Jornalismo

Depois do pesadelo

A primeira apresentação da minitemporada que o Atønito está fazendo no Centro da Terra não apenas brincou com comunicação na música instrumental (como é a premissa dos dois shows, batizados Notas e Sílabas), como também apontou para os novos rumos do trio formado por Cuca Ferreira, Ro Fonseca e agora Priscila Brigante. Como explicou o saxofonista no meio do show desta terça-feira, o grupo foi fundado em 2016, quando começamos a entrar no pesadelo que assolou nossos últimos anos e sua motivação artística era uma resposta à carga pesada desses dias, o que deu a tônica da primeira metade do show, impecável. A segunda metade parte de uma nova fase do grupo, que passa a compor sem o clima trágico dos anos passados e para isso convidou o guitarrista Lucio Maia para juntar-se ao grupo e inspirá-lo para novos horizontes. E na semana que vem quem conduz a segunda parte do show é Luiza Lian.

Assista aqui. Continue

Quem toma conta das próximas terças-feiras no Centro da Terra é o trio instrumental Atønito, formado pelo saxofonista e pelo baixista Ro Fonseca e que agora conta com a baterista Priscila Brigante como convidada. Os três brincam, em duas terças-feiras, com os limites da música sem voz e sua capacidade de comunicação na minitemporada Notas e Sílabas, em que a cada apresentação convidam um artista diferente para desbravar este questionamento: na primeira terça-feira, dia 6, o convidado é o guitarrista Lúcio Maia e na semana que vem, no dia 13, quem sobe ao palco com o trio é a cantora Luiza Lian. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.

Depois de mergulhar no Caetano Veloso, o Caramuru seguiu expandindo outras capas dos outros doces bárbaros usando inteligência artificial. Saca só essas outras aí embaixo: Continue

Sofia Gilberto, neta de uma das maiores vozes do Brasil acaba de confirmar em seu Instagram que sua avó, a imensa Astrud Gilberto, nos deixou nesta segunda-feira. Uma das vozes mais reconhecíveis do planeta, ela também é a voz que apresentou “Garota de Ipanema” para o resto do mundo, mas mais do que ficar presa no cercadinho da bossa nova, ela passeou por várias fronteiras da música pop, desfrutando durante muito tempo seu status de popstar global. Eu adoro esse disco dela September 17, 1969, que tem uma de minhas músicas favoritas em sua voz, “Beginnings”.

Ouça abaixo: Continue

Eis alguns shows que podem vir no Brasil no final do ano: Chemical Brothers, Pet Shop Boys, Arcade Fire, Alanis Morrissette, Pulp, Fleet Foxes, Hives, Hot Chip, Phoenix, Sleater-Kinney, Breeders, Feist, Tennis, Unknown Mortal Orchestra, Muna, Fever Ray, Metronomy, Black Keys, Two Door Cinema Club, Black Kids, Soccer Mommy, Arlo Parks, Walkmen, Jungle, Parcels, Ladytron e Rebecca Black (“Friday, Friday!”). Isso não é uma mera especulação, é uma torcida em cima de alguns nomes que estão nesse maravilhoso festival mexicano Corona Capital, que acontece nos dias 17, 18 e 19 de novembro deste ano. Mas mais do que uma aula de como fazer um elenco que consiga ser pop, indie, moderno e nostálgico ao mesmo tempo e um bom motivo para visitar o México com a desculpa de ir num festival, não custa lembrar que parte de alguns dos nomes que estão escalados para o festival mexicano e que não citei no início (como Blur e Cure) provavelmente vêm para cá no final do ano e que o Pulp já confirmou sua ida para o Primavera Fauna no Chile, e que estes artistas devem vir para o Brasil através de uma única produtora, a T4F, que produz tanto o Primavera paulistano quanto o Popload. E se depois que o elenco destes dois festivais forem anunciados, certamente algumas dessas bandas que citei (infelizmente) não virão para cá, o que abre a possibilidade de outra produtora (ou de pequenos produtores) arriscarem-se a trazer alguns desses nomes na paralela (e isso que nem citei os artistas que não gosto mas que certamente têm público aqui, como Kasabian e Noel Gallagher, por exemplo). Então fica a dica – e a torcida (os ingressos para o festival mexicano começam a ser vendidos no próximo dia 9, neste link).

