Linda a apresentação que Marcelo Cabral fez neste sábado na galeria São Paulo Flutuante, ali na Barra Funda. Apenas com sua voz e seu violão – sem nenhum tipo de amplificação, como são as apresentações na galeria – Cabral usou seu disco de canções Motor como ponto de partida para passear por seu repertório melancólico e intimista, puxando tanto músicas que foram gravadas por outros intérpretes quanto inéditas compostas durante a pandemia. Vale ficar de olho nas Sessões Flutuantes da galeria, sempre tem coisa boa.
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Prontos pra mais um mês de fortes emoções no Centro da Terra? Pois lá vamos nós com as datas de agosto e quem toma conta das segundas-feiras é Sandra Coutinho: a líder das Mercenárias apresenta a temporada Linha Contínua do Tempo, em que ela recebe convidados e amigos de diferentes épocas de sua carreira para encarnar projetos que ela desbravou nestas décadas de contracultura paulistana, reunindo nomes como Edgard Scandurra, Paula Rebelatto, Mari Crestani, Bibiana Graeff, Rodrigo Saldanha, Silvia Tape, Pitchu Ferraz, Amanda Rocha, Tadeu Dias, Bernardo Pacheco e outros nomes que surgirão sempre ás segundas, nos dias múltiplos de sete. O mês de agosto começa numa terça-feira, dia 1°, quando Laura Lavieri apresenta seu espetáculo Mântrica, em que trabalha com ondas vibracionais com foco nos atos de energizar, pacificar, desenvolver, vibrar, adormecer, despertar, transcender, com a participação de convidados surpresa. Na segunda terça, dia 8, dois dos maiores guitarristas do Brasil se encontram pela primeira vez no palco, quando Lucio Maia recebe Kiko Dinucci para apresentar a Arquitetura do Caos. Na terça seguinte, dia 15, é a vez da cantora e compositora Anná mostrar diferentes estágios de suas novas canções no espetáculo Deusa Diaba na Terra do Sol. Na penúltima terça do mês, dia 22, reunimos pela primeira vez desde a pandemia a banda carioca Do Amor, que mostra músicas de diferentes fases de sua carreira – incluindo várias que nunca tocaram ao vivo na apresentação Problemão Do Amor. E na terça seguinte, dia 29, dois integrantes do Do Amor (Marcelo Callado e Gustavo Benjão) ficam por São Paulo para acompanhar Rubinho Jacobina no espetáculo Desembaraço, em que ele recebe Iara Rennó como convidada. Vai ser bonito! Os espetáculos começam sempre às 20h, pontualmente, e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.
Marcelo Bonfá compartilhou em sua página no Facebook um release que Renato Russo escreveu sobre o primeiro show do Legião Urbana em Brasília, ainda em 1982. O grupo havia acabado de se apresentar num festival em Patos de Minas, em Minas Gerais, e preparava-se para fazer seu primeiro show em sua cidade-natal. O grupo ainda era um trio que nem contava com Dado Villa-Lobos em sua formação – embora Dado fosse citado, por conta de sua outra banda, neste mesmo release. A formação do Legião nesta época tinha Russo (tocando baixo e cantando), Bonfá (na bateria) e o guitarrista Eduardo Paraná. O detalhe é que o release, que preparava o público para a chegada de um grupo que bradava que “o importante é fazer o que você quer e ficar bem com todo mundo que quer se divertir.” “O Renato adorava escrever estes pequenos releases sobre nós”, escreveu Bonfá na rede social, “Não me lembro exatamente a que show ele está se referindo mas como diz o release, tratava-se da nossa primeira apresentação em Brasília antes do Dado entrar para a banda. Bem antes de assinarmos com a EMI. Renato deve ter escrito isso em 1982.”
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Mais uma vez Roger Waters volta-se ao seu passado no Pink Floyd para dar continuidade à sua carreira, mas em vez de ficar apenas nos espetáculos ao vivo, ele preferiu recriar o clássico Dark Side of the Moon em uma versão solitária. E estreia a cara de seu Dark Side of the Moon Redux com uma versão lenta, grave e quase soturna de “Money”, lançada nessa sexta-feira, para antecipar o lançamento do disco que sairá no meio deste semestre. “O Dark Side of the Moon original parece de alguma forma o lamento de um ancião sobre a condição humana”, explicou o autor do disco em uma declaração, “mas Dave, Rick, Nick e eu éramos tão jovens quando o fizemos e quando você vê o mundo ao nosso redor, é claro que a mensagem não ficou. É por isso que eu comecei a considerar o que a sabedoria de um octagenário poderia trazer para esta versão reimaginada.” O disco sai em outubro e já está em pré-venda. Ouça a nova versão de “Money” abaixo: Continue
Em mais uma edição do meu programa sobre música brasileira Tudo Tanto, chamo a maravilhosa Ava Rocha para falar sobre seu disco mais recente, Nektar, que acaba de ser lançado depois de ter sido gestado desde antes dos anos pandêmicos. Álbum sensível e multifacetado, o quarto disco da cantora carioca (que será lançado ao vivo no próximo dia 30 de julho, no Sesc Pinheiros) é o motivo para conversar com Ava sobre criação, inspiração e racionalização de processos sensíveis, que conta como o disco foi concebido entre viagens, pandemia e profundas reflexões individuais sobre ser artista.
