâmides, deuses orientais, estátuas de Buda, néons de Las Vegas e um astronauta crucificado. Assista:

“É esquisito querer usar bonequinhos na sequência dos créditos de abertura?, brincaram os principais produtores do seriado Bryan Fuller e Michael Green sobre o resultado final. American Gods conta a história de um conflito entre os deuses do passado, que estão morrendo à medida em que menos pessoas acreditam neles, e os do futuro, pessoas que epitomizam novas crenças que ultrapassam a religião tradicional, como o dinheiro, a mídia e a tecnologia. Já existem dois trailers em que a história começa a ser revelada e eles instigam até aqueles que não conhecem o livro de Gaiman (que, a propósito, está envolvido com a produção do seriado):

A série estreia no dia 30 de abril no canal norte-americano Starz e no dia seguinte através do serviço de vídeos online Amazon Prime e a produção também liberou pôsteres com alguns dos deuses que desfilarão por seus episódios:

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A celebração do aniversário de meio século do disco mais ousado dos Beatles vem acompanhado de uma edição deluxe – falei sobre ela no meu blog no UOL.

Só melhora! O disco que consagrou 1967 como um ano mítico para a música pop está prestes a ganhar várias reedições que ajudam a compreender seu impacto cultural na época e sua importância para a carreira de seus autores, os Beatles. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band completa 50 anos no início de junho e, alguns dias antes do aniversário, chegam às lojas de disco e serviços digitais diferentes versões do clássico que inaugurou a era psicodélica e consagrou os quatro garotos de Liverpool como a banda definitiva dos anos 60.

São quatro diferentes versões do disco que serão lançadas no dia 26 de maio. A mais simples conta com apenas um CD com uma nova mixagem do álbum, a versão em vinil duplo com um segundo disco com versões alternativas para cada uma das músicas originais, uma versão em CD duplo com o segundo disco com outras tantas versões em estágio inicial de todas as músicas (incluindo as do compacto que antecipou o lançamento, com “Strawberry Fields Forever” de um lado e “Penny Lane” do outro) e uma versão deluxe com seis CDs.

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Esta versão completa é inevitavelmente a mais apetitosa, pois além da nova versão remasterizada do disco e dos discos com versões alternativas presentes nas outras edições, ainda trará uma versão mono de como o álbum foi lançado originalmente e ainda mais raridades, incluindo uma versão recém-descoberta para “Lucy in the Sky with Diamonds”, além de DVDs com versões 5.1 do disco, uma versão remasterizada do documentário The Makking of Sgt. Pepper’s, feito em 1994, os filmes promocionais que saíram do disco (os protoclipes de “Strawberry Fields Forever”, “Penny Lane” e “A Day in the Life”), um livro de capa dura com 144 páginas dissecando Pepper faixa a faixa e dois pôsteres (incluindo o poster de circo que inspirou a letra de “Being for the Benefit of Mr. Kite!”). O trailer lançado esta semana dá uma ideia da dimensão do projeto:

É difícil medir a importância de Sgt. Pepper’s cinquenta anos depois porque o mundo como o conhecemos hoje nasceu naquele momento. Foi quando o pop colidiu com a arte em grande escala, um gesto ousado de autoconsciência vindo de uma banda no auge de sua popularidade que preferiu abrir mão de fórmulas fáceis de sucesso para explorar limites artísticos, carregando uma geração inteira de músicos, artistas e ouvintes consigo. Depois de abandonar os palcos em 1966, muitos apostavam que o fim dos Beatles era iminente e que um artista não conseguiria sobreviver sem apresentar-se ao vivo. O grupo provou justo o contrário e na fase final de sua carreira, entre 1967 e 1970 só voltou a fazer shows uma única vez, construindo uma obra inteira com uma discografia que não é clássica por acaso. Sgt. Pepper’s é a coroa desta obra justamente por ser o momento em que os Beatles percebem a própria importância.

O mestre do quadrinho depressivo Daniel Clowes foi convidado pela HBO para fazer o poster da próxima temporada de Silicon Valley, que estreia no final deste mês, e ficou lindaço, olha só:

Silicon-Valley-Daniel-Clowes

Falei mais sobre a série no meu blog no UOL.