Bem bonita a primeira apresentação que Desirée Marantes e Sue fizeram na abertura de sua temporada no Centro da Terra. As duas tocaram temas de suas respectivas autorias revezando-se entre os instrumentos que dominam – Desi disparando efeitos, tocando violino, synths eletrônicos e piano; Sue entre os beats e a guitarra elétrica – e abrindo espaço para as intervenções de suas convidadas de hoje: Dharma Jhaz trocando diferentes instrumentos de sopro (flautas e sax), além de rimar, e Carol Costa com suas texturas visuais projetadas enquanto elas construíam, sempre juntas, paisagens musicais que nos envolviam em uma sensação, ao mesmo tempo acolhedora e incômoda (com as estátuas de gesso que espalharam pelo teatro), com temas se entrelaçando quase sempre em longas incursões instrumentais.

Assista aqui: Continue

Que beleza poder juntar dois talentos que acompanho há um tempo para desenvolver uma temporada autoral conjunta. As produtoras e multiinstrumentistas Sue e Desirée Marantes começam sua temporada Mil Fitas nesta segunda-feira no Centro da Terra, sempre reunindo artistas para criar paisagens sonoras a partir de diferentes abordagens. Nesta primeira segunda, dia 5, as duas mostram suas composições solo ao lado das também multiartistas Dharma Jhaz e Carol Costa. Na próxima, dia 12, elas recriam a garagem da Desirée, que também é um estúdio, com as participações dos vizinhos Carabobina (o casal Alejandra Luciani e Rafael Vaz) e de Fer Koppe, quando Sue assume as projeções da noite. Na terceira segunda mês, elas reúnem a Mudas de Marte Improvise Orquestra trabalhando o conceito de improviso conduzido com uma galera da pesada Ricardo Pereira, Romulo Alexis, Bernardo Pacheco, Natasha Xavier, Guilherme Peluci, Kiko Dinucci, Paola Ribeiro, Sarine, Gylez, entre outros a confirmar. A temporada termina dia 26, quando as duas tocam ao lado da banda Ema Stoned, da produtora e musicista Saskia e o do guitarrista dos Boogarins Dinho Almeida. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados por este link.

Ponte entre a geração que viu o mercado independente nascer no fim do século passado e a atual, que desfruta da existência deste, Maurício Pereira vem construindo uma obra depois de seu primeiro grupo com André Abujamra cuja lírica acaba de ser reunida em um livro. Minha Cabeça Trovoa reúne todas as letras do cronista paulistano comentadas por ele mesmo em uma edição caprichada editada pela pequena Mireveja. A pré-venda do livro começa nesta quarta-feira no site da editora.

Mita 2023: Dia 2

O segundo dia da segunda edição do Mita desse ano estava mais tranquilo do que no primeiro e isso era evidente devido à quantidade de público, menor que no sábado. Mas alguns problemas persistiam, como filas e corredores estreitos com muita gente ao mesmo tempo. Mas pelo menos deu pra esquecer o pesadelo que foi o dia anterior, embora enfileirar atrações como Capital Inicial e NXZero não seja propriamente um sonho (longe disso). A própria mistura das três atrações internacionais não poderia ser mais díspares: Haim, Mars Volta e Florence and the Machine funcionariam num mesmo evento com dezenas de artistas (algo cada vez mais cansativo hoje em dia), mas como únicas atrações internacionais em um evento pago (e caro) não faz propriamente com que os fãs dos grupos se misturem, mas que muitos deles sequer pensem em ir ao show, preferindo opções mais específicas.

Leia mais abaixo: Continue

Tá achando que tinha acabado? Agora o Caramuru resolveu fazer capas expandidas por inteligência artificial a partir de discos independentes brasileiros… E acho engraçado que as pessoas pegam birra de algo só por ter virado tendência, sem perceber que as implicações desta nova ferramenta vão além da própria tendência em si…

Tem mais aí embaixo: Continue