Jornalismo

…seu primeiro amigo, lembra dele? Publicamos um texto dele no Link dessa semana sobre plataformas e audiências, a partir da decisão do Kevin Rose, o inventor do Digg, em redirecionar seu domínio para sua página no Google +, abandonando seu blog. Um trecho:

Onde manter hospedado seu conteúdo é questão complicada. Quando blogar começou a virar uma atividade séria e o pessoal da internet percebeu que poderia cativar seu próprio público, eles naturalmente supuseram que seria importante ser o dono do seu próprio domínio, controlar sua lista de distribuição, manter os links que dão acesso ao seu conteúdo, ou seja, controlar o próprio destino.

Mais uma vez, a questão não interessa apenas aos blogueiros. Trata-se da presença na web de maneira geral. Lembre dos comerciais de TV promovendo palavras-chave da AOL. Será que as marcas teriam agido melhor se promovessem seus próprios sites? E quanto aos músicos que usaram o MySpace como seu único site? As bandas começaram a usar o MySpace em conjunto com seus próprios sites, mas um número cada vez maior delas descobriu que manter um site próprio exigia muito trabalho, e acabaram fechando estas páginas. Até os grandes artistas da música passaram a imprimir a URL de suas páginas do MySpace (e não o endereço de seus sites pessoais) nos encartes de seus CDs. Se visitarmos hoje estes endereços do MySpace, veremos que eles parecem cidades-fantasma. E quanto aos canais do YouTube? Será possível imaginar um dia em que o YouTube não seja mais o melhor lugar para encontrar vídeos?

Uma outra forma de fazer a pergunta, talvez mais clara e melhor, seria a seguinte: será que um criador de conteúdo deve procurar seu público ou o melhor é esperar que o público venha a ele?

O artigo inteiro tá aqui.


O último bate papo que faço na Expo Y acontece hoje às 19h, quando converso com o Carlos Merigo, do Brainstorm9, sobre o papel da opinião no mundo digital com o foco na publicidade. Depois dos papos com Bia Granja (sobre cultura de internet) e Tiago Dória (sobre jornalismo), essa terceira mesa encerra a parceria do Link com a Expo Y, que também termina hoje.


Depois do papo de ontem com a Bia, a Expo Y começa com uma conversa que tenho com o Tiago Dória, a partir das 14h. O assunto, com nas outras mesas da parceria da Expo Y com o o Link Estadão, continua sendo o papel da opinião em tempos digitais, só que com a Tiago, o foco será mais em mídia, jornalismo e cultura digital. Depois da Bia e do Tiago, amanhã será a vez do papo com o Carlos Merigo, sobre publicidade. Quem vai?

E a minha coluna no Caderno 2 de domingo foi mais sobre o Google +, que ainda foi destrinchado nessa edição tanto pela Tati, quanto pelo Tom Anderson e pelo Asta. A minha parte segue abaixo, a deles, nos links.

Mais uma rede social?
O Google + não é só isso…

“Fulano de Tal te convidou para participar do Serviço Xis.” Esses avisos pintam a toda hora no e-mail. Alguém entrou em alguma novidade da internet, se cadastrou e enviou convite para uns conhecidos. E aí chega o convite na sua caixa postal. No começo era só um Orkut ali, um Last.fm acolá, um MySpace mais adiante, mas depois de alguns anos, os convites para novos serviços – principalmente para novas redes sociais – começaram a se tornar frequentes. Foursquare, Facebook, LinkedIn, Twitter, StumbleUpon e tantos outros sites ou aplicativos para celular ou joguinhos (tanto originais quanto clones brasileiros copiados toscamente) que mandam mensagens robóticas e monotemáticas que, quanto mais chegam, mais parecem meros e-mails de spam, fazendo propaganda de um produto que não queremos comprar – nem de graça, não insista.

Até que, há pouco mais de duas semanas, enquanto desfrutava minhas férias, outro convite apareceu. Chamava para o Google + (Plus), nova tentativa do maior site do planeta de domar a movimentação social da rede.