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Morreu nesta sexta-feira um dos últimos grandes nomes de uma fase em que o rádio e os compactos ainda eram os principais palcos dos popstars da música. Tony Bennett seguiu sua tradição a cada nova década, sempre mantendo a calma, a tranquilidade e a classe que o tornou um dos grandes nomes da música pop até hoje, quando nos deixa aos 96 anos.
Showzaço do Mundo Livre S/A nesta quinta-feira no Cine Joia. O grupo liderado por Fred Zeroquatro aproveitou o gancho dos 30 anos do mangue beat para revisitar canções da Nação Zumbi – e não só as com Chico Science, mas também algumas da fase sem o clássico vocalista – e retomar algumas de suas próprias pérolas. E ao reunir “Musa da Ilha Grande”, “Meu Esquema”, “Mistério do Samba”, “Bolo de Ameixa” e tantos outros clássicos que infelizmente não estão tão presentes em nosso dia-a-dia como deveriam a uma formação consistente, o Mundo Livre S/A atravessou quase duas horas fazendo o público cantar tudo junto. Melhor do que eu esperava.
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O Mundo Livre S/A volta a São Paulo para celebrar os 30 anos do mangue beat neste 20 de julho de 2023, quando o grupo pernambucano apresenta-se no Cine Joia repassando músicas clássicas tanto de seu repertório à época da fundação do movimento quanto da Nação Zumbi de Chico Science. Aproveito a deixa para ressuscitar o programa que fazia no meu canal sobre identidade cultural brasileira. Suspendi o programa em 2022 para não deixar que o calor das eleições no ano passado atingisse essa discussão, que é bem mais ampla que as tensões que estamos vivendo nestes anos, que são frutos diretos desta, e retomo agora o programa com o mestre Fred Zeroquatro, fundador do Mundo Livre S/A, que gasta sua antropologia de botequim para falar de como o país ainda tem muito que fazer antes de só comemorar uma vitória em uma eleição…
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(Foto: Fausto Chermont/Divulgação)
Acompanho os Garotas Suecas desde os tempos em que eles faziam parte da fauna garageira tropicalista que agitava parte da cena independente paulistana, há quase vinte anos. De lá pra cá, o grupo viajou pelo país e pelo exterior, consolidou seu nome no mercado midstream, lançou discos e EPs, perdeu dois integrantes – um deles, Sessa, em bem-sucedida carreira solo – e reafirmou-se como um quarteto. Desde 2019 preparando seu quarto disco, o grupo, como todos nós, foi encurralado pelo coronavírus e deixou o novo trabalho ganhar os ares sombrios destes anos que atravessamos. 1 2 3 4 finalmente vê a luz do dia nesta quarta-feira e a partir dele o quarteto reforça suas influências musicais diretas – quase tudo que dá pra encaixar no enorme guarda-chuva chamado rock brasileiro – ao mesmo tempo em que renasce cético apesar do otimismo destes dias de retomada. Com faixas batizadas com títulos que dão o tom pessimista do disco (“Veneno”, “Podemos Melhorar”, “Não Tá Tudo Bem”, “Marginais”, “Como É Que Pode”, “A Bala Que Era Pra Ser Sua”), 1 2 3 4 é um retrato do abismo que fomos enfiados “desde 16”, como grupo canta em “What U Want”, que ainda reforça que “é tudo tão claro nesse tempo nublado o que fizeram com o país”. Eles me convidaram para escrever o texto de apresentação do disco, que segue abaixo: Continue
“Havia confiança sem medo”, canta a vocalista francesa Halo Maud no primeiro single do décimo disco dos Chemical Brothers. Um dos artistas mais consistentes das últimas décadas parecem soar nostálgicos no início desta nova fase, mas o refrão e o título da nova faixa, a primeira do duo depois da pandemia, renova a esperança que Tom Rowlands e Ed Simons trazem como tocha: “Viveremos mais uma vez”, cantam no refrão de “Live Again”, que anuncia o álbum For That Beautiful Feeling, que além de Halo também terá participação especial do velho compadre da dupla Beck, e será lançado em setembro (e já está em pré-venda). O anúncio vem acompanhado de um clipe fodaço (pra variar), a capa do disco e o nome das músicas, que você vê abaixo: Continue