Quando estreou, em 2014, o seriado Silicon Valley, da HBO, parecia prometer ser uma versão Entourage de Big Bang Theory, jogando os nerds das startups pós web 2.0 aos píncaros da glória e do sucesso. Em vez disso apresentou uma versão californiana para o The Office sem que houvesse um chefe ou um escritório de fato. Mas aos poucos foi maturando seu universo e seus persoangens e agora, às vésperas do lançamento de sua quarta temporada, promete entrar em sua melhor fase, consagrando seu criador Mike Judge (o mesmo do desenho Beavis & Butthead e do sensacional – mas subestimado – filme Como Eliminar Seu Chefe) como um dos principais observadores do cotidiano de sua geração. E tal reconhecimento veio antes do lançamento da nova safra de episódios, quando a própria HBO chamou outro grande observador desta geração para apresentar a nova temporada. E assim temos esta versão maravilhosa de Erlich (T. J. Miller), Dinesh (Kumail Nanjiani), Richard (Thomas Middleditch), Gilfoyle (Martin Starr) e Jared (Zach Woods) no traço do quadrinista Daniel Clowes, autor de clássicos modernos como a revista Eightball e as graphic novels Como uma Luva de Veludo Moldada em Ferro, Mundo Fantasma, Wilson e David Boring.

A quarta temporada de Silicon Valley começa a ser exibida a partir do dia 23 de abril – e se seguir o padrão das temporadas anteriores, a HBO Brasil deve retransmitir os novos episódios no mesmo dia de lançamento dos episódios nos Estados Unidos.

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A nova série da Marvel com o Netflix, a adaptação da saga do Punho de Ferro, é um dos produtos mais vergonhosos da versão cinematográfica da casa das ideias – escrevi sobre ela pro meu blog no UOL.

Não sei se Punho de Ferro é o pior produto da Marvel em sua recente conquista do inconsciente coletivo pop através de seu universo cinematográfico, porque o terceiro filme do Homem de Ferro e o segundo filme do Thor brigam bem por esse posto. Mas é, sem pestanejar, a pior série produzida pelo estúdio – e não apenas a pior da safra realizada em parceria com o Netflix. O argumento de que a coadjuvância do personagem no universo Marvel é o motivo para o fracasso do seriado não funciona, afinal o estúdio conseguiu fazer bons filmes com personagens completamente desconhecidos do público, como Guardiões das Galáxias, Homem Formiga e Doutor Estranho. Os defeitos de Punho de Ferro são todos da série. Se você não assistiu a série e não quer saber de (poucos) spoilers, segue a clássica série de gifs animados para que você não leia algo que não queira. Não que isso importe.

O principal problema de Punho de Ferro está em seu elenco. Especificamente no elenco masculino. E por pior que seja Finn Jones, o ator que vive o personagem-título (já falo mais sobre isso), nada na série consegue superar a ruindade da dinâmica dos dois “atores” que interpretam os únicos homens da família Meachum – o pai Harold vivido por David Wenham e o filho Ward vivido por Tom Pelphrey. Não importa sua participação na história (que é importante), todas as cenas em que os dois têm de contracenar transformam imediatamente a série em algo que pior do que os piores telefilmes dos anos 80 que passavam de madrugada. Não importa sobre o que eles estão falando, as péssimas atuações transformam todos os treze episódios da primeira temporada em sessões de tortura. Some isso ao fato do pai ter feito um pacto sobrenatural que lhe tornou imortal, mas o obriga viver isolado em um apartamento frequentado apenas por seu filho, o único que sabe que não forjou a própria morte, o que faz a série ter vários destes momentos que misturam o tédio e o desespero.

Perto dos dois, o Danny Rand vivido por Finn Jones até convence – mas, na verdade, ele não convence. Em nada. Seu Punho de Ferro é um chorão egoísta preocupado apenas em descobrir o que aconteceu com seus pais e cujo superpoder é explicado de forma bem preguiçosa. Por vários momentos da série, Danny tenta explicar o que é o Punho de Ferro, uma tradição asiática milenar que foi passada para um menino ocidental que sobreviveu a um acidente aéreo nos Himalaias e foi parar em um monastério em uma cidade de outra dimensão. Em várias passagens, ele sofre para traduzir a sensação do que é ser o Punho de Ferro:

– Mas então você foi escolhido…?
– Não, não é isso… Eu mereci.
– Hein?

E fica por isso mesmo. Enquanto todas as histórias de origem da Marvel deixam claro porque aquelas pessoas se tornaram super-heróis, Punho de Ferro faz o superpoder parecer uma alergia, um condição, um entrave. Mesmo porque ele nem sabe controlar direito o poder – o tempo todo (O TEMPO TODO) ele nos lembra que só consegue convocar o Punho de Ferro quando seu “chi” está equilbrado. E tudo isso é dito com muito sofrimento, com muito sentimento, com uma atuação patética para parecer que aquela situação é muito séria. Isso sem contar como o superpoder é ridículo: apenas uma das mãos fica dourada e ganha força para derrubar portas de ferro, segurar balas ou nocautear supervilões. Algo que tanto Jessica Jones quanto Luke Cage – outros heróis das séries Marvel com o Netflix – fazem sem precisar equilibrar “chi” nenhum. Quero ver quando eles se encontrarem na próxima série, os Defensores, Jessica e Luke olhando um pro outro, cúmplices, rindo do novato: “Xi…”

O elenco feminino é um pouco melhor. A Joy Meachum vivida por Jessica Stroup sofre mais pelo fraco personagens – falas ridículas, reações bobas – do que por sua atuação em si. A Claire Temple de Rosario Dawson segue o bom desempenho de todas outras séries – sua personagem passou por todos os quatro seriados Marvel/Netflix e inevitavelmente provocará a união dos heróis – e quase engole o resto do elenco sem precisar fazer o menor esforço. E a Colleen Wing vivida por Jessica Henwick destoa completamente do resto do elenco, assumindo o protagonismo da série em alguns momentos só por sua boa atuação.

Mas mesmo um bom elenco teria dificuldade com o roteiro apresentado. A série é vaga como sua definição do poder do Punho de Ferro e tateia entre reuniões de corporações e o submundo do narcotráfico, gangues orientais e hospitais psiquiátricos (sem contar as risíveis subdivisões do Tentáculo), velhos clichês repetidos sem alma, sem vontade, sem a menor personalidade. Nem o lado da ação ajuda – as lutas podem até ser bem coreografadas, mas são mal filmadas e os cortes em todas as cenas de ação parecem ser mais ágeis do que toda a ação ao redor. Entre trocas de câmeras e golpes desferidos, o excesso de velocidade só consegue provocar preguiça.

Foi difícil atravessar todos os episódios da série e nada se salva a ponto de recomendá-la para alguém. É uma enorme perda de tempo que não chega propriamente a abalar o futuro da Marvel, embora tenha comprometido o viés narrativo místico, que foi começado com a captura das Joias do Infinito, a motivação básica de todo o universo cinematográfico até aqui, e escancarado com o ótimo Doutor Estranho do ano passado. Mas abala a relação da Marvel com o Netflix, que pode até se recuperar com os Defensores, mas não apresentará um novo herói com tanta facilidade, como já havia feito com Jessica Jones e até mesmo Luke Cage (ambas infinitamente melhores que Punho de Ferro, mesmo que Luke Cage seja a segunda ou terceira pior série da Marvel até agora).

Rogue One em VHS

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Há muito tempo, numa videolocadora muito distante… Publiquei lá no meu blog no UOL um comercial de Rogue One se ele existisse nos tempos do VHS.