Não era a primeira vez. Começou antes de todo mundo, inclusive, ao lançar o Orkut, mas os Estados Unidos estavam muito ocupados com a primeira rede social a fazer sucesso por lá (o Friendster) e não deram bola. Os brasileiros não tinham nada parecido e invadiram geral. Em poucos meses, havia mais brasileiros do que norte-americanos por lá. E o Friendster começou a perder audiência para o então novíssimo MySpace, que se tornou a maior rede social daquele país para logo depois se tornar a maior do mundo. Depois veio o Facebook que enterrou o MySpace (que foi vendido, também durante as minhas férias, por US$ 35 milhões, menos de um décimo do preço que custou quando foi comprado pela News Corp. a US$ 580 milhões, em 2005). Mas isso é outra história.

Enquanto MySpace e Facebook dominaram a segunda metade da década passada, o Google tentou comer uma fatia desse mercado, em vão. Lançou o Google Wave, um serviço que transformava o e-mail em um enorme bate-papo contínuo, com uma interface poluída e caótica. Depois correu atrás do Twitter, ao inventar o Google Buzz, e se envolveu em processos de invasão de privacidade. E aí surge esse Google + e todo mundo suspira achando que “putz, lá vem outra tentativa do Google para barrar o Facebook…”.

Mas engana-se quem acha que o Google + s é só uma rede social. Apesar de parecer reunir elementos de sites já estabelecidos (ele tem o fluxo de informações do Facebook, uma área de trending topics como a do Twitter, entre outros), o novo site não é, propriamente, um novo serviço. Ele apenas concatena as diversas arestas do site (Gmail, Google Docs, Agenda, fotos e posts – já anunciou que mudará o nome do Picasa e do Blogger) e cria um ambiente em que seus serviços possam funcionar de forma integrada. É um passo importante para o Google fugir da possibilidade de virar uma nova Microsoft (uma empresa gigante, com muitas áreas diferentes, que mal conversam entre si) e de continuar fazendo sentido num mundo que poderia, aos poucos, deixar de precisar dele. Ao que tudo indica, vai funcionar: em menos de um mês, o novo site já tem 10 milhões de usuários. E correndo o risco de dobrar esse número na semana que vem. Não é pouco.

No tapetãoGoogle errou ao não dar importância a patentesA batalha por JavaFilmes de bolsoGoogle+ quer ser você você onlineFacebook esconde você das buscasO blogueiro que vai ao público ou o público que vai ao blogueiroPersonal Nerd: Mais do PlusVida Digital: Rumos Arte Cibernética e File 2011Link no Expo YServidor

Saí oficialmente de férias no sábado passado, mas só desligo o Trabalho Sujo na quinta-feira, quando estarei embarcando rumo ao Reino Unido lá pelas 16:20. Enquanto isso, tiro minha onda com o caderno dessa semana, seguindo o mantra “it’s getting better all the time”. A matéria de capa, sobre o tal dinheiro virtual chamado BitCoin, foi assinada pelo Filipe e contou com a diagramação do Thiago (cadê o Flickr, porra?) e o infográfico do Asta. Na outra grande matéria da edição, ainda traduzimos um artigo do New York Review of Books que conecta três livros diferentes, todos os três abordando a fusão iminente do cérebro com a internet. A arte é do Jairo. A edição ainda traz uma análise do David Pogue sobre o problema de capacidade de banda que a tal “computação em nuvem” (ele também tem birra com o rótulo) pode enfrentar daqui a pouco, uma matéria da Carla sobre o tal Lulz Sec (uma mistura de Anonymous com 4chan) e um perfil que a Tati fez com o diretor do vídeo Copyright Cops, que vale um post à parte. E assim me despeço do caderno até a edição do dia 18 de julho. Até lá o barco do Link tá nas melhores mãos possíveis – da minha querida co-pilota Helô. Guentaê, Helô, já volto, pira não.

Minha coluna no Caderno 2 de ontem foi sobre o novo livro de Simon Reynolds.

Cultura reciclada
O pop vai comer a si mesmo?

A história da cultura pop também é a história de uma cultura que se inventa e reinventa a partir de si mesma. Sempre foi assim. Escolha o início desta cultura que lhe convier (não há consenso sobre qual é o começo específico desse tipo de abordagem da cultura) e os conceitos de criação e recriação se misturam constantemente.

Exemplos? Arthur Conan Doyle foi tachado de simplificar os contos de Edgar Allan Poe e transformá-los em uma fórmula ao criar Sherlock Holmes, no final do século retrasado. Matou o personagem em um livro e deixou seus leitores de luto – a ponto de surgir uma campanha pela volta do personagem na forma de bandanas pretas amarradas aos braços.

