John Mayall (1933-2024)

, por Alexandre Matias

Se hoje ouvimos blues com toda essa reverência, não há dúvidas que John Mayall, que nos deixou nesta terça-feira, tem uma forte importância nisso. Mais do que fundador de uma das principais bandas do revival de blues que assolou Londres no início dos anos 60 – o John Mayall’s Bluesbreakers -, o guitarrista inglês era um dos principais entusiastas do resgate do gênero musical norte-americano em seu país, a ponto não apenas de incentivar novos talentos como a descobrir e revelar nomes que hoje pertencem ao panteão da música gravada. Nomes como Eric Clapton, Peter Green, Mick Taylor, Jack Bruce, John McVie, Mick Fleetwood e Aynsley Dunbar foram apenas alguns dos músicos que passaram por sua banda – e que deram origem a outros grupos – com o Cream e o Fleetwood Mac – em que deram continuação ao legado de seu mestre. A importância de sua presença na música inglesa foi crucial para dar corpo à febre pop iniciada pelos Beatles e graças à sua paixão pelo blues, grupos próximos como os Rolling Stones, o Spencer Davis Group e os Animals, conseguiram ampliar ainda mais seu público. Mayall não alcançou o estrelato de seus pupilos mas sua reputação atravessou décadas, tendo trabalhado com artistas tão diferentes – e reverentes à sua autoridade musical – como os jovens Paul Butterfield, Patti Smith, Steve Miller, Chris Rea e os mestres Mavis Staples, Buddy Guye John Lee Hooker. Morreu aos 90 anos, na Califórnia, nos EUA, cercado pela família, que anunciou sua passagem num post no Instagram.

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