Há muito tempo, neste mesmo planeta desta mesma galáxia e bem antes da internet e das smart TVs, as pessoas só podiam ver filmes depois que eles saíam de cartaz no cinema indo a um certo tipo de estabelecimento comercial chamado videolocadora, em que compravam ou alugavam por um certo período de tempo caixas de plástico com fitas magnéticas que eram lidas por aparelhos enormes chamados videocassetes. Essas caixas, chamadas de fitas VHS, eram anunciadas em comerciais que passavam nos intervalos de programas de TV – e o francês Damien Kazan publicou em seu canal no YouTube uma homenagem a esta forma de consumo de mídia ancestral adaptando o trailer de Rogue One para os formatos daqueles anúncios. Ficou demais:

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Os criadores da série Westworld participaram de um painel sobre o remake e esclarecem uma das cenas mais polêmicas do último episódio da primeira temporada – escrevi sobre isso no meu blog no UOL.

E esse 2018 que não chega? Por mais que possam vir boas surpresas e novas séries na televisão em 2017, não há como não insistir em saber de alguma novidade sobre a segunda temporada de Westworld, um dos grandes acontecimentos do entretenimento desta década. A série que a HBO lançou no ano passado ultrapassou o conceito do filme original de 1973 e revelou-se um complexo quebra-cabeças em que diferentes linhas de pensamento se misturavam num ousado mosaico de narrativas sobre um parque temático em que robôs idênticos a seres humanos são abusados por seus frequentadores – e aos poucos tomam consciência disso.

Os produtores e o elenco da série foram reunidos neste fim de semana como uma das atrações do evento PaleyFest, em Los Angeles, nos EUA, dedicado a discutir conteúdo de televisão junto a seus criadores. Subiram ao palco do Dolby Theater tanto o casal autor de Westworld – Jonathan Nolan e Lisa Joy – bem como todos os principais atores da série: Evan Rachel Wood (Dolores Abernathy), Thandie Newton (Maeve Millay), James Marsden (Teddy Flood), Ed Harris (Man in Black), Jimmi Simpson (William) e o produtor executivo Roberto Patino. E entre os principais assuntos discutidos no sábado, a principal revelação não trouxe nenhuma novidade sobre a próxima temporada e sim em relação a uma das cenas mais discutidas do último episódio da série, quando a robô Maeve decide voltar para o parque. Se você não viu o final da série, pare de ler agora. Toma aí uns gifs animados pra você não correr o risco de ler algo que não queira.

“A forma como pensamos e como filmamos… Foi a primeira decisão que ela fez na vida”, disse Nolan, descrevendo a cena em que Maeve volta atrás e decide retornar ao parque temático, de onde havia acabado de fugir pela primeira vez. Presa entre o conflito de descobrir o mundo para além dos limites de Westworld e a lembrança de uma filha que ela sente ter perdido, a andróide interpretada brilhantemente por Thandie Newton desiste sua fuga, que havia sido programada pelo própria criador do parque em uma das inúmeras reviravoltas do último episódio, e decide voltar para o parque. “Para mim, foi um momento muito emotivo no episódio”, continuou o criador da série, finalmente abrindo o jogo sobre se a decisão de Maeve havia sido consciente ou pré-programada por seus criadores. “Vocês testemunharam o nascimento do livre arbítrio”, resumiu Nolan, segundo o relato da Entertainment Weekly.

Pouco foi dito sobre a segunda temporada, tirando o fato de que Nolan e Joy estarem animados ao fazer um novo filme de dez horas, em referência aos dez episódios de uma hora que formam a temporada completa. E que talvez a segunda temporada seja um musical – mas isso Nolan logo revelou que era mentira. Será?

Gorillaz-Humanz

O novo disco do Gorillaz, apresentado esta semana, chama-se Humanz e reúne, pela primeira vez em disco, os antigos rivais Damon Albarn e Noel Gallagher. além de várias outras participações especiais. Falei mais sobre o lançamento do novo disco no meu blog no UOL.

A banda de desenho animado Gorillaz encerrou a semana escancarando tudo sobre seu novo álbum, que vinha sendo anunciado no conta-gotas desde o ano passado. Além do título e da data de lançamento (Humanz será lançado dia 28 de abril), o grupo ainda revelou a capa, a ordem das músicas (tanto da versão simples quanto da versão deluxe) e quatro novas músicas. Uma delas, especificamente, é um registro histórico de uma colaboração entre dois dos maiores rivais da música pop recente, quando a faixa “We Got the Power” reúne finalmente dois gênios do pop contemporâneo, Damon Albarn e Noel Gallagher, em uma mesma gravação.