Outro: quando os EUA entraram em crise após o crash da bolsa de 1929, uma das formas de manter a população entretida foi o incentivo do consumo de itens ou serviços que custavam muito pouco. Foi preciso que toda uma indústria fosse inventada a partir de amostras de manifestações culturais já existentes. Foi assim que o teatro foi mastigado para virar o cinema como o conhecemos hoje; que a música popular tornou-se o principal gênero musical do novíssimo mercado fonográfico (que começou apostando na música erudita); que a literatura pulp, as revistas e os quadrinhos floresceram nas bancas de jornais.

Mais um: quando começaram, os Beatles eram apenas fãs de música norte-americana e não faziam distinção entre soul music, rhythm’n’blues ou country. Consumiam tudo como cultura americana e misturaram todos esses gêneros naquilo a que hoje chamamos de rock. Os próprios Beatles são protagonistas de outro momento tido como marco zero desta cultura, quando conheceram Bob Dylan pessoalmente e a admiração mútua mudou suas carreiras: os Beatles começaram a ficar mais sérios e intelectualizados enquanto Dylan abandonou as canções de protesto e empunhou uma guitarra elétrica.

São inúmeros exemplos que corroboram a tese do novo livro do renomado escritor e ensaísta inglês Simon Reynolds, Retromania: Pop Culture’s Addiction to Its Own Past (sem previsão de lançamento no Brasil). Mas seu foco não é a história da cultura pop, e sim seu passado recente. Ele concentra-se na onipresença da web e na era de consumo desenfreado que vivemos, em que assistimos a filmes sendo refeitos, músicas sendo remixadas, discografias relançadas em caixas suntuosas, artistas tocando discos antigos na íntegra ao vivo e o YouTube se tornando um enorme arquivo com tudo do século passado. E o livro instiga uma reflexão: será que vai chegar uma hora em que a cultura não terá nada novo – e apenas se repetirá? Acho exagero, mas é uma boa pergunta.

Lastro em bitsPersonal Nerd: dinheiro digital‘O Facebook pode criar um sistema econômico’Moedas da economia digitalCérebro: no controle ou controlado?Com a nuvem, tráfego de dados explode e a banda entopeAnônimo sem causaEUA criam outra internetVida Digital: Copyright Cops

Todos os homens têm direito ao acesso livre à internetLessig: ‘O futuro da internet não está aqui’Anonymous x OtanAlém das compras coletivasO cinema é todo seuE3: Rumo à oitava geraçãoNovo controle já ganhou até apelido: WiipadEspaçonave estacionadaOnline, Apple quer ser o centro digitalPara ouvir músicas onlineCarlos Merigo: “E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa”Vida Digital: Rhok

Rumo digital

Talvez tenha a ver com o fato de que semana que estarei de férias, mas há uma guinada consciente no que estamos fazendo no Link nas últimas semanas e não dedico um post a mais ao caderno por outro motivo: a edição dessa segunda-feira está demais. Além da entrevista que o Jamil Chade, lá em Genebra, fez com o Frank La Rue, relator especial da ONU para a liberdade de expressão, ainda conseguimos a reprodução do discurso do Lessig na parte de inovação do painel e-G8 (tão bem dissecado pela Carol em edição anterior) e o manifesto do grupo hacker Anonymous contra a OTAN, que o classificou como um grupo perigoso. Na outra ponta do espectro digital, o Pablo, o melhor repórter de videogame do Brasil e editor da revista Rolling Stone, explica o que aconteceu na E3 da semana passada em Los Angeles, quando a Nintendo lançou o Wii U. Aqui no Brasil, convidei o Carlos Merigo, conhecido virtual de longa data e dono do melhor blog sobre publicidade e internet do Brasil, o Brainstorm9, pra falar sobre o impacto do YouTube no mundo da propaganda, a partir do comercial que a Vivo lançou na semana passada. A edição ainda tem uma entrevista com o Fabio Lima, o homem que vai fazer você ver De Volta para o Futuro e O Poderoso Chefão no cinema ainda esse ano, feita pelo Douglas, outro velho compadre que hoje é um dos pilotos do Divirta-se, o guia semanal do jornal onde trabalho. Além disso tudo, a Tati ainda passou o fim de semana com programadores criando aplicativos pra ajudar as pessoas em casos de enchentes e chuvas, no Random Hacks for Kindness.

E te digo uma coisa: só melhora.