Líderes respectivamente do Blur e do Oasis, os dois popstars ingleses alimentaram uma rivalidade no auge de suas bandas, na última década do século passado, quando disputavam o trono do pop inglês dos anos 90, na cena conhecida como britpop. A rusga foi amaciando com o passar dos anos e os dois até subiram juntos no palco para tocar músicas um do outro em diferentes ocasiões, mas “We Got the Power” é a primeira vez que os dois gravam algo juntos. Damon, um dos donos do Gorillaz, sempre elogiou o trabalho de Noel, mesmo quando suas duas bandas batiam boca em público, e comemorou a presença do ex-rival em seu disco, em entrevista à rádio inglesa X: “É demais, ele é fantástico no estúdio. É bom quando você vê como alguém faz o seu trabalho. Ele é ótimo”. Na mesma entrevista, ele disse ter chamado Jenny Beth, das Savages, para “tirar um pouco da testosterona” da faixa. O curioso é que Noel não está creditado oficialmente na faixa, enquanto Jenny está.

Além de “We Got the Power”, a banda fictícia também mostrou outras músicas do novo disco em vídeos específicos, como “Saturnz Barz (Spirit House)”, com vocais do rapper Popcaan:

“Ascension”, com vocais de Vince Staples:

E “Andromeda”, com vocais de D.R.A.M.:

As quatro novas faixas foram reunidas em um clipe 360 graus dirigido por Jamie Hewlett, o outro dono dos Gorillaz:

A capa de Humanz é essa:

Gorillaz_Humanz

E essa é a relação com todas as músicas da edição simples:

“Ascension (feat. Vince Staples)”
“Strobelite (feat. Peven Everett)”
“Saturnz Barz (feat. Popcaan)”
“Momentz (feat. De La Soul)”
“Submission (feat. Danny Brown and Kelela)”
“Charger (feat. Grace Jones)”
“Andromeda (feat. D.R.A.M.)”
“Busted and Blue”
“Carnival (feat. Anthony Hamilton)”
“Let Me Out (feat. Mavis Staples and Pusha T)”
“Sex Murder Party (feat. Jamie Principle and Zebra Katz)”
“She’s My Collar (feat. Kali Uchis)”
“Hallelujah Money (feat. Benjamin Clementine)”
“We Got The Power (feat. Jehnny Beth)”

E estas são as faixas extra da edição deluxe:

“The Apprentice (feat. Rag’n’ Bone Man, Zebra Katz, and RAY BLK)”
“Halfway To The Halfway House (feat. Peven Everett)”
“Out Of Body (feat. Kilo Kish, Zebra Katz, and Imani Vonshà)”
“Ticker Tape (feat. Carly Simon and Kali Uchis)”
“Circle Of Friendz (feat. Brandon Markell Holmes)”

O grupo também apresentou-se ao vivo na sexta-feira, mostrando a íntegra do disco pela primeira vez frente ao público da casa Printworks, em Londres. Como o disco, o show estava repleto de convidados, como Noel Gallagher, Danny Brown, Pusha T, Jehnny Beth, Anthony Hamilton e De La Soul (veja a apresentação ao lado destes últimos, na faixa “Momentz”):

Mas nada de Snoop Dogg. Hmmm…

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Prestes a lançar a versão ao vivo de seu primeiro disco solo, ele também antecipa que este ano tem disco novo dos Racionais – leia a íntegra da entrevista lá no meu blog no UOL.

“Muito funk, muito soul, grandes músicos, convidados da pesada nessa festa de lançamento dia 12. É um lance que eu sempre sonhei fazer, construir os próprios arranjos, mudar no meio do percurso, solo, teclado, produção… A arte pela arte”, Mano Brown empolga-se ao telefone quando fala sobre os shows de lançamento de seu primeiro disco solo, Boogie Naipe, lançado no ano passado, e que terá suas primeiras apresentações ao vivo em maio. São três datas até agora: dia 12 de maio em São Paulo, no Citibank Hall (com abertura de Rael e Rincón Sapiência), dia 14 no Festival Bananada, em Goiânia, e dia 20 no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Mano Brown subirá ao palco com o parceiro Lino Krizz e uma banda com baixo, guitarra, bateria, teclados, sopro, percussão e backing vocals – doze músicos ajudando-o a buscar uma sonoridade que ele é afeito muito antes de conhecer o rap. Mas isso não quer dizer que ele deixou o rap – ou os Racionais MCs, grupo que lhe deu fama – em segundo plano, pelo contrário: “Os Racionais têm plano de lançar disco esse ano ainda.”

“Esse termo ‘boogie’ é utilizado há muito tempo pela música negra, desde o jazz. E também na raiz do hip hop, na época do break dance, das danças, na disco… É uma linhagem de som que eu gosto desde criança”, ele explica. Musicalmente, Boogie Naipe situa-se no final dos anos 70 e começo dos anos 80, naquela época em que a disco music começava a se metamorfosear em electrofunk, quando os teclados e pedais de efeito levavam o funk para a era digital – época em que Mano Brown saía da infância rumo à adolescência. “Eu comecei com essa sonoridade soul e funk antes do rap, eu comecei nisso. Antes do rap chegar no Brasil eu já tava na pista, acompanhando a cultura, a raça, o cabelo, a roupa, o comportamento… Mesmo sem saber da mensagem, eu já acompanhava. Pelas pessoas que me cercavam. Eu sempre sonhei em fazer música romântica desde lá. Eu queria saber tocar guitarra como o Jorge Ben, sempre gostei daquelas músicas, dos temas, das harmonias… Mas no final dos anos 80 tinha esse lance da música do protesto, tinha a necessidade de protestar, de reivindicar e eu aderi. Era prioridade pra raça, pro pessoal e eu aderi”, explica, justificando a criação dos Racionais.

“Edy Rock já tá fazendo música, eu tô fazendo música, o (Ice) Blue tem muitas músicas…”, enumera. “O lance dessa nova época é porque também a gente tem bem mais condições de fazer música, antigamente era mais difícil produzir, montar um estúdio, tudo era muito caro, restrito, para poucos. Você só podia entrar em estúdio na época de gravação mesmo, era tudo caro, você tinha que agendar muito antes. Hoje em dia todo mundo tem estúdio em casa, a gente tem os nossos, a gente faz as pré-produções na nossa quebrada mesmo pra depois ir pra finalização… Tem mais condições. As músicas estão saindo em série, tem muita música saindo aí, entendeu? Nos últimos quatro anos se somar Boogie Naipe com Racionais são trinta e sete músicas novas na música. Fora dezesseis faixas que já estão prontas e poderiam ter entrado no Boogie Naipe. Tenho um outro disco praticamente pronto.”

Fora a expectativa pelo próximo disco e pelos shows, Brown também anda atento sobre a atual situação política do Brasil, principalmente no que diz respeito à polarização entre as pessoas. “Ainda estamos entendendo o que é democracia. Democracia é você saber que tem gente que pensa diferente de você! Pra que time você torce? Você poderia ter um irmão palmeirense, mas você não ia expulsar o cara da sua casa. Você agride as pessoas que votam em um partido diferente? Essa radicalização é mais desespero e medo, o Brasil tem que amadurecer essa democracia.” Se isso pode virar tema de música é outra história. Mas Brown está de olho.

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Robert Rodrigues, autor de Machete, Sin City, Spy Kids e Planeta Terror assume o comando da inevitável ressurreição do clássico de John Carpenter, Fuga de Nova York, que já tem roteirista e premissa definida – escrevi sobre isso no meu blog no UOL.

Quem aguenta mais remakes? Hollywood, certamente. Em vez de apostar em novas histórias e novos personagens, os grandes estúdios norte-americanos preferem insistir em adaptar histórias de outras mídias ou requentar franquias do passado como apostas cheias, em vez de buscar novos rumos para o próprio futuro. E entre as inúmeras adaptações, recriações e ressurreições previstas para um futuro próximo está a do clássico Fuga de Nova York, uma das primeiras ficções científicas distópicas a inaugurar a era da psicodelia digital que hoje nos referimos como cyberpunk. E embora a simples menção de uma nova versão do filme possa provocar sono nos fãs do original, uma nova especulação sobre um possível diretor para esta má ideia pode tornar tudo mais interessante: a 20th Century Fox, que bancou o filme de 1981, quer que Robert Rodriguez seja o novo diretor.

Fuga de Nova York é destes filmes B dos anos 80 que anteviram as transformações dos anos seguintes, além de um ótimo filme de ação. Conta a história de uma Nova York transformada em prisão de segurança máxima cujos prisioneiros tomam o próprio presidente dos Estados Unidos como refém depois que o avião presidencial cai sobre a cidade. Para resgatar o político, o governo chama um dos melhores heróis de ação daquela década, o Snake Plissken vivido por Kurt Russell, que tem menos de vinte e quatro horas para trazê-lo de volta senão uma bomba que foi injetada nele mesmo explodirá. O filme aprofunda-se na crise urbana da Nova York dos anos 70 usando a ficção científica como metáfora e traz um elenco de notáveis que reúne Lee Van Cleef, Ernest Borgnine, Adrienne Barbeau, Donald Pleasence, Isaac Hayes e Harry Dean Stanton. É um dos vários clássicos do diretor John Carpenter, que abriu caminho para outros filmes como Blade Runner, O Exterminador do Futuro, Robocop, Akira, 1984, Brazil e Videodrome, moldando um futuro bem diferente daquele previsto nos anos 60, entre Jetsons e 2001.

Controverso, Rodriguez é um dos diretores mais fiéis à fórmula do faça-você-mesmo e autor de novos e divertidos clássicos que misturam ação, thriller, comédia e horror – Um Drink no Inferno, Planeta Terror, A Prova Final, Machete, Sin City e El Mariachi são filmes que acompanharam a tendência de ultraviolência da cultura pop atual, testando limites e misturando gêneros antes pré-estabelecidos. Sua estética é irmã de seus modos de produção e ele também é conhecido por abandonar Hollywood para criar seu próprio estúdio em seu estado-natal, o Texas, onde criou a sede de seu Troublemaker Studios. Lá ele também produziu filmes voltados para o público infantil que garantiram seu sustento sem necessariamente trair suas intenções: sua série de filmes Spy Kids, Shorts e As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl traçam uma ótima introdução para a violência de desenho animado dos seus filmes adultos.

Recentemente Rodriguez voltou a flertar com Hollywood, e ele é o coprodutor e diretor de Alita: Battle Angel, adaptação do mangá de mesmo nome, ao lado de James Cameron em sua Lightstorm Entertainment. O filme, que deve estrear em 2018, é produzido pela 20th Century Fox e provavelmente esta nova proximidade está trazendo Rodriguez a bordo do remake de Fuga de Nova York, segundo o site Tracking Board, especialista em furos deste tipo.

A volta para a Nova York de Snake Plissken, imortal mercenário vivido por Kurt Russell no clássico filme de John Carpenter, no entanto, não é novidade. A Fox já vem tentando reviver o filme original há uma década, trocando de escritores e diretores sem que haja um projeto de fato em andamento. Até o final do ano passado, quando Neal Cross, criador da série Luthor, da BBC, foi confirmado como o autor da história do novo filme, que não deve ser um remake e sim um prequel. Se você não quer saber o que pode ser o novo filme, coloquei uns gifs animados do clássico de 1981 para que você não corra o risco de saber spoilers sobre a nova história.

Como Cross disse ao site The Wrap, a nova história se passa antes de Manhattan ter se tornando uma prisão a céu aberto e vamos descobrir porque Snake Plissken não se dá bem com o governo dos Estados Unidos. O filme também fala de um furacão que se aproxima da cidade e nos apresenta a um novo vilão, Thomas Newton, um playboy dono de empresas de biotecnologia e agroquímica. Ele não começa em Nova York e mostra um planeta decadente, em que 75% da população mundial é considerada fora da lei. O filme, no entanto, ainda nem entrou em fase de pré-produção e quando é assim tudo pode mudar.

Parece uma boa história, nem precisava ter nada relacionado a Fuga de Nova York, né? Mas Hollywood insiste.

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O Gorillaz, grupo fictício por Damon Albarn e Jamie Hewlett, está prestes a dominar 2017… Escrevi sobre isso lá no meu blog no UOL.

Nesta quinta-feira, finalmente Damon Albarn revela novidades sobre o novo disco do Gorillaz, a banda de desenho animado que criou ao lado do autor da HQ Tank Girl, Jamie Hewlett. Foi revelado nesta quarta-feira, pelo YouTube, que o vocalista do Blur é o convidado do programa do apresentador Pete Dalton, mais conhecido como MistaJam, na rádio inglesa BBC no dia 23 de março, trazendo novidades sobre a fase 4 do grupo fictício. A transmissão poderá ser acompanhada ao vivo no site da BBC e acontece a partir das sete e meia desta quinta em Londres – ou seja, poderemos ouvir a transmissão a partir das quatro e meia da tarde, horário de Brasília.

Mas já sabemos de várias novidades sobre o novo disco da banda. Entre elas, já sabemos que o foco do disco será na personagem Noodle e que o disco terá participações de Snoop Dogg e De La Soul, mas no início da semana uma relação de 26 faixas foram registradas na editora inglesa Phonographic Performance Ltd de uma vez só, o que chamou atenção do canal gorillaz.northamerica, que pinçou estes seguintes títulos, em ordem alfabética, com uma lotada lista de convidados:

“Andromeda (Feat. D.R.A.M.)”
“Ascension (Feat. Vince Staples)”
“Busted And Blue”
“Carnival (Feat. Anthony Hamilton)”
“Charger (Feat. Grace Jones)”
“Circle Of Friendz (Feat. Brandon Markell Holmes)”
“Halfway To The Halfway House (Feat. Peven Everett)”
“Hallelujah Money (Feat. Benjamin Clementine)”
“Interlude: Elevator Going Up”
“Interlude: New World”
“Interlude: Penthouse”
“Interlude: Talk Radio”
“Interlude: The Elephant”
“Interlude: The Non-conformist Oath”
“Let Me Out (Feat. Mavis Staples & Pusha T)”
“Momentz (Feat. De La Soul)”
“Out Of Body (Feat. Kilo Kish, Zebra Katz & Imani Voshana)”
“Saturnz Barz (Feat. Popcaan)”
“Sex Murder Party (Feat. Jamie Principle & Zebra Katz)”
“She’s My Collar (Feat. Kali Uchis)”
“Strobelite (Feat. Peven Everett)”
“Submission (Feat. Danny Brown & Kelela)”
“The Apprentice (Feat. Rag’n’bone Man, Zebra Katz & Ray BLK)”
“Ticker Tape (Feat. Carly Simon & Kali Uchis)”
“We Got The Power (Feat. Jehnny Beth)”

Temos a diva soul Mavis Staple, a musa disco Grace Jones, o rapper inglês Popcaan, o grupo De La Soul, o cantor Anthony Hamilton, mas nem sinal do Snoop! O fiel da balança é a faixa “Hallelujah Money (Feat. Benjamin Clementine)”, que o grupo ja havia revelado no dia da posse de Donald Trump:

Mas o disco parece ser apenas uma parte de um plano muito maior, que ainda inclui a primeira versão em vinil para o grupo Demon Days, de 2005, encomendado ao serviço Vinyl Me, Please (mais informações neste link e no vídeo abaixo):

E o grupo também anunciou o festival Demon Dayz, com curadoria e apresentação ao vivo da banda, no dia 10 de junho deste ano (mais informações neste link):

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Isso sem contar que a conta do Snapchat do grupo está anunciando uma contagem regressiva. Se o plano de Damon Albarn der certo, 2017 será o ano do Gorillaz. A